We'll never look down. We'll build our own town. And like the thousands of clouds. We will never touch the ground.
Nunca olharemos para baixo. Vamos construir nossa própria cidade. E como as milhares de nuvens. Nunca tocaremos o chão.

Pov’s do Joshua

     Eu já estava ali há três dias, e nada ainda que demonstrasse os meus amigos fazendo algo por mim. Será que eu era um incomodo para eles que eles resolveram se esquecer de mim? Os dois sujeitos, Nick e Andy, estavam vendo TV, ouço um telefone tocar.

     “Sim chefe, eu sei, e já falei com ele por causa disso.”
     
     Houve uma pausa na conversa e Andy, estava olhando para mim. Comecei a ter medo do que poderia acontecer dali pra frente. Apenas desviei o meu olhar para outro canto qualquer.

     “Sei que o Nick cometeu um erro, chefe e entendo a sua revolta.” – Andy desligou o telefone e voltou a sentar no sofá.

     Olhei para mim mesmo e vi o quando sujo eu estava. Senti nojo de mim mesmo, mas eu não pedi nada daquilo, se eu pudesse ate que fugiria, mas como?

     Quando anoiteceu, Andy saiu da cabana para comprar alguma coisa para comermos. Nick tinha ficado vendo televisão. Eu estava deprimido e quando ouvi o noticiário informar sobre uma coletiva dos membros do Panic! Salamander, apenas concentrei-me para prestar atenção nas palavras que seriam distas.

     Assim que terminou, fiquei feliz ao saber que eles estavam a minha procura e como foi bom ouvir a voz do Alec novamente. Andy voltou das compras e colocou as sacolas na mesa, Nick desatou o nó que estava em meus punhos e resolveu que era melhor colocar uma corrente maior para que eu pudesse me movimentar um pouco. O mesmo me deu um prato de comida e um copo d’água.

     “Andy, os amigos deles estão a sua procura e oferecendo uma recompensa para quem tiver alguma informação de seu paradeiro.”

     “Como você sabe disso?”

     “Passou na televisão. Os amigos deles fizeram uma coletiva de imprensa.”

     “Amanha a gente conversa sobre isso. O chefe vai vim aqui amanha logo cedo.”

     Depois que terminei de comer, encostei-me a um canto, fechei os olhos e ainda pude ouvir os dois conversarem. O riso de um deles me dava medo.




Pov’s do Alec


Spencer e eu fomos ate a delegacia para ver se o delegado tinha mais alguma novidade sobre o caso do Joshua, e informar que tínhamos a pista do twitter. Entramos na sua sala e sentamos nas duas cadeiras de frente para ele.
     
     “E então delegado, alguma novidade?” – Spencer perguntou.

     “As pistas de antes eram falsas. Fora isso nada de novo.”

     “Delegado, a gente tem uma pista. A informação que nos passaram veio anonimamente e informava que ele estava em uma cabana.” – Falei quando pensei que minha chance de vê-lo novamente poderia ser em vão.

     Eu o vi fazer sinal para um soldado e este saiu da sala.

     “Cabana, é? Nos vamos averiguar isso, rapaz. Já passei uma informação e vamos começar as buscas amanha mesmo pelo arredores. Se não descobrirmos nada, procuraremos reforços e procuraremos seu amigo num raio de cinqüenta quilômetros.”

     “Obrigado delegado. Será que nos dois podemos ir juntos nessas buscas?”

     “Claro garoto. Agora vão e aproveitem para descansar, amanha será um longo dia.”

     Entrei no carro no banco do carona e Spencer foi dirigindo. Fiquei me perguntando ate quando ficaríamos sem ter alguma noticia do Joshua e meus pensamentos me levaram para que o pior pudesse te acontecido, mas fiz questão de esquecê-los rapidamente.

     “Spencer, às vezes eu acho que esse delegado é meio louco. Já reparou no jeito dele?”

     “Também acho Alec, mas o que importa mesmo é que ele parece estar empenhado a nos ajudar e resolver esse caso.”

     “Será que o Jon tem alguma novidade? Não falei com ele desde que a gente saiu.”

     “Não sei, também não falei com ele Alec.”

     Entramos no meu apartamento e Jon já estava dormindo no sofá. Spencer foi para o quarto de visitas, seguido pelo Jon que acordou quando acendemos as luzes. Eu fui para o meu quarto tomar um banho, porque eu estava exausto.




     Pov’s do Joshua

     
     “Hey, garoto acorda. O chefe não vai gostar de ver você dormindo.” – Acordei com Nick que me cutucava.

     Ouvi algumas batidas na porta, só poderia ser o chefe de quem eles tanto falavam. Andy abriu e quando eu vi aquele rosto eu o reconheci de primeira. Ele me olhou e ficou me encarando.

     “Ah, eu sabia. Só você mesmo para estar por trás dessa sujeira toda Alex.”

     “Pobre Joshua. Esta feliz agora garoto?” – Ele veio em minha direção e colocou sua mão em meu pescoço e começou a me sufocar. Lancei um olhar de ódio nele que fez retirar suas mãos de mim.

     “Não, ate porque eu não escolhi estar aqui.”

     “Vocês dois.” – Redirecionou a palavra ao Nick e Andy. “Façam uma gravação com ele falando alguma coisa e mande o vídeo para os amigos deles.”

     “Quando eu puser minhas mãos em você Alex, você será um homem morto. Anote isso.”

     “Deixe de falar besteiras garoto.” – Caminhou ate a porta e saiu, sem ao menos prestar atenção nas minhas palavras.

     “Nick faça um vídeo dele.” – Disse Andy entregando a câmera para o outro. “Vou dar uma saída e já volto.”
     Este me deixou um pouco mais livre quando o outro saiu. Pegou a pequena câmera e começou a gravar minhas palavras e em breve Alec estaria vendo isso e que eu estou bem.





Pov’s do Alec


O dia amanheceu e Spencer e eu ficamos esperando o delegado na frente da porta da delegacia. Tinha mais ou menos uns sessenta soldados que iriam fazer as buscas com cães farejadores nas cabanas próximas.

Após algumas horas de caminhada e vasculhando cada ponto interessante, infelizmente não obtivemos sucesso. Voltei para casa mais cansado do que já estava, porque não tinha conseguido dormir. Deitei no sofá e apaguei. Spencer e Jon passaram a morar comigo, provisoriamente para me ajudar com isso tudo.

Doía demais não ter sequer uma noticia dele, minha angustia e os meus medos me consumiam. Queria tirar essa dor a qualquer custo, mas não sabia como. Muitas vezes pensei em desistir, mas isso é uma coisa que ele não faria se fossemos um de nós.

Olhei para o porta retrato com uma foto nossa e vi o quanto o seu sorriso era importante para mim. Aquele seu sorriso devastador que fazia o meu coração se derreter, e eu que sempre pensei que seria um iceberg. Você foi o único que conseguiu o que jamais alguém conseguiu: fez com que eu me entregasse a você de corpo, alma e coração.

     Uma coisa prometi a mim mesmo: que jamais abaixaria a cabeça e olharia para os meus pés como forma de desistir de alguma coisa, porque quando eu mais precisei, lá estava você de braços abertos para me ajudar quando ninguém mais quis.      

     Serei um muro forte que mesmo quando as estruturas estiverem abaladas, permanecera firme no lugar, e nesta cidade que é só nossa permaneceremos ate o fim de nossas vidas, porque a vida não é uma ilusão. E as nuvens que agora marcham para distante, procurando onde se confortar, assim serei eu quando você abrir seus braços novamente querendo fazer troca de calor corporal. Nunca tocaremos o chão. Nunca.