Phantasie escrita por Vause


Capítulo 2
Fragmentos do Passado e Presente – Coexistência.


Notas iniciais do capítulo

Têm esse vocabulário sem nome inventado pelos jovens. Ele é estranho, eu sei, mas seriam como as gírias, os palavrões dessa outra Terra. As notas iniciais serão como um glossários para vocês:

*Jukie: Alucinação, visão. Momento após a injeção ou consumação da droga, onde é permitido que o individuo que a consumiu vislumbre o mundo real embaçada e confusamente.

*Side: Efeito colateral.

*Wife: Namoro por mais de dois anos.



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As pessoas andam como fantasmas, preocupados apenas com as próprias vidinhas miseráveis.

Rude? Talvez. Mas, em minha defesa, são três e meia da manhã e acabo de acordar do meu junkie*. Minhas pupilas estão dilatadas ao máximo e meu quarto fede a suor. Um dos sides* da droga. A B-22 é o que usamos pra sair dessa podridão de realidade e ir pra um delírio qualquer. Uma fantasia qualquer. Recentemente, foi descoberto que a realidade presente na B-22 é nada menos do que uma dimensão avulsa da nossa. Apenas permanece o mistério de como ir até ela sem precisar da droga.

Os Caçadores sabiam. Os verdadeiros Caçadores. Quando eu for como eles saberei, e então, não serão mais apenas alucinações: Será a realidade. O trabalho da minha família, até hoje, foi nos proteger e ocultar dessa realidade. E, acabamos no buraco.

Literalmente no buraco. Minha família fica no subterrâneo. É aqui que todos os que não são bem vistos na sociedade ficam. Não por sermos um perigo para ela, pela questão física. As casas são feias e as pessoas são pobres. E, aqui, não têm lugar para coisas feias. Afinal, estamos no maior projeto de paraíso existente. E, daqui a exatas cinco horas, vamos para o único projeto de sanidade existente: Sorcelleire.

Isso me lembra a vassoura quebrada no sótão. É, parece que eu tenho cinco horas para consertá-la.

*

Bufo. Minha camiseta está amassada e meu casaco remendado. Mesmo depois de eu quase me afogar me banhando no lago, ainda sofro os sides. Bem, pelo menos, a vassoura está pronta.

Respiro fundo. Ter que encará-la, depois de tanto tempo, é um sacrifício imenso. Meus passos ecoam no corredor e meus pelos estão arrepiados. Paro em frente a porta de seu quarto e vejo a forma encolhida debaixo das cobertas.

— Mãe? Mamãe está tudo bem agora. Nós... Nós vamos ficar bem, mas antes, eu tenho que ir. Pra escola. Mãe. — Vou até ela, quando percebo que não está me ouvindo. Precisa ouvir. Só ouça. Por favor, mamãe, ouça-me. Por favor.

Pouso os dedos sobre o rosto dela, para acordá-la.

— M-mãe. — Não consigo respirar. Estou lutando para respirar.

— Diardmid? Oh, Diardmid, você voltou. — Ela diz, com a voz rouca, lutando para se virar. Ela quer me ver.

— Não. Não, sou eu, sou só eu. P-pedro. — Ajudo-a a sentar-se, delicadamente.

— Ah. Pedro. Meu pequeno Pedro. — Engulo em seco.

— Mãe, eu vou sair. Eu preciso ir, está bem? Voltarei logo. — Levanto-me, e sinto que ela agarra minha mão.

— Não! Não, Pedro, não! Fica. Fica, fica, fica, fica! — Tiro facilmente as mãos ossudas dela do meu pulso.

Ela começa a gritar e espernear, quase caindo da cama. Shii, sussurro. Ela chora compulsivamente. Normalmente as mães choram quando os filhos vão embora de casa. Sento na cama com ela, dando um beijo de leve em sua cabeça. Ela esta razoavelmente calma. Tiro a seringa do bolso e injeto em seu pulso. Ela nem sente, apenas dorme.

Cerro o maxilar e escrevo um bilhete para Luella, com a pouca tinta ruim e a pena velha do armário. O papel está acabando. “Eu a agitei. Desculpe. Toma conta dela por mim, tá? Direitinho, como você sempre faz. Muito obrigado, Lu”. Luella era o nosso anjo. Foi Wife* do meu irmão, e desde o desaparecimento forjado do desgraçado, cuida da minha mãe, Muriel. Ela faz comida, separa e etiqueta os remédios e já vi as duas conversando. Eu nunca pedi sobre o que. Talvez já saiba a resposta.

Saio de casa depressa, meio correndo. Sem pentear o cabelo e faminto, apenas acelero a vassoura, para não me atrasar. Enquanto estou aqui, no subterrâneo, só posso voar a, no máximo, dois metros do chão, mas lá fora é diferente. Não sigo as regras de voo, pois nunca as aprendi. Se existem, sou uma exceção a elas.

Voar é a melhor sensação do mundo. De todos os mundos, apesar de as pessoas nas junkies não voarem. Quando você está lá em cima, evita as nuvens, os pássaros, os morcegos-diurnos, as gárgulas e qualquer coisa. Só pensa na sensação. O único momento em que eu só, deixo pra lá. Tudo. Começa a chover, mas eu não me importo com isso, porque estou voando. E, quando se voa, você deixa de se importar. Abro a boca e sinto os pingos de água. Estarei encharcado ao chegar. O caminho era pequeno, mas lindo. Ao voar, tudo parece menor do que realmente é. E isso, inevitavelmente, faz você se sentir grande.

Consegui ver a Vila Principal, o Grande Rio e todos os seus afluentes. E, conseguia ver alguns de meus colegas, calouros e veteranos. Kyara corria, peluda e veloz, em sua forma loba. Um menininha saltitava flutuando aos poucos, mas logo perde as forças. Ela tinhas gárgulas encantadas correndo atrás de si. Um menino magrelo com uma garrafa de B-22 montava um corcel. Uma menina ruiva, aparentemente competitiva, voava logo abaixo de mim tentando me ultrapassar, provocante. As outras pessoas, estavam escondidas em nuvens ou mais acima ou abaixo de mim. Outro benefício de voar é que mesmo que tenha alguém voando com você, é fácil se camuflar e ficar sozinho. Voamos, cavalgamos e saltitamos por mais horas, até eu avistar a mais alta torre de Sorcelleire aparecer dentre as nuvens. Era empolgante a perspectiva de começar uma nova vida. De fazer as coisas de um jeito diferente. Ouço a ruivinha gritar ao aterrissar e penso em como seria o mundo se todos fossem tão barulhentos quanto ela. Decido que não quero saber.

Ao pousar, avisto Jennifer, a antiga colega do meu irmão. Ela têm quinze verões, e está gritando com a menina ruiva sem nome, que se encolhe ao ouvir os berros, mas logo se recompõe e retruca, mal-humorada. Hilário.

Meu irmão disse que Jennifer tem hábitos noturnos e é muito misteriosa. Duvido. Ela parece ser uma menina do terceiro ano como qualquer outra. Se bem que, quando a vejo de perto, sinto uma aura sobrenatural em volta dela. Feiticeiros têm essa habilidade, mas iremos aprofundá-la mais na escola. A aura de Jennifer é diferente da de Kyara, por exemplo. Mas, não quero pensar nisso, por hora. Lembra muito de Diardimid.

De repente, os portões se abrem. Os calouros, sem saber o que fazer, ficam paralisados. Como eu. Jennifer olha pra mim, e ri. Vêm até mim e pega meu braço, me acordando do transe.

— Vamos, novato. Medroso. Só te ajudo por que conheci teu irmão. Você me dá pena. ­— Ela ri, me puxando para dentro. A ruiva nos observa, e corre a nossa frente.

Ao entrar, é impossível descrever a vista. Abaixo de nós, têm um chão de vidro, pelo qual vemos Sirenes menores, rindo e abanando. Sirenes de ramo maior ficam em mares (as de água salgada) ou em rios (as de água doce). Mas, Sirenes menores, assim como eu, não têm espaço numa sociedade aparentemente perfeita, por isso, escondem-se na escola e nos rios em volta dela, até onde a barreira de magia alcança. Após seu alcance, podem ser vítimas de caçadores, feiticeiras e traficantes.

Havia uma única mesa, comprida, de centro. Clorovitte Dall, o tão famoso diretor, sentava-se na ponta. Só havia cadeira em uma ponta, porém. Vi meu nome talhado em uma das cadeiras de madeira. Fui até ela, percebendo que havia, por um momento, ficado surpreso demais com magnitude do lugar para me mexer. E, nesse um segundo, Jennifer já havia encontrado sua cadeira e se sentado. Sentei-me, encarando meu prato. Muitos lugares da minha mesa estavam ocupados, a atmosfera local parecia bem melhor daquele lado. O lado da mesa que eu sentava era oposto do de Jennifer. Eu estava faminto.

— Caros alunos e alunas! — Falou nosso diretor, quando todos estavam sentados. — É com minha humilde satisfação, que informo-lhes que mais um ano começará aqui. E todos os alunos á direita, serão, a partir de agora, Coniuns. E todos os alunos á esquerda serão Dangers. Por hoje é só. As regras estarão nos corredores. Aproveitem o banquete! — Dito isso, peguei meus talheres, como muitos outros ao meu lado e a minha frete. Ao tocar nos talheres, meu prato se encheu com todas as comidas que eu esperava que tivesse. Olhei para o lado, e o prato da garota tinha outros tipos de comida. Percebendo minha curiosidade, ela explicou-me:

— Vária. Se gosta de uma comida, o garfo sabe. O que você gosta de comer? — Ela tinha uma voz grudenta e fina. E extremamente maliciosa. Sorri de canto.

— Meu prato está bem aqui. — Respondi no mesmo tom de malicia.

— Ah, adorei saber disso. É veterano? Tem cara de veterano. — Ela colocou a mão nos meus cabelos. Esquivei-me.

— Calouro. E, faminto. — Voltei a comer. A garota era loira e magra. Tinha olhos bem azuis e pele bem bronzeada. As pessoas conversavam na mesa principal. Noutra mesa, sentavam-se os professores. Todos conversavam alto, riam e comiam, parecendo felizes. Quando os alunos iam acabando e pegando as colheres, o prato automaticamente mudava de forma e ficava limpo, para logo a seguir encher-se com a sobremesa.

As pessoas começam a se retirar e os cavaleiros na parede apontam o caminho para os dormitórios.

— Hei! — Fala a loira ao meu lado, quando me levanto. — Sou Madelline Johansoon.

— Pedro. — Respondo, indo na direção apontada pelos cavaleiros. Tento me encontrar diante a multidão, e perco a conta de em quantas pessoas já esbarrei. Topo com Kyara, amiga do meu irmão. Ela sorri.

— Oi. Você parece bem perdido. Olha, não confia nas armaduras, não. Têm duas, tá vendo? Uma só fala a verdade e a outra só mente. A azul é a sincera, mas gosta de pregar peças e mandar garotas para o dormitório de garotos e vice e versa. Sou Kyara. Se lembra de mim? — Mas é claro. Kyara era a típica guerreira. Forte e bonita. Foi melhor amiga do meu irmão.

— Sim, eu me lembro. Sou Pedro. Sabe onde fica os dormitórios masculinos? Como eu acho meu quarto? — Levei uma das mãos para trás da cabeça. Que lugar confuso.

— Eles estão atrasados, mas você vai receber um duende só seu. Esse duende vai te explicar tudo e ser seu guia durante as primeiras semanas. Depois, volta para a floresta. Olha, o seu quarto é por ali. Vamos, eu tenho que falar com Jack. Ele é... O cara que consegue as coisas — Ela me apontou uma escada. Subimos.

— As pessoas me olham duas vezes. — Uma coisa que eu tinha reparado desde que entrei na escola é que todos alunos maiores me olhavam e depois me encaravam por um tempo. Era irritante.

— Mas é claro. Você é cara dele. — Ela abaixou a cabeça ao falar do meu irmão. Aquilo me deixou bastante desconfortável. Mudei de assunto, enquanto virávamos um corredor.

— Hã, então, você já teve um duende? — Perguntei. Ela riu. Também queria fugir do assunto D.

— Chamava-se Burilxu. Era extremamente mal-humorado. — Ela sorriu. Apesar de seu sorriso era lindo e ela tinha covinhas. Além disso, Kyara tinha um brilho contagiante nos olhos. — Chegamos.

O corredor tinha diversas portas e parecia não ter fim. Num dos lados, cores pasteis, fracas e pálidas. Noutro, cores fortes, vibrantes e chamativas.

— Como eles fazem para determinar nossa Casa? — Pergunto, curioso de repente.

— Depende do lado que você senta. Quando chega a escola, você escolhe um lado da mesa para sentar. Um lado têm a melhor vibração, um lado te atrai mais. Viu seu nome da na cadeira? Outra pessoa não veria. É claro que nem todos sentam no mesmo lado, porque tem gostos diferentes. Mas, sabe, foi uma surpresa você ser Conium. Ele não era. — Ela olha atentamente para os números gravados nas portas. É desnecessário dizer que “ele” refere-se ao meu irmão.

— E, como sei que quarto é o meu? — Pergunto, olhando para os lados.

— Faz parte do trabalho do seu duende informar, mas é comum eles se atrasarem ou se perderem pelo caminho. Os Dangers têm na esquerda, mas olhe a sua mão direita. — Olhei. Tinha um número gravado. 1590.

— Onde fica o quarto 1590? — Pergunto.

— Têm vassoura? Voe com ela e procure. — Ela responde, um tanto mal-humorada. Começa e apressar o paço, quando a impeço.

— O que? Fiz alguma coisa? — Digo.

— É só que, só bruxos podem andar de vassoura. Na mão de outros, não passa de um objeto sem valor. E, não podemos nos transformar aqui. Não é justo. — Ela balança a cabeça. Parece farta do assunto. Faz-me pensar o quanto ela já o discutiu.

— Quer uma carona? — Pergunto, amistoso. Kyara sorri. Pego a vassoura de trás das costas (uso uma espécia de cinto para carregá-la, que Diardmid me ensinou a fazer artesanalmente), e espero Kyara subir.

— Minha parada é no 2000. Acelera!

Voamos, e por diversas vezes os cabelos escuros dela batem no meu rosto. Ela têm cabelos castanhos quase negros, enfeitados por penas e anéis, pele escura e avermelhada, olhos brilhantes e lábios carnudos. Os números perecem ficar maiores e fáceis de enxergar. Acelero mais e ouço a gargalhada de Kyara.

Logo, estamos no 1400.

1500.

1567.

1583.

1600.

1729.

1910.

Paro.

— Quantos quartos têm isso? — Pergunto, olhando para ela. Seu cabelo esta bagunçado, mas parece cair escultural mente sobre seus ombros.

— Eu não sei. Conheci um cara que morava no 2798. Acho que 3000 é a máxima, mas a partir do 2000 é só pro povo fada ou quem quer que tenha a habilidade de voar. Feiticeiros não contam, é claro. Talvez eu tenha esquecido de avisar, mas, não são permitidos vôos dentro da escola. — Ela sorri e bate na porta três vezes, espera, e depois mais uma. — É um código.

Um cara baixo de cabelos azuis e olhos negros abre a porta. Ele usa uma cartola com um trevo.

— Jack, o...

— Não, ele não tá. — “Jack” interrompe-a. — Mas tenho o que você me pediu. Pode entrar, mas o seu amigo... — “Jack” aponta pra mim.

— Ah, é claro. Kyara, tudo bem? — Peço, pegando a vassoura.

— Claro. Valeu pela carona, Screwed. — O tal Jack arregala os olhos e começa a frase “Ele é...”, mas não fico para presenciar o final da frase. Apenas aceno com a cabeça para Kyara e acelero a vassoura para meu quarto.

1999

1786

1600

1590.

“Estaciono”. Entro no quarto praticamente arrombando a porta, e me deparo com dois guarda-roupas, um espelho e bidê e uma porta que liga ao banheiro. O beliche já estava ocupado na parte de baixo. E na de cima.

— Pedro! Pedro Screwed! Bom ver você é! — Um duende esta sentado na parte de cima do beliche fala.

— Então, você é o meu duende atrasado? — As orelhas deles ficam vermelhas.

— É! Muito eu sentir... — Sua fala é interrompida pelo menino magrelo e loiro na cama.

— Hei. Faça-o falar baixo. — Ele se vira.

— E quem é você? Duende, fale o quanto quiser. — Provoco o menininho arrogante. Ele se irrita e senta.

— Meu nome é Alois! Alois Coastillon! Coloque-se em seu lugar, bastardo. — Têm uma coisa que gostaria que soubessem palavra com “B” simplesmente me irrita a beça. Então, não me julguem por pular em cima dele, pronto para socá-lo. Á beça. Ele se assusta e desequilibra-se. Têm olhos arregalados.

Se eu parasse para pensar um pouco antes de fazer o que fiz, com certeza não o faria. Porque, parando para pensar, apesar de toda a sua arrogância, o menino é só isso: um menino. De doze anos, ou menos. Mas, as vezes, eu tenho esses ataques de raiva iminentes e uma criança assustada assume a face de Diardmid em minha mente. Assim, não seguro meus punhos. “Não! Isso não fazer senhor!”, meu duende grita.

Desfiro um soco em seu rosto segundos antes da porta abrir-se. O soco foi tão forte, que ele cai da cama. É a menina ruiva que eu vi na chegada que acaba de entrar. Ela fica horrorizada e coloca as mãos sobre os lábios.

— O quê você fez? — Ela entra e me empurra para o lado. — Menininho, venha, eu ajudo você. — Ela tenta levantar Alois do chão, mas ele desfere um tapa em suas mão.

— Eu não preciso da sua ajuda. Agora, tire esse bastardo da minha frente. — Quando ele grita, sua cabeça está abaixada e os fios loiros cobrem seus olhos.

— Você está bem? — Ela pergunta, hesitante.

— Isso não te interessa! Saia, e leve-o com você, agora! — Ele ainda está no chão, dessa vez me encarando. Ver ele ofender a garota desse jeito, por algum motivo me faz avançar, mas sinto ela me segurar.

— Deixa ele. Vá para fora do quarto e esfrie a cabeça. — Fala. Alois cerra as mãos.

— Não me dê ordens. O que está fazendo aqui, aliás? — Pergunto.

— O meu quarto também é o 2590. Não seja tão mal-educado! — Ela responde, ficando vermelha.

— Você é mesmo muito idiota. O que te leva a pensar que deixariam as garotas no mesmo dormitório que os garotos? Algumas de vocês ainda não estão acostumadas a dormir com garotos... — Não sei se rio ou se dou mais um murro na cara dele. A ruiva fica ainda mais vermelha, o que a faz parecer um pimentão. Sai apressada do quarto, sem nem responder. Assim que passa pela porta, um duende entra correndo.

— Bebida sua aqui mestre esta. — Fala um duende. Este é diferente do meu. Têm cabelos verdes e pele amarela.

— Milho, arrebente-o. — Fala Alois, subindo na cama calmamente.

— Eu não poder... ele invocar seu duende e ter uma guerra de duendes, mestre. — Alois parece irritado.

— Então, suma você também! —Alois grita. O duende assusta-se e corre do quarto.

Subo na cama de cima, e olho para o teto. “Tudo o eu precisam está na escola.” Era o único item da lista de materiais. Trouxe somente a vassoura, por valor sentimental. — Duende, como é o seu nome? — Meu duende tem pele escura e cabelos vermelhos.

— Não ter nome eu, senhor. Nenhum de nós ter. Senhor colocar um pode. — Fala meu duende. Ele parece paralisado desde a briga.

— Será só Duende. Isso é bom? — Pergunto.

— Ser, creio. — Ele responde, se acomodando nos pés da cama.

Encarei o teto por um tempo. Eu realmente já tinha muitos problemas. Não precisava de mais um. Respirei fundo.

— Desculpe. Desculpe, Alois, eu não pensei. — Resmungo. Se passa um tempo antes que ele me responda.

— Eu não aceito. Irá se arrepender, colega. — Fecho os olhos. Ele é só um pirralho, tento me convencer. Mas, algo no meu peito muda diante de suas palavras.

Assim termina o meu primeiro dia de escola.


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Notas finais do capítulo

Postado por |Ariel|

Sabem, a coisa do primeiro capítulo, da Lua? Vai voltar a acontecer. Só não tenho previsão.
E, ah, sim.
Dangers: Descendentes da Lua (vai ter um trecho explicando isso).
Coniuns: Descendentes do Sol (II).

Também gostaria de avisar que o tempo na história é diferente, mas vamos deixar para o próximo capítulo, o.k.?

Estou trabalhando num mapa para a fic, e postarei o próximo somente ao fim do projeto.
Muito obrigado pelos comentários, eles dão força. Espero não decepcioná-los :)

Xoxo,
Ariel.



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