Inocente Mulher escrita por Dream


Capítulo 3
30 Minutos


Notas iniciais do capítulo

"Que sabe você das almas das outras pessoas - de suas tentações, de suas oportunidades, suas lutas?"
— C.S.Lewis



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Dentro de trinta minutos estarei fora daqui, pensou Raul, enquanto o elevador no qual ele estava com Emma subia ao quinto andar. Menos de trinta. Ele mandou Carlos retornar exatamente trinta minutos depois que saísse do carro, e mais de dois minutos já haviam transcorrido.

Não o suficiente, na opinião de Raul. Quanto antes ele terminasse isto — fosse lá o que fosse isto —, e pudesse seguir seu caminho, melhor.

A verdade era que ele não sabia o que diabos estava fazendo ali. Se tivesse algum juízo, teria permanecido no carro e ignorado o convite de Emma, mas esta noite parecia que ele deixara todo seu bom senso para trás, lá na Espanha, depois do primeiro telefonema que o alertou para as notícias do acidente.

No começo, ele pensou que o carro havia parado bem a tempo de impedi-lo de fazer alguma coisa muito estúpida. Quase cedeu à tentação de beijar Emma, de sentir a suavidade de seus lábios, de provar-lhe o sabor íntimo. Mais alguns segundos e ele teria estado perdido na tentação daquele rosto inclinado para cima, dos lábios levemente carnudos, do perfume adocicado que o deixou inebriado no banco traseiro do carro. Assim, quando o carro parou, isso pareceu acontecer no momento certo.

Mas, então, ela se virou para olhar para dentro do carro. Ao fitar seus olhos escuros e vazios, compreendeu por que Emma o convidou para subir. Pois o mesmo sentimento assombrava seu coração: medo. Medo de estar sozinho.

Afinal, o que o esperava quando ele retornasse ao hotel? Um quarto vazio e sem alma. E um frigobar que, com o humor em que ele se encontrava, prometia ser tentador demais.

Além disso, não tinha certeza se deveria deixar Emma sozinha. Ela havia se acalmado desde seu colapso emocional no hospital, mas ainda estava perturbada.

Ele percebia isso na opacidade de seus olhos, no tremor de sua voz.

— Você ainda mora no mesmo apartamento? — O cavalheirismo insistia que ele dissesse alguma coisa.

— O mesmo prédio. — Emma estava claramente esforçando-se tanto quanto ele para manter a conversa. — O mesmo andar, na verdade. Mas não o mesmo apartamento.

Ela estava falando em um tom baixo e distante. A voz de uma estranha, de alguém que ele não conhecia. Não havia o menor vestígio da mulher ardente e apaixonada que havia descoberto, ou mesmo da jovem doce e inocente que conhecera inicialmente. A jovem doce e inocente que ele acreditava que Emma era quando se encontraram pela primeira vez, corrigiu-se. Ele enxergou apenas o que queria enxergar e muito rapidamente havia se desiludido.

Aos 21 anos, recém-saída da universidade, ela estava apenas à procura de um caso de férias.

Missão cumprida: ela o trocou por outra pessoa.

— Ano passado, um apartamento maior ficou vago, e eu o peguei.

— Mais espaço para dois...

— O quê? — Suas sobrancelhas franziram em uma expressão intrigada.

— Seu novo homem — explicou Raul. — Presumo que queiram morar juntos.

— Não... Não é nada disso. — Com um gesto, ela indicou que o homem em sua vida tinha tão pouca importância quanto seu caso anterior. — Tive uma promoção no trabalho e o apartamento vagou no mesmo mês. Sempre quis mais espaço, e essa era a chance que eu estava esperando.

O elevador parou enquanto ela falava. A porta de metal deslizou para o lado, e ela saiu para o corredor.

— Eu morava ali... — Com um gesto indicou uma porta à esquerda. — Mas é naquele outro que vivo agora...

Para a surpresa de Raul, seguir Emma pelo corredor atapetado em azul em direção à porta de seu apartamento foi uma experiência sensual o bastante para fazer com que se esquecesse de tudo. Seus cabelos ruivos de mechas douradas espelhavam a linha reta de suas costas, em contraste com as curvas arredondadas dos quadris. Pernas longas e esguias nas calças jeans apertadas completavam o deleite.

Ele gostou das sensações que inundaram seu corpo. Era uma coisa para preencher o vazio que invadia o coração e a mente quando ele atendera ao telefone no meio da noite e ouvira a notícia sobre o acidente de Lorena. A partir daquele momento, Raul tivera a impressão de mal conseguir mover-se, falar, funcionar.

Até mesmo descobrir a presença de Emma na sala de hospital mal o atingira.

Mesmo quando segurou nos braços o corpo trêmulo de Emma, Raul tivera a impressão de que sua cabeça estava prestes a explodir, impedindo-o de sentir ou pensar. Ele reagiu como teria reagido a qualquer ser humano em dor ou sofrimento. Pelo mesmo motivo, oferecera-lhe carona. Porque era a única coisa que poderia fazer.

Mas, então, houve aquele momento no carro, na escuridão da noite, quando, olhando para seu rosto iluminado ocasionalmente pelas lâmpadas dos postes, ele não viu outro ser humano, mas uma mulher. Uma mulher viva e linda.

E foi nesse momento que ele sentiu o estremecer de outra coisa, uma coisa mais quente, mais semelhante a um sentimento.

Uma coisa que o fez sentir como se sobre seus pensamentos pairasse uma suave luz. Porém, o carro parou, trazendo-o para a realidade de uma noite fria e escura na Inglaterra, em vez do calor do sol que deixou para trás na Espanha, lembrando-o do motivo pelo qual estava ali. E isso trouxera todo o vazio de volta.

E, quando ela saltou do carro e se virou para olhar para dentro, ele viu o mesmo vazio em seu rosto. E, então, percebeu que ao menos isso compartilhava com ela. Eles provavelmente jamais seriam íntimos de novo — diabos, eles nunca haviam tido realmente nenhuma intimidade! —, mas, naquela noite, compartilhavam de uma terrível sensação de perda. Foi nesse momento que ele decidiu que, por apenas meia hora, trinta curtos minutos, poderiam lutar juntos contra a escuridão. Depois, seguiriam seus caminhos.

— Entre...

Perdido em pensamentos, não percebeu que Emma abrira a porta e aguardava que ele entrasse em seu apartamento.

No rosto quase sem cor, os olhos verde-escuros pareciam lagos insondáveis. A brancura de sua pele era acentuada pela rica cascata de cabelos escurecidos pela chuva. A mesma chuva que fizera a camisa de malha preta aderir às curvas de seus seios sob o algodão encharcado.

—Você deveria tirar essas roupas molhadas ou, pelo menos, enxugar os cabelos.

— Estou bem. — Como se para provar, ela jogou para trás as mechas de cabelo encharcadas e livrou-se da jaqueta antes de cruzar a sala até a porta da cozinha. — E eu preciso fazer aquele café para você.

Havia uma tensão no corpo esguio de Emma que fez Raul lembrar de uma suspeita que relampejou em sua mente no momento em que ela o convidou a subir. Ela estava inquieta, seu humor comunicando que havia mais por trás daquela situação. Ou será que ela realmente acreditava que o havia convencido de que o trouxera ali para tomar café?

Apenas café não provocaria tensão em sua voz, ou emoção em seus olhos.

Mas ela estava determinada a ignorá-lo enquanto se virava para caminhar até a cozinha.

— Banheiro — disse sucintamente Raul, fazendo-a parar de forma tão abrupta que foi quase como se ela o estivesse esperando dizer alguma coisa.

No entanto, obviamente não pelo que ele dissera, percebeu enquanto ela o fitava um tanto perplexa. — Onde fica o banheiro? — repetiu.

— Oh... No fundo do corredor. Ela apontou para a direção certa. — Primeira porta à esquerda.

Raul levou poucos minutos para percorrer o corredor, entrar no banheiro e pegar a toalha pendurada em um gancho na parede. Com a toalha macia dependurada dos dedos, voltou à cozinha enquanto ela ainda enchia a chaleira na bica.

— Tome. — Com uma das mãos, ele pegou a chaleira ainda transbordante das mãos dela e a pousou na bancada da cozinha. Com a outra, envolveu a cabeça de Emma com a toalha e começou a gentilmente enxugar seus cabelos.

Emma estremeceu. Cada centímetro de seu magro corpo ficou rijo.

— O que você está fazendo? — inquiriu Emma.

— Achei que fosse algo óbvio. Estou enxugando seus cabelos.

— Então pare!

A exigência veio dentre dentes cerrados, veneno em cada palavra. O suficiente para gelar as mãos de Raul, que ainda seguravam a toalha.

— Não lhe pedi que fizesse isso, nem qualquer coisa parecida. Eu disse que estava bem.

— Você não me parece bem...

— Eu estou. Tire as mãos de mim.

— Com certeza!

Raul largou a toalha no chão e deu um passo para trás, dedos afastados no que parecia um gesto defensivo,

— Mas, a rigor, é bom frisar que não cheguei a colocar as mãos em você. Assim, parece-me que você está exagerando um pouquinho. Mais do que um pouquinho...

—Eu... — começou Emma, mas Raul ignorou sua tentativa de protestar ou se desculpar.

— Se eu a tivesse tocado, então você teria algo de que se queixar. Ou se eu a tivesse beijado...

Emma viu sua intenção naqueles olhos devastadores, viu a forma como ele inclinou a cabeça, fitando sua boca entreaberta.

— Você não deveria...

Ela teve o ímpeto de fugir, no entanto, qualquer chance de fuga foi anulada quando mãos fortes pousaram nas beiradas da pia a cada lado de seu corpo, prendendo-a, impossibilitando-a de se mover.

Ele estava perto, perto demais. E, o que era mais perturbador, as sensações que haviam renascido no carro percorriam novamente todo seu corpo, porém de modo ainda mais intenso, fazendo-a remexer-se desconfortavelmente no espaço confinado delimitado por seus braços.

Mas isso apenas a levou para mais perto de seu calor, sua força, e do corpo rijo e esguio à sua frente. Seu coração batia acelerado, fazendo o sangue correr por suas veias.

Ele iria beijá-la, Emma não tinha qualquer dúvida a respeito disso. Estava escrito no seu olhar ardente, no seu corpo poderoso. Raul iria beijá-la, e desta vez não haveria a parada repentina do carro para distraí-lo de seu propósito.

Ela molhou nervosa os lábios secos e esperou o belo rosto se aproximar mais e mais...

E, para sua surpresa, daquela vez foi ele quem se deteve, cabeça meneando negação.

— Acho que não — disse, com rudeza. Ele se virou e marchou até a porta, deixando-a incerta sobre o que fizera para levá-lo a mudar de ideia.

Teria sido alguma pequena reação a qual ela não tivesse conseguido controlar? Será que ele vira alguma coisa em seu rosto?

O que — exatamente o quê — o fizera parar, mudando seu humor e fazendo com que se afastasse dela daquele jeito?

— Raul...

Emma tentou pronunciar seu nome, mas o som morreu na boca. E ela estava falando apenas para as suas costas retas e orgulhosas, enquanto Raul se afastava. Se ele a ouviu, não deu o menor sinal disso.

E, para o choque de Emma, isso a fez sentir-se terrível, atordoada e trêmula, com as pernas subitamente instáveis.

Poderia tê-la beijado, ela estava reagindo como se ele tivesse feito isso. Se Raul realmente a tomasse nos braços e investisse a boca contra a dela, não poderia tê-la feito sentir-se pior do que se sentia agora... Ou será que a teria feito sentir-se melhor? Balançando a cabeça, Emma admitiu para si mesma que não sabia. Tudo o que ela sabia era que estava tremendo em reação à proximidade dele. O calor do corpo de Raul lhe entorpecia os sentidos, sua pele pinicava como se estivesse sendo espetada com alfinetes e agulhas, cada nervo latejava, frustrado por um beijo que não aconteceu. Estava arrasada, e precisava superar isso.

Superar.

Mesmo em pensamentos, a palavra soava estranha.

Emma passou os últimos dois anos tentando superar Raul Marcín, determinada a esquecê-lo, a riscá-lo de sua vida. Não queria lembrar-se dele, não queria estar com ele, não o queria como parte de sua vida, disse a si mesma enquanto pegava de novo a chaleira e a empurrava com ferocidade para debaixo da bica aberta. Só podia sentir-se grata por Raul não estar mais na cozinha para ver a forma como seus movimentos agitados e desajeitados traíam o conflito em seu íntimo.

— Não... Não! — As palavras escapuliram dos lábios de Emma, abafadas pelo som da água corrente que enchia a chaleira. —Não... Não pode ser assim!

Mas Raul foi o primeiro homem que ela amou, e todos diziam que era impossível esquecer seu primeiro amor. Ela se apaixonou completa e irremediavelmente por ele, apenas para em seguida ter o coração inocente e vulnerável esmagado com brutalidade.

Contudo, da mesma forma como os dinossauros que viveram na Terra há milhões de anos deixaram suas pegadas marcadas em pedra, ele também deixou sua marca nela, em sentidos e memórias.

No hospital, Emma cometeu um terrível e estúpido erro quando, fraca e desesperada, atirou-se nos braços dele e derramou em seu ombro lágrimas de sofrimento. Permitiu-se conhecer, ainda que por um período muito curto, o conforto perigoso e proibido de estar nos braços de Raul, desfrutando de sua força. E fazer isso enfraquecera as defesas, abrindo ranhuras na armadura que ela criou em torno de si. A partir de então, Raul podia penetrar em suas defesas e apunhalá-la com crueldade, deixando-a mais vulnerável do que fora antes.

Assim, quando ele tentou enxugar seus cabelos, Emma havia reagido com exagero. Como uma gata ameaçada, virou-se para ele, sibilando. Portanto, só podia culpar a si mesma por estar sendo alvo do ódio de Raul. E o pior era que, ao agir de forma tão defensiva, ela deixou patente a vulnerabilidade que estava sentindo.

Mas ela não permitiria que isso acontecesse outra vez, decidiu ao tampar violentamente a chaleira antes de golpeá-la contra a boca do fogão. Nunca, nunca mais.

— Se isso for para o maldito café que você está insistindo tanto em fazer, então devo repetir que não quero um.

Raul aparecera novamente na porta, grande, moreno e ameaçador, uma carranca furiosa no rosto.

— Então, o que você quer?

Seus ombros largos levantaram e desceram expressivamente, mas embora o gesto tenha parecido considerar a pergunta como irrelevante, algum sentimento novo relampejou no bronze de seus olhos. Um sentimento que fez correr um arrepio pela espinha de Emma.

— Diga-me você — disse Raul. — Afinal, foi você quem me convidou a subir. E o café foi sua desculpa para fazer isso.

— Não foi uma desculpa... — respondeu, em um tom de voz que traia que estava escondendo algo.

— Não? — questionou Raul. — Então, por que estou aqui? Porque você não vai me convencer que o seu motivo principal era tomar café.

Não o principal — concedeu Emma.

Si? — perguntou Raul. — Então, se o café não era a causa principal, o que era? Diga-me por que estou aqui. Por que você me convidou para subir ao seu apartamento? — Raul enfiou uma das mãos no bolso da jaqueta e apanhou um celular preto fino. — E diga-me a verdade, ou vou mandar Carlos vir agora.

Ele encostou o polegar no botão de discagem rápida.

— Não. Espere...

Emma não podia permitir que ele fosse embora, não antes que tivesse lhe contado a verdade que ele exigira — a verdade sobre Chris e o acidente e... Como ela devia lhe dizer isso? Não podia lhe dizer de uma vez, sem qualquer tipo de preparação. Fora por causa disso que ela sugerira o café.

Mas por onde começar? Como ela poderia lhe contar quando já sabia qual seria a sua reação?

Deveria começar com Chris... Mas simplesmente pensar no nome de seu adorado irmão caçula era suficiente para que sua mente congelasse em dor, deixando-a incapaz de pronunciar qualquer outra coisa além de Chris.

—Emma...

Ela esperou tempo demais, permitindo que os pensamentos vagassem em preocupações, e Raul estava ficando impaciente. Enquanto Emma se esforçava para se concentrar novamente, ele voltou a mover o polegar, ameaçando apertar o botão.

— Não... Por favor... Espere!

Para o alívio dela, Raul hesitou, interrompendo o movimento, o polegar a menos de um centímetro da superfície do celular. Os olhos cor-de-bronze que ele voltou para Emma pareceram arder em sua pele, queimando uma camada fina e deixando-a exposta, desesperadamente apreensiva.

— Então conte-me.

— Contarei. Eu prometo. Mas não aqui. Não deste jeito. Por que não nos sentamos um pouco? Será mais confortável na sala de estar.

Mais confortável por quanto tempo? Precisava colocar logo tudo para fora, senão ele iria embora antes que ela conseguisse.

No entanto, ela não ousava pensar no que iria acontecer depois que lhe contasse. Seu estômago se contorcia só de pensar.

—Eu preciso estar confortável para isso? — perguntou Raul. O tom de suspeita havia se aprofundado, intensificando todos os medos de Emma.

— Seria mais... Mais civilizado. Olhe, apenas me dê um minuto para pegar algo para beber, um copo d'água... Você pode não querer, mas eu quero. E então eu... Então, nós poderemos conversar.

Por um segundo muito desconfortável, ela achou que Raul iria recusar. O olhar cínico e cético que ele lhe dirigiu fez seu corpo retesar em apreensão.

Mas, então, justo quando ela já estava absolutamente certa de que ele não iria concordar, Raul fez que sim com a cabeça.

— Certo — concordou, enquanto se virava para caminhar de volta para a sala de estar. — Esperarei. Mas apenas por um minuto. Não sou um homem paciente e quero saber com detalhes que diabos está acontecendo.

Deixada para trás, Emma pegou um copo e o colocou debaixo da bica, enchendo-o com água até transbordar e molhar seus dedos. Fechando a torneira com uma das mãos, levantou o copo até a boca e tomou vários goles. Em seguida, levantou o copo até a testa, esfregando-o acima das sobrancelhas em um esforço para se acalmar e aliviar a tensão que envolvia sua cabeça.

Precisava se controlar. Precisava ir até a sala e conversar com ele com o máximo de calma possível. Precisava lhe contar tudo o que acontecera, e então...

Ela estremeceu por dentro ao antecipar a provável reação de Raul, a explosão de fúria que provavelmente iria ocorrer assim que ela acabasse de falar.

Mas isso precisava ser feito... E o mais depressa possível. Trinta minutos, dissera ele, e os dois já haviam usado mais da metade desse tempo. Caso não se apressasse, o chofer iria voltar, e ela não teria coragem de dizer, na frente dele, o que precisava ser dito.

Pousando o copo na bancada da cozinha, empertigou os ombros e respirou fundo. Tinha de ser... Naquele momento.

Ela mal entrou na sala de estar quando uma imagem causou-lhe um arfado de choque. Raul estava à sua espera, mas não foi apenas a visão dele de pé ali — grande, moreno e formidável, pés plantados firmes no tapete diante da lareira a gás —, que abalou o mundo de Emma. Foi a fotografia emoldurada que ele segurava em sua mão, cabeça baixa, olhos fitando-a com intensidade.

E a expressão no rosto de Raul fez o coração de Emma se contorcer no peito. Ela sabia exatamente o que aquela expressão significava. Mas o verdadeiro problema era que ela sabia que aquilo que estava para lhe dizer apenas pioraria ainda mais a situação.


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Notas finais do capítulo

Olá amores, como estão? Me digam o que vocês acharam desse capítulo? Comente e deem suas sugestões. Espero que tenham gostando, um beijo da Dream e até breve. rs



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