Apenas sonhe ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 5
Capitulo 5


Notas iniciais do capítulo

Yooo cap novinho, espero que gostem!



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Cristian terminou de vestir o sobretudo cinza e saiu do quarto, dando de cara com o quarto em que Lucas dormiu, um sorriso iluminou o rosto do rapaz, que se aqueceu ao pensar no quão bom era ter o menino por perto e o quanto era maravilhoso a ideia de ter alguém para cuidar e proteger.

Seu maior sonho sempre fora ser pai, cuidar de uma criança e poder dar ao filho todo amor que pode, claro que esse sonho foi um dos argumentos usados pelos pais para impedi-lo de ficar com Set, mas Cris sempre soube que estar com o ruivo nunca o impediria de ser pai.

— Cris, vamos logo. – A voz do ruivo o tirou de seus devaneios e o lembrou de sua ‘missão’.

— Nem eu demoro tanto assim para me arrumar, cinderela. – Uma voz feminina o provocou, Cris sabia que se trava de Lucy, o que o alegrou, pois mesmo conhecendo a morena a tão pouco tempo, ele a considerava como uma irmã, por isso rapidamente desceu as escadas e correu até ela.

Ele abraçou a amiga, sentindo o perfume adocicado que ela sempre usava, mas reparou também em um hematoma em seu ombro, que ela cobriu com a jaqueta assim que percebeu que o amigo a encarava com revolta, Cris sabia do que se tratava e sabia que a amiga não iria querer ouvi-lo agora, por isso apenas suspirou e foi abraçar Lucas.

O menino estava vestindo um moletom branco com um cachorrinho desenhado na frente, uma calça cinza e uma toquinha preta na cabeça, que, para Cris, o deixava ainda mais fofo.

— Obrigado pela ajuda Lucy.

— Não é nada. – Ela beijou a bochecha do menino, que sorriu sem jeito e enterrou a cabeça no ombro de Cris, causando risos no rapaz e encantos na morena. — Ai meu Deus que menino fofo! – Lucy exclamou ajeitando a toca dele com cuidado, ainda rindo da timidez de Lucas.

— Ótimo agora tenho dois seres para sufocar ele. – Set resmungou entrando na sala, estava com a jaqueta azul fechada e uma calça jeans preta. Cris conseguia adorar o noivo de qualquer jeito que ele estivesse.

— Não da pra resistir. – O loiro brincou, ainda com os olhos voltados ao pequeno.

— É uma fofura sem tamanho. – Lucy se juntou ao amigo.

— Vocês são uma tristeza.

— Sei, sei, está arrumado?

— Claro que estou, não sou como você. – Set ironizou, recebendo o olhar assassino mais típico do noivo. Lucy riu da cena, e aproveitou a deixa para se despedir dos dois.

Quando ela saiu, Cris sentou Lucas no sofá e andou até o ruivo. — Viu como ela estava machucada? – Disparou, tentando falar o mais baixo possível. — Aquele imbecil deve estar batendo nela de novo.

— Cris, ela não quer falar sobre isso com ninguém. Temos que respeitar.

— Mas... – Set abraçou o mais novo, que apenas fechou a cara, revoltado, Cristian não podia aceitar que uma amiga tão querida estivesse sofrendo, não gostava nem de pensar no que faria se aquele marido dela aprontasse alguma na sua frente. — Temos outro problema a resolver agora, lembra?

— Sim.

Cris lançou um olhar a Lucas, que os encarava com a cabecinha encostada no sofá, ainda se sentia acuado com a ideia de levar aquela coisa fofa para casa, mas ele sabia que era o certo a fazer.

— Então vamos de uma vez.

— Ok! – O loiro andou até o menino e pegou a mão dele, o acompanhando até a porta. — Muito bem fofo, é hora de ir para sua casa, animado?

O menino o fitou, se mantendo em silencio, Cris se sentia péssimo quando ele fazia isso, pois, de um modo ou de outro, ele sabia que o menino o estava poupando de alguma verdade dolorosa.

Set passou a mão pelo ombro o noivo e o abraçou novamente. — Não consigo aguentar isso. – O loiro sussurrou, sentindo os olhos marejarem.

— Vai dar tudo certo. - Ao receber o apoio de Set, Cris se sentiu bem melhor e os três decidiram sair de casa de uma vez.

Ventava um pouco frio e na certa havia chovido de madrugada, o cheiro de frescor ainda estava no ar, com isso a caminhada foi mais tranquila, pelo menos por metade do cainho, tudo começou a piorar quando Lucas indicou o beco escuro e sujo.

Cris observou aquele lugar com uma mistura de surpresa e confusão, era realmente escuro, mesmo de manhã era difícil achar a luz do sol, o chão era sujo e uma lata de lixo transbordava de tão cheia.

— Eu passei por aqui ontem... – Lucas murmurou com seu jeitinho inocente, era inacreditável para Cris o modo como o menino não possuía a menor noção de gravidade. — Na verdade, eu ia dormir aqui, mas preferi ir atrás de vocês.

Lucas concluiu e lançou um sorriso aos mais velhos, mas seu sorriso logo se reduziu ao ver a expressão no rosto dos mesmos. — O que foi? Cris você tá chorando?

O loiro não respondeu, de fato estava chorando, mas o que sentia era algo inexplicável, o que mais o matou foi olhar para aquele menino e lembrar de si mesmo, quando o pai o expulsou de casa aos quinze anos e o rapaz teve que dormir em lugares abandonados.

Ele se lembrava do quanto era desagradável.

Se lembrava da amargura que sentiu.

Se lembrava do medo e do frio, se sua mãe não tivesse o levado para casa alguns dias depois, Cris jamais soube se sobreviveria, na época a mãe não acreditava que o filho era de fato Gay, por isso lutava para muda-lo, por isso jamais permitiu que o filho fosse expulso novamente.

Um choro incontrolável o invadiu e Set precisou segurar o noivo, ainda chocado, Lucas se apavorou ao ver Cris naquele estado e se meteu entre os dois, pulando com os bracinhos esticados ao loiro e chamando a atenção para si.

Set pegou o menino no colo e abraçou Cris, deixando ambos bem próximos. O loiro segurou as mãos do menino com força e começou a se controlar, respirando fundo algumas vezes.

— Não fica triste. – Lucas sussurrou e o abraçou, Cris sorriu e pegou o menino em seu colo, indicando para Set que deveriam voltar a andar.

— Tem certeza que está bem?

— Sim, só fique ao meu lado.

— Claro. Sempre. – O ruivo aproximou os lábios dos do noivo e o beijou lentamente, um beijo que aqueceu Cris de um jeito que nada mais conseguia, o beijo de Set sempre o enchia de pureza e alegria, mesmo em momentos difíceis como esse, ele sempre podia contar com o noivo.


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Notas finais do capítulo

Como ficou?



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