Apenas sonhe ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oee espero que gostem..



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/598996/chapter/4

Set apenas encarava o menino no colo de Cris, tão pequeno e frágil ao mesmo tempo em que agia como se fosse maduro, mas no fim era só uma criança que sofria com o descaso, e o que mais o revoltava é que ele nem sequer desconfiava que bem perto de sua casa havia uma criança com esse tipo de vida, ele nem sequer daria atenção ao menino se ele não estivesse caído em sua porta, ele sabia que, querendo ou não, também contribuía para o descaso.

Suspirou cansado, já estava tarde e se lamentar sobre o que poderia ter acontecido jamais resolveria, o ruivo se levantou e caminhou até o noivo, tirando, com custo, o menino do colo dele.

— Que tal dormir um pouco? Já está tarde, estamos cansados para pensar nisso tudo. – Propôs, notando que o menino já estava quase adormecendo. Cris concordou visivelmente cansado e preocupado, Set ajeitou o menino na cama, cobrindo-o e dando-lhe um delicado beijo na testa que fez Lucas sorrir.

— Boa noite anjinho. – O loiro se ajoelhou ao lado da cama e sorriu para o menino. — Qualquer coisa nosso quarto é logo a frente.

Os dois saíram e apagaram as luzes, deixando o pequeno Lucas dormir com toda a tranquilidade necessária, Set tinha certeza que Cristian ainda estava remoendo toda aquela história.

— Ele vai ficar bem. – Comentou quando entraram no quarto, Cris se jogou na cama e enterrou a cabeça no travesseiro. — Ei! Amor, não fica assim. Não chora.

— Não estou chorando. – O menor resmungou com a voz sufocada pelo travesseiro e Set se deitou do outro lado da cama, começando a acariciar os fios loiros do noivo, não deu um segundo e Cris se jogou nos braços do ruivo e começou a chorar. — Não é justo isso.

Enquanto Set certamente não entendia de fato o que era se sentir abandonado, Cristian sabia muito bem o que era isso, diferente do ruivo, ele se assumiu bem jovem, com doze anos, quando se apaixonou por um antigo amigo de escola, que ao descobrir dos sentimentos dele, acabou se afastando e ainda começou a zoar Cris por ser Gay. Logo todos ficaram sabendo e o escândalo estava formado, o pai, que vivia ausente por causa do trabalho, afastou-se ainda mais do filho e a mãe, único motivo pelo qual ele não foi expulso de casa, se tornou um carrasco, que só sabia reclamar de tudo o que ele dizia ou fazia, Cris já não podia sair com os amigos, nem se aproximar de nenhum menino, sua família era muito conservadora e tentou de todo modo “concertar” o menino, mas foi em vão, mesmo com as mil e umas garotas que arrumavam para o loiro, ele nunca se interessou por nenhuma e, algumas vezes, causava problemas por se apaixonar pelos namorados ou irmãos dessas meninas.

Quando Set o conheceu, Cris era extremamente isolado e introvertido, ninguém de sua família parecia se importar com os sentimentos dele, só com o que ele fazia ou falava, ele era como um filho ideal, por longos anos escondeu quem era de verdade para tentar agradar a família, isso, é claro, mudou quando os dois se conheceram, a paixão foi intensa e forte, com o tempo não dava mais para esconder e acabaram assumindo, um novo choque a família de Cris, que o viu como um caso perdido e o largou de mão de vez.

Cris sofreu por suas escolhas, assim como Set havia sofrido por suas próprias decisões, mas e quanto a Lucas? O que ele escolheu? O que ele fez para desagradar tanto assim a vida?

— É mesmo injusto, ele é tão pequeno. – Set murmurou, ainda consolando Cris. — Queria poder ajudar, mas o que podemos fazer?

— Eu quero cuidar dele... Quero... - O loiro soluçava. — Dar amor e carinho, quero que ele saiba o que é isso. Quero que ele se sinta acolhido... Entende?

— Sim.

— Quero que ele olhe para a vida... E sinta que pode seguir... Que nós estamos aqui para entendê-lo em qualquer coisa... Que ele precisar.

— É o que eu também quero. Ei, calma. – Set enxugou as lágrimas de Cris e beijou-lhe lentamente.

Quando se afastaram, o ruivo sorriu e beijou a testa do amado. — Por que não descansamos em? Amanhã você poderá encher ele de amor o quanto quiser.

— Tá. – Cris riu e se aconchegou ao lado de Set. — Te amo.

— Também te amo.

##

A luz do sol e o som do despertador foram suficientes para acordar Set, que se revoltou ao ver o quão cedo acordou, o relógio marcava sete horas, e pensar que em pleno domingo estaria acordando as sete.

Ele se levantou e se arrastou para o banho, onde conseguiu se realocar no mundo, vestiu uma roupa simples e saiu do banheiro mais vivo. Cris ainda dormia, o que não era novidade.

Set caminhou até a porta e a abriu, se deparando com a porta do outro quarto aberta e Lucas deitado no chão, se divertindo enquanto jogava o travesseiro para o alto, quando viu o ruivo, o menino parou e sorriu timidamente.

— Bom dia Lucas, está bem... Cedo.

— Bom dia Set.

— Uau! Está falante hoje. - O menino riu sem jeito e o ruivo ergueu a mão. — Que tal prepararmos o café para a bela adormecida ali? Sem torradas é claro.

— Tá. – Lucas correu e segurou a mão do mais velho, que apenas riu da empolgação dele. Os dois desceram as escadas e se dirigiram a cozinha.

— Gosta de queijo?

— Não sei.

— Não sabe? Bem é o que vamos descobrir, pois vou te apresentar uma das maravilhas do mundo, o que acha de ir preparando o pão enquanto eu faço o café?

— Pode ser. – Lucas se sentou em uma das cadeiras mais altas com a ajuda de Set, e começou a colocar as fatias de queijo no pão enquanto o ruivo fervia a água.

— Prova. - Set pegou um pedaço de uma fatia de queijo e colocou na boca do menino, que sorriu ao provar. — Não é maravilhoso?

— Sim.

— Vamos roubar mais um pedaço, só não faça isso perto do Cris, ele acha que é trapaça.

Lucas riu, pegando outro pedaço do queijo e saboreando, o mais velho apenas o observava com consternação, não conseguia imaginar a situação em que aquele menino realmente vivia, depois de um longo suspiro começou a preparar o café, ainda com a atenção voltada ao menino. — Ei pequeno, me diz, você mora por perto?

— Mais ou menos.

— Eu queria conversar com seu pai, será que consigo? – Ao ouvir a pergunta, Lucas apenas fitou o mais velho em dúvidas, ele parecia considerar a ideia e ao mesmo tempo teme-la. — Se não tiver problemas, é claro.

— É só que...

— Só?

— Não sei se vai gostar de lá.

— Sem problemas, eu vou mesmo assim.

— Quando?

Set abriu a boca para responder, mas a voz de Cris o impediu, ele gritava bom dia do topo das escadas e sorria como nunca, mesmo que ainda parecesse cansado. — Acordou a rainha. – O ruivo zombou quando o parceiro terminou de descer as escadas.

— Bom dia. – Cris beijou o canto da boca de Set e correu para abraçar Lucas e encher o menino de beijinhos na bochecha. — Dormiu bem coisa fofa?

— Sim. Olha estamos te esperando.

— Ah! Querido, estão me esperando, que fofo. – O loiro lançou um olhar agradecido a Set e voltou a abraçar Lucas. — Vamos comer então?

— Me senti esquecido agora. – O ruivo murmurou, entregando o copo com café a cada um. — Aliás, antes que eu esqueça, eu falei com o fofinho aqui e pensei em irmos ver onde ele mora e com quem.

— Claro, afinal eu tenho que conhecer esse seu pai.

—Não sei se vai gostar dele. – O menino admitiu e Cris riu.

— Tudo bem amore, eu já não gosto. Enfim, quando vamos?

— Pensei em irmos hoje, depois do café.

— Mas já? - Cris tornou a abraçar Lucas. — Não quero me separar dele.

— Vamos Cris, temos que conversar com o pai dele o quanto antes. – Set acariciou a bochecha do loiro, tentando se lembrar de como aquele jovem tão quieto se tornou tão teimoso.

—Tá. Mas isso depois.

— Claro, só tente não matar o menino com sua empolgação.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai ?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Apenas sonhe ~ sendo reescrita~" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.