No Largo Grimmauld escrita por Andye


Capítulo 1
Um toque de galanteio


Notas iniciais do capítulo

O texto aqui criado foi inspirado em um trecho de Relíquias da Morte e em uma fanart que vi.
Quero dizer também que esta é a primeira short escrita depois de um período de abstinência que tenho sofrido desde que concluí Por Você.
Me perdoem a demora em continuar com as fics, mas ainda estou em crise pós fic.
Mesmo assim, espero que gostem. Beijocas no coração!



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"Harry acordou cedo na manhã seguinte, envolto em um saco de dormir no andar da sala de visitas. Uma parte de céu estava visível entre as cortinas pesadas. Era o azul frio e claro de tinta aguada, em algum lugar entre a madrugada e o amanhecer e tudo estava quieto, exceto as respirações profundas e baixas de Rony e Hermione. Harry espiou as figuras escuras que eles faziam no piso ao seu lado. Rony tinha tido um chilique de galanteio e insistiu que Hermione dormisse nas almofadas do sofá, de forma que sua silhueta ficasse acima da dele. Seu braço curvado ao chão, seus dedos a centímetros dos de Rony. Harry imaginou se eles tinham caído no sono de mãos dadas. "

— Harry, você se importa se a Hermione dormir nas almofadas?

— Não precisa Rony. Eu posso muito bem dormir no saco de dormir como vocês.

— Não, Hermione, não vou deixar que você passe frio ou fique desconfortável.

— Não vou passar frio, Ronald. E se fosse assim, como eu poderia permitir que você passasse frio?... Ou o Harry.

— Não precisam se preocupar comigo. - Harry conseguira se expressar finalmente. — E eu acho que o Rony tem razão, Hermione. Não tem porque você dormir no chão.

— Eu não vejo motivos para dormir nas almofadas.

— Hermione, somos dois contra uma. Você vai dormir nas almofadas. - E enquanto falava, Rony retirava e batia as almofadas do sofá espanando a poeira, colocando-as gentilmente sobre o chão, próximas aos pés de Hermione. — Não tem que contestar, queremos que fique com as almofadas. - Finalizou colocando a coberta sobre as almofadas estendidas.

Hermione sorriu intimamente, embora superficialmente parecesse contrariada enquanto se direcionava as almofadas. Olhou para Harry e o amigo nada fez, apenas sorriu e deu de ombros como que lhe mostrasse que não adiantava muita coisa contestar.

Ela olhou novamente para Rony e o sentimento de carinho e admiração floresceu ainda mais. Nunca a tratara tão bem e desconfiava que alguma coisa tivesse a ver com o tal livro que ele sempre estava lendo quando o encontrava sozinho na Toca nos dias que antecederam o casamento e embora achasse estranho o comportamento do amigo que tanto amava, não poderia dizer que não ficava feliz.

— Tudo bem, Rony. Você venceu.

E proferindo as sabias palavras, sentou-se sobre as almofadas tão bem amontoadas para ela. Rony pareceu satisfeito, pois o sorriso que abriu seria o suficiente para que ela aceitasse muitas das coisas que ele pedia, mas isto ele jamais saberia, ou saberia, um dia, se ficassem vivos depois de toda essa guerra.

O pensamento fez o peito de Hermione se esfriar e doer enquanto se acomodava e Rony percebeu a tristeza que envolveu o rosto da garota tão bela que estava há aproximadamente um metro de seu saco de dormir.

— Está tudo bem, Mione?

A voz sussurrada e cheia de preocupação do ruivo despertou Hermione de seus maus pensamentos. Virando pra ele, sob sua coberta, ela revelou seus temores em um tom carregado de apreensão.

— Não está nada bem, Rony. Você-sabe-quem está por ai, nos procurando e eu estou com medo do que pode acontecer com a gente.

As palavras eram um sussurro. Não sabiam se Harry estava ainda acordado, e tinham medo que o amigo se sentisse ainda mais pressionado pela apreensão que carregavam.

Levantando-se de seu saco de dormir enquanto era observado por Hermione, Rony o arrastou até ficar a poucos centímetros dela, deitando-se em seguida e ficando de frente antes de continuar.

— Mione, todos nós estamos com medo. Por nossas famílias, por nossos amigos... Pelo Harry. Não sabemos o que nos espera, mas temos que confiar que o Harry sabe o que fazer.

— Eu sei... Mas como vamos ajudar?

— Eu não sei como vamos ajudar Hermione. Sinceramente, eu nem sei o que vamos fazer ou como vamos encontrar essas horcruxes, mas temos que ficar com o Harry.

— Ele precisa da gente, não é?

— Sim. Ele precisa da gente...

A frase ficou cortada. Rony queria completar dizendo que ele precisava dela também. Que sempre precisou e que não conseguia mais imaginar a vida sem ter a sabe-tudo ao seu lado. Mas ele não disse. Calou a frase que revelaria para ela o quanto ele a admirava e amava, o quanto estava preocupado por ela estar ali com eles. Não revelou que faria o que fosse necessário para que ela estivesse sempre bem, para que não se machucasse.

— Rony, e se não der certo?

— Pelo menos tentamos. Teremos convicção de que nossa luta não foi em vão. Vamos ter a certeza que fizemos o melhor que poderíamos ter feito.

— Você tem razão...

— Sério? - Ele pareceu divertido. Ela sorriu com um sussurro.

— Sim. Muitas vezes. Você não imagina o quanto é esperto e forte, Rony.

— Obrigado. - Ele agradeceu sentindo ainda uma enorme gratidão por terem apenas a penumbra da lua adentrando uma janela da sala, assim Hermione não veria o vermelhão que suas orelhas se tornaram.

— Rony...? - Ela o chamou, os olhos fechados, o cansaço já vencendo suas palavras.

— Estou aqui, Hermione.

— O que vai acontecer com a gente? - Ela perguntou quase inebriada pelo sono.

— Eu não sei Hermione, mas o que quer que nos aconteça, e onde quer que a gente esteja eu vou estar lá pra te proteger. Não vou permitir que te façam mal e se for preciso, trocarei a minha vida pela sua.

— Segura a minha mão, Ron...

— Claro.

Rony estendeu um pouco o braço e tocou delicadamente a mão estendida de Hermione. Aquela sensação de conforto e quentura que sempre sentia perto dela preencheu seu coração e lhe afastou um pouco o temor das horas passadas.

Ela dormia tranquilamente agora, e ele velava o seu sono como um protetor, apto a não deixar que nenhum mal sobreviesse a ela. Hermione lhe estendera a mão em resposta as suas palavras e ele a aceitara. Não a deixaria, era isto o que se prometia, e preferiria morrer a vê-la sofrendo.

E assim, observando a serenidade com a qual ela dormia, aproximou ainda mais o seu rosto do dela. Sentiu a respiração calma e profunda de Hermione quando tocou levemente seus lábios com os dele.

Hermione jamais saberia o que ele havia feito. Ele mesmo não acreditava que tivesse coragem de tal ato, mas seu coração se alegrou ali e, ainda a observando, sentiu a calma invadir seu corpo, segurando a mão de Hermione mais próxima de si, se rendeu também ao sono e ao descanso.


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez, desculpem a demora em postar, e peço que comentem, o que quer que seja, só pra eu saber o que acharam.
Beijocas.



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