Fomos para o quintal dos Humphrey e encontramos Jeremy, Joe e Brian na grande piscina. Brian jogava água para cima e dava pulinhos. Mas, com o olhar assustador que Joe deu para ele, parou.
Ao chegar, ficamos paradas olhando para a piscina.
- Vão ficar aí paradas o dia todo? – Perguntou Joe.
- Er... A gente vai ficar só de biquíni, então... Virem o rosto. – Disse Sue.
- Não! – Respondeu Joe e Jeremy ao mesmo tempo.
Eu bufei e tirei a camiseta e o short. Sue fez o mesmo.
Percebi os olhares de Joe e Jeremy em nós.
Após fazer isso, logo nos tacamos na água, jogando água na cara deles.
- Precisava fazer esse escândalo todo, more? – Perguntou Brian. – Vou pegar um pouco de sol.
Ele saiu da piscina e vi suas vestimentas.
Ele vestia uma sunga de oncinha bem pequena.
- Ai! Que visão do inferno! Meus olhos estão ardendo! Ardendo! – Brincou Joe.
Brian pegou algo em sua bolsa e passou nos lábios. Aos nossos olhares, ele explicou:
- É protetor labial, ok? – E se deitou em uma espreguiçadeira.

Nadamos, bebemos e comemos muito.
Quando já era de tarde, Sue e Joe estavam sentados nas espreguiçadeiras e trocavam gestos carinhosos. Brian estava no lado da piscina perto deles e os perturbava, tacando água. Eu estava na outra ponta da piscina, sozinha, pensando na vida. Jeremy estava do meu lado, provavelmente pensando também.
- Então, Lilly. Está se divertindo? – Ele perguntou.
- Ah, claro. Demais.
- Isso me lembrou nossa infância. Lembra que íamos quase todo dia à piscina?
- Lembro, lembro. E quando chovia a gente chegava a chorar de tanto implorar pra ir à piscina mesmo com chuva. Mas, nossos pais não deixavam, então a gente ficava brincando em casa. – Eu lembrei, rindo. – Eu sempre quis que tivesse piscina na minha casa também. Mas, minha mãe resolveu fazer de todo o quintal um “Maravilhoso Jardim”. Então, vocês construíram a sua e me fez mais feliz.
- Pois é. Eram bons tempos.
- Por que eram bons tempos? Não estamos vivendo bons tempos? – Perguntei.
- Ah, claro que estamos. Mas, quando éramos crianças, não tínhamos problemas e fazíamos tudo sem pensar.
- Pois é. – Eu disse.
Ele se pôs a minha frente e nós ficamos muito próximos. Começou a acariciar meu rosto e eu fechei os olhos. Então, fui surpreendida com um delicioso beijo. Esse beijo fez imagens de todos nossos momentos juntos passarem em minha cabeça.
Ficamos uns 2 minutos nos beijando. E acabou com um selinho.
De repente, senti um flash em nós.
Me virei e vi Joe com a câmera nas mãos, Sarah, sua mãe, atrás batendo palmas e Brian dando pulinhos de alegria.
- Pronto, está registrado. Agora não podem negar que sempre foram apaixonados um pelo outro. – Disse Joe, com um sorriso de orelha a orelha.
- Seu idiota! Eu vou te matar, imbecil! – Jeremy saiu da piscina e começou a correr atrás de Joe. Se lançou contra ele e foi parar em cima dele. Mas, Joe era mais forte e virou, ficando em cima de Jeremy.
- Me da essa câmera! – Jeremy gritou, quase sendo sufocado pelo peso do irmão.
Logo, o sorriso de Sarah se desfez para uma careta:
- Meninos, parem! Vocês vão se machucar! Sam vem me ajudar! – Sarah pediu ajuda ao marido.
Sam obrigou que os meninos pararem. Joe se distraiu com o pai e Jeremy aproveitou para pegar a câmera de sua mão e jogar na piscina.
- Seu retardado! Quebrou a minha câmera! AHHH. – Joe gritou de raiva e começou a socar Jeremy, mas foi impedido pelo pai que segurou seus braços e o trancou dentro de casa.
Percebi que Jeremy estava machucado, pois não conseguia se levantar. Fui correndo ajudá-lo.
- Jeremy! Não precisava ter feito aquilo tudo por causa de uma foto. – Eu o repreendi, ajudando-o a se levantar.
Ele sentou no chão e disse:
- Pensei que você ia ficar com raiva.
- Bom, no início fiquei irritada, mas não precisava ter se machucado por mim.
- Me desculpe. – Ele pediu, mexendo em meu cabelo molhado.
- Tudo bem. – Eu disse. Dei um beijo em sua bochecha e o puxei para ficar em pé.
- Você está bem, filho? – Sarah perguntou, preocupada.
- Estou, mãe. Não precisa se preocupar. – Jeremy disse. Depois se virou para mim e perguntou: - Você tem certeza que não está chateada?
- Tenho. Não precisava ter quebrado a câmera do seu irmão, era só uma brincadeira. – Respondi.
- Ela ta certa! Vê se a escuta, imbecil! – Gritou Joe, dentro de casa.
- Joe, se acalme. – Pediu Sam.
- Não! Ele quebrou a minha câmera! Não precisava ter feito tanto escândalo, era só uma brincadeira! – Ele gritou.
- Uma brincadeira de mal-gosto, filho. – Sam disse.
- Peraí, posso conversar com ele. – Disse Sue, entrando na casa e puxando Joe para a sala, onde não podíamos ver.
Depois de 10 minutos de espera, Jeremy perguntou:
- Pô, eles tão conversando ou se beijando?
Sue finalmente saiu de casa, de mãos dadas com Joe.
- Ele está mais calmo agora. – Ela disse.
- Verdade? – Sam perguntou para Joe.
Joe balançou a cabeça.
- Bom, finalmente as coisas se acalmaram. Odeio ver meus filhos brigando. – Disse Sarah.
- Joe, Jeremy vai comprar uma câmera nova para você, não é Jeremy? – Perguntou Sam.
- Não vou, não! - Jeremy gritou.
- Vai sim, Jeremy. – Disse Sam.
- Não vou! – Ele gritou novamente. Sarah olhou para mim, desesperada, com medo de que uma nova briga se iniciasse.
- Jeremy, escuta seu pai. É só uma câmera. Eu já te disse que não precisava ter quebrado ela. Por favor, vamos encerrar esse assunto. Compre uma câmera para ele. – Eu pedi, com a mão em seu ombro.
Jeremy respirou fundo e olhou para mim. Eu sorri.
- Está bem. Mas, só porque Lilly me pediu. – Ele disse.
De felicidade, lhe dei um beijo rápido na bochecha.
- Obrigada, Lilly. – Disse Sarah.

Com a confusão terminada, fomos lanchar na mesa que tinha no quintal. Enquanto todos conversavam, me virei para Brian ao meu lado e perguntei:
- Brian, por que você acha que o jantar foi uma desgraça?
- Porque vocês não se vestiram como eu falei, cuspiram comida no jantar e meus pais ainda viram Sue e Joe se agarrando no banheiro. Não acha isso uma desgraça? Eu queria que fosse tudo perfeito, mas não foi... – Ele respondeu, cabisbaixo.
- Ah, me desculpe Brian. Não foi nossa intenção causar isso tudo. – Eu disse.
- Tudo bem. Vocês são meus únicos amigos, então vou perdoar. – Ele sorriu.
- E... Mais uma pergunta. – Eu disse. – Os seus pais sabem que você é gay?
- Er... Não. Só os meus empregados. – Ele admitiu.
-Não? Mas, por que? E como você sai de casa com aquelas roupas... comprometedoras?
- Ah... É porque meu pai é muito... homem, sabe? Ele nunca me aceitaria assim. E as roupas... Bom, meus pais viajam muito. Então, eu só saio daquele jeito quando eles estão fora. Quando estão em casa, visto uma roupa normal e levo as roupas divas na minha mochila. – Ele sorriu, satisfeito com sua resposta.
- Ah... Ta. – Eu estranhei.