Cinco anos. Sim, cinco anos desde a última vez que estive cara a cara com Maxon, e faz cinco anos dês da ultima vez que acreditei que poderia esquecê-lo.

Viver com Charlie, é de todas as formas perfeita e incrível, mas ela não me fez uma mulher apaixonada por ele. Todos os dias na escola de artes e musica mais renomada de toda Illéa, que por um acaso pertence a Charlie e a mim, vejo claras tentativas de flertes de tias e mães dos alunos para com Charlie, e eu sei que como mulher dele deveria mostrar minha indignação, e tento de todas as formas mostrar que me importo.

Charlie era um ótimo pai, sempre presente e alegre, nunca realmente se importou em não saber quem era o pai de Eadlyn e Ahren. Ele fazia meus filhos felizes e era um ótimo amigo. E mesmo eles tendo o sobrenome Barcelos, Charlie tinha um costume horrível de me lembrar, indiretamente, o sangue real que meus filhos carregavam, pois sempre os chamava de princesa e príncipe.

Eadlyn era a mais velha, por sete minutos, e como não era uma garota boba, e mesmo quando tinha só três anos, já usava isso contra o quieto e bonzinho irmão:

...–Ahren, eu não quelo sabê, se a mamãe manda você faz- disse Eadlyn com as mãos na cintura numa pose autoritária, para o irmão, que se encolhia a cada palavra da irmã.

— Mas Ead, a mamãe mandou você fazer, não eu. E as bonecas são suas, eu não quelo junta suas coisas- disse Ahren para se defender.

—Ahren, a mamãe sempre diz pra você obedecer os mais velhos, eu sou mais velha. Vai logo, eu já mandei- disse ela apontando para as bonecas e o seu baú encostado na parede.

Enquanto na cozinha de um espaçoso e humilde apartamento Charlie e eu riamos da ousadia da pequena Eadlyn.

—Essa minha pequena princesa, tão parecida com a mãe... -sorriu Charlie para mim, eu sorri de volta, ela era tão parecida comigo, pelo menos era o que diziam parentes e amigos... Todos na verdade, mesmo não sendo ruiva como eu, ela agia como uma Singer e em seus momentos de sossego ela lembrava-me meu pai, com aqueles olhos chocolates de Maxon, era impossível para eu olhar meus filhos nos olhos e não ver Maxon. Minha mãe nunca entendeu da onde saíram àqueles olhos cor de chocolate, afinal nem eu nem Charlie tínhamos parentes com tal cor de olhos...

Ahren mesmo tendo os cabelos castanhos e olhos cor de chocolate como a irmã era totalmente diferente Eadlyn nas ações, pois sempre era o mais calmo e atento aos detalhes e à história das coisas, sempre curioso e um pouco intrometido. Vê-lo andar, ou agir e falar era como olhar Maxon.

Eadlyn era uma pequena estrela, sempre dançando, cantando ou fazendo firulas pelos lugares para chamar atenção, uma menininha um tanto folgada. Quantas vezes não vi minha própria filha trocar-me pelas tias May e Celeste, que a tratavam como uma boneca (o que ela adorava).

Já Ahren, sempre se comportou como um pequeno adulto, sempre em silêncio, quase sempre era irredutível às tentativas da irmã de convencê-lo a aprontar, mas como eu disse, quase sempre:

...-Quem furou meu lençol?- Perguntei nervosa para os pequenos de capetinhas na minha frente, que só abaixaram a cabeça- Não vou perguntar de novo... E se ninguém assumir a culpa eu vou deixar os dois de castigo, ninguém vai ir ao passeio amanhã com a tia May...- ameacei, e de súbito Eadlyn apontou para o irmão, que incrédulo se chocou com a traição da irmã

—Nem vem, eu quero ir com a titia- disse a Eadlyn

—MÃE! Eu só furei porque ela pediu a gente só estava brincando de fantasma, eu disse para ela não pegar seu lençol, muito menos a tesoura, mas ela me disse que se eu furasse você não ia nem saber...

—Mas eu descobri, e agora nenhum de vocês vai amanhã- disse irredutível, mas no final nada pude fazer quando Charlie, aquele traíra, se juntou a eles contra mim.

Num dia de sol todos nós fomos comemorar no apartamento de Kotta e Celeste seu aniversário de casamento de cinco anos. Todos nos sentamos em volta da mesa e almoçamos, nunca tinha visto Celeste tão radiante, e com certeza aquele brilho não vinha do seu vestido um pouco colado ou sua maquiagem perfeita, mas vinha sim era de seu sorriso de felicidade.

—Olá Ahren, como vai?- perguntou Celeste para meu filho, que respondeu com um aceno da cabeça- e você Ead?- Disse Celeste, que se alegrou ao ver que sua afilhada estava bem.

—Tia como a senhora esta bonita- disse Eadlyn- passa maquiagem em mim, por favor?

—Claro- disse Celeste- e não me chame de senhora, eu ainda sou nova, me chame de titia.

As duas saíram da sala e foram para o quarto. E eu fui cumprimentar Marlee e Carter, que haviam saído do palácio e agora viviam num bairro próximo ao meu, ela era atualmente a chef de um renomado restaurante, e Carter que dividia o posto de general das tropas de Illéa com Aspen, que só chegou a esse posto por ter lutado muito bem na nova Ásia (É Maxon realmente mandou Aspen para lá) pouco depois de ter casado com Lucy.

Kyle estava ao lado do pai, ele já era um rapaz grande mesmo tendo a mesma idade que Ahren.

— Marlee!!!- quase gritei ao vê-la- Miguis quanto tempo- disse abraçando ela

—Ames, você me viu sábado passado- ela riu e eu disse:

—Muito tempo, ou vai dizer que achou outra melhor amiga, e que me esqueceu- eu levei a mão ao coração e me fingi ofendida com a hipótese dela me trocar

—América, para. Você quer que eu me ajoelhe e te peça em casamento?-ela disse debochada, eu ri e senti braços envolverem minha cintura e um queixo apoiar-se em meu ombro

—Nem pense nisso Marlee, se não ela acaba aceitando e eu fico sem esposa- Charlie disse rindo e nós quatro rimos, Carter precisou correr e tirar da mão de Kyle uma das pequenas peças que formavam uma bela escultura de meu irmão, pois o garotinho corria com ela e estava prestes a joga-la como uma bola pela janela.

E antes de almoçarmos nos sentamos no espaçoso sofá e começamos a conversar enquanto víamos as crianças ver televisão, mas em um momento à programação oi interrompida e o jornal de Ele começou a passar, eu sempre assistia, não pelas noticias, mas para ver Maxon, sobre o trono e sob a coroa, e nunca podia ver o Maxon real, o verdadeiro que eu sabia que vivia sob o olhar triste e sério que habitava o rosto dele. Mesmo nunca ter dito nada sempre sofri silenciosamente quando via Maxon envelhecer pela TV, ou quando via entrar de mãos dadas com Kriss ou sair desta mesma forma. Mas um dia, não entendo o porquê, quase chorei ao saber que Kriss esperava um bebê:

—Meu querido povo de Illéa, hoje venho aqui lhes dizer que eu, carrego em meu ventre o futuro regente desse reino, e filho do rei Maxon meu excelentíssimo marido- ouve aplausos e então a programação voltou a passar normalmente, como se nunca tivesse se ouvido falar na gravidez da rainha.

Todos voltaram a conversar, mas eu apenas olhei para o televisor como se ele tivesse acabado de mostrar o meu maior medo, e bem, ela realmente mostrou. Eu estava lá, com cara de idiota, esperando não sei o que, me dizer que Maxon não havia seguido sua vida ‘você queria o que? Ele seguiu a vida dele, como você, só que ele conseguiu e você vive meio no passado meio no presente, tola é o que você é, se prometeu não guardar esperanças, e agora acha que ela estar grávida dele é impossível isso, puff! Você e o Charlie tiveram relações, porque mesmo você achou que ele não teria com a Kriss?’. É verdade, o que eu estava esperando dele? Que ele me esperasse? Da forma como eu não o esperei?

Enquanto América se perdia em seus pensamentos Marlee encarava a amiga com preocupação.

América precisava chorar, e por isso pediu licença sem levantar suspeita e já no corredor saiu correndo ao banheiro. Lá tentou chorar, mas nenhuma lágrima escorreu, ela se que ficou com a voz embargada de tristeza, e quando ouviu Marlee do outro lado da porta, ela se levantou e se ajeitou, pois mesmo sem chorar ela havia se descabelado toda.

—Entre- América disse depois de destrancar a porta

—Você esta bem Ames?- disse a amiga alisando os cabelos da ruiva

—Porque não estaria?- perguntou América, Marlee espremeu os lábios numa linha fina e encarou o reflexo da ruiva no espelho. América se virou e assim que olhou a amiga a abraçou, ela queria contar para alguém sobre os filhos e como ela estava triste por não ter superado a perda de Maxon, e o quanto dói ela não poder dizer a verdade para o amado, que deve a odiar mais a cada segundo.- Marlee, o que eu faço? Eu não sei o porque estou assim... triste por ele ter engravidado a Kriss, eu sabia que ia acontecer e eu jurava que estava pronta para esse momento, porque eu vivi minha vida e segui em frente... mas, toda a vez que eu o vejo na TV sério daquele jeito... eu me entristeço, eu me culpo, por algo que nem sei se é real, ele está mais frio. Lembra-se quando ele julgou aqueles sulistas? O Maxon que eu conhecia não os daria aquela sentença, eu... eu não posso mais alimentar esse sentimento por ele, mas... cá estou eu, trancada num banheiro tentando esconder que eu... eu o amo, e por cima tento fingir que os meus filhos são de Charlie, mas... eles são de Maxon, e que eu não me importo com isso, que só porque eles tem sangue real nãoquer dizer que eles tenham de saber disso- América despejou tudo sobre Marlee numa rapidez incrível, que ficou até tonta com tudo aquilo, e a única coisa que podia fazer era acariciar os cabelos da amiga

—Ahren e Eadlyn são filhos do Maxon?- perguntou a amiga- Isso até que faz sentido... mas Ames... vocês se amavam tanto, e sinto tanto por ele não ter te escolhido... mas você presica dizer a verdade... foi por uma mentira que hoje você está longe dele...

—Marlee eu não posso contar, ele está com a Kriss, que está grávida, e meus filhos já tem um pai... eu não posso simplesmente chegar no palácio e dizer ”Hey Maxon! Lembra- se de mim? Pois é, então... antes de você escolher a Kriss lembra que a gente dormiu junto? Então, naquela noite eu fiquei grávida e agora você tem esses dois filhos, Eadlyn e Ahren”- ela disse insanto um tom de que aquilo era ridículo- Não vou contar.

—Ames você quem sabe... só não deixe isso tomar um rumo na qual você não possa mais voltar ou desviar.

As duas saíram do banheiro e cada uma saiu de lá, e nos dias que se seguiram uma apoiou a outra, por durante dezessete anos.