Eu Odeio A Comida Mas Eu Gosto De Você escrita por ohhoney


Capítulo 3
Os cabides NÃO


Notas iniciais do capítulo

Gostei muito de escrever esse capítulo porque me identifico com o Kasamatsu nesse aspecto. Mas eu acho que não seria tão legal quanto ele foi. Sei lá.

Aí no meio da história tem uma dica de uma coisa que eu estava fazendo enquanto escrevia (level: médio). Quem conseguir achar ganha um drabble do seu shipp favorito!



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Kise Ryouta, 21, realmente tinha um péssimo guarda-roupas para alguém que era modelo. Ele honestamente não gostava de gastar tempo demais escolhendo roupas. Preferia ajeitar o cabelo ou passar aqueles mil cremes que o pessoal da agência tinha recomendado (mas não que ele gostasse, também).

Por isso suas irmãs mais velhas, envergonhadas de sair com ele na rua, acabaram concordando em arrastá-lo para uma sessão de compras financiada e planejada pelas mesmas. Elas odiavam como Kise achava natural misturar listrado e xadrez num mesmo outfit. Por isso naquela tarde de quarta-feira as duas arrastaram o jovem rapaz para aquela rua cheia de lojas no centro da cidade.

A primeira loja que entraram chamava-se Blu3st Blu3 e parecia ter uma coisas bem legais. Pelo menos foi o que a vitrine sugeriu.

Por ser uma quarta, a loja estava naturalmente vazia. As irmãs de Kise pediram para ele escolher algumas roupas e encontrar com elas no provador, já que também queriam fazer umas comprinhas para si. Assim, Kise Ryouta foi deixado sozinho no primeiro andar da loja, cercado de pilhas de calças jeans, camisetas coloridas, funcionários da loja e aquela musiquinha irritante de lojas de departamento.

Ele respirou bem fundo e começou a olhar as roupas. As camisas xadrez estavam em promoção. Ótimo. Kise pega algumas da pilha e vê se serviria nele. Parecia que não tinha nenhuma G. Ok, ele era um cara magro, mas as camisas tamanho P não serviam um cara de quase 1,90 de altura. Kise grunhe, amassa as camisas numa bola e as lança em cima da pilha de novo.

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O dia de Kasamatsu Yukio, 23, já tinha começado uma merda por causa da chuva de manhã cedo, e por ter pisado naquela poça de água imunda com seus tênis novos, e isso é o primeiro passo para deixar um cara como ele puto da vida.

O segundo passo foi ter aquele moleque alto amassando e desdobrando todas as camisas que Kasamatsu tinha meticulosamente alinhado quando chegara, e isso, mais do que a poça de água, deixava-o imensamente puto.

Yukio tentava se convencer de que estava tudo bem, que o garoto era só um pouquinho distraído e que não tinha a menor noção de que a morte estava quase fungando no seu pescoço. Por esse motivo, o paciente funcionário seguiu o moleque loiro por aí, arrumando a bagunça que ele deixava pelo caminho, mas sempre com a paciência de Jó de não estrangular aquele pescoço magrelo e depois jogar o corpo na caçamba.

Mas o que deixava Yukio mais puto era que o garoto loiro remexia todas as pilhas de roupas, bagunçava tudo o que encontrava, e não escolhia uma única peça. Kasamatsu respirou bem fundo e repetiu para si mesmo que precisava daquele emprego para comprar um violão novo (seus sobrinhos tinham destruído seu antigo), e que ele merecia ir para o céu depois daquela semana infernal.

Mas, olha, sua paciência chegou no limite quando o garoto alto foi ver algumas coisas no cabideiro e colocou uns cabides virados para dentro e outros para fora. Essa era a pior coisa pra se fazer em uma loja de departamentos que tem Kasamatsu Yukio como funcionário.

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Kise Ryouta já estava de saco cheio de ficar ali e ainda não tinha encontrado nada que gostasse. Tinha rondado toda a seção de calças jeans e de casacos, mas não viu nada que tivesse lhe chamado a atenção.

Queria muito ir para casa e jogar video game e tomar banho de banheira e comer pão com nutella.

Ryo tinha parado na frente de outra pilha de camisetas, agora com a estampa HATERS GONNA HATE bem grande em um verde neon horroroso, e estava procurando alguma coisa — qualquer coisa — para comprar só para poder sair dali.

Foi quando ele viu alguém se aproximando pela esquerda e parando bem ao seu lado.

— Oi, tudo bem? — era um cara baixinho e ele tinha o sorriso mais forçado que Kise tinha visto na sua vida inteira — Essa chuva tá mesmo um saco, não? Por sinal, se você tirar e desdobrar mais alguma camisa e largar de qualquer jeito eu vou enfiar ela pela sua garganta, tá?

Aquele cara meio que tinha o olhar mais furioso que Kise presenciara e, caralho, a morte estava realmente fungando em seu pescoço.

— T-Tá...

— Posso ajudar com alguma coisa, por sinal?

A plaquinha na camiseta do funcionário dizia Kasamatsu Y. Sua expressão ainda era furiosa por trás daquele sorriso medonho, e isso deixava Kise um pouquinho desconfortável.

— E-Eu estava procurando as roupas tamanho G...

— Ah, caramba, eu sabia que isso ainda ia acontecer... — Kasamatsu esfrega as têmporas e vira de costas — Vem comigo.

Os dois disparam pela loja seguindo na direção dos fundos.

— O idiota do gerente disse pra tirarmos as roupas G da parte da frente porque as pessoas nunca compram G, mas eu disse que alguma aberração de dois metros podia aparecer e que as Ps não iam servir.

— A-Aberração de dois metros...? - Kise não sabia como se sentir sobre isso.

Kasamatsu ergue uma sobrancelha grossa, ainda com o olhar sério.

— Eu tenho 1,90.

— Eu não mereço essas coisas — Kasamatsu diz mais para si mesmo e continua guiando Kise pela loja. Eles passam por um corredorzinho apertado e chegam em uma outra parte da loja com algumas roupas mais legais — Pronto. Ainda precisa de ajuda?

Kise fica surpreso em ver como as peças G eram mais legais que aquelas da entrada da loja e começa a se empolgar com as camisas vermelhas. No segundo seguinte, Yukio segura seu pulso firmemente.

— Se você for desdobrar as roupas de novo...

— Não sei dobrar roupa.

Kasamatsu encara Kise por longos dez segundos antes de fechar os olhos e começar a rezar a Deus por mais paciência e para livrá-lo desse instinto assassino que toma conta do seu ser neste dado momento. Felizmente o instinto passa e Kasamatsu abre os olhos de novo.

— Não toca em nada. Me fala o que você gosta.

Foi assim que Kasamatsu Yukio teve seu primeiro bico de babá para um garoto mais alto do que ele e que não sabia dobrar roupas. Pelo menos o tal garoto saiu da loja com duas sacolas cheias de roupa.

Ele acabou voltando mais vezes naquela semana, e Yukio ainda não sabia se Kise desdobrava as roupas de propósito.


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Notas finais do capítulo

AU: I work at a department store and if you take out and unfold a shirt and then leave it one more time I’m going to stuff it down your throat


Quero dizer, eu sei que você provavelmente tem uns empregados, mas você deveria pelo menos saber dobrar e escolher suas roupas direito, Kise ffs



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