Quando Sam finalmente estava em um bom sono, ouve o seu despertador alarmar.

– Ah, que droga! – diz ela, com nenhuma vontade de levantar-se.

– Vamos Sam! Levanta. – sua mãe estava entrando no seu quarto

– Isso é realmente necessário?

– Ora, acha que ir para escola é algo desnecessário?

– Mas...

– Vamos!!! Já era pra está de pé. – sua mãe a corta logo.

Samantha despreguiça pela segunda vez, e vai para o banho, se arruma o mais rápido que pode, e desce para esperar sua mãe.

– Toma seu café.

– Estou sem fome. – diz Samantha indo em direção à porta principal

– Ok, não venha passando mal depois. Vamos!

Elas saem de casa e entram no carro, poucos minutos depois estão em frente uma escola. Nessa hora o coração de Samantha disparou, nessa hora sua ficha caiu. Ela estava indo para uma nova escola, professores novos, pessoas, todas novas.

– Boa sorte e boa aula querida. Quando sair me liga! Sinto muito, mas tenho que ir para o trabalho.

Samantha esperava que sua mãe a acompanhasse até sua nova sala (‘’nova’’, palavra que sempre a perseguia). Mas o que ela iria dizer? Que aos 16 anos, precisava da mão de sua mãe para andar? Ela não podia fazer isso. Ela já tinha que esperar por essas palavras de sua mãe, de algum modo, Samantha vinha se ‘’virando sozinha’’.

– Tudo bem. – essas foram as únicas duas palavras que Samantha conseguiu pronunciar.

Ela saiu do carro em direção ao portão, onde estava provavelmente o porteiro, um homem de aparência bem mais velha, com os cabelos grisalhos e rosto muito simpático.

– Bom dia, você é a aluna nova, estou certo? – ele disse com um sorriso de orelha a orelha enquanto observava Samantha meio aérea.

– Oh sim, bom dia.

– Seja bem vinda à sua nova escola. Entre que as aulas já vão começar!

– Tudo bem, obrigada! – Samantha disse enquanto passava pelo enorme portão

Samantha estava meio confusa de onde estava, não conseguia ver nenhuma sala, só uma multidão de pessoas andando com muita pressa. Quando ela colocou a mão em seu bolso onde tinha deixado um papel com o número de sua sala, ela sente um esbarrão e suas coisas caindo pelo chão.

– O-oh, me desculpe. Eu não tinha percebido você aqui. Sinto muito, deixe-me ajudar. – uma menina que aparentava a mesma idade de Samantha dizia enquanto de abaixava para pegar as coisas que havia derrubado.

– Não precisa, eu dou um jeito, valeu mesmo!

– Claro que precisa, aqui está. A proposito, prazer, Mycca! – ela disse estendendo uma mão.

– Samantha. Meu nome é Samantha. – Sam retribuiu o aperto

– Não pude deixar de notar esse papel, A76, essa é sua turma?

– É, acho que sim.

– Puxa, que legal, venha comigo, posso te mostrar. Estudamos na mesma turma!

Samantha achava estranha toda aquela intimidade e simpatia que Mycca a passava, mas gostava do fato de ter uma pessoa que não iria a deixar perdida no meio daquela escola totalmente desconhecida.

– Ok. – Samantha respondeu enquanto era puxada por um dos braços corredor a fora.

Um impacto as fizeram cair. Samantha estava meio desantenada com o que estava acontecendo ao seu redor, e não percebeu o que causara aquele tombo. Mas, depois de alguns segundos surgem duas garotas, uma mais alta, de cabelos loiros até o ombro, com uma saia escandalosamente rosa, que ofuscava a presença da garota ao lado.

– Mycca Hathway, finalmente com companhia. Afinal, uma estranha sempre reconhece a outra, certo? Hahahaha. – ela já ia andando quando percebeu que Mycca não se manifestou. Mas Samantha não ia ficar calada, não diante disso!

– Totalmente certa coisa rosa. Você e essa aí são a prova disso, correto? – Samantha se levantou e estendeu uma mão a Mycca, para ajuda-la a levantar. Todos ao redor riam escondido das duas garotas que as empurraram.

As meninas se calaram e saíram bufando pelo corredor. Mycca e Samantha continuaram seu percurso.

– Quem eram aquelas? – Samantha indagou

– A loira é Kath, Katherine. A sua amiga é Maryne. Todos, ou quase todos, têm um certo ‘’medo’’ delas, especialmente Kath. Ela é neta do fundador da escola, e se sente muito privilegiada por isso, às vezes até demais. Ah, e obrigada!

– Oh sim, não entendo... Medo? E por que está agradecendo?

– Às vezes Katherine pode ser cruel demais. E estou agradecendo porque de uma certa forma você nos defendeu. É difícil alguém confronta-las

– Eu apenas fiz minha parte. – Samantha estava meio confusa por tudo aquilo.

Finalmente elas chagaram até suas salas, parecia uma eternidade, todos os corredores por onde passaram... Aquilo era uma espécie de castelo?

Duas horas e 40 minutos depois foram liberadas, quando Samantha estava já saindo pelo portão e pegava seu celular para telefonar sua mãe avisando do término da aula, sentiu algo gelar sua cabeça. Seu celular estava no chão. Sem bateria, sem capa. Provavelmente acabado. Ela olhou para cima e viu Kath no segundo andar, com um balde na mão, rindo e com o olhar de vingança, por Samantha ter batido de frente com a ‘’neta do fundador’’.

– Quer uma carona?

Samantha se virou, e viu um rapaz alto, montado em uma moto. Sem capacete, dava para notar seus olhos castanhos e cabelos escuros, um sorriso encantador. Mas quem era aquele? De onde surgiu? No estado que ela estava, sozinha, molhada, sem Mycca, e sem celular, não podia ignorar uma oferta de ajuda, então apenas consentiu com a cabeça e montou-se na moto. Em uma rápida velocidade, Samantha via o colégio e todos os alunos que estavam do lado de fora, ficarem cada vez mais distantes. Ela guiou o motoqueiro desconhecido, e estava na sua rua.

– Prazer, meu nome é Taylor.

– Obrigada Taylor. – Samantha disse se afastando e abrindo o portão de sua casa.

– Não vai se apresentar senhorita? – ele falou com um ar de riso

Samantha devolveu o riso e entrou, indo direto para o primeiro banheiro que avistou na nova residência. Enquanto toda aquela agua gelada caía em seu corpo, lagrimas rolavam pelo seu rosto junto com toda sua alto-estima, que parecia estar no chão. Por que tudo isso? Por que com ela? E quem era Taylor?