Uma canção de esperança escrita por Lu Rosa


Capítulo 9
Nove




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Lucille afastou-se de Julian. Com um sorriso tímido e ao mesmo tempo sensual, ela levou-o pela mão em direção as escadas. Eles as subiram em silêncio e entraram no quarto dela.

Nesse momento, Lucille o deixou para acender a luz do abajur.

Lentamente, ela levantou o pé para tirar o sapato. Primeiro o esquerdo depois o direito.

Ver a jovem à meia luz do abajur teve um efeito devastador sobre o jovem. O sangue corria-lhe mais rápido nas veias, deixando-o mais alerta e mais forte, como se ele fosse enfrentar uma batalha. Era como se ver com Lucille, a mulher que povoava seus sonhos desde garoto fosse a fonte de todo seu poder como homem. Primeiro como um anjo salvador, como ele mesmo dissera a ela. E depois com tons mais maduros, mais sensuais, a ponto dele ir embora quando ela se casara. Julian sentia todo seu corpo reagir a ela de forma intensa. E quando ela, numa pose de abandono, tirou os sapatos e baixou os braços ao longo do corpo, ele venceu a distância entre eles e abraçou.

Lucille deixou-se abraçar, sentindo que todo o corpo de Julian tremia. Ela levantou o rosto, sentindo a respiração entrecortada dele contra os lábios. Dentro dela existiam agora duas mulheres: a que era como uma virgem, surpresa com a redescoberta das sensações provocadas pelo toque de Julian em seus lábios, em seu corpo. E a que era sensual, feminina, possuidora do poder que colocava a sua mercê aquele homem acostumado a pegar em armas e lutar.

Ela levou as mãos até a camisa dele e começou a soltar os botões. Afastou a camisa expondo o peito forte e os ombros. Julian expirou profundamente ao sentir as mãos dela percorrendo seus braços.

A jovem então deu a vez a ele, pegando as mãos e levando-as até os botões de seu vestido. Trêmulo, Julian lutou com os delicados botões de madrepérola. Quando finalmente o vestido caiu aos pés de Lucille num farfalhar de seda, ela virou-se de costas para ele encostando seu corpo no dele. As mãos grandes dele rodearam a cintura dela subindo até os seios espalmando-se sobre eles. Ela não resistiu a caricia, pelo contrario. Seus seios reagiram ao toque. Os mamilos endureceram-se sob os polegares dele. Um calor acumulou-se em seu ventre. Os lábios dele correram pelo pescoço dela. As mãos dele voltaram para as costas dela para soltar o fecho do sutiã.

Como se fosse um sacerdote de uma religião matriarcal primitiva, Julian ajoelhou-se aos pés de Lucille para depositar pequenos beijos no abdome firme. Cada toque dos lábios dele em sua pele provocava arrepios em Lucille. Ele levantou a cabeça e no mesmo tempo Lucille abaixou a dela. Os olhares se cruzaram.

Julian se levantou e pegou Lucille no colo. Depositou-a na cama e se afastou para tirar suas próprias roupas. Seu desejo era evidente e a moça suspirou em antecipação. Ele deitou-se ao lado dela. Lucille virou-se de frente para Julian levando a mão ao rosto dele. Os olhos do rapaz estavam escurecidos pelo desejo, mas ele não tomou nenhuma iniciativa.

– Eu tenho medo de tocá-la e ver você desaparecer como um sonho.

Ela riu.

– Toque-me, Julian. – ela pediu. - Verá que não sou um sonho.

Lentamente, ele começou a deslizar a ponta dos dedos pela pele de Lucille, provocando arrepios. A moça fechou os olhos deitando-se de costas, oferecendo-se totalmente a ele.

Julian continuou percorrendo o corpo de Lucille até atingir o centro de sua feminilidade. Ali ele parou, como se esperasse por uma ordem para continuar. Lucille já era uma mulher consciente de seus desejos. Ela dobrou a perna, permitindo que ele tivesse acesso irrestrito aos seus segredos.

Ele a tocou ao mesmo tempo em que se inclinava em direção aos seios dela. Movimentando e ao mesmo tempo mordiscando a pele sensível dos mamilos fazia com que ela emitisse sons indistintos.

Totalmente acesa, Lucille moveu o corpo colocando-se sobre ele. Julian abriu os olhos de surpresa. Nunca ele havia vivido situação semelhante, estava acostumado a ter o controle da situação. Mas ver Lucille sobre ele, os cabelos longos caindo como uma cortina sobre os dois, foi um desafio que ele não pôde resistir.

Preenchida pela força dele, Lucille sentiu como se fosse explodir. Feminino e masculino unidos, como nos primórdios da humanidade, numa dança secular. As mãos dele percorriam seu corpo, acariciando e apertando. As dela espalmavam-se pelo peito dele, sentindo as batidas fortes do coração.

Julian ergueu-se abraçando o corpo de Lucille junto ao seu. A pele dela brilhava a luz do abajur. Unidos numa espiral avassaladora, ela contra ele, ele contra ela, até se sentirem parte de uma explosão. Lucille arqueou seu corpo para trás enquanto Julian bradava sua vitória aos quatro ventos.

A essa explosão, seguiu-se uma serenidade como se a Terra tivesse parado de girar. Lucille recostou a cabeça no ombro de Julian enquanto a respiração de ambos voltava ao normal.

– Eu amo você, Lucille. – Julian murmurou contra a pele dela. – Eu a amo, sempre amei. Vou amá-la para sempre. Enquanto viver.

Lucille ficou em silêncio ainda sentindo as batidas de seu coração voltando ao normal.

– Não posso dizer o mesmo a você, Julian.

Ele afastou a cabeça um pouco para trás para fitá-la.

– Eu lhe ensino a me amar. Seríamos felizes juntos.

– É um momento de incertezas, Julian. Você não tem que me fazer promessas. – ela levantou-se dele. Agora que o momento havia passado, um frio a percorria. Não que tivesse arrependida. Era adulta, viúva, não tinha nada a dever a ninguém. Se quisesse arrumar um amante, ela arrumaria. Mas ouvir aquele jovem lhe prometendo um amor que tanto tinha de puro quanto de incondicional e não ser capaz de corresponder à altura, era no mínimo terrível para ela.

– Julian, - como ela podia falar que não corresponderia a ele sem magoá-lo profundamente? – não posso devolver seu amor à altura por que não sou livre para isso.

– Mas você é viúva... – ele se levantou da cama e vestiu a calça, enquanto ela enrolava-se em um negligé.

– Sim. Sou uma viúva, mas meu coração continua sendo de Gerard. Mesmo depois de dois anos, meu coração é dele. Sempre foi.

– Isso não existe! Você vai se trancar para sempre por causa de um morto?

Os olhos dela acenderam-se como duas brasas quando ele disse isso.

– Não admito que você questione meus sentimentos só porque possuiu o meu corpo. Estou disposta a aceitar você em minha cama por ser uma mulher adulta. Mas se você agir imaturamente, isso acaba agora. Você me terá ao seu lado, mas nunca o meu coração. Esse já nem a mim pertence mais.

Julian respirou fundo numa tentativa de se acalmar.

– Lucille meu amor, minha alegria de ter ao meu lado é tanta que eu posso viver sem seu coração. – ele a abraçou, deixando ela perceber que seu desejo voltara. – Tenho seus olhos que me encantam, seus beijos que me enfraquecem e seu corpo que me escraviza. O que eu posso querer mais? – ele depositava beijos ternos em seus olhos, em seus lábios e em seu pescoço a medida que falava.

Lucille deixou se abraçar sentindo-se naquele momento acariciada pelas palavras gentis dele, mas no pensamento de Julian só algo se repetia: Lucille seria dele por inteira. Ela lhe pertenceria de corpo, alma... E coração, de onde ele haveria de expulsar aquele bastardo professor de uma vez por todas.


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