Schizophrenic escrita por Adam Lancaster


Capítulo 8
07 de março de 2015


Notas iniciais do capítulo

Capítulo agendado. Espero que gostem.



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O doutor Guilles era um homem de meia idade que usava um óculos fundo de garrafa de lentes bem grossas, que começava a ficar calvo e ganhar fios grisalhos na barba. Ele acompanhava meu caso desde que fui diagnosticado com esquizofrenia aos onze anos, ele era amigo da família, na verdade devia rios de dinheiro a ela, por isso nos prestava serviços gratuítos.

–Como vai meu paciente hoje? - ele perguntou.

–De saco cheio de ver a sua cara. - respondi “simpaticamente” - E você?

–Soube que não tem tomado seus remédios, é verdade?

–Não sei. Não confia em suas fontes?

–Adam, seu remédios são para o seu bem. Eles lhe ajudam...

–A não ser uma aberração? É, eu sei, mas tem quase um ano que não falo com o Christopher ou com o Kyle e durante esse tempo que fiquei sem usar remédios ainda não os vi. Acho que não preciso mais deles.

–Mentira – Christopher, falou se sentando ao meu lado me assustando.

–Isso é bom. - Guilles falou anotando algo em seu caderno.

–Posso usar o banheiro? - perguntei.

–Saia, vire a esquerda, ultima porta no corredor.

Saí daquele inferno e adentei no minusculo banheiro que mal comportava Christopher e eu.

–O que está fazendo aqui? - perguntei.

–Achei que gostava das minhas visitas. - ele respondeu com um sorriso travesso.

–Em horários apropriados. Tinha que aparecer agora?

–Deu vontade.

–Foda-se. Fica quietinho, tá legal?

–Não promento nada.

–Tá parecendo o Kyle...

Voltei para o consultório, me sentei na poltrona e o Chris se sentou ao meu lado.

“Já lhe falei que seu psiquiatra me da medo? Ele tá me encarando.” Ele não pode te ver, como pode estar lhe encarando? “Eu não faço ideia, mas ele está.”

–O Christopher está aqui, não está Adam? - Guilles perguntou.

“Viu que eu lhe disse?” Ignore a presença dele.

–Senhor Guilles, como eu já lhe disse, antes – falei com a maior calma do mundo – Eu não converso com ele há quase um ano.

–Então, isso pode ser positivo, seu cérebro está começando a processar que ele é só um fruto da sua imaginação.

–Não vamos começar essa discussão novamente, ok?

–Adam, você precisa entender que ele não passa de um ser criado por você e sua mente estran... Peculiar.

–Doutor, já chega.

–Adam...

–Eu disse já chega.

–Ele nunca existiu. Lide com isso.

–Até a próxima consulta. - falei me levantando.

–Adam, - ele me chamou e eu me virei – Já está na hora de encarar a realidade.

Fui para a recepção esperar James, o nosso motorista. Eu estava frustrado e Chris podia ver isso, tá, considerando que ele no momento atual está em minha mente, claro que ele saberia como eu estou.

–Não fica assim. - ele falou me envolvendo em seu braço.

–Eu tô cansando, Chris. - Suspirei e a recepcionsta me encarou. Nunca viu um doido conversando com uma alucinação não? - Eles querem me deixar louco.

–Não fala assim, Adam.

–Quantas vezes tenho que falar que meu pai quer me deserdar? Só que ele não pode fazer isso, não sem motivo. Ele não me quer como diretor das empresas da família.

Meu celular vibrou. James havia chegado.

–Você vem? - perguntei.

–Não. Foi mal, tenho umas coisas para resolver.

–Devo voltar a tomar meus remédios?

–Faz o que você quiser, Adam.

–Tchau, Chris.

Era a primeira vez que ele não me dizia a opinião dele. O que estava acontecendo? Você me confunde, Chris.

“07 de março de 2015

Caro Christopher,

depois que você foi embora eu não voltei para casa. Lembra da Tessa? A assistente do Nolan? Até que ela é legal considerando o patrão que tem. Ela me levou à uma loja a mando do meu pai para comprarmos uma roupa adequada para o jantar que foi hoje a noite. Assim que vi Tessa me levando para comprar roupas para o jantar pensei logo que meu pai estava ferrado.

Quando voltei para casa, Bryce ligou para mim, ele me chamou para sairmos, ele o irmão e eu, mas eu falei que teria o evento do meu pai, além do fato que eu não estava muito afim de encontrar o Bryan.

Passei a tarde no quarto sozinho jogando videogame, lembrei de nós dois jogando Mario e xingando aquele encanador idiota quando ele morria. Bons tempos.

O jantar foi uma merda. Quando desci, entendi o motivo de meu pai querer minha presença. Novos acionistas, e qual a principal visão deles? Família, e qual família era o esteriótipo de perfeita? Além de ter que encantar os visitantes fui obrigado a bancar o anfitrião pros filhinhos babacas dos investidores do Nolan.

Ainda bem que aquele pesadelo acabou. Eles entraram no meu quarto, Chris . Eu tive que trazer completos estranhos para o meu quarto.

Bem, esse foi meu dia.

Até mais, Chris."


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Notas finais do capítulo

É isso...



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