Diário de um Khajiit escrita por Lorde Rick Lefeaten


Capítulo 18
As aparências enganam!


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Ainda achei um motivo muito estranho para dar todo o dinheiro para um cara qualquer, então continuei questionando-a.

– Ainda não entendi muito bem, por que ele veio lhe cobrar, devia algo a ele? - perguntei

Ela me olhou de um jeito estranho.

– Não é daqui né? – confirmou ela ainda com um olhar confuso

– Não, sou de Elsweyr. – admiti

Ela suspirou fundo, passando um pano sujo sobre o balcão

– Aqui, em Skyrim, na verdade não em toda a Skyrim, só em Riften, a família Black Briar é a mais influente... – disse ela

– Sim, disso eu já sei. – falei

– Pois então, porém você tem ideia do por que? – perguntou ela me encarando com seus olhos cor de ametista

– Por causa da cerveja? – confirmei

– Não, a família Black Briar é a líder da guilda! Da Guilda dos ladrões! – exclamou ela jogando o pano para o lado com raiva

Será que era verdade?! A família de Bonery eram os lideres de uma organização de roubo?! Por isso tanta riqueza... o que mais me incomodava era que tudo se encaixava perfeitamente.

– Mas oque isso tem a ver com o homem te ameaçando? – perguntei

Ela pareceu ter voltado a realidade, saiu de trás do balcão pegou o pano do chão e voltou a limpar o balcão.

– Apesar do nome, a Guilda dos ladrões, fazem mais do que apenas roubar, eles controlam nossa cidade, eles dizem que nos darão proteção em troca de dinheiro, muito dinheiro. – explicou ela

– Proteção? De que exatamente? – perguntei

– No começo, pensávamos que era uma proteção de verdade, de ursos, assassinos, trolls, mas era deles, deles mesmos! – disse ela se segurando para não jogar o pano no chão novamente

– Seja mais especifica. – pedi

– Quando Riften começou, os Black Briar foram os primeiros a chegar, e inaugurar a cidade, depois foram chegando outras pessoas, inclusive eu, então os Black Briar disseram a todos novos na cidade que essa era uma área perigosa, e que eles poderiam nos proteger se pagássemos e ofereceram um preço caro, mas todos com medo dos “perigos” que citaram, aceitaram o acordo, assinaram papéis, tudo por proteção! – disse ela com os olhos de enchendo de lagrimas

– Proteção que no final não foi correspondida? – confirmei

– Não foi bem isso, depois de quase a cidade toda ter aceitado o acordo, os pouco que não o fizeram, começaram a ser vitimas de roubos, muitos, todas as noites, trancavam portas, janelas, cada entrada de suas casas, mas os ladrões sempre davam um jeito de entrar, ninguém sabia como, então essas pessoas foram obrigadas a assinar o acordo também e os roubos magicamente paravam, porém depois de um tempo as pessoas começaram a ficar sem dinheiro o bastante para pagar essa proteção, as que paravam eram roubadas até o ultimo Septim e forçadas a se mudar, as famílias novas que chegavam eram alertadas pela Black Briar se aceitassem o acordo, elas viviam bem e pagando, se não aceitassem roubadas também... – explicou ela

– Ninguém fazia nada contra isso? – perguntei

– Deixa eu terminar a história dai você faz perguntas por favor! – exclamou ela apertando o pano em sua mão

– Como quiser. – falei abaixando o tom da voz

– Obrigada. Todos achavam que os Black Briar tinham um método muito eficiente de expulsar ladrões, com magia talvez, até que um dia, eu descobri que eles eram os lideres da Guilda que aterrorizava Riften! Quando entrei na mansão Black Briar vi a líder suprema deles, Shollna – perfeito! Agora além de tudo, a mãe da Bonery é que era a mandante de tudo! – conversando com um dos ladrões, infelizmente eles me viram, não me mataram por que sabiam que o povo sentiria minha falta e os questionaria quanto a isso, mas me forçaram a não dizer nada... – explicou ela

– Já posso fazer perguntas? – perguntei

– Não! – gritou ela

Abaixei a cabeça e continuei a ouvi-la.

– Mesmo eu sabendo que eles na verdade não ofereciam proteção, eu deveria continuar pagando-os, caso contrario, eles destruiriam meu vaso de Dibella do meu pai, e se mesmo assim eu não cede-se eles teriam formas bem piores de me fazer pagar – disse ela já voltando a chorar – desde então, se eu atrasar o pagamento, ele vem aqui e fazem isso...

O silencio ficou a nossa volta por alguns segundos.

– Já pode perguntar se quiser. – disse ela

– Por que ninguém conspirou contra os Black Briar? – perguntei

– Por que ninguém sabe que eles são os lideres da guilda. – respondeu ela revirando os olhos

– Você é a única? – confirmei

– Não, eu e o dono de uma loja aqui por perto. – respondeu ela

– Por que você não esconde o tal vaso ou algo assim? – perguntei

– Eles disseram que se chegarem aqui e o vaso não estiver mais ali, eles vão partir para os métodos mais dolorosos. – respondeu ela

– Métodos mais dolorosos... contra você? – perguntei

– Não, bem pior. – disse ela olhando para uma adolescente também Imperial que limpava o chão atrás dela

– É sua filha? – perguntei

– Minha sobrinha, os pais dela morreram a um tempo, e ela é meio paranoica, temo pela vida dela, não quero que a façam mal... comigo, eu não ligo, prefiro morrer a ficar aqui sofrendo das opressões deles! – exclamou ela

– Não se suicida por que sabe que se fizer, ela sofrerá no seu lugar? – confirmei

Ela concordou com a cabeça.

– Obrigado pelas informações. – falei e sai da estalagem

Ao sair, dei de cara com Bonery, já não conseguia mais vê-la da mesma forma.

– Oi, estava te procurando, precisamos ir! – disse ela pegando em minha mão e me guiando para o portão onde todos estavam nos esperando

– Espera Bony! Tenho algumas coisas a te questionar! – exclamei

– Tarde demais... – disse ela quando nós já estávamos no portão

– E então vamos? – perguntou Âlara

– Espera! Tenho coisas a fazer! – falei

– Termine e depois nos encontre lá fora. – disse Katrin

– Não! – gritou Bonery, ela olhou significativamente para Katrin – vamos agora, todos concordam?

Todos concordaram com a cabeça e Katrin não respondeu, apenas abaixou a cabeça.

– Mas... – antes que eu pudesse completar minha frase, Bonery me pegou pela mão e foi me puxando até a carroça

– E agora vamos para onde? – perguntou Katrin

– Vamos para minha casa... em Markarth! – disse Âlara animada

Ela puxou as rédeas e o cavalo saiu trotando com a carroça.

– Vamos para Makarth?! Do outro lado de Skyrim?! – exclamou Bonery

– Todas as próximas cidades que precisamos passar ficam do outro lado de Skyrim. – disse Bazzir com um sorriso travesso

Bonery cruzou os braços e suspirou fundo. Ela era baixinha e fofa e tinha um jeito “inocente”, mas agora não conseguia mais ver esse lado, não entendo como ela pode ter escondido isso de nós, e deixar que façam isso com o povo, ela parecia ser uma pessoa tão ética. É, as aparências enganam mesmo! Me virei para Katrin que observava a vista com olhos de sono.

– Katrin, tenho mais perguntas a te fazer... – falei

Ela suspirou fundo, parecendo sem paciência.

– Vai querer saber mais sobre o conflito que está fazendo nosso país desmoronar em guerras e sangue? – perguntou ela ironicamente

– Não, tenho perguntas sobre Riften! – respondi

Ela se virou para mim, cruzou as pernas e ficou esperando eu dar as perguntas.


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Notas finais do capítulo

Bonery é bem mais malvadinha do que sua aparência demonstra e.e



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