Bad Heroes escrita por Katreem


Capítulo 4
You're With Me Now


Notas iniciais do capítulo

Demorei para postar porque estava processando a season finale até agora.
E eu realmente estou adorando escrever o Ezra como um cientista.



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— Magnífico! — Ezra animou-se e por um segundo pensei que ele fosse bater palminhas e dar pulinhos.

Ele pareceu desconfiado quando Alison contou sobre os acontecimentos inusitados, franziu o rosto e nos interrogou com milhares de perguntas, além de cogitar a ideia de que tudo não passava de uma pegadinha feita por Alison e Hanna. E quando olhei rapidamente em seus olhos azul-escuro, vi o pensamento de que Alison tinha montado uma gangue e vindo aqui para quebrar todo o laboratório dele. Foi quase impossível não rir quanto à essa ideia improvável, eu e Spencer tínhamos mesmo cara de delinquentes? E Aria? Ela parecia mais uma garota frágil e indefesa do que uma marginal sem rumo na vida.

Agora olhando incisivamente para a mão direita de Hanna, que tinha uma pequena chama de fogo na ponta do dedo indicador, Ezra parecia acreditar nas palavras de Alison. Seus olhos brilhavam em maravilha, parecia uma criança de seis anos numa loja de brinquedos e Hanna encolheu o dedo, apagando a flama do mesmo.

— O que mais sabem fazer? — Ele disse ainda impressionado, olhando para todas nós.

Alison deu um passo à frente, erguendo a mão direita e tocando com a ponta do dedo o jaleco dele. Uma crosta de gelo se formou no colarinho logo em seguida, fazendo Ezra arregalar os olhos ainda mais.

— Impressionante. — Ezra disse antes de retirar o jaleco do corpo e colocá-lo em cima da mesa, revelando sua camisa social na cor branca, que estava com todos os botões abotoados, sem exceção.

— Eu não sei muito bem o que posso fazer... — Spencer esclareceu incertamente.

— Considerando o que aconteceu hoje no banheiro da escola... Talvez possa controlar a água. — Aria sugeriu, erguendo a cabeça para olhar Spencer.

— Bem, então nos mostre, senhorita. — Ezra pareceu reprimir um sorriso de empolgação. Spencer inspirou fundo antes de puxar as mangas do casaco enquanto Ezra andava até a mesa e pegava um copo com água até a metade. — Me diga quando estiver pronta, está bem? — Ele avisou, ficando a alguns metros de distância de Spencer e esta assentiu.

— Tudo bem, estou pronta. — Spencer anunciou, fechando os olhos com força.

— Aí vai! — Ezra inclinou o cotovelo para trás e depois para frente, jogando uma quantidade generosa na direção de Spencer, esta por sua vez apenas alçou os dois braços para proteger o rosto.

Alison tinha um sorriso inteiramente satisfeito no rosto ao observar a água parada no ar, Hanna sorria contidamente, Aria parecia contentíssima enquanto o único sentimento que me preenchia era o orgulho.

— Deu certo? — Spencer tirou as mãos do rosto, fazendo a água se mover lentamente no ar.

— Não abaixe as mãos! — Ezra ordenou rapidamente. Ela manteve as mãos erguidas, olhando com júbilo para as gotas paralisadas para em seguida fazer um movimento brusco e rápido com os braços para a direita, jogando a água na parede ao lado de Hanna.

— Maneiro, Spencer! — Hanna sibilou feliz fazendo Spencer encher o ego e dar um sorriso convencido.

— Ótimo! — Ezra juntou as mãos e me olhou. — E quanto á você? O que sabe fazer?

— Ela consegue ler mentes. Legal, não é? — Hanna informou animada, com um sorriso estonteante.

— Mesmo? — Ezra içou as sobrancelhas.

— Acho que sim. — Disse hesitante.

— Então me diga no que Hanna está pensando. — Ele sorriu divertidamente, olhando Hanna com um semblante brincalhão.

Mirei os olhos nas íris azuis de Hanna, me concentrando internamente em uma respiração profunda e aguçada. Ela sorriu desafiadoramente enquanto eu vagava em uma imensidão sem fim de memórias e lembranças misturadas. Encontrar os pensamentos atuais de Hanna era mais difícil do que parecia, pois tudo parecia desorganizado como numa pilha de papéis aleatórios. Foi num estalo que sua voz soou na minha cabeça.

“Parece que a bunda do Ezra cresceu mais que a minha. Me sinto humilhada, Spencer também deve estar se sentindo assim.”

Abri os olhos no mesmo instante, encontrando cinco pares de olhos atentos aos meus movimentos. Olhei para Hanna, rindo internamente com o comentário sobre o traseiro de Ezra parecer maior que o dela e de Spencer.

— Eu não sei se devo falar o que eu vi. — Falei alternando o olhar entre Ezra e Hanna. Acabei concluindo que não iria compartilhar o visualizei. — Hanna estava pensando em uma porção de fritas com um milk shake. — Informei nervosamente.

— Isso é verdade, Hanna? — Ezra olhou-a.

— É, estou morrendo de fome.

— Que grande novidade. — Alison comentou revirando os olhos.

— Eu também estou com fome, muita para falar a verdade. — Aria se pronunciou lançando um sorriso cúmplice à Hanna.

— Oh, e você garota? O que faz de colossal? — Ezra se agachou perto da cadeira de Aria, puxando um lado da boca para cima enquanto engolia em seco.

— Eu acho que consigo... Voar. — Aria encolheu os ombros.

— Acha? — Ele sorriu surpreso.

— Deveríamos jogar a Aria lá do terraço e ver o que acontece. — Ali sugeriu em um tom de brincadeira, mas Aria pareceu assustada quanto à possibilidade e olhou para Ezra com os olhos verdes tremendo de medo. Todos franziram os cenhos para Alison, até mesmo Hanna. — Ah, vocês sabem... Eu estava só brincando, Aria. — Ela esticou o braço para tocar o topo da cabeça de Aria, bagunçando as mechas pretas de leve.

— A joguemos de uma altura não tão grande, então. — Arrisquei, tocando o ombro da garota na cadeira de rodas.

— Tudo bem por você, Aria? — Ezra a fitou com seriedade. Ela apenas assentiu. — Hanna a segure e depois a jogue para mim. — Ele dispôs antes de se afastar e ficar no meio da sala, Hanna fez o que lhe foi dito, ficando não muito longe dele com Aria nos braços.

— Eu não consigo fazer isso. — Hanna anunciou, olhando Ezra pesarosamente.

— Claro que consegue! Se não der certo, eu vou segurar a Aria. — O homem a tranquilizou. — Hanna, quando eu disser três, você a joga. — Hanna assentiu fechando os olhos. — Um, dois, três!

Hanna elevou os braços e jogou Aria como se ela fosse uma boneca de pano, fechei os olhos no mesmo instante me assustando levemente quando Spencer beliscou minha mão.

— Emily, olhe! — Ela disse perto de mim. Mantive os olhos fechados por mais alguns segundos, levando um susto quando resolvi abri-los.

Aria estava boiando no ar. Estava com os braços abertos e o choque era aparente em seu rosto pálido. “Uau” foi o que Ezra deixou escapar dos lábios corteses ao ver a cena, Spencer iluminaria toda Rosewood com o sorriso que tinha no rosto, Hanna estava com os olhos ainda fechados e Alison também parecia empolgadíssima.

— Consegue pousar agora? — Ali perguntou entre sorrisos.

— Eu... Eu... — Aria olhava o chão com pavor, parecia que iria cair a qualquer momento.

— Ah, qual é! Chega aqui. — Alison esticou os braços na direção dela e Aria se inclinou na direção dela, agarrando a manga da jaqueta de Ali. — Isso. — Alison agarrou as mãos de Aria e a puxou para baixo até que pudesse carregá-la, colocando-a na cadeira em seguida.

— Então, Ezra, pode nos dizer o que está havendo conosco? — Spencer questionou o homem, colocando as mãos na cintura fina por cima da blusa de renda.

— Ainda não. — Disse Ezra, olhando para ela de cima a baixo. — Precisarei de amostras de sangue de cada uma para poder examiná-las melhor. — Elucidou.

— Não será um problema, então. — Spencer concluiu rapidamente, andando energeticamente até Ezra.

Depois que Ali, Hanna e Aria já haviam tido suas amostras de sangue recolhidas, era a vez de Spencer cooperar para os estudos de Ezra. Com o braço estendido sob um pequeno suporte, ela fechou os olhos e relaxou instantaneamente. Eu não tinha visto quando as outras tiraram sangue, pois preferi me manter separada o suficiente para nem ver a cor do sangue. Mas por razões completamente desconhecidas resolvi me aproximar em passos lentos e articulados, para então observar todo o processo enquanto as outras três garotas se envolviam em um papo muito interessante por sinal.

Ezra enfiou a agulha na veia por debaixo da pele de Spencer cuidadosamente, mantendo-se concentrado nos primeiros segundos para logo em seguida entreter-se olhando na direção das três meninas que conversavam no canto do laboratório. Parecia estar apreciando uma delas já que um esboço de sorriso se formou nos lábios finos e uniformes, eu só não saberia dizer qual delas ele estava contemplando e também não estava muito a fim de xeretar a mente alheia.

No entanto sua distração causou o que eu tanto temia: a seringa se encheu do sangue escuro de Spencer e não sei por que motivos, Ezra começou a pressionar o polegar na parte traseira da seringa, fazendo o sangue dela jorrar pela própria agulha que possuía um minúsculo buraco por onde o sangue entrava, e agora saía. O antebraço de Spencer logo ficou lambuzado com o próprio sangue e a mesma abriu os olhos ligeiramente para olhar Ezra com revolta por seu descaso.

— Ezra! — Ela grunhiu sonoramente, chamando a atenção dele de imediato.

— Oh, meu Deus! — Ezra se apavorou, afastando a seringa do braço sujo de sangue de Spencer. Ouvi a risada abafada de Ali soar discretamente, logo depois de uma provável piada sobre a ocasião. Depois disso ela, Hanna e Aria estavam próximas, observando atentamente os movimentos rápidos e nervosos que Ezra fazia.

Depois disso, quando ele começou a limpar o sangue no braço de Spencer com um algodão úmido, senti meu estômago embrulhar demasiadamente com a vista de tanto sangue. De repente a sala parecia ter se tornado um barco em alto mar, balançando para lá e para cá incessantemente e minha testa ficou suada, mesmo estando frio na sala ainda mais pela presença de Alison bem ao meu lado. As coisas começaram a duplicar e eu via duas ‘Hannas’ ao lado de dois ‘Ezras’.

— Isso é... Sangue? — Quis saber com a voz já embolada. Tudo ao redor dos meus olhos ficou preto, depois disso só senti o impacto do meu corpo contra o chão frio.

***

— Hanna, ela já acordou? — Abri os olhos lentamente, piscando-os algumas vezes para me situar de onde estava. Ouvi a voz de Spencer perguntar algo mais do banco do motorista, onde ela estranhamente estava sentada já que quem deveria estar pilotando era Alison e não ela.

— Acho que sim. — Hanna murmurou em resposta, cutucando o cadarço do meu tênis com uma sonolência superficial. Olhei com os olhos um pouco arregalados para os lados, vendo que já estávamos no carro de Jason. Aria permanecia distraída no banco da frente, ao lado de Spencer e eu notei que estava deitada no banco de trás, com os pés em cima das coxas de Hanna e a cabeça descansada em algo gelado, mas ainda assim confortável. Eu só gostaria de saber do que se tratava.

— Está tudo bem. — Respirei profundamente ao analisar o sorriso curto e superficialmente sincero de Ali se estender bem diante do meu rosto. Intuí que estava com a cabeça descansada nas coxas dela. Seu sorriso permaneceu mais alguns segundos em seu rosto com formato de coração até que eu a olhei sem entender nada. — Você está comigo agora. — Seus dedos finos e gelados tocaram minha têmpora suavemente. O bastante para me arrepiar da cabeça aos pés.

Os olhos castanhos de Spencer brilharam — muito provavelmente de ódio — no espelho que estava no teto e ela resmungou algumas ofensas mentalmente. Fiz menção de levantar do colo de Ali para evitar as prováveis contendas que estavam por vir, mas a mesma segurou meus braços fitando meus olhos com repreensão.

— Você tem que descansar, Emily. — Disse com a voz doce. Spencer ergueu uma sobrancelha sugestiva e me olhou respirando fundo. Eu sabia que ela estava se segurando para não soltar algo do tipo: “Eu vou capotar esse carro se você não desgrudar dela agora.”

Aria a olhou como se pedisse calma.

Eu já não me sentia em condições físicas para combater toda aquela tensão que se instalou por conta dos olhares que Spencer me enviou, e quando Ali acariciou meus cabelos cuidadosamente foi impossível manter os olhos abertos até chegarmos a nossas casas. Antes de rematar os olhos e pegar completamente no sono, tentei formular um pedido de desculpas para Spencer, pois sabia que ela não gostava nem um pouco da criatura loura que segurava meu maxilar com uma de suas mãos, mexendo o polegar em uma carícia suave.


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Notas finais do capítulo

Sim, uma introdução de Emison.
No próximo teremos um certo hacker de computador dando as caras.



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