Bad Heroes escrita por Katreem


Capítulo 18
Hung Up


Notas iniciais do capítulo

Oi, seus delícias! Voltei rápido, né? Parece que a inspiração resolveu dar as caras. Huehue. Então, eu estive pensando (coisa rara, eu sei) se sei lá... Vocês gostariam que eu postasse os trechos dos próximos capítulos nas notas finais? Ia ser tipo os sneek peaks de PLL. Mas seria só um trecho de apenas uma cena. Será? Me digam o que vocês querem! Seus lindos, eu preciso da ajuda de vocês para um nome para as meninas, tipo o nome de cada uma delas e o nome do grupo, e aí? Podem ajudar? Digam nos comentários, pois não faço ideia de nomes. Ajudem-me, please! Enfim, sem mais delongas, boa leitura!
PS: erros devem ignorados.



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Hoje é sábado, o dia depois da sexta. Jura, Hanna? Sim, eu juro. E estou sobrevoando os prédios de Nova Iorque, como sempre. Dois meses depois da nossa engraçada brincadeira no supermercado, parecia que nossos laços estavam ainda mais estreitos. Infelizmente, algumas coisas ainda martelavam na minha cabeça desde aquele dia. Depois que fomos até o laboratório de Ezra para nossos treinos costumeiros, encontramos Jason e Harry lá com ele. Tivemos que nos esconder imediatamente enquanto Ezra mostrava alguma coisa a eles. Não perguntamos nada a Ezra, mas algum segredo ele estava escondendo e Ali trataria de descobrir o mais rápido possível. Afinal, seria o cúmulo se Jason soubesse dos poderes. No mesmo dia conhecemos o Rocky, que era o macaco de estimação de Ezra e que falava mais do que uma matraca. Foi um erro ter criado aquele comunicador para ele. Rocky havia voltado agora de uma viagem para a Capadócia junto com a mãe de Ezra. Eu esperava que a Sra. Fitzgerald fosse mais normal que o filho dela.
Agora viemos só para dar uma olhada na cidade e ver se está tudo em ordem, e obviamente não está. Eu adoraria poder fazer isso em Rosewood, mas aquela cidade é tão calma que os ladrões têm até tédio de aterrorizar por lá.
Não recomendo voos de altitudes altas se você tem medo de:
a) Altura.
b) Arrepios na espinha.
c) Zumbidos no ouvido.
d) Deslocar-se tão rápido que dá a impressão de que a pele do seu rosto vai se soltar.
Em outras palavras, eu achava incrível fazer isso.
Mergulhei com vontade em direção à rua, abrindo os braços e sentindo o sol da manhã, se é que é possível quando se está em chamas. Os carros passavam lentamente lá em baixo e as pessoas nas calçadas pareciam formigas. Desci voando ao lado do prédio e os executivos lá dentro correram para a janela para me olhar. Senti-me uma celebridade e acenei.
Quando senti que estava me aproximando do chão, me deixei chegar bem perto da rua até aprumar o voo, me lançando para cima de novo e dando uma série de mortais no ar. Sim, eu adoro me exibir. E era assim que eu passava pela Quinta Avenida, ia bem perto do chão e depois me lançava para cima de novo, dando pequenos gritinhos de entusiasmo. Voltei a voar normalmente ao lado de um prédio antigo, vendo Aria sentada no alto do Empire State Building, apenas observando tudo enquanto comia uma maçã.
Pousei em cima de um prédio qualquer e corri, me jogando no vazio. Vi de longe o enorme prédio da família Hastings, brilhando e reluzindo naquela manhã ensolarada.
— O que temos hoje, Ezra? — Perguntei abrindo mais os braços e desviando de um helicóptero.
Por alguns segundos não houve resposta no comunicador que estava no meu ouvido, e depois um leve barulho de ronco soou.
— Ezra?
— Ele está roncando! — Aria riu no fone.
— Ah, jura? — Ali também riu.
Ezra tinha nos dado pequenas escutas, era um aparelho minúsculo que colocávamos nos ouvidos e podíamos nos comunicar durante as missões. Era bastante prático, na verdade.
— Foi mal aí, meninas! — Uma voz anasalada disse. — Mas parece que o nerdzão dormiu, ele passou a noite toda acordado. — Reconheci a voz de Rocky no fone, ele parecia meio irritado.
— Assistindo The Big Bang Theory? — Spencer perguntou risonha.
— Isso e outras coisas. — Rocky bufou.
— Mas e então? Qual é a missão de hoje? — A voz de Emily preencheu meus ouvidos. Girei e desviei de uma caixa d’água em cima de um prédio.
— Roubaram um caminhão da Hastings com plutônio. — O macaco informou, e Spencer deu uma leve engasgada por se tratar da empresa de sua família. — Há uma perseguição policial em curso. Vou deixar que cuidem disso, qualquer coisa estaremos na ponte do Brooklyn. — Ele avisou antes de desligar.
— Beleza! Ao trabalho. — Ali disse empolgada. Voei baixo um pouco próximo aos carros na rua e torci para que nenhum deles pegasse fogo. — Aria e Spence, cuidem do perímetro e mantenham os pedestres longe disso. Hanna pegue o caminhão, eu e Emily vamos dar cobertura. — Ali ordenou decididamente no fone. Todas concordaram.
Escutei barulhos estrondosos, como carros batendo e relinchando.
— Aria, o que está rolando? — Perguntei, já que de onde ela estava dava para ver tudo.
— O cara está destruindo a polícia, passando por cima e gritando. — Sua voz saiu mais aflita do que eu esperava. — Dois ladrões estão passando por cima do carro gancho e indo em direção ao caminhão, carregam metralhadoras e parecem bem grandes para o meu gosto.
— Milhares de carros da polícia estão logo atrás. — Spencer acrescentou. — E os ladrões vão explodir o teto do caminhão.
— Dois carros da polícia ultrapassaram o caminhão. — Aria disse tão rápido que eu quase não entendi.
— Caramba, onde eles tão? — Ali perguntou.
— Uma rua atrás da Broadway. — Aria respondeu.
— Já estamos chegando. — Avisei e acelerei o voo, dando mais impulso nas pernas e nos braços.
— É melhor ir rápido, o cara acabou de passar por cima dos carros da polícia que estavam na frente. — Aria tornou a dizer. Francamente, para que falar tão rápido? Ainda são oito da manhã.
— Calma aí, Pequena Grande Aria, mais devagar. — Alison deu uma risadinha e todas nós acompanhamos.
E enquanto eu passava no alto por uma avenida, vi Alison na rua ao lado, deslizando no gelo pelos prédios. Ela escorregou deitada em uma espécie de escorregador de gelo que ela mesma ia projetando, empinando cada vez mais alto, meio que escorregando para cima. E então ela parou de distribuir o gelo e seu escorregador acabou lá no alto, enquanto Alison tomava o impulso e dava um giro maravilhoso, caindo de braços abertos no ar. Se eu era exibida, pode-se ter uma ideia de com quem aprendi isso.
— Belo salto. — Em elogiou.
— Eu sei. — Ali disse, se achando como sempre. E ela fez a mesma coisa que eu, só que bem mais arriscada. Ali foi caindo até chegar bem, mas bem perto mesmo da rua até criar seu escorregador de novo e sair deslizando deitada por cima dele.
Eu ainda estava voando meio baixo e as pessoas na rua gritavam quando eu passava. Eu só não sabia se era de medo ou felicidade.
— Olá, pedestres! — Gritei e me dirigi na direção da Broadway, virando algumas esquinas.
— Eles explodiram o teto e entraram no caminhão. — Aria alertou, e ela não parecia nenhum pouco calma.
Avistei o caminhão logo a minha a frente e me joguei na direção dele, dando um mortal só para dar estilo mesmo. Fiz com que meu corpo se apagasse e voltasse ao normal assim que pousei na carroceria do caminhão. Fiquei de mansinho ao lado da porta do motorista e bati no vidro normalmente.
— Toc-toc! — Imitei o som de batidas. — Ô de casa!
Olhei para o ladrão. Ele parecia ter uns trinta e nove anos. Era branco e meio gordo, careca, tinha a tatuagem de um arame farpado ao redor do crânio, cordões grossos de ouro no pescoço e mais tatuagens no peito. E usava roupa esportiva da Adidas.
— Sr. Criminoso? — Fiz um gesto com a mão para que ele abaixasse o vidro. E assim ele fez.
— Sou a Garota em Chamas, me chame de Katniss Everdeen ou fogosa. — Estendi minha mão para ele, que tentava se concentrar em mim e na estrada ao mesmo tempo. — Só não me chame para jantar de última hora, sacou? — Falei em tom brincalhão. Em compensação ele tentou me dar um soco na cara, mas eu desviei e pulei para o teto da cabine de motorista, balançando meus pés na janela.
— Não é de cumprimentar? — Perguntei com voz de criança. — É de abraçar? — Me curvei até a janela e o olhei entre as minhas pernas.
Ele pegou uma metralhadora no banco do carona.
— Eu vou matar você! — Ele rugiu. Tinha um sotaque estranho.
— Wooow! — Eu ri e ele começou a atirar na janela. Tirei minhas pernas de lá e deitei no teto. — O.k.!
Ele parou de atirar, então voltei para a janela de novo e o vi tentando recarregar a arma com um semblante completamente irritado.
Coloquei metade do corpo para dentro do carro.
— Problemas com a arma? — Perguntei. — Deixe-me ajudar.
Peguei o volante, que havia sido deixado de lado e dobrei em uma rua oposta a que ele estava indo, derrubando algumas barracas de frutas na calçada.
— Licença! — Gritei. — Nerd e Pequena, tirem os pedestres do caminho. — Quando estávamos perto de alguém falávamos em códigos para não dizer nossos nomes.
— Pode deixar. — Spencer concordou, mas Aria não disse nada.
O imbecil ao meu lado ainda tentava carregar a arma e não obtinha muito sucesso. Seguimos por uma rua ainda movimentada, e estávamos chegando a um cruzamento. Merda, pensei.
— Isso é ruim. — Eu disse ao careca. — Eu já volto.
Saltei do caminhão enquanto o mesmo passava pelo cruzamento atropelando um táxi.
— Spencer! Aria! — Pedi por ajuda ao ver várias pessoas na calçada.
— Desculpe, Marginal. Não posso fazer tantas coisas ao mesmo tempo! — Spencer suplicou. A vi no meio de várias pessoas, tirando-as de lá e formando escudos de água ao redor delas, mas ainda não era suficiente.
— Emily! Ajudinha aqui! — Convoquei.
— Não dá, estou entrando na cabeça dos caras do caminhão.
— Ali? — Pedi em uma última esperança.
— Estou dando cobertura para a Em.
— Caramba, cadê a Aria? — Me irritei. O caminhão atropelou um carro e outro táxi, e este saiu rodopiando pelo ar em direção à calçada.
Uma garota pequena juntava papéis no meio da rua, ela ficou paralisada quando se levantou e viu o táxi vindo de ponta cabeça para cima dela.
— Hanna, a perdedora vai ser esmagada. Vai! Agora! — Ali alertou no fone, soando estranhamente preocupada.
Não entendi direito, mas acendi meu corpo para poder voar e fui até a garota, me apagando assim que a peguei e caí por cima dela. O carro passou por cima de nós duas, resvalando de cabeça para baixo no chão, lançando fagulhas.
— Wow! — Falei olhando o carro. Depois ajudei a garota a levantar. — Tudo bem, pronto. — Eu tentava tranquilizá-la. — Está legal?
— A Garota em Chamas. — Ela disse assustada, tentando acreditar. E eu congelei ao ver de quem se tratava, mas tentei parecer calma para não dar bandeira. Ela estava com os óculos e casaco tortos e os cabelos desgrenhados.
Juntei os papéis e dei a ela.
— Isso parece importante, Mona. — Falei.
— “Mona”? Como sabe meu nome? — Ela perguntou tentando digerir a minha presença. Porcaria, pensei, eu falei o nome dela.
— Você... Uh... Tem cara de Mona. — Articulei ajeitando o casaco torto dela e colocando seus óculos no lugar.
— Sou uma ninguém. — Ela murmurou.
Segurei os ombros dela e a olhei.
— Ninguém, não. Você é alguém. — Afirmei rapidamente. Coloquei a palma da minha mão na frente do rosto dela. — Lambe aqui.
Meio confusa, ela deixou uma lambida na minha mão.
— Agora escute. — Eu disse passando a mão lambida no cabelo dela para que ele voltasse ao normal. — Eu preciso de você!
— É?
— Somos time. Está bem?
Ela ficou muito entusiasmada.
— Somos um time. — Repetiu sorrindo largo.
— Isso aí! — Dei um meio sorriso e um tapinha em seu ombro. — A gente se vê.
Saí correndo e me joguei no ar, acendendo o corpo em chamas novamente.
— Aria! — Gritei no fone enquanto sobrevoava acima dos carros de polícia que seguiam o caminhão.
— Ahhh! — Ela se assustou. — Que foi?
— Onde você estava? Preciso de ajuda!
— Foi mal, Rocky estava me contando uma história sobre bananas falantes.
Revirei os olhos levemente.
— Tudo bem, mas ajude Spencer. — Ordenei e ela concordou.
O Sr. Careca Tatuada freou o gancho que puxava o caminhão e os incontáveis carros da polícia que o seguiam bateram no caminhão e os que vinham atrás bateram uns nos outros. Bando de imbecis. Voei até estar bem mais a frente do gancho enquanto Alison e Emily vinham atrás, parando acima dos carros.
As duas portas de trás do caminhão de plutônio se abriram e os dois ladrões que estavam lá dentro começaram a atirar loucamente nos policiais e nas meninas também. Temi que elas fossem atingidas, mas Ali formava escudos de gelo para se proteger e Emily afastava as balas com a força do pensamento.
— Pocahontas, vai! — Ali gritou tão alto no fone que eu quase caí de susto.
Emily fez um movimento com as mãos como se estivesse puxando algo. De repente as armas dos dois ladrões que atiravam saíram voando pelos ares, e assim que Em repetiu o movimento, os dois pilantras saíram voejando também. Ela os colocou flutuando de cabeça para baixo perto dos policiais, que apenas a apontaram as armas e disseram:
— Mãos para cima!
Ali e Em fizeram um high-five e saíram dali. O Sr. Careca Tatuada não perdeu tempo e acelerou o carro gancho, levando o caminhão junto.
— Qual o status, Aria? — Em indagou no fone.
— Na avenida onde o caminhão segue.
— E o plutônio? — Spencer perguntou.
— Prestes a cair na rua por conta do solavanco do caminhão. — Aria informou.
— Muito bem. — Ali disse, respirando fundo. — Aria, pegue todas as cápsulas e Hanna, dê cobertura. Estaremos seguindo vocês.
— Pelo amor de Deus, não deixem essas cápsulas caírem, não podem explodir, são altamente radioativas. E Hanna, não toque nelas enquanto estiver pegando fogo. — Spencer adicionou com um tom de súplica.
Aria deu uma risadinha do desespero dela.
— Beleza, Spen. — Ela disse e no mesmo segundo eu a vi vir voando pela avenida. Voei para perto do caminhão, ficando ao lado das portas. Aria vinha voando a toda velocidade, rápida como um foguete.
— Vamos pegá-lo, Pequena! — Incentivei vendo Aria entrar com tudo lá dentro e começar a pegar as cápsulas desajeitadamente.
— Peguei. Peguei. — Ela dizia capturando os cilindros finos e brilhantes. Um tentou escapar e saiu voando pela porta. Eu estava pronta para pegá-lo, mas Aria conseguiu fazer isso com o pé. Tem noção de como é pegar um treco daquele com um pé? Eu fiquei levemente abismada com a flexibilidade dela. Desde que Ezra havia repetido a dosagem do líquido prateado nela, Aria vinha mostrando grandes habilidades. — Opa, peguei você também. — Ela riu. Pelo que pude contar, eram dez cápsulas e Aria já havia pegado cinco enquanto as outras cinco quicavam dentro no caminhão.
O carro gancho virou em um beco entre dois prédios de tijolo, derrubando sacos e latas de lixo. Spencer e Em nos acompanhavam correndo por cima dos prédios, prontas para ajudar. Quando dois homens apareceram na frente do caminhão, Em e Spen os pegaram e tiraram do caminho. Enquanto isso eu me divertia vendo Aria se retorcer toda para pegar as cápsulas.
— Você não vai a lugar algum! — Ela estava de ponta cabeça, com uma das pernas penduradas no buraco que os ladrões haviam feito no teto, pegando as cápsulas rapidamente. — Vem cá! Vem com a mamãe.
— Sai da frente, pô! — Gritava o Sr. Careca Tatuada no volante, com aquele sotaque ridículo, levando o carro gancho para fora do beco enquanto os carros de polícia vinham logo atrás.
E por fim, parecia que Aria finalmente havia conseguido pegar todos os cilindros. Ela estava parecendo uma aranhazinha toda encolhida e pendurada no teto, os braços por entre as pernas. Ela semelhava aliviada.
— Ufa!
Mas para sua grande infelicidade, uma das cápsulas caiu.
— Ah! Qual é! — Ela resmungou indignada. Eu quis rir muito. — Hanna, que tal uma ajudinha?
Ela saltou pelo buraco do teto, jogando todas as cápsulas para cima. Uma bolha de água as envolveu todas juntas e vi Spencer a controlando do alto do prédio e depois Alison lançando um jato de gelo na bolha, fazendo virar uma pedra de gelo. Aria voou e a pegou, sumindo pelo céu enquanto eu tratei de cuidar da cápsula fujona.
Ela quicou para cima do capô do carro da polícia que vinha logo atrás, e eu me joguei para cima dele, apagando meu corpo. Mas a cápsula abençoada parecia ter vida própria, pois saiu pulando e bateu em um hidrante. Posteriormente seguiu deslizando pela rua, e depois um carro enorme da polícia vinha em alta velocidade, pronto para passar por cima da cápsula. Meu sangue gelou, pois se um carro passasse por cima seria tipo... Bum!
— Espere aí! Volte aqui! — Chamei pulando do capô do carro em direção à rua. Fiquei no chão mesmo e avancei correndo o mais rápido que pude para perto do cilindro. O carro estava tão perto...
Alcancei a cápsula um segundo antes, pegando-a nas mãos e olhando para ela rapidamente antes que o carro me atingisse.
Dei um gritinho de susto, mas me grudei no para-choque e soltei a respiração que nem sabia que estava prendendo. Então senti algo vibrar na minha cintura. Ah, o sentimento de dever o cumprido... Oh, não, espere. É o meu celular. Coloquei o cilindro entre o queixo e o peito e peguei o celular, vendo a foto de Caleb piscar na tela. Mas porque ele me ligaria uma hora dessas... Caramba! Eu havia marcado com ele no Brew. Essa sou eu, fazendo uma merda atrás da outra.
Atendi.
— Desculpe, atrasei. Estou presa no trânsito. — Falei esperando que ele acreditasse nessa mentira deslavada, ou nem tanto.
— Sempre atrasada. — Ele concluiu meio chateado. — Seu café já está frio.
— Desculpe. — Disse eu, me sentindo horrível.
— Onde você está?
— Uh... Na frente do departamento de polícia. — Respondi. Com certeza eu já menti melhor que isso. Na verdade, eu estava no para-choque do carro da polícia. — Chego aí em cinco minutos. Dez, no máximo.
— Esse barulho... São sirenes? — Ele perguntou meio desconfiado. Amaldiçoei as sirenes na mesma hora.
— Não.
— Hanna.
— Não.
— Hanna.
— Não são sirenes. São... — Parei de falar assim que olhei para o lado e vi um encapuzado dentro de outro carro da polícia que seguia ao nosso lado. Seu rosto ainda coberto por um pano preto me olhava sem parar.
— Hanna? — Caleb dizia começando a ficar apreensivo. — O que está havendo?
Mas eu não conseguia parar de olhar para aquele ser vestido todo de preto.
— Hanna? Hanna? Você está bem? Fale comigo!
Pisquei e olhei de novo, vendo apenas um policial normal no lugar do encapuzado, me olhando.
— Alô?! Hanna!
— Chego já. Prometo. — Falei ainda meio aérea. Ele pareceu que ia dizer alguma coisa, mas eu desliguei e guardei o celular.
— Ei, Han, estava tirando um cochilo? — Ali falou debochada. — Ainda não acabamos!
— Eu sei, eu sei. — Resmunguei entrando em chamas.
— Rápido, minha filha, rápido! — Spencer incentivou enquanto eu me jogava no ar e ia atrás daquele carro gancho desgraçado.
Caí em pé em cima do capô do carro e o Sr. Careca Tatuada não ficou feliz em me ver, tanto que rugiu de raiva e se babou todo.
— Quanto tempo! — Sorri falsamente.
— Sai fora! — Ele gritou com aquele sotaque mais falso do que minha nota dez em geografia. Meu sorriso traidor se desfez, dando lugar a uma feição diabólica.
— Eu já falei. — Dei um soco forte no vidro e ele rachou. — Estou atrasada, seu merdinha!
Ele ligou o para-brisa e espirrou água na minha cara.
— Acabou, garota foguinho!
Senti uma raiva imensa.
— Garota foguinho? — Ali gritou no fone. — Fala sério! Ele me paga por isso, vocês vão ver.
— Jura? — Arranquei o para-brisa brutalmente e dei outro soco que quase quebrou o vidro e minha mão também.
— Cuidado, Hanna, pedestres na calçada e um ônibus cruzando a rua. — Spencer alertou.
— Porcaria! — Praguejei, olhando para trás e vendo o ônibus passando lentamente na rua que cortava pela esquerda. Sr. Careca Tatuada continuava avançando mesmo assim. Um imbecil de marca maior.
Conforme avançávamos, eu me levantava e via um homem e uma garotinha na calçada do outro lado da rua. Iam ser achatados quando atingíssemos o ônibus e ele caísse por cima deles.
Tentei pensar rápido e agir mais rápido ainda, mas eu sabia que não conseguiria. Porém, teria que tentar. Saltei de cima do carro e dei um mortal por cima do ônibus assim que o carro bateu de frente na lateral dele. Caí rente ao ônibus, do outro lado, e fiz toda força que pude para não deixar com que ele caísse em cima dos dois pedestres. Parecia que minhas costas iam arrebentar a qualquer segundo e meus pés arrastavam no chão enquanto eu tentava frear o veículo inutilmente. Ele vinha com cada vez mais força sobre mim, e eu sabia que não daria certo, mas pelo menos tentei. Fechando os olhos, relaxei o corpo e deixei com que o ônibus caísse em cima do meu corpo. Parei de impulsioná-lo para trás com as costas e me deixei cair no chão com todo aquele peso sobre mim.
Mas antes que eu virasse uma mancha de gordura no asfalto, o ônibus ficou mais leve nas minhas costas e começou a ir para trás. Abri os olhos, estranhando aquilo. Quando olhei para o lado, lá estava Emily empurrando o ônibus para trás. E do meu outro lado estavam Aria e Spencer, que estavam tão vermelhas quanto um tomate, empurrando também.
E juntas fizemos o ônibus cair direito no chão com um estrondo baixo. Emily me segurou.
— Tudo bem?
Assenti, descartando a preocupação. Então ela se voltou para as pessoas no ônibus enquanto Aria apertava a mão do homem na calçada e sorria para a garotinha cujos olhos brilhavam ao nos ver.
— E o careca? — Spencer perguntou depois que o homem foi embora com sua filha.
Aria se apoiou no ombro de Spencer com a respiração entrecortada.
— Ali vai cuidar dele. — Ela disse apontando para mais adiante na rua, onde o Sr. Careca Tatuada pegava o cilindro que Ali havia grudado no poste e saía correndo, junto ele levava sua metralhadora. Olhei a cena e sorri.
— Está ouvindo isso, Ali? — Falei na escuta.
— Claro, vadia. — Sua voz arrogante e cheia de si respondeu.
Sorri imediatamente quando avistei Ali vir deslizando por cima de suas ondas de gelo. Careca Tatuada também a viu e começou a disparar tiros a esmo contra ela. Ali deu um mortal, desviando da primeira saraivada. E então deu um salto no ar, girando na horizontal enquanto as balas passavam perto do corpo dela. Simplesmente incrível. Ela caiu de pé na frente dele, lhe tomando a arma.
— Dê isso aqui. — Ela cantarolou e pegou a cápsula de plutônio, jogando-a para cima. — Isso não é seu.
Ele tentou socá-la no rosto, mas Ali congelou o braço dele no ar. E quando ele tentou fazer a mesma coisa com o braço livre, Alison o congelou também, jogando a metralhadora que havia pegado dele para cima. E fez isso tudo assobiando a canção Womanizer da Britney.
— Isso é por ter chamado minha amiga de garota foguinho, seu gordo estúpido! — Ali abaixou a calça dele (revelando a cueca que era um insulto à moda) e aparou a cápsula de plutônio com o pé quando ela caiu de volta. Ela voltou a assobiar enquanto dava as costas para ele, desfilando como sempre.
— Isso não termina assim, garota! — Careca Tatuada rosnou.
Alison jogou a cápsula dos pés para as mãos e fez uma continência com ela na mesma hora em que a metralhadora que ela havia jogado para cima caiu na cabeça do Sr. Careca Tatuada, e ele desmaiou.
— Mandou bem, Ali! — Aria deu pulinhos quando nos afastamos do ônibus e nos abraçamos em grupo, como sempre fazíamos depois das missões.
Ali bagunçou o cabelo de Aria.
— E vocês? Aquilo de segurar o ônibus foi da hora! — Ali elogiou e Aria quase desmaiou assim que a frase foi terminada. Aria tinha se tornado a fã número dois de Alison, já que Mona era a fã número um. E toda vez que Ali lhe dirigia elogios como esse, ela só faltava entrar em colapso. Ali colocou o braço sobre meu ombro e sorriu, o sorriso mais sincero que eu já a vi dar. — Você foi incrível, sério mesmo. Vocês também. — Ela olhou Spencer e Emily, que deram meios sorrisos. É claro que Emily ruborizou mais intensamente, e talvez eu soubesse o motivo, mas deixa em off.
De repente um barulho de alguma coisa caindo soou na escuta e todas nós nos entreolhamos.
— O que? Rocky? Meninas? — Ezra falou assustado. — O que aconteceu? A missão já começou? — Ele perguntou perdido e com a voz sonolenta.


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Notas finais do capítulo

E aí? Não resisti e coloquei Hanna e Mona pq acho amizade delas simplesmente linda! Ah, e quem foi que disse pra vocês que o Caleb vai ter poderes? MUAHAHAHA que eu saiba o único que ele tem eh ser uma delícia mesmo. Bjs e até o próximo, que terá Haleb!