Bad Heroes escrita por Katreem


Capítulo 14
Burn It Down


Notas iniciais do capítulo

Ahhhhhh! Voltei minha gente! Esse capítulo é bem loko! Ele ficou gigante então vou dividir em dois, mas vou postar os dois capítulos. Enfim, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/598475/chapter/14

As mãos de Ezra estavam trêmulas enquanto ele vestia as luvas brancas e levantava as mangas do suéter perfeitamente preto que ele usava, seus cabelos enrolados e negros caíam na testa já que ele havia se livrado do chapéu que tinha na cabeça. Seus olhos piscavam em curtos intervalos de tempo e eu só podia respirar fundo e olhar para cima. A luz atingia meus olhos confortavelmente, iluminando a maca onde eu estava deitada. Ezra havia sugerido antes que talvez pudesse, de certa forma, fazer minhas pernas funcionarem com a injeção do líquido brilhante que nos atingiu na floresta. Eu estava bastante receosa, meu coração palpitava somente de pensar na loucura que eu estava prestes a fazer. Ir até Nova Iorque para enfrentar bandidos assassinos com apenas duas semanas de treinamento, e ainda por cima, tendo dezesseis anos de idade e sendo paraplégica parecia a maior estupidez que alguém poderia cometer. A velha Aria, aquela que tinha medo de até olhar para Alison DiLaurentis e Hanna Marin, que nunca teve coragem de puxar conversa com Spencer Hastings e Emily Fields, que quase nunca falava e só vivia em seu mundinho de fantasia, essa Aria não pensaria duas vezes antes de negar e pedir para ir para casa chorar e dizer a si mesma o quanto odiava ser tão inútil às vezes. Mas a Aria de agora, a que consegue rir e tirar brincadeiras com Alison e Hanna, que conversa por horas com Spencer e até mesmo se reconforta nos braços grandes de Emily, essa Aria quer experimentar coisas novas, conhecer o mundo de uma forma diferente. Sem choro, sem arrependimento, sem medo.
Os passos curtos de Ezra ecoaram na sala branca, me tirando dos meus pensamentos e me fazendo olhá-lo. Ele se movia em minha direção, os sapatos negros se destacando e atraindo minha atenção. Suas mãos cobertas pelas luvas traziam um cilindro transparente com todo cuidado que o mundo poderia ver, dentro dele estava uma substância pastosa e prateada, a qual tinha toda atenção dos olhos azuis de Ezra. A noite na floresta invadiu meus pensamentos como um peso caindo sobre a minha cabeça, eu ainda não conseguia me lembrar de muita coisa depois que a chuva começou, mas eu reconhecia aquele mesmo líquido. Na floresta ele parecia mais vivo e brilhante, agora, dentro do cilindro, ele estava morto e pastoso. Era uma quantidade significante a que estava ali dentro, beirando até o meio do recipiente. Ezra o repousou sob a pequena mesa de metal ao lado da maca e retirou a tampa. Estávamos os dois sozinhos naquela parte do laboratório, especialmente para Ezra fazer o que tinha sugerido. As outras meninas deveriam estar vestindo seus trajes agora e se preparando para o grande momento.
— Uh... — Ezra me olhou. — Poderia se sentar, por favor? — Pediu com a voz baixa e até mesmo vacilante.
Assenti, erguendo minhas costas e me sentando.
— Ótimo. — Disse Ezra. — Agora vire-se, por favor.
Ele pediu e eu o fiz, me virando de costas para ele. Com o canto do olho o vi colocar a mão dentro do cilindro e lambuzar o dedo indicador com cautela e lentidão. O medo se alastrou por mim vertiginosamente quando o senti se aproximar.
Ezra expirou profundamente.
— Aria, levante a blusa, por favor. — Ele pediu baixo e doce, mas sério e impassível.
Levei meus dedos que tremiam até a barra da blusa e a levantei até o sutiã, deixando minhas costas livres para Ezra, desabotoei o fecho traseiro e segurei o sutiã. Eu poderia me sentir mais envergonhada? Agradeci aos céus por ele não poder ver meu rosto vermelho nesse momento.
Sem aviso prévio, senti a ponta de seu dedo deslizar da minha nuca até o final das minhas costas lentamente, causando arrepios nos braços. Olhei para cima e respirei fundo outra vez, piscando compulsivamente, era gelado, como na noite na floresta. Ezra se afastou e parecia estar retirando as luvas. Eu não ousei olhá-lo, estava nervosa e constrangida o suficiente. Minha respiração estava voltando ao normal quando senti as mãos delicadas dele de cada lado dos meus ombros. Então tudo foi por água abaixo de novo.
— Aria? Está se sentindo bem? — Ele quase forçou um contato visual, mas desistiu quando percebeu que eu não estava afim. Na verdade, olhar em seus olhos era uma das coisas que eu gostava de fazer, mas agora eu estava tão vulnerável que simplesmente continuei olhando para cima, assentindo a sua pergunta.
Eu estava bem.
Mas não por muito tempo.
Uma sensação de queimação começou a percorrer minha pele, vindo principalmente das minhas costas. Fechei os olhos e abaixei a cabeça tentando conter a vontade de me jogar dentro de uma piscina. Aquilo queimava como fogo, era como se ele tivesse acendido uma tocha e agora a passasse repetidamente na pele das minhas costas. Comecei a respirar trepidamente, soltando o ar pela boca seguidas vezes.
— Aria? — A voz de Ezra soou imensamente preocupada. — Meu Deus, está tudo bem?
— Só está queimando. — Respondi como se fosse só uma dorzinha incômoda, quando na verdade não era nem um pouco. Eu só não queria que ele se sentisse culpado por ter tido essa ideia.
— Já vai passar, está bem? — Seu hálito se chocou com o meu rosto e assim que abri meus olhos Ezra estava a minha frente segurando meus ombros e alisando a pele com seus polegares finos e veteranos. Seus olhos me passavam certo conforto, me fazendo esquecer a dor por alguns segundos.
Por alguns segundos.
Engoli em seco, sentindo a queimação diminuir e se tornar fria. Era como um gel gelado, e estava secando. Eu podia sentir.
Ezra soltou meus ombros e se afastou.
— A pele está absorvendo. — Ele disse, parecendo minimamente feliz. — Pronto. Já foi.
Assim que suas últimas palavras foram pronunciadas, a dor sumiu, dando lugar a um sentimento de força inabalável. Soltei o ar aliviada, sorrindo pela dor ter passado. Fechei meu sutiã e abaixei minha blusa o mais rápido que pude quanto notei Ezra distraído com uma prancheta. Mas, de repente, minhas pernas começaram a formigar fortemente, como se tivessem ficado dormentes por muito tempo. Toquei minhas coxas com a ponta dos dedos, sentindo as lágrimas chegarem rapidamente aos meus olhos quando senti meus dedos assim como eu sentia os toques nas outras partes do corpo. Apertei-os contra a pele, sentindo-os e minha boca se rasgou em um sorriso emocionado, as lágrimas tinham gosto de felicidade no meu rosto.
— Ezra! Ezra! — Chamei-o alegremente, balançando minhas pernas para trás e para frente. Ele me olhou alarmado e se aproximou em questão de segundos, largando seus papéis em cima da mesa.
— O que foi? — Ele olhava meu rosto querendo sorrir também, porque eu estava sorrindo e chorando feito uma boba.
— Eu consigo... — Falei entre uma soluçada e outra, em meio às lágrimas e sorrisos. — Eu consigo sentir, eu consigo mexer!
Tudo que eu sabia fazer era sorrir e chorar. Pela primeira vez, depois de sempre ver as crianças correrem no recreio, brincarem no balanço, escorregarem no parquinho da escola, depois de ver as crianças correndo atrás de bolas de futebol no gramado, brincarem na neve e correrem atrás de seus cachorros desobedientes, eu me senti feliz, completamente feliz. Eu nunca pude fazer nada disso, no recreio eu só podia olhar e sentir inveja. Quando eu tinha sete anos, eu olhava para as pernas das crianças normais e depois para as minhas. Elas eram exatamente iguais, tinham dois pés e cincos dedos em cada pé, então eu me perguntava qual era o problema comigo. Às vezes, algumas meninas me faziam companhia, mas eu sabia que era só porque a professora dizia “Porque não perguntam à Aria se ela quer brincar de lançar o disco?”, é claro que eu queria, mas meus colegas achavam que eu não conseguiria. Depois de um tempo, até eu deixei de acreditar nas coisas que eu podia fazer, mas e agora? Eu estava prestes a impedir um assalto ao banco, a garota que não conseguia lançar o disco também não vai conseguir fazer isso?
— Então deu certo? — Ezra sorriu, seus dentes perfeitos deixando seu sorriso ainda mais lindo.
Assenti energicamente, secando as lágrimas com as costas da mão.
— Aqui. — Ezra retirou um lencinho branco no bolso e me deu.
Usei para secar o meu rosto, sentindo o cheiro de produtos de limpeza impregnado no lenço e sem ele ver, guardei-o na minha mochila, que descansava na beira da maca. E talvez a felicidade estivesse me fazendo agir por impulso, já que eu decidi sair da maca sozinha. Ezra voltara a anotar em sua prancheta enquanto me lançava alguns olhares, e quando ele demorou escrevendo, eu saltei para o chão, visto que por eu ser pequena, meus pés ficavam bem longe do chão.
O que eu não esperava era que minhas pernas iriam bobear fortemente com o peso do meu corpo sob elas, já que eram novatas nesse negócio de andar. Me amaldiçoei por ser tão tola e não pensar nisso, agora eu iria cair de cara no azulejo na frente de um dos homens mais bonitos que eu já conheci. Me sinto uma idiota — e deveria mesmo, pois é isso que você é. — digo a mim mesma. Parabéns, Aria.
Mas se eu não esperava um tombo desses, certamente também não esperava ter as mãos de Ezra me segurando firmemente pela cintura, impedindo a gafe que eu estava prestes a passar. Ele me erguia lentamente, com os olhos vidrados nos meus, o rosto a centímetros perigosos e deleitosos do meu. Então ele repetiu a frase que ele quase sempre dirigia a mim:
— Você está bem?
Se eu estava bem? Com ele assim pertinho, me segurando forte mesmo depois de eu já estar de pé? Eu? Eu estou ótima. E minha boca aberta de surpresa podia demonstrar isso.
— Ah, sim. Foi só uma bobeira. — Falei, percebendo só agora que minhas mãos estavam nos seus braços sentindo o tecido felpudo do suéter roçar nos meus dedos, mas eu não sabia se deveria tirá-las de lá. Ele continuou me olhando e por um torpe segundo, pensei que ele iria se inclinar e me beijar, mas essa ideia voou para longe e desapareceu como fumaça quando ele se afastou balançando a cabeça. Seus cachos balançaram.
E para minha alegria, me mantive de pé firme e normalmente. Prendendo e soltando a respiração. Ezra voltou a me olhar, feliz e sorridente.
— Vamos, eu te ajudo. — Ele apanhou minha mochila em cima da maca e ficou ao meu lado. — Se você cair de novo, eu vou estar aqui para te segurar.
***
— Pronto. — Hanna disse em minhas costas, fechando o zíper traseiro do meu traje. Soltei meus cabelos, que estavam amontoados em minhas mãos, eles caíram pelas minhas costas. As coisas pareciam ainda mais inacreditáveis com o passar dos segundos, as meninas estavam se trocando em outra sala quando me juntei a elas e ao me verem andando, todas pareciam tão felizes quanto ficariam se descobrissem que não precisariam mais ir para a escola. Emily, que provavelmente era a pessoa mais alta que eu conhecia, tinha corrido até mim e me levantado rapidamente, as outras vieram me abraçar também e não pude deixar de notar na diferença de temperatura nos corpos de Ali e Hanna.
Olhei para o outro lado da sala, vendo Spencer manipular uma bolha de água no ar calmamente, tendo os olhos de Alison e Emily atentos aos seus movimentos. Ali mexeu as mãos rapidamente, e a bolha virou uma bola de gelo dura. Iria cair no chão e se partir em pedaços transparentes, mas Emily não deixou. Ela ficou olhando incisivamente enquanto o gelo flutuava. Realmente éramos uma boa equipe. Uma equipe com duas semanas de treinamento.
— Prontas? — Toby colocou a cabeça sobre a porta, olhando para todas nós e nossos trajes chamativos, mas maneiros em minha opinião.
Assentimos.
— Vamos, Ezra está lá fora. — Ele disse e sumiu.
Emily respirou fundo ao lado de Spencer, seus corpos se encaixavam perfeitamente em seus trajes. Alison olhou para nossos rostos indecisos e medrosos, até Hanna parecia temerosa, mas não demonstrava isso com tanta clareza.
— Vamos ficar bem, meninas. — Ali começou firmemente. — Eu prometo.
No fim, Ezra estava com sua roupa preta e seu chapéu dentro de uma van toda preta estacionada no meio-fio do prédio. Toby estava ao seu lado, com uma jaqueta e touca vermelha na cabeça, a porta da van escorregou para o lado e entramos em fila. Spencer e Alison resmungavam uma com a outra e eu não podia controlar as batidas aceleradas do meu coração. Ezra deu uma olhada em seu celular e pisou no acelerador. Me sentei ao lado de Spencer em um banco estreito, observando o interior da van. Era todo preto também, com um tapete de veludo preto e alguns objetos como barras de ferro, armas — isso me deu calafrios —, machados pequenos com lâminas brilhantes pendurados nas laterais, adagas compridas e com desenhos de caveiras esculpidos no cabo. Tudo muito assustador. Ezra havia dito que deveríamos usar máscaras para que não fôssemos reconhecidas, então lá estávamos nós com máscaras que cobriam o contorno de nossos olhos, das mesmas cores de nossos trajes.
— Onde será que ele conseguiu essa coisa? — Spencer grunhiu baixinho para mim, olhando o mesmo que eu.
— Não faço ideia. — Dei de ombros. — Estou com medo.
Admitir aquilo em voz alta pareceu amenizar um porcento do medo. A mão de Spencer, coberta pelo couro azul-marinho do traje, foi parar na minha coxa e me senti contente ao poder senti-la.
— Eu também, mas... — Ela pausou. — Nossa, só agora percebi o quanto isso é estúpido.
Ela balançou a cabeça e olhou para o banco do motorista, onde Ezra conversava seriamente com Toby.
— Voltando aqui... — Ela retornou. — Vamos cuidar umas das outras e não deixar que nada de mal nos aconteça. — Disse com força, olhando nos meus olhos. Spencer era sempre tão confiante, até quando estava com medo, e eu admirava isso em um nível altíssimo.
Depois do que pareceram duas horas, Hanna havia dormido com a cabeça loura encostada no ombro de Emily, trazendo uma combinação viva do traje vermelho de Hanna com o preto de Emily. As feições de Hanna estavam suaves enquanto seus olhos permaneciam fechados, ao seu lado Emily parecia não se importar com aquele contato. Elas meio que sempre se olhavam torto na escola, mas não era o mesmo ódio pungente que Spencer e Alison nutriam, e que agora parecia se dissipar com o tempo que passávamos juntas. Alison estava analisando as adagas com um sorrisinho meio psicopata e Spencer estava ao seu lado, observando tudo com os olhos castanhos brilhando.
Percebi meus cabelos ficando mais leves e então os vi flutuar diante dos meus olhos. Ergui os cantos dos lábios e vi Emily soltar uma risadinha enquanto olhava para mim. Ela tinha esse costume de flutuar nossos cabelos quando estávamos distraídas, mas eu não podia negar que a sensação era boa. Depois meus cabelos caíram e Emily começou sacudir Hanna para que ela acordasse. Ezra fez uma curva e então vi que já estávamos em Nova Iorque, a cidade brilhante. Era tarde da noite lá, e mesmo assim havia um fluxo bastante concentrado de pessoas transitando pelas ruas. A van fez mais algumas curvas e parou na boca de um beco escuro e vazio. Toby desceu e abriu a porta.
— É agora ou nunca, meninas. — Ele disse nos dando passagem para sair.
Alison agarrou dois machados e deu duas adagas à Hanna e Emily. Spencer apanhou o arco-flecha e me deu.
— Como você...
— Eu já vi você uma vez no Clube do Arco, espero que ainda atire bem daquele jeito. — Ela sorriu trêmula enquanto eu passava o suporte para as flechas pela cabeça e agarrava o arco profissional com as mãos suando.
Ela saiu comigo logo atrás, sentindo minhas pernas querendo voar para longe do chão. Ficamos empoleiradas ao lado da van enquanto Ezra descia e eu me sentia um inseto ao lado de Emily, que estava linda com o cabelo negro contrastando com a roupa de couro e os olhos brilhando.
— Os fundos do Banco Central ficam depois desse prédio. — Ezra disse, apontando o prédio de tijolos laranja no fim do beco. — Eu não deixei vocês lá porque eles iriam perceber. Então vocês vão por cima do prédio, ficarão de olho e quando eles aparecerem...
— Cortamos as cabeças deles! — Alison exclamou, girando um dos machados no ar.
— Não, vocês atacam. — Ezra disse, olhando para todas como dissesse para não fazermos o que Ali havia sugerido.
— Ah, assim não tem graça. — Disse Ali, parecendo decepcionada. Hanna riu e esmurrou seu ombro.
— Vamos estar aqui esperando vocês. — Disse Toby. — Agora vão! E... Tomem cuidado. — Disse medroso, olhando para Spencer.
— Tudo bem. — Ela respondeu, respirando entrecortadamente.
Apesar de não ter entendido muito bem o que iriamos fazer exatamente, olhei para Ezra uma última vez, vendo seu mesmo olhar empolgado de sempre junto de alguma coisa que parecia medo e receio.
— Vamos fazer o que treinamos. — Ali determinou e disparou correndo à nossa frente.
Corremos junto a ela. Já havíamos treinado subir em prédios altos, escalamos o prédio de Ezra quinta-feira passada, pelos fundos, é claro. Eu imagino o que as pessoas fariam se vissem cinco garotas escalando um prédio de dez andares sem proteção e usando poderes. Até que tínhamos nos saído bem, apesar de Hanna quase ter tido um colapso nervoso quando todo seu corpo entrou em chamas. Eu também tinha ficado assustada, mas Ezra disse que isso acontecia pela carga extra de adrenalina e que o corpo dela voltaria ao normal.
E foi isso que acabou de acontecer bem ao lado de Alison. Hanna corria ao lado dela e de repente seu corpo se transformou em pura brasa. Seu rosto, apesar de ser uma chama incandescente, era reconhecível assim como seu corpo. Ela deu mais alguns passos e se atirou para cima, voando como um cometa até o parapeito do prédio e depois voltando ao normal, humana novamente.
Alison lançava jatos de gelo das próprias mãos e escorregava por cima das ondas congeladas como um surfista, inclinando-se para cima e fazendo um ziguezague de gelo no beco. Emily pulou por cima de uma das ondas e puxou Spencer consigo, ativando as botas voadoras do traje e levando as duas até lá em cima. Por fim, eu fiz o mesmo que ela, tomei impulso em uma das ondas e me joguei no ar.
Eu já quase já havia me acostumado, mas a sensação de flutuar no ar ainda era a mesma. Liberdade. Pousei suavemente na cobertura do prédio, fato esse que só era possível porque agora minhas pernas estavam perfeitamente saudáveis. As outras logo se escoraram no batente alto do prédio, espiando os fundos do Banco Central. Uma porta de ferro grande estava a nossa visão e só isso.
— Será que eles vão aparecer? — Hanna perguntou, olhando através do prédio.
— Espero que sim. — Alison respondeu com um sorriso ansioso.
— Como você pode querer isso? — Spencer olhou para ela como se Ali tivesse três cabeças. Eu suspirei já sabendo o que estava por vir.
— Como posso querer o que? — Ali disse, piscando os longos cílios dourados lentamente.
— Que o Banco Central seja roubado, ainda mais por um bando de ladrões.
— Queria que ele fosse roubado por quem? Pelo Papa? — O olhar fumegando sarcasmo estava no rosto dela de novo.
— Não queria que ele fosse roubado. — Respondeu Spencer, raivosamente.
— Ah qual é! — Disse Ali. — Tudo que você quer é uma desculpa para não participar disso. Se é fraca demais, pode ir embora. Não precisamos de mais um problema.
Aquilo certamente deve ter machucado Spencer, tanto que ela ficou calada, olhando para Emily como se esperasse que ela a defendesse. Mas ela não fez nada, apenas olhou de volta para Spencer. E eu não sabia se olhava para os olhos ofendidos de Spencer ou para a feição Vadia do Século que Ali sustentava com tanto orgulho.
— Tudo bem então. — Disse Spencer, não admitindo a fraqueza. — Eu vou embora.
Ela começou a andar de volta para onde nós tínhamos subido, do outro lado do terraço.
— Você não tinha esse direito. — Emily murmurou decepcionada para Ali e então se voltou para Spencer. — Spence, você não é fraca, sabe disso.
— Tudo que sei é que isso é uma grande idiotice. — Spencer se virou, parecendo ainda mais transtornada. E até mesmo de longe, eu conseguia ver seus olhos brilharem fortemente.
— Meninas, são eles! — Hanna alertou, sacudindo Emily pelos braços para fazê-la olhar.
Quando todas nós, e até mesmo Spencer, nos curvamos sobre o prédio, vimos apenas três encapuzados se aproximando. Eles usavam casacos pretos com capuz e uma máscara de pano que cobria o rosto, eram quase da mesma altura e pelo jeito que andavam, provavelmente eram homens. Um deles trazia um ferro pontiagudo e com a ponta curvada para o lado como um anzol nas mãos.
— Ah meu Deus, o que vamos fazer? — Senti meu coração correr por todo meu corpo e começar a bater dentro da minha cabeça.
— Esperaremos que eles entrem, depois entramos atrás. — Ali disse articuladora, com o olhar cítrico sob os três sujeitos.
— Darei um sinal a Ezra para que ele chame a polícia quando tudo acabar. — Emily avisou, mantendo os olhos presos na porta de ferro.
Observamos com os olhos cerrados quando o que segurava o ferro o forçou contra a abertura da porta com força, porém não conseguiu fazer nem com que a porta se mexesse. O encapuzado mais alto cochichou nos ouvidos dos outros dois e se agarrou a eles, formando uma bolota preta na noite escura. E quando eu pisquei, eles sumiram, se desfazendo no ar como pó de festa, deixando uma fumaça roxa para trás, como se tivessem sido exprimidos para o nada.
— Que porcaria foi essa? — Hanna exclamou alto, deixando o queixo cair, assim como eu e as outras. Eu ainda não tinha assimilado aquilo.
— Eles se teletransportaram. — Disse Spencer lentamente, como se admitisse isso para si mesma.
— Isso foi demais. — Disse Emily. — Mas assustador também.
Alison apertou um dos machados nas mãos.
— Preparem-se — Ela começou, subindo no parapeito do terraço. — A hora é agora.
Então ela se jogou, criando ondas de gelo e surfando por cima delas até o chão. Hanna também se jogou, virando uma chama enorme até chegar lá embaixo, Emily puxou Spencer e juntas foram até lá e eu, bem, eu voei até lá.
Quando já estávamos todas no chão, Hanna colocou as mãos na cintura e se dirigiu até a porta, tentando abri-la a todo custo. Spencer bufou e se aproximou.
— Você, por acaso, percebeu que está trancada por dentro? — Ela olhou para Hanna, e a mesma se afastou.
— Então como vamos entrar? — Perguntei, olhando incisivamente para Spencer.
— Eu entro e abro para vocês. — Ela mesma determinou, mirando uma pocinha de água perto da porta, onde seu rosto refletia.
— Tá, Spencer, mas como você... — Hanna começou, mas Spencer não deu ouvidos e se agachou tocando a ponta dos dedos na água e fechando os olhos. Como em um filme, Spencer começou a se dissolver lentamente, como se ela fosse feita de água. Vi Hanna abrir a boca chocada, olhando para aquilo com os olhos azuis esbugalhados de surpresa. Emily piscava lentamente, não acreditando e Ali sorria minimamente, parecendo minusculamente feliz. E eu ainda estava confusa demais para fazer qualquer coisa além de continuar olhando. Eu parecia estar sonhando, ou até mesmo alucinando. Até que Spencer se fundiu contra a água e virou uma poça maior, se movendo por debaixo da brecha da porta suavemente.
Escutei um tilintar baixo do outro lado e então a porta se abriu, revelando Spencer em sua forma humana novamente com um sorriso convencido no rosto pálido e redondo, os cabelos estavam úmidos.
— Isso foi demais, Spencer! — Hanna comemorou batendo palminhas alegre.
Os fundos do banco eram escuros, estávamos no provável depósito. Prateleiras de ferro com pilhas e pilhas de papéis se estendiam até o fim de um corredor imenso e iluminado em alguns pontos. Logo que entramos, tropecei em alguma coisa no chão e só depois que os machados de Ali e as adagas de Hanna e Emily brilharam no escuro, eu percebi que se tratava de um guarda. Ele estava desmaiado perto de uma prateleira. Aquilo com certeza tinha sido feito pelos encapuzados. Spencer o arrastou até um canto e seguiu conosco pelas prateleiras enormes. Os machados nas mãos de Ali brilhavam azuis; a adaga de Hanna brilhava em vermelho; a de Emily em branco e as flechas nas minhas costas em amarelo vivo.
— Onde estão aqueles cretinos? — Ali sussurrou rente a mim. Senti meus fios do topo da cabeça voarem com a respiração dela.
— Possivelmente estão procurando pelo cofre. — Spencer respondeu baixinho também.
— E onde fica isso? — Hanna perguntou, se separando de nós.
— Não faço ideia. — Spencer respondeu.
De repente, vi que estávamos separadas. Cada uma estava perto de uma prateleira diferente, e naquele galpão enorme e escuro eu só conseguia enxergar as cabeças louras de Hanna e Ali.
— Spence? Em? — Chamei por elas, me movendo entre as prateleiras. Tentei seguir a voz de Spencer, mas o grito que Emily deu me deixou paralisada.
— Hanna, atrás de você!
Ela não teve tempo de se virar, um vulto preto pulou de cima de uma prateleira direto em cima dela. Ele grudou nela como um inseto nojento e agarrou seu pescoço. Ouvi os gritos de Emily, e ela também parecia ter sido atacada por alguma coisa. O machado brilhante de Ali me permitiu vê-la correndo até onde Em estava e eu não fazia ideia de onde Spencer tinha se metido. Portanto, sem esperar mais nenhum segundo, voei por cima de uma prateleira e apanhei uma flecha, colocando-a tremulamente entre a corda e o arco. Sem precisar mirar por muito tempo, soltei a corda e vi a flecha brilhante cravar profundamente nas costas do encapuzado fazendo com que ele soltasse Hanna e caísse no chão.
Soltei o ar aliviada, vendo Hanna se virar para enfiar a adaga nele, mas ele girou e escalou a parede como uma aranha rapidamente, sumindo na escuridão. Eu e Hanna corremos uma até a outra.
— Valeu, Aria. — Ela agradeceu, ofegante. — Onde estão as outras?
— Não sei, vamos procurar. — Falei rápido, puxando-a pela mão, sentindo a quentura em sua pele.
Corremos até uma parte vazia do galpão, com várias caixas enormes lado a lado. E sem nenhum sinal das outras.
— Droga! — O grito de Hanna ecoou pelo enorme vazio do galpão. Apertei o arco com força.
Olhei para cima, somente para ver o mesmo encapuzado Escalador de Paredes voar em cima de mim com força, fazendo meu arco voar longe. Hanna, que estava ao meu lado, parecia ser atacada por algo invisível, levando socos fortes do ar. O encapuzado ficou por cima de mim, forçando as mãos cobertas por luvas no meu pescoço. Eu tentava arranhá-lo, esmurrá-lo e até mordê-lo, mas a força que tinha era pouca comparada à dele. Sentia meu rosto esquentar e o ar não entrava e nem saía, fazendo meus olhos lacrimejarem e meus pulmões trabalharem cada vez menos. Tudo pareceu se distorcer ao meu redor, e uma vontade de dormir enorme me abateu. Meus movimentos se acalmaram e eu já não tinha mais forças para lutar.
Mas alguém ainda tinha. Um corpo preto se atirou contra o Escalador de Paredes que estava em cima de mim. Respirei pela boca e pelo nariz fortemente sentindo o ar entrar e me sentei olhando ao redor. Emily rolava no chão por cima dele e com uma força brutal, ela o agarrou pela cintura e o atirou em cima de uma das caixas. Ela mesma pareceu surpresa, mas correu até mim, me entregando o arco.
— Você está bem? — Ela me olhou preocupada.
— Sim, sim. — Respondi ainda recuperando o ar e me levantando. — A Hanna...
No instante em que falei, o grito de Hanna cortou pelo lugar e eu apenas a vi em sua forma de chama, voando velozmente na direção de um encapuzado que brigava com Spencer. Infelizmente, Hanna atravessou-o sem causar nenhum dano e então ele correu e sumiu atravessando uma parede.
— Estão bem? Onde está Alison? — Hanna perguntou enquanto se aproximava ao lado de Spencer.
— Não sabemos. — Emily respondeu, procurando por Ali com o olhar.
— Eles são quatro. — Spencer alertou. — Um escala paredes e se gruda nas coisas; outro fica invisível; um atravessa paredes e o outro se transporta para outros lugares.
— Isso vai ser mais difícil do que pensei. — Concluí com a respiração faltando.
Avistei o Escalador de Paredes vir por trás de Hanna, pulando da parede que estava grudado em direção às costas dela, mas antes que eu sequer pudesse abrir minha boca para avisá-la, Hanna se virou e socou a cara de dele com força, fazendo-o voar de volta para trás.
Hanna gargalhou.
— Idiota! — Ela riu ainda mais.
De repente, Emily se entortou para trás, sendo arremessada para uma prateleira.
— É o Invisível! — Spencer alertou e correu até onde Em estava.
— Cuida da Aranhazinha aí, Aria. — Disse Hanna. — Eu cuido do Sr. Invisível.
Ela disse se transformou em fogo de novo.
— Me toque agora! — Ela provocou com um sorriso típico de Alison DiLaurentis.
Enquanto Hanna provocava o Invisível, vi o Escalador de Paredes se levantar ainda tonto com o soco que havia levado e sangue escorria das suas costas onde eu havia o acertado. Eu estava prestes a correr até lá, mas uma mão com cheiro de couro tampou minha boca e em empurrou para longe. Voei com o impulso e logo apanhei uma flecha atrás de mim, atirei rapidamente e quando a flecha estava a centímetros do rosto mascarado, ele simplesmente sumiu, deixando uma fumaça roxa no ar. Abaixei o arco, perplexa.
— Maldito! — Praguejei percebendo que havia perdido o Escalador de Paredes e o outro encapuzado de vista.
— Bingo! — Hanna gritou assim que enfiou a lâmina cintilante no vento, porém a figura preta do mascarado se materializou bem a frente dela e ele cambaleou segurando o ferimento.
O que atravessava paredes logo apareceu levando uma bolsa preta, ele corria em direção à porta de ferro, eu sabia. Atirar flechas não adiantaria, não quando ele estava me vendo. Spencer correu atrás dele e eu voei por cima, esperando a oportunidade de atirar nas costas dele. Mas, com um piscar de olhos, um encapuzado apareceu na minha frente, no ar, e me agarrou pela cintura, me impulsionando de volta para o chão. Tentei me livrar dele, mas ele era muito mais forte. Meu arco caiu no chão e logo minhas costas bateram com força no chão gelado. Ele ficou por cima de mim, mas antes que fizesse algo, alguma coisa perfurou as costas dele. Vi o machado brilhante de Ali fincar com força no casaco preto. Ele gemeu e foi para o lado, sumindo em seguida.
— Desculpe, eu estava atrás daquele cretino que fica invisível. — Ela me levantou com um puxão. Minhas costas doíam e minha cabeça também, mas ainda não tinha acabado.
— Estamos quase lá, Hanna o acertou na barriga. — Falei, caminhando ao lado dela e me escorando em uma pilastra. — E eu acertei o que escala paredes.
Ali olhou para os lados e girou o outro machado nas mãos, com a mão livre ela passou os dedos na minha têmpora e ela voltou vermelha de sangue.
— Cuidado. — Ela disse.
Antes de qualquer coisa, vi uma rajada enorme de água se lançar por cima de nossas cabeças, dentro dela estava um encapuzado com uma bolsa preta, ele se afogava enquanto cédulas de dinheiro boiavam dentro da água.
— É a Spencer. — Falei, sentindo pingos de água na minha cabeça.
Ali sorriu.
— Agora só falta um. — Ela disse e correu. Eu a segui e demos de cara com as meninas.
— Estão todos feridos, não acho que vão conseguir roubar mais nada. — Hanna disse rapidamente. — Só falta...
Ela não completou, um machado cortava o ar ligeiramente em direção à ela. Emily mexeu as mãos com força e apertou os olhos, então o machado se lançou para o outro lado, batendo na parede. Mas em seguida o encapuzado caiu em cima do corpo de Emily, e quando Hanna ameaçou se mexer, ele sumiu, reaparecendo atrás dela e lhe chutando as costas.
Hanna caiu no chão, possessa de raiva. Ele sumiu de novo e apareceu diante dos olhos de Ali, levantando o punho para socar o rosto dela, mas Alison o segurou e lhe chutou a barriga. Eu voei para cima dele, mas ele já tinha sumido, me fazendo agarrar o vazio. O corpo de Spencer tinha se transformado em água, mas sua silhueta era a mesma. O encapuzado apareceu nas minhas costas por uma fração de segundos, improvisando um risco enorme nas minhas costas com uma faca e com um chute me fez voar para longe. Spencer se atirou contra ele, o atingido com uma ventania agressiva de água e o acertando, felizmente. Ele se desfez de novo e minhas costas arderam.
Escuto os pensamentos dele, sei onde está indo. A voz de Emily soou na minha cabeça, inteligente e decidida. Voe à direita!
Ela falou na minha cabeça, e eu o fiz rapidamente, com uma força e velocidade assustadoras. Foi dito e feito. Ele apareceu no ar na mesma hora e meu corpo pequeno se chocou contra o dele fortemente, nos levando até uma parede. Ele pareceu surpreso demais para fazer algo ou sumir de novo. Seu tronco bateu com força contra o cimento da parede, eu apenas ouvi o barulho estrondoso de seus ossos colidindo contra a parede e então ele sumiu de novo. Olhei para trás novamente e vi Hanna — muito brava por sinal — atirar bolas de fogo que cortavam o ar com um brilho letal. O encapuzado se fez presente bem na frente das bolas, sendo atingido ferozmente no peito. Emily sorriu vitoriosa, ela deve ter falado na mente de Hanna também.
— Alison! — Emily gritou. — Ele vai fugir! Eu escutei na cabeça dele.
Ali lançou jatos de gelo o mais rápido que pôde até a porta, sendo seguida por todas nós. Hanna voava furiosamente ao meu lado junto com Emily e Spencer, que estava agarrada à amiga. Explodimos pela porta de ferro e apenas escutei Emily gritar:
— Na sua frente! — Ela gritou para Ali e esta manteve o rosto concentrado.
Então Ali atirou seu machado brilhante para frente, ele voava lentamente, girando pelo ar. As costas do mascarado se materializaram bem a frente do machado e este fincou com força na pele, e boa parte da lâmina entrou na tez, fazendo-o cair de cara no chão. Aquilo deve ter doído tanto. Senti calafrios no corpo, junto de uma sensação pesada e exausta.
— Toma essa, seu imbecil! — Hanna gritou altamente no mesmo compasso em que escutei sirenes de polícia.
— Ezra já deve ter chamado a polícia. — Disse Emily. Spencer estava a agarrada nas costas dela com visíveis cortes no rosto. — Vamos!
Voamos por cima do prédio e Ali surfou por cima das ondas de gelo que ela mesma criava. Quando estávamos quase perto do chão e eu já conseguia ver a touca vermelha de Toby se movendo de um lado para o outro, minha visão anuviou instantaneamente. Meu corpo enfraqueceu e eu me senti caindo no vazio e no escuro, como se estivesse sonhando. Eu tentava fazer força, mas parecia inútil e meu corpo caía numa velocidade cada vez maior. Então eu caí em cima de alguma coisa. Alguma coisa com músculos e suéter. Alguma coisa que gemeu baixinho de dor.
— Aria? — Disse uma voz, fazendo esforço para falar. Senti mãos finas na minha cintura levemente.
Levantei o rosto e uma face branca e embaçada na minha frente e depois de um tempo percebi que se tratava de Ezra. Apertei minhas mãos que estavam em seu peito quando senti tudo girar ao meu redor.
Pisquei lentamente, tentando fazer minha visão se estabilizar.
— E-Ezra? — Falei lentamente. — O que... — Me senti fraca demais para continuar.
— Está tudo bem. Eu peguei você. — Ele disse tocando minha têmpora suada. — Consegue se levantar?
— Eu... — Comecei a me mexer, mas eu não conseguia direito. — Eu não...
— Tudo bem. — Ezra me cortou. — Emily, pode me ajudar?
Escutei alguns murmúrio e então as mãos grandes de Emily me tomaram pelo tronco, me levantando com a mesma facilidade sempre. Ela me colocou de pé ao lado dela, mas eu não consegui me manter e então caí de novo, mas Emily me segurou pela cintura prontamente, me olhando preocupado. Seu rosto molhado de sangue e os olhos brilhando. Eu só sabia que ela estava me segurando pela cintura por que eu estava vendo, mas eu não estava...
— O que houve, Aria? — Disse Emily.
Eu engoli em seco, sentindo o peito arder e os olhos salpicarem. O rasgo nas minhas costas queimou e eu fechei os olhos, deixando as lágrimas saírem.
— Eu não estou sentindo minhas pernas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eeeeeeaeae? Gostaram? Se não entenderam alguma coisa, me perguntem nos comentários, que eu respondo e tiro suas dúvidas, okay? Okay. Gente, vocês viram o vídeo da 6B? Fiquei passada, mas até que o Rollings lá é gatinho, né? Melhor que o Lorenzo. Mas a Emily barra todos eles! Enfim, quem pensou que aquela bebê era da Hanna? Eu quase tive um infarte na hora e vcs? Beijosss.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bad Heroes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.