– Fale Sylvain, o que você quer? - Robert perguntou. - Quero conversar com você, Robert, quero ter uma conversa séria com você, quero mostrar um lado meu que você nunca viu. - Eu falei abrindo meu coração como uma lótus. - Ahhh milagres de Jesuses, você quer conversar ao invés de apenas jogar mais uma maldição? - Ele perguntou. - Sei que você está ficando diferente, mais forte, mais potente, você não é o mesmo Robert de décadas atrás, claro tenho como qual quer ser pensante, um intelecto feito pra me ajudar a pensar antes de desafiar alguém, sei que a maldição que joguei em você, já não tem mais força, então agora vim apelar pra conversa... - Robert estava meio pensativo no caso, uma das sobrancelhas erguida. - Comece logo a falar Sylvain, quero voltar s dormir ainda hoje. - Ele falou meio nervoso. - Okay, vou começar tudo pelo início... - Falei, Robert piscou os olhos cansados de sono, quando ele reabriu, estávamos em Osasco... Não em Darya, a luz do sol da tarde banhava os gramados ao longo da floresta, bastava abrir o nariz e coração para sentir o cheiro do orvalho e da relva fresquinha. - Onde estamos? - Robert perguntou. - Em Darya, o país antes de Brizard, aqui é o mundo além das cavernas de Nárnia, onde Telmarinos foram criados, depois da guerra de Peñarol, antes da queda da rainha Luzien.- Ta eu meio que entendi, mas porque estamos aqui? - Ele perguntou. - Porque aqui que minha historia começa, tudo parte daqui...

– Eu Sylvain Aberthane Mac'Avoy filho de Sylvia Aberthane Susien Altraire, servi a minha mãe ate que ela morreu tentando salvar o mundo e ajudar Hugo, mas quando ela morreu, eu consegui fazer algo que nem um bruxo havia conseguido fazer, eu consegui absorver a alma e o karma de minha mãe, eu já era gay desde que nasci, mas isso é muita informação pra um garoto que tinha 9 anos na época, depois disso cheguei aos 14 anos em dois dias, meus cabelos estavam enormes, lembro que eu fui no banheiro, quando vi aquelas peruca enorme comecei a me desesperar, então peguei uma faca na cozinha e não consegui cortar, então corri ate o pequeno quartinho que tinha nos fundos de casa, peguei a tesoura de poda e comecei a cortar, na frente do espelho, tufos e tufos de cabelo voavam pra todos os lados, a parte mais engraçada era que eu não sempre quis ter cabelos grandes, eu sempre me vi como uma menina, e minha mãe sempre me tratou como uma, então eu comecei a ir pra escola e tentar controlar a bagunça que estava no Coven, então consegui fazer um corte mais ou menos masculino, então segui pra escola e depois disso, iria pela primeira vez como a suprema do Coven, Hugin falou que em nome da amizade dele com mamãe, ele iria me ajudar a controlar as bruxas que lá estavam, mas bem, meu dia na escola foi uma merda, no coven, Huggin me a ajudou a receber a varinha de minha mãe, o mais estranho é que ela poderia ter me rejeitado e ido pra qualquer das bruxas que alí estavam, mas ela levantou vôo em minha direção e eu soube que era o próximo supremo, aos 14 ou 9 anos era o supremo do Coven que pertenceu a Sylvia Susien Altraire, algumas das bruxas ficaram com raiva, mas a maioria me aceitou de boa, mas mesmo assim foi quase como atravessar o inferno essas opiniões ruins, mas elas não me levaram só ora baixo, me levaram para o fundo do poço, um mês depois eu abandonei o coven aos cuidados de Hugin, mas ele também iria fugir pra mais uma aventura e um nome, eu lhe dei um beijo, que foi bem retribuído, ele me amava e eu sabia disso, mas não sei se o que o atraía era mamãe ou eu, então tudo começou a ficar pior, na escola havia chegado um garoto novo, Joss era o nome dele, ele me ameaçava e eu como uma criança tinha medo, mas algo maior em mim não tinha, nessa mesma semana, meu cabelo começou a mudar bruscamente de cor, segundo Hugin que a essa altura já era meu namorado, eu estava tendo problema com o pigmento (H32-D). Mas mesmo assim meu cabelo continuava a mudar de cor e crescer tanto que em questão de horas eu já parecia a Rapunzel, mas nem isso conseguiu me abalar, domingo a tarde estava ensolarada e quente, porem o vento cortava entre os prédios, fantasmas brincavam nos parques junto com humanos, e eu acordei sentindo como se algo houvesse sido arrancando de mim, como se o que houvesse sido arrancado tivesse ficado uma pequena raiz, mas me senti mal, passei o dia inteiro me sentido o uma " Vadia Aerada." - Como assim uma vadia Aerada? - Robert perguntou. - Da mesma forma que Marina falou sobre a vadia bolhas, como gazes de um refrigerante ou de vadias chiclete, mas eu estava profundamente abalado, quando chegei a escola, Joss tentou cortar meu cabelo com um estilete e eu explodi, tentei jogar ele longe, mas não consegui, eu havia perdido meus poderes, então agora. Eu não era mais ninguém, era minha última hora, não sei, mas senti a maior vontade de me cortar em toda minha vida, e olha que isso foi tipo cento e lá vai cacetada de anos. Eu sai correndo no meio de todas as pessoas, daquela escola, 99,9% tinha medo de mim, os outros 0,01% só me odiavam mesmo, corri tanto que quando cheguei a uma quadra da escola, eu desabei no chão, uma velha maluca que estava passando me viu jogado no chão e me levou pra casa dela, ela era uma das velhas criaturas que passaram pro nosso mundo durante a guerra do Peñarol, uma Esfinge, mais velha que tudo, ela cuidou dos meus ferimentos, cantou melodias sobre Darya, e eu passei quase duas semanas desaparecido, quando desejei ir embora, ela não queria me libertar ao menos que eu conseguisse advinhar um dos Enigmas de Darya, se eu não conseguisse... - Ela iria te comer? - Robert interrompeu. - Não, ela iria matar o pedaço de mamãe que havia em mim... - E o mais instigante é que a charada era mais idiota que difícil, mas infelizmente eu não consegui acertar, então ela tentou puxar o que tinha de minha mãe em mim, então quando ela puxou, pude sentir tudo se indo pra fora, abri os olhos e um espírito negro em formato de cobra, ele abocanhou a velha que acabou morrendo, e eu recuperei meus poderes, mas infelizmente eu tive de perder algo, isso era um pedaço do meu coração, eu ia morrendo de infarto, eu nunca pensei que poderia perder um órgão, mas segundo Hugin eu estava com um pedaço do meu coração apodrecendo, então tive de cortar, depois disso, perdi metade da minha piedade, amor e ganhei cada vez mais ódio, no dia que Hugin falou que tinha de ir embora, foi o dia mais decepcionante de minha vida, passei muitas horas chorando e ouvindo um gramofones que eu roubará da sala de artes de minha antiga escola, eu nunca pensei que veria Hugin indo embora, o amor da minha vida estava se indo, nessa época pra você ter idéia, não tinha Beatles, FKA Twigs, não tinha Kiesza, não tinha ninguém ora acalantar uma depressão, sei que você ama Lana Del Rey, mas nem Nancy tinha... - Nossa que depressivo, nem Lana tinha pra acalentar tudo, meus deuses, estou sentido o que você passou na alma. - Robert falou. - Pelo menos você tem uma. - Respondi.

– Nossa mas o que aconteceu com sua alma? - Robert perguntou. - Eu... Nem sei como falar, eu a vendi... Foi um dos meus primeiro contratos com Lucian e Lilith, mas isso foi muito depois de voltar de Darya....