~Um dia depois do capitulo três ~

–Sabe, eu ainda estou surpreso que você seja real.- Disse soluço preparando o café da manhã para ele, já que Jack não comia e Valka estava dando uma volta com seu dragão. Depois de ontem Jack passou a noite na casa de Soluço, passaram o dia e noite conversando sobre o que ele fizeram esse tempo todo, inclusive que ele e Astrid haviam finalmente ficado juntos, mas que a mesma foi atingida por uma doença terrível, quase sem chances de sobreviver. Jack explicou que ele havia vindo do futuro para falar algo muito importante com ele, isso deixou Soluço surpreso e ao mesmo tempo chateado, pois significava que Jack só havia vindo visitá-lo para pedir algo ou porque só se lembrou dele anos depois de sua morte, mas Jack explicou o motivo de ter desaparecido para ele, quando Soluço se tornou um domador de dragões ficou tão ocupado ensinando os outros a ter os dragões como amigos que esqueceu-se dele, logo parou de o ver. Isso deixou Soluço constrangido e se sentindo culpado, significava que a culpa de Jack ter sumido era dele e não de Jack afinal. No final acabaram nem falando sobre o tal assunto importante que Jack tinha pra falar, pois conversaram bastante sobre como as coisas mudaram no mundo.

–É, eu era bem real para você naquela época....- Isso constrangeu Soluço, só o fez lembrar que a culpa de nunca mais ter visto o amigo era dele de novo. Soluço pegou o pão com queijo que havia preparado e foi para mesa, onde Jack também estava. Abocanhou um pedaço do pão para evitar discutir com Jack.

– Você mudou bastante, Soluço, nem parece aquele garoto magrelo que eu já conheci.- Disse Jack seguido por umas risadas baixas. Realmente Soluço havia mudado bastante, principalmente para Jack, que passou anos sem ter o visto. Soluço riu com o comentário de Jack e respondeu:

–E você continua a mesma marmota albina de antes, Frost.- Disse ele, depois os dois riram bastante, e por fim, Soluço perguntou:

–Jack, porque veio aqui? Tenho certeza que você não voltaria tantos séculos no tempo só para ver um amigo.- Mordeu de novo o pão para ouvir a história de Jack, que olhava para baixo, podia-se ver culpa em seu olhar também.

–Soluço, eu queria me desculpar, ontem eu disse que o fato de eu ter sumido foi culpa sua, mas eu disse isso porque sou orgulhoso, e você sabe disso.- Jack disse e Soluço afirmou, dando sinal para ele continuar.

–O fato de eu ter sumido foi culpa de nós dois, eu poderia ter me esforçado um pouco para fazer mais parte da sua vida, mas eu não o fiz, espero que possa me perdoar.- Disse Jack olhando nos olhos de Soluço, que sorrindo respondeu:

–Eu nunca fiquei chateado, reconheço a minha parte da culpa, e fico feliz por você ter voltado.- Disse dando outra mordida no pão, o terminando-o. Ainda de boca cheia, falou:

–Mas o que de tão importante você tinha pra falar?- Perguntou engolindo o pão que estava em sua boca, estava realmente interessado em saber a resposta. Jack olhou nos olhos de Soluço sério, dando a entender que o assunto era sério. Soluço ajeitou sua postura para ouvir e acenou com a cabeça para que ele falasse.

–Estamos no ano de 2017 lá no futuro, sete anos atrás eu e os guardiões derrotamos um ser repugnante chamado Breu, mas você deve conhece-lo por Bicho-papão.- Jack parou e Soluço perguntou:

–O bicho papão realmente exise?- Falou Soluço, não ia perguntar sobre os guardiões pois Jack já havia explicado quem eles eram quando ele era um garoto, só ficou surpreso por saber que Jack agora fazia parte dos guardiões, já que ele vivia lhe dizendo o quanto o Coelho-da-Pascoa era irritante e sem humor.

–Existia... Mas tinha um porém, ele tinha três aprendizes, mas apenas um deles o obedecia por opção, o nome dele é Lill. Quando derrotamos Breu, achamos que a alma deles tinham se libertado para descansar em paz, mas não foi bem assim.... Lill gostava tanto de Breu que criou um ódio enorme no coração, que o fez continuar como imortal, e agora ele procura vingança pela morte de seu mestre.- Explicou Jack, Soluço lembrou do que aconteceu ontem, aquele homem pálido de voz estridente, a areia negra e tudo, teria isso alguma coisa haver com o que Jack estava falando? Ia pergunta-lo, mas Jack continuou:

–Os outros dois eram irmãos gêmeos, North não falou o nome deles, mas a menina tinha poder de ver quem os atrapalharia em seus planos e o menino tinha o poder de ver quem os ajudaria, achamos que Lill esteja prendendo a alma da garota ou dos dois para beneficio próprio, pois quando Lill invadiu o sonho de North ele disse que nos mataria, e os nossos aliados também, e você sabe que nós vamos fazer de tudo para que o plano dele não se concretize .- Assim que Jack parou, Soluço perguntou:

–Jack, como é este tal de Lill? – Perguntou pensando no homem que vira ontem, Jack respondeu:

–Assim como seu mestre, pálido, quase cinza, com os olhos e cabelos negros.- Jack disse e Soluço se levantou com o susto da resposta, com certeza era o homem de ontem. Jack se assustou com a reação do amigo, se colocou ao seu lado e pondo a mão no seu ombro, perguntou:

–Soluço, tudo bem? O que houve?-Jack perguntou preocupado com a reação do amigo. Soluço olhou para Jack e respondeu:

–Jack, ontem, antes de você aparecer, esse Lill apareceu para mim, ele disse algo como ‘’Nem pense em ajudá-los, ou tirarei a vida de quem você mais ama’’.- Soluço pensou bem, Jack viera para pedir sua ajuda então, e se ele o ajudasse, Astrid ia morrer. Antes que Jack pudesse falar algo, Soluço se pronunciou:

–Jack, isso quer dizer que se eu ajudar vocês a Astrid vai morrer, eu não vou arriscar a vida dela Jack, NÃO VOU.- Disse quase gritando, batendo a mão na mesa nas últimas duas palavras, depois se sentou na cadeira, apoiando os cotovelos na mesa e cobrindo os olhos com as mãos, as lágrimas começaram a sair e Soluço começou a chorar. Jack entendia o motivo, até porque já perdeu alguém que ele amava muito para o medo... Fechou os olhos e balançou a cabeça para tirar o pensamento da cabeça. Se soluço não os ajudasse e Lill acabasse por vencer, Astrid também morreria, pensou numa solução, sorriu, recolocou a mão no ombro do amigo e disse:

–Soluço, se Lill vencer a batalha Astrid também vai morrer, Lill não é piedoso, ele manipula a mente das pessoas para conseguir o que quer.- Falou para o amigo, que olhou para Jack para ouvi-lo. Assim Jack continuou:

–Mas se nós vencermos a batalha Astrid vai voltar ao normal, e eu não vou deixar de existir.- A última parte saiu sem querer, não queria que Soluço soubesse que se eles perdessem as luzes iam desaparecer totalmente e eles deixariam de existir. Soluço ficou confuso com o que Jack disse, não em relação a Astrid, mas sim em relação a sua imortalidade.

– O que isso quer dizer Jack?- Disse o moreno olhando para o amigo, ficou preocupado com o que aquilo significava. Jack coçou a cabeça, devia tomar mais cuidado com o que falava, queria evitar o máximo o possível preocupar o amigo, mas agora que ele sabia, o respondeu:

–A minha existência depende da fé das pessoas em mim, se todas pararem de acreditar eu e os outros guardiões deixaremos de existir para sempre, e Lill reinará.- Disse o albino evitando o olhar de Soluço, que agora estava certo do que ia fazer.

–Jack.- O chamou, Jack olhou em sua direção ainda com a cabeça baixa.

–Eu vou ajuda-los, quero que Astrid fique bem e.... não quero perder um amigo como você de novo.- Concluiu Soluço, fazendo o amigo sorrir.

Estava tudo ido bem, já tinham um aliado, agora iria procurar por ela....

–Soluço, você por acaso sabe em que direção fica o reino de Arendelle?- Perguntou Jack, deixando o Soluço com um enorme ponto de interrogação estampado no rosto, mas logo lembrou que além dele, Jack tinha amizade com duas princesas de um reino vizinho, principalmente com a irmã mais velha, que possuía os mesmos poderes que ele. Soluço sorriu e perguntou:

– Você vai pedir ajuda dela também?- Jack sabia muito bem a quem soluço se referia, e sorrindo concordou com a cabeça. Soluço se levantou e disse:

–Vamos agora, sei onde fica e....saiba que a sua princesa mudou bastante também.- Disse o moreno fazendo Jack corar, mas ele disfarçou olhando para outra direção e rapidamente dizendo:

–Vamos então!