(Dona)

Ele relutou por alguns minutos, enquanto ela continuava virada de costas esperando. Aproximou-se devagar, quase como se estivesse com medo dela. Foi uma sensação esquisita, quando seus dedos abriam o zíper do vestido revelando a pele branca das costas de Marta, marcada por um lingerie de renda preta. Ele parecia hipnotizado. O perfume que exalava dela... Não era perfume, ele percebera. Era o próprio cheiro dela, doce, suave... Feroz. As mãos percorreram as costas de Marta, em direção aos ombros, fazendo com que o vestido caísse do corpo de Marta diretamente para seus pés. Ele plantou um beijo suave em seu ombro.

Ela virou-se para encará-lo com lágrimas nos olhos. Sem palavras. “Zé...” – Sua voz era como um sussurro.

“Não diz nada. ” – Disse ele.

O beijo foi desesperado, ele a segurava com força, uma mão na cintura e outra em seu rosto, prendendo-a, como se estivesse com medo de que ela pudesse fugir. Seus corpos colados só fazia com que o desejo dele aumentasse ainda mais.

Inebriado por aquele momento, ele só pensava em toma-la para si.

Em meio aos beijos e caricias, as roupas do comendador eram jogadas no chão. Ele tirou um gemido profundo dos lábios dela quando a penetrou profundamente, ao mesmo tempo que deixava marcas vermelhas em seu pescoço. Os corpos deles se moviam freneticamente, num ritmo acelerado e desesperado. Ambos querendo saciar aquela necessidade de se terem, de se provarem. A mão dele entrelaçou-se na dela, e olhando em seus olhos, ele a beijou mordiscando de leve seu lábio inferior, e sussurrou um “te amo” bem baixinho, que a levou ao orgasmo, juntamente com ele.

Eles respiravam profundamente, cansados. Saciados. Ele ainda dentro dela. “Zé! ” – Sua voz era arrastada. Ele murmurou. “Me ama de novo. ” – Ela disse, e ele notou as lágrimas que escorriam daqueles olhos que ele tanto amava, e a beijou ternamente. Se amaram mais uma vez, e desta vez sem pressa, sem urgência. Ele explorou cada parte do corpo dela, lembrando o quanto havia amado aquela mulher, o quanto ele quisera faze-la feliz.

Marta acordou aninhada ao corpo do seu comendador. Não, não havia sido um sonho, fora tudo real, a noite espetacular que tiveram fora real. Ela não lembrava de ter sido tão bom assim. É o que dizem, o sexo de fazer as pazes é melhor que terapia de casal. – Pensou, sorrindo travessa para a ereção matinal do comendador. E foi assim que ela o acordou, com a boca envolta em seu membro, primeiro devagar e então aumentando a velocidade gradativamente, sugando-o com vontade, deixando um Zé Alfredo semi acordado, completamente enlouquecido de paixão.

Depois de atingir seu ápice dentro da boca de Marta, os dois acomodam-se na cama, extasiados. Deitados de conchinha, o comendador observa as marcas do amor que ele havia deixado no pescoço e no restante do corpo de Marta. Uma mulher forte, mas tão frágil. – Ele analisava a fragilidade de sua pele. E de repente pensou no quanto ele fora duro com ela todos esses anos. Ele lhe plantou um beijo no pescoço, que fez a pele de Marta arrepiar.

– Zé? – Ela parecia atordoada – Quando nós nos levantarmos dessa cama, tudo vai voltar a ser como era antes, não é? Nós vamos continuar brigando feito cão e gato, e você ainda vai continuar vendo a Isi...

“Nada vai ser igual como era antes Marta. ” – Ele a interrompeu, fazendo com que ela virasse de frente para ele. “Eu lhe prometo. As coisas vão ser diferentes agora. ” – Ele dizia olhando em seus olhos.

Por um instante Marta lembrou-se da primeira promessa que ele havia feito à ela no dia em que a pediu em casamento, e nesse momento ela teve certeza de que ele cumpriria a sua palavra. Tudo vai ser diferente agora. – Pensou, esperançosa com o que os aguardava.