Evolution: Parte 2 escrita por Hairo


Capítulo 4
Injustiça


Notas iniciais do capítulo

Aqui temos uma dica no início do capítulo sobre o futuro próximo da fic. E temos uma surpresa mais para o final...

E não, ainda não vamos revelar que era o herói do capítulo anterior... hehehhehe

Espero que gostem!



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Dave e Mindy passaram aquela noite acampados em uma área aberta, já na rota que ligava Cardo e Aurburn. De acordo com a menina, eles chegariam ao seu primeiro destino em dois dias caso não se perdessem no pequeno bosque que existia na entrada da cidade. Ela não sabia dizer se na estrada eles encontrariam um centro Pokémon, mas apenas por sair do mato alto da trilha em que passaram os últimos dias, o grupo já se sentia muito mais aliviado.

O grupo chegou à área de acampamento relativamente tarde, porém a lua brilhava clara em um céu estrelado, livre de nuvens. Por isso, tendo um Charmander como tocha, a escuridão não se mostrou um problema. Ao contrário, o atraso causado pela equipe Rocket parecia ter atrapalhado os planos dos garotos de chegar a Auburn o mais rápido possível. Os dois estavam nervosos por sua primeira batalha de ginásio.

Mindy especialmente. O fato de que ainda não vencera uma batalha oficial a incomodava muito. Apesar de ter lutado contra Jack e Jody, ela não os considerava. Suas batalhas nunca eram travadas de maneira justa ou em condições normais. A única experiência que teve foi na batalha de exibição, depois do torneio de Iniciantes e, ainda que tenha sido uma luta equilibrada, a derrota ainda ressoava na sua cabeça. Apesar de que ter capturado seu primeiro Pokémon ter ajudado um pouco sua auto-estima, a menina mal podia esperar pelo seu próximo encontro com Mary Jane.

Outro motivo para a pressa eram os outros treinadores de Cardo. Apesar de ter perdido muito tempo em sua cidade natal, Rusty tinha partido quase uma semana antes dos dois. O tempo perdido na trilha, apesar de proveitoso, os tinha deixado ainda mais atrasados. A menina calculava que à medida que eles alcançassem Auburn, seu primo já estaria em Etton, sua segunda cidade programada.

Acampados, eles se alimentaram bem, com a comida feita em uma fogueira pré-preparada, em uma área especial para viajantes que ficava na borda da estrada. Dave observou que a sua volta, poucas barracas abrigavam o que supostamente seriam outros viajantes, que já haviam se recolhido.

– Estamos mais ou menos na metade do caminho entre Cardo e Auburn – disse Mindy, olhando o mapa enquanto comia.

– Uhm...Cherra quwe...

– Ai, engole essa comida antes de falar, Dave – disse a menina com cara de nojo. Eevee por sua vez ria do seu treinador.

– Desculpa – disse ele, limpando a boca com a mão antes de continuar – Como eu ia dizendo...será que agente chega lá amanhã?

– Talvez – respondeu a menina, checando mais uma vez o mapa. – Sabe, fica bem longe ainda, mas acho que da, se a gente sair bem cedo e viajar bem rápido.

– Ótimo! Então a gente vai sair bem cedo e viajar bem rápido! – respondeu o menino, animado. Quem já não pareceu muito animado com a idéia de acordar cedo foi Eevee, que fitava o treinador com desconsolo no olhar.

Após uma boa refeição, eles decidiram se recolher, deitando em seus sacos de dormir. Dessa vez tanto Dave como Mindy tomaram o cuidado de resguardar suas pokebolas. Aparentemente o incidente mais recente com a dupla de rockets os havia traumatizado. Eevee dormia junto com Dave, apertados no mesmo saco de dormir. Apesar de um pouco desconfortável, pelo menos os dois ficavam mais seguros de que nada aconteceria ao outro sem que um soubesse.

Tudo correu bem e o grupo aproveitou uma noite de sono revigoradora, apesar de curta. Aquela manhã, mais uma vez, eles acordaram assustados. Dessa vez por sons altos e fortes estrondos que pareciam estar incrivelmente próximos. Dave se levantou de sobressalto, se assegurando que Eevee estava com ele, e, por isso acordando o amigo. Mindy acordou junto com o menino, assustada e olhando para os lados.

Mas o que é que está acontecendo? Pensaram os dois juntos.

Dessa vez, contudo, a fonte de perturbação foi facilmente localizada. Uma nuvem de poeira havia se formado do outro lado da estrada e um Charizard voava bem em cima dela, olhando para o chão, aparentemente apreensivo. Em cada lado da nuvem de poeira Dave percebeu dois treinadores, que rapidamente foram encobertos.

Rapidamente o grupo se levantou e correu para o local onde parecia estar sendo travada uma batalha. Os olhos de Mindy brilharam ao ver o Charizard voando, enquanto Dave esperava ansiosamente a nuvem de poeira baixar para ver o adversário daquele incrível Pokémon de fogo. De fato, mais ansioso que os dois espectadores só estavam os treinadores que observavam intensamente enquanto a área de batalha se tornava cada vez mais visível. Dave percebeu que o treinador a sua direita tinha um sorriso escondido ao canto de sua boca. Ele estava confiante.

Não tardou e o sorriso dele aumentou. A nuvem se dissipou e foi possível ver um Nidoking caído no meio de uma pequena cratera. Ele estava desacordado, fora de combate.

Os olhos de Mindy pareciam que iam saltar de seu rosto, de tão excitada que ela estava. Charizard e Nidoking de uma só vez. Ela observava os pokemons que esperava que fizessem parte de seu time no futuro.

– Nidoking volte! – disse o treinador à esquerda, visivelmente abalado.

– Ótimo trabalho Charizard – disse o treinador sorridente, fazendo um sinal de positivo para seu Pokémon, que continuava no ar – Foi um lindo arremesso sísmico.

– A batalha ainda não acabou, Henry! Vou testar meu mais novo Pokémon. – disse o treinador que perdera o primeiro round. Automaticamente, Dave pensou Ufa! Ainda bem que ainda não acabou. O homem sacou uma segunda pokebola e liberou seu Pokémon – Vai Pidgeot!

– Belo Pidgeot James – respondeu Henry recolhendo seu primeiro pokemon – Vamos ver se ele pode com meu Jolteon...

Os olhos de Dave brilharam ainda mais vendo os Pokemons que entraram na luta. Ele mal podia acreditar. Mindy, ao contrario, parecia ter voltado à realidade vendo um Pidgeot em sua frente. Ela se lembrou imediatamente de sua ultima batalha contra um Pokémon daquela família. Será que a Mary Jane já chegou a Auburn?

James parecia mais confiante com seu Pidgeot. Para ele, ainda havia muita batalha pela frente. Henry por outro lado pouco se abalara com o Pokémon adversário. Ele parecia confiar na vantagem de tipo com que seu Pokémon contava.

Dave olhava maravilhado para aquilo tudo. Era uma batalha de alto nível e ele não podia acreditar na sorte que tinha ao presenciar tudo. Sua alegria, entretanto, durou pouco.

– Incrivel! Tá vendo isso Min...?

Quando ele olhou para o lado, não viu sinal de Mindy. Sem entender, o menino girou a cabeça para todos os lados, até achar a amiga de volta no local onde passaram a noite, do outro lado da estrada. Ela arrumara todos os seus pertences e já guardava o saco de dormir de Dave na mochila do menino. Dave Não acreditava no que via.

Antes de a batalha recomeçar atrás de Dave, ela já estava gritando - Vamos logo! Se não a gente vai se atrasar!

Mas o que?! Pensou ele, incrédulo.

– Mas eu não vou mesmo! – berrou o menino de volta.

Ele voltou a observar a batalha, e viu Pidgeot mergulhar no ataque rápido mais rápido que ele já vira, enquanto Jolteon desaparecia de vista com uma velocidade semelhante, escapando do ataque inexplicavelmente.

A menina então se encaminhou na direção dele, ainda falando – Dave, a Mary Jane já deve ter passado por aqui! Ela saiu bem mais cedo do que a gente, mas foi no mesmo dia. Se a gente se apressar ainda podemos alcançá-la antes de Auburn!

Ela olhava para o menino, esperançosa, mas ele observava como uma criança enquanto Jolteon soltava seu ataque de espinhos venenosos e Pidgeot dava uma incrível demonstração de agilidade. Se ouviu o que a amiga disse, o rapaz não deu nenhum sinal de resposta.

Percebendo que estava sendo ignorada, ela decidiu apelar.

Em tom de quem comentava como está o dia, ela disse um nome que Dave não conseguiu ignorar - Sabe, o Rusty deve estar prestes a conseguir sua segunda insígnia a essa altura.

Como mágica, o menino deu as costas para a batalha e se voltou para a amiga.

– O que?! Como você sabe? Ele não pode ter duas insígnias....

– Não tenho como ter certeza Dave, mas eu conversei com vovô antes de sairmos de Cardo. Pelo que ele disse, meu primo estava em Auburn aquele dia. A essa altura, já deve ter chegado a Etton.

De repente, a batalha entre aqueles dois pokemons bem treinados foi tratada como se fosse uma batalha entre Metapods. Sem nem olhar para ver o que acontecia, o menino tirou sua mochila das costas de MIndy, e ainda a agradeceu por tê-la pego para ele.

– Obrigado – disse, jogando a mochila nas costas. –Vamos logo Eevee – e saiu em direção à estrada, com passadas largas.

Aquele Rusty...se ele acha que vai conseguir as oito insígnias antes de mim, ele vai ver só.

O único que continuava interessado na batalha era Eevee que ficara desapontado ao perceber que perderia sua continuidade. Ele lançou um olhar fuzilador à menina, que simplesmente levantou os braços, como se dissesse que é que eu posso fazer?

O pequeno Pokémon marrom ainda ficou um pouco para trás, para tentar ver um pouco mais da batalha de uma de suas formas evoluidas. Entretanto logo saiu correndo assustado atrás de seu treinador, quando o choque de alta voltagem de Jolteon atingiu a grama, centímetros de onde ele estava. Se Dave não tivesse saído de seu lado, o treinador provavelmente teria virado churrasco.

Enquanto isso, Mindy, pela primeira vez, começava a ver uma vantagem em ter um primo tão incrivelmente irritante. Pelo menos o Rusty não tem esse efeito só em mim...

***

A manhã se desenrolou sem grandes eventos, com Dave seguindo animado o frente do grupo, mantendo um ritmo acelerado. Eevee seguia no ombro de seu treinador, dormindo as horas que fora roubado por ter sido acordado tão cedo. Eles pararam o almoço por volta de uma da tarde e Mindy teve que aturar enquanto o menino a apressava de 5 em 5 minutos para que cozinhasse mais rápido. Por que? Por que eu tive que falar do Rusty... se lamentava ela, em silencio.

Não tardou e eles retomaram a estrada. Com o ritmo de Dave, eles cobriram uma grande distancia e logo, bem à frente, o rapaz viu a estrada entrando em uma floresta. O sorriso no rosto de Mindy dizia tudo.

– Já chegamos ao bosque! Do outro lado está Auburn e a nossa primeira insígnia. – disse ela triunfante – Com alguma sorte, a gente chega lá antes de anoitecer, e amanhã poderemos desafiar o ginásio.

– Sério? Ótimo! Amanhã cedo ganharemos a insígnia e seguiremos viajem! – Disse o rapaz.

Contudo, por mais que tentasse esconder, a perspectiva da primeira insígnia trazia certo frio na barriga do treinador iniciante. Butterfrees pareciam voar em seu estomago toda vez que ele pensava na batalha decisiva que o esperava em Auburn.

Eles entraram floresta adentro e logo não conseguiam mais ver a planície que ficara para trás. A estrada fazia curvas por entre as altas arvores que pareciam crescer à medida que eles penetravam mais fundo na mata. O sol entrava por cima das copas razoavelmente espaçadas e iluminava todo o ambiente. Dave e Mindy caminhavam lado a lado e ele olhava a sua volta ansioso. Era a primeira floresta que ele entrava desde que partira em sua viajem, e ele sabia que ali deveriam viver diversos tipos diferentes de Pokémon.

Mal havia concluído o pensamente e o primeiro acontecimento estranho do dia ocorreu. Bem a sua frente caiu, repentinamente, um Pokémon. Ele viera voando, e cruzou a estrada a frente do grupo, caindo próximo aos pés de Dave, no que pareceu ser um pouso de emergência mal executado. Era um pássaro de pelugem marrou e bege claro, com bico e pata em tom rosado. Ele parecia bastante machucado e ofegava. Um pidgey! Pensaram Dave e Mindy juntos.

Mas o Pokémon parecia estar com pressa. Logo ele levantou vôo com dificuldade, e continuou seu trajeto. O grupo tentava entender o porquê de aquele Pokémon ferido ter tanta urgência em sair voando, quando tudo foi devidamente explicado. O grupo só teve tempo de proteger as cabeças quando uma revoada de outros pássaros, com pelugem bege e asas vermelhas, passou por eles em alta velocidade, aparentemente em uma perseguição. A quantidade de Pokemons era imensa.

Para piorar a situação, o bando de pássaros que parecia passar direto por eles, não ignorou a presença do grupo de viajantes. De repente, sem mais explicações, eles abandonaram o seu alvo inicial e se voltaram contra a dupla de treinadores. Dave mal conseguia ver o que os atacava, então puxou sua pokedex.

“Spearow, uma ave pokemon. Ela é agressiva e extremamente protetora em relação a seu território. Seu piado é muito alto e serve para alertar seu bando de um perigo ou ameaça iminente. Quando em grupo, pode causar grandes estragos”

– Porque eles estão nos atacando?! – Perguntou Mindy assustada, enquanto caia no chão.

Eevee estava se esquivando habilmente dos ataques, e tinha acertado sua primeira cabeçada quando um segundo evento estranho parou o ataque. Sobrevoando as árvores, um forte piado de uma ave maior parou os Spearows. Aparentemente era uma ordem de continuar a perseguição, pois o bando estancou o ataque e seguiu em alta velocidade para dentro da floresta, na direção para onde Pidgey havia voado pouco mais de um minuto atrás.

Apontado a pokedex para o alto, Dave entendeu melhor o que estava ocorrendo.

“Fearow, a forma evoluída do Spearow. Usa seu longo bico para realizar poderosos ataques. Suas asas longas e sua resistência o permitem voar um dia inteiro sem cansar.”

Vendo para onde seus atacantes tinham seguido, Dave e Eevee compreenderam um ao outro só no olhar. Não havia outra opção. Não havia nada que eles pudessem fazer. Seus instintos eram um só. Os dois saíram em disparada atrás dos Pokemons que perseguiam o pequeno Pidgey.

– Vamos Mindy! – disse ele enquanto se levantava e começava a correr.

Seguir o bando de Spearows não foi difícil. De fato seu piado era alto e o grande número de pokemons rapidamente denunciou sua posição. Eevee liderava o grupo, saltando raízes e pedras, seguido por Dave e, mais atrás, uma Mindy confusa.

Rapidamente eles encontraram o grupo de aves voando em torno do mesmo lugar. No meio delas, caído no chão estava o pequeno Pidgey, alvo de diversos ataques ao mesmo tempo. Ao que parecia, ele mal conseguia ficar acordado.

Sem pestanejar Eevee e Dave entraram por entre os Pokemons voadores para proteger o pequeno passaro, levando diversas bicadas no caminho. Eevee usou um ataque rápido para fazer com que os Spearows em volta de Pidgey levantassem vôo, e Dave rapidamente pegou o Pokémon ferido no colo.

Mindy parara antes de entrar na área de ataque dos pokemons agressores, e, somente agora, parecia entender o que ocorria. Com um olhar determinado, ela liberou seus pokemons.

– Charmander, Nidoran, vamos acabar com essa injustiça!

O ataque dos Spearows parecia não cessar. Dave ordenou que Eevee usasse o ataque rápido, a cabeçada e a mordida, e o Pokémon obedecia incrivelmente bem. Não foi atingido por uma picada sequer enquanto lutava o que pareiam ser mais de dez Spearows ao mesmo tempo. Dave liberou Sandshrew para ajudar, enquanto Charmander e Nidoran também travavam batalhas com mais de um inimigo ao mesmo tempo. Eles pareciam não ter saída, mas então o terceiro evento estranho aconteceu.

Quando Eevee usou sua Cauda de Ferro, nocauteando em uma única batida, três Spearows juntos, os outros pararam o ataque repentinamente. Abobados com o ocorrido, Dave e Mindy se entreolharam.

Será que acabou?

A resposta foi rápida e não agradou. De cima desceu o forte Fearow, saindo da posição de apenas espectador. Imponente, o líder do grupo olhava para Eevee desafiadoramente, enquanto soltava um forte piado, que ressoou nas árvores a sua volta. O Pokémon de Dave pareceu entender aquilo como um desafio e se postou em posição de batalha, fixando o olhar no inimigo. O menino arregalou os olhos e por um momento titubeou, com medo de machucar Eevee em uma batalha com um Pokémon tão forte, mas o lamento fraco de Pidgey em seu colo o lembrou do por que eles estavam fazendo aquilo.

– Isso é um desafio?! – gritou Dave, para o grande Fearow a sua frente. –Tudo bem então! Mas eu tenho uma condição. Se sairmos vitoriosos, você deixará que nós saiamos daqui ilesos! E levarei o Pidgey comigo! – Exigiu ele.

– Ue! – disse o Pokémon, confirmando as palavras de seu treinador.

Dave nunca vira Eevee tão concentrado em uma batalha. Nunca vira seu Pokémon lutar daquele jeito, contra tantos inimigos juntos. Não existia a possibilidade de recuar. Dave teria que batalhar com Fearow. E não podia perder.

Mindy e seus pokemons estavam tensos. Sandshrew também. Os Spearows voaram de modo a abrir espaço para a batalha que ocorreria ali, e pararam no ar, para observar seu líder. Tudo dependeria de como Eevee se sairia frente ao Fearow.

– FEEAAARRR!!! – respondeu o Pokémon, batendo suas asas, e balançando positivamente a cabeça. Pelo visto ele havia aceitado os termos de Dave.

Instantaneamente, a ave atacou com diversas bicadas rápidas obrigando Dave a começar na defensiva.

– Evasiva Eevee!

O pequeno Pokémon se desviava sem muitas dificuldades das bicadas sucessivas de Fearow. Isso parece ser um ataque de fúria.

A ave continuava seu ataque até que Eevee pulou por cima de seu bico, usou seu grande corpo como apoio e pulou para a outra ponta do espaço da batalha, deixando seu adversário mais enfurecido ainda. Aproveitando a oportunidade, Dave ordenou.

– Ataque rápido, agora!

Sem perder tempo Eevee desferiu seu golpe. Ele partiu em alta velocidade, mirando exatamente no centro do peitoral do grande Pokémon, mas ele não foi rápido o suficiente. Fearow desviou no ultimo instante, batendo as asas, levantando vôo e passando por cima de Eevee. A partir desse movimento do adversário, o menino teve uma idéia.

– Cabeçada pulando! – ordenou ele

Eevee obedeceu prontamente, freando o ataque rápido exatamente abaixo de Fearow pegando a grande ave de surpresa, acertando uma forte cabeçada na parte de baixo de seu corpo. Fearow ganhou mais altura e pareceu ter sentido o ataque, mas não desistiu da luta.

Novamente ele mergulhou, preparando um novo ataque de fúria. Dave sabia que tinha que esperar o momento certo para ganhar a luta, e então ele nada disse enquanto o Pokémon voador chegava mais e mais perto. Eevee parecia entender o que Dave queria, e estava preparado para a próxima ordem do treinador. Então, quando Fearow estava prestes a acertar o que seria um ataque fatal, Dave ordenou.

– Eevee, evasiva e Cauda de Ferro!

O Pokémon obedeceu prontamente, e, como em câmera lenta, Eevee fez um movimento lateral, desviando do longo bico de Fearow no ultimo instante enquanto sua cauda começava a brilhar. Com um movimento rápido, ele girou o corpo, acertando em cheio o rosto da ave, que foi jogada no chão com força e deu duas cambalhotas, antes de parar, completamente tonta.

Pronto. Tudo estava decidido. Com um sorriso de alivio, Dave relaxou. Ele não falou, apenas descansou a mão livre no joelho enquanto Mindy e os outros pokemons, que pareciam ter segurado a respiração durante toda a batalha, suspiraram finalmente. Os Spearows continuavam imóveis, olhando para o seu líder, aparentemente perplexos. O único que não relaxou foi Eevee, que continuava olhando fixamente para o oponente.

Ufa, essa foi dura pensou Dave, olhando para o Pidgey em seu colo. Você vai ficar bem amiguinho, eu vou cuidar de você.

Dave então levantou seu tronco, ajeitou sua postura e olhou para Mindy e os outros pokemons, ainda tentando entender o porquê de todos esses Spearows estarem perseguindo o pequeno Pidgey. O rapaz demorou ainda alguns segundo para perceber que seus amigos estavam todos parados de novo, com a respiração presa. Rapidamente ele virou para trás e viu que todos observavam estupefatos enquanto Fearow se recuperava lentamente, e começava a voar baixo, claramente fraco e tonto. Com um único piado, ele ordenou que a batalha recomeçasse. Instantaneamente os Spearows voltaram a atacar o grupo de Dave e Mindy, que ficaram sem ação, pegos de surpresa. Dave não acreditava no que aquele Pokémon acabara de fazer. Ele fora enganado.

Ninguém, contudo, ficara tão enraivecido como Eevee. Aqueles Pokemons estavam atacando um Pidgey indefeso, em um numero muito maior, e ainda foram capazes de enganá-los... Para Eevee, esse era o limite.

– UeeeeeEEE! – Gritou o Pokémon, em um tom de raiva que seu treinador ainda não conhecia.

O ataque dos Spearows parou com a mesma velocidade com que começara. Todos olharam para Eevee com surpresa no olhar. Nenhum par de olhos estava mais arregalado do que os de Dave, quando viu o pequeno Pokémon tremer de indignação, enquanto uma leve aura escura surgia em volta do corpo. Seu olhar era de concentração e determinação. Ele tinha o adversário travado em sua mira, e Fearow parecia estar sem reação.

– UUEEEEEEEEE!

O Pokémon de Dave partiu em alta velocidade na direção da grande ave, atingindo-a no peito, no mesmo lugar em que acertara a cabeçada minutos antes, mas, dessa vez, com um golpe muito mais poderoso. Ela sentiu o golpe e foi lançada no meio da floresta, derrubando duas arvores no caminho e desaparecendo da vista dos treinadores.

A aura de Eevee sumiu enquanto ele olhava o alvo de seu ataque desparecer por entre as árvores, deixando um rastro de destruição pelo caminho. Seus seguidores não tardaram a debandar aparentemente com medo do pequeno Pokémon. Nenhum deles pareceu seguir o líder para verificar como ele estava. E Dave, Mindy e os pokemons, ficaram ali, perplexos, olhando boquiabertos para Eevee, sem entender o que havia acontecido.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Alguem arrisca alguma coisa?

Espero vocês nos comentários!



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