Depois que a Haruka revelou seu passado um por um foi indo embora digerir o que foi dito, Rangiku deu um ultimo abraço na ‘irmã’ e foi para casa junto com o Byakuya. Na pequena casa da Haruka estava apenas ela e o Kensei. Os dois ficaram num silencio sem se olhar por um breve tempo.

— Então..... – Kensei começa a falar – ...talvez seja melhor eu der um tempo...... acho que você precisa de tempo para pensar...... e eu também.....

— Kensei....

— Haruka...... se é verdade que estão trazendo o Junichi de volta..... antes de tomarmos qualquer decisão precipitada....... você precisa ver ele......

— Kensei......

— Por favor Haruka...... e não se preocupe...... eu estarei sempre aqui...... te vejo na reunião dos capitães amanhã....

Com isso o Kensei deixa a casa da Haruka. E ela caminha lentamente para o quarto, ela espera que a Shutara consiga vir, ela precisa de uma amiga, mas ao mesmo tempo não quer ir ao palácio real. Ao adentrar ao seu quarto ela sente uma explosão de reatsu vinda do palácio real.

— Eles.... não........

Sentir a reatsu do Jun fez com que ela ficasse brava, era mais um problema que ela deveria enfrentar.

Palácio Real

— Como assim? Mil e cem anos?

— Junichi..... o que você esperava.... você acha que é fácil extrair você de um buraco negro de uma zanpakutou que nem existe mais? – Oetsu pergunta irônico.

— Então sua zanpakutou foi destruída? – Ele fala olhando nos olhos do Hiro que ainda parecia perplexo.

— Haruka...... – é a única coisa que Hiro consegue falar, mas ele fala olhando pra Shutara.

— Onde ela está? – Junichi pergunta – ela não deveria estar aqui com vocês..... mas fico feliz em saber que ela foi a única que destruiu sua zanpakutou.....

— Ela está na seireitei, e não acho que ela tem intenção de vir aqui. – é a resposta da Unohana.

— Tenho certeza que ela vai querer vir aqui quando souber que eu estou de volta – Junichi diz sorrindo

— Jun..... foram mil e cem anos...... as coisas mudam em mil e cem anos....

— O que você quer dizer com isso Shutara?

— Que esses dois idiotas não deveriam ter trazido você de volta.

— HARUKA! – todos dizem ao mesmo tempo.

— Vai me dizer que não sentiu minha falta? – Jun fala sorrindo.

— A seireitei está diferente de mil e cem anos atrás, se quiser pisar lá em baixo, saiba que não vai ser fácil..... e o clã Senjumaru não tem poder nenhum, e praticamente nem dinheiro..... não me procure pra te ajudar...... não tenho tempo e nem vontade de olhar para o passado....

— Haruka..... eu sei que se passaram mais de mil anos, mas eu nunca vou deixar de te amar...... e eu sei que você ainda me ama.... se não você não estaria aqui.

— Senjumaru-dono, mil anos pra você pareceu apenas um dia ou um mês, a verdade é que eu me preocupo com a Shutara caso você decidir descer para a seireitei, e eu não sou mais a mesma pessoa de ante..... – Haruka olha para cada um – e se você decidir atacar meu irmão novamente eu te mato..... eu sou a única que posso bater no Hiro, fui clara?

— Haru.....

Antes mesmo dele conseguir dizer o nome dela ela tinha desaparecido.

— O que aconteceu com ela?

— Como ela disse, ela não é mais a mesma Haruka de mil anos atrás. – Unohana diz – se me derem licença, estarei no meu quarto descansando. Vocês deveriam fazer o mesmo.

Jun fica olhando na direção onde a Haruka estava enquanto os outros foram indo para seus respectivos palácios.

— Shutara.... eu vou atrás dela.

— Jun....

— Não me impeça, eu preciso saber o que mudou.... eu amo ela, e vou fazer ela ver que ela ainda me ama....

— Jun.... – Shutara chama o irmão, mas ele nem sequer olha pra traz – se a Haruka quisesse você de volta ela tinha te puxado do buraco negro naquele mesmo dia.... só agora eu entendo que ela não estava com ódio do Hiro aquele dia... ela.... – Shutara sussurra pra si mesma.

Seireitei

Haruka não queria voltar pra sua casa, e nem ir atrás da Rangiku, mesmo sabendo que ela deveria avisar sobre a volta do Jun, mas então ela vê em sua volta duas borboletas infernais, e uma encosta em seu ombro, e a voz da Unohana ecoa em sua mente, avisando que a outra borboleta era direcionada para o Byakuya. Haruka respira aliviada e retoma seu rumo.

Ela para na frente de uma porta e com um pouco de receio ela bate na porta, bem lentamente e quase imperceptível como se estivesse com medo.

A porta se abre e Kensei apenas com uma toalha em volta da sua cintura aparece com uma cara irritada quando percebe quem era na porta, mas o olhar da Haruka gera preocupação na pessoa a sua frente, que a puxa para um abração não se preocupando com o depois, e fecha a porta logo após os dois estarem dentro da casa.

— O que aconteceu?

Ela não responde, apenas lágrimas escorrem de seus olhos. Kensei a pega no colo e leva para o quarto onde depois de deitar ela na cama a puxa para um abraço novamente. Ela fica com o rosto no peito dele e com lágrimas escorrendo de seus olhos.

—.... – Ela respira fundo – ....ele está de volta..... e eu......

— Shii... se não quiser falar tudo bem.....

— Eu descobri que eu nunca amei ele, não como de um casal..... eu amava ele por ser melhor amigo do meu irmão e eu destruí a zanpakutou do Hiro para que o Jun nunca pudesse sair do buraco negro e matar o Hiro por atacar ele ou me defender do Hiro...... eu tava defendendo o Hiro.......eu me isolei apenas por ter destruído a zanpakutou do Hiro e não por ter perdido alguém.... e agora ele está de volta e ele atacou o Hiro.... e eu fui para o palácio real defender meu irmão e dizer pro Jun ficar longe de mim..... e eu só pensava em não te ferir...... você é a pessoa mais importante pra mim, depois da Rangiku...... e eu não quero ferir nenhum dos dois... o Jun é inconsequente......

— Shii... eu não vou a lugar nenhum..... e você não está me machucando..... na verdade me machucar ver você assim..... – ele beija a cabeça dela – eu te amo.

— Eu te amo Kensei.