Distrito 12 escrita por Apenas Always


Capítulo 7
Novamente, casa


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap! Não esqueçam de comentar, acompanhar, favoritar, por favor!
Beijos, bom capítulo!



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Saltamos do trem, rodeados com as poucas pessoas que chegaram até o final da linha. Enquanto andávamos pela plataforma, eu podia sentir as pessoas olhando. Encarando de um jeito bem mais pessoal do que na Capital.

Mas existe outra coisa que está extremamente clara.

Gale.

A forma como ele anda, como ele respira muda. Ele está mais relaxado como se finalmente estivesse em paz.
Como se todo o distrito fosse um pedaço dele há muito tempo perdido.
Algumas pessoas cumprimentam ele e algumas até me oferecem sorrisos.
– GALE!

É como se Gale estivesse abraçando a própria versão adolescente. Procuro alguma diferença no mar de semelhança desses dois. A única mudança de um rosto para outro é que o mais novo tinha olhos verde vivos, bem diferentes do azul cinzento de Gale.

Além de claro, de que o próprio ar em volta dele parecia se divertir. O sorriso dele é tão grande no rosto que fico com medo que os músculos da face dele nunca voltam para o lugar.

– Cariza, esse é Rory, meu irmão mais novo - Gale me apresenta ele com uma mini versão do mesmo sorriso.

– Bem-vinda a família! - Ele me dá um super abraço. Sério. Acho que minhas costelas trocaram de lugar uma com as outras.

– Ahn... Obrigada - Ainda estou meio estonteada com a recepção.
Rory solta uma risada e começa a conduzir nos dois pelo zig zag de gente.
Ele é um ou dois anos mais velho que eu, mas o mundo parece ter sido bem mais gentil com ele. Me pergunto quanto Gale sacrificou da própria felicidade para que ele mantenha a dele.

Andamos no frio leve da noite durante alguns poucos quilômetros. O assunto parece nunca acabar, e é perceptível o quanto eles são amigos.

Logo Gale compartilha do mesmo sorriso e eu começo achar que eu desci com outra pessoa do trem. Por que eu realmente não sei quem é esse Gale que brinca e da risada no meio da rua sem se preocupar com as pessoas que olham. É impossível não sorrir também.

Nossa comitiva de sorrisos chega a área da Costura.

O 12 tinha a menor população e o maior estrago depois da guerra, mas ele se reconstruíram quase que imediatamente, Gale me contou. Menos de 1 ano depois que as coisas se estabeleceram, as casas já estavam no lugar, os corpos já estavam em baixo da terra, junto com a dor e o sofrimento.
Olho para a grama verde, durante alguns minutos.

Sinto como essa fosse a parte de Gale mais secreta, mais pessoal.

Ele simplesmente escancarou a porta para mim.

Sei que chegamos quando uma menina de mais ou menos 10 anos sai correndo de uma das casas. Ela é tão parecida com Gale e Rory que não existem dúvidas que é a irmã mais nova de Gale.

Ela é toda cabelos pretos e olhos verdes correndo na direção dele. Ele abre os braços e dá um abraço do tipo que você só vê um pai dando em uma filha.

Chama ela de minha princesa e beija a sua testa.

A cena é tão linda que eu tenho certeza que eu posso chorar.

Mais uma criança Hawthorne sai de dentro da casa, com a mãe atrás.

É assustador quanto o menino parece com Gale. Rory era realmente muito similar, mas o menino de mais ou menos 13 anos é uma cópia fiel de Gale.
Vick.

Do primeiro fio de cabelo, a expressão, os olhos, até a forma como andava. Era tudo Gale.
Ele se apressa e abraça Gale também.
Gale até tenta esconder, mas ele não consegue, não de mim. Eu consigo ver claramente quando ele seca os olhos e abre para a mãe dele o maior sorriso que eu já vi.

– Meu menino - Ela diz e abraça ele.
E lá estão eles, transbordando felicidade daqueles rostos que compartilham os mesmos traços. Continuo observando, e pela primeira vez entendo o conceito de "família". Me sinto uma intrusa por estar aqui. Quero me desculpar e pedir licença, por que eu sei que nem se eu vivesse mil anos, seria meu direito estar aqui.

Por que é impossível que um dia eu tenha algo assim.

E dentro da bagunça de novidades que um compartilha com o outro, alguém lembra de mim.

– Posy - Gale fala para a menina no colo dele - Essa é Riza. É uma amiga muito especial para mim e eu quero que você seja legal com ela, ok?

A menina olha para mim desconfiada antes de assentir com a cabeça.
É bem fácil ver de quem ela herdou o gênio.

– Riza, é? - A mãe de Gale se aproxima. Sinto meu rosto ficar vermelho até a raiz dos cabelos. - Bem-vinda.
Aperto a mão dela.

– Obrigada por me receber, Sra. Hawthorne.

– Me chame de Hazelle, querida.
Ela vira e conduz todos para dentro.
Posy é idêntica a mãe. Desconfio seriamente que Gale é idêntico ao falecido pai.

A casa é pequena e acolhedora. Poucas fotos penduradas na parede e eu confirmo minha teoria sobre o pai de Gale. Eles são iguais.

Meus olhos estão em uma foto onde Gale tem provavelmente a mesma idade que eu. Ainda não é a pessoa fechada e cheia de cicatrizes que eu conheci, mas eu praticamente posso ver o peso da responsabilidade sobre os ombros dele.

A maioria das fotos é recente. Posy brincando na campina, Rory caçando, Hazelle, Gale e Vick sorrindo para a câmera.

Parte de mim inveja um pouco tudo que eles tem. Todo o amor, que independente de qualquer coisa, eles tem uns aos outros. Sentamos em uma mesa, apertada e torta. As cadeiras são todas diferentes. Comemos ensopado de carne de peru selvagem.
É a refeição mais luxuosa que eu já fiz.
Por que há comida para todos, e entre as garfadas rimos e conversamos. Por que é uma refeição em família.

Sento entre Posy e Rory, que conversa comigo o tempo todo, decidido a me manter a par da vida no 12.
Olho para Posy, do outro lado dela, está Gale.

Os olhos verdes, curiosos me encaram.

– Você namora meu irmão? - Ela me pergunta baixinho, só para eu escutar.

Me engasgo com o pedaço de carne.

– Como?

– Eu perguntei - Ela repete, um tanto impaciente - se você namora meu irmão. Ele disse que você é uma amiga especial.

Estou impressionada com a astúcia desproporcional a idade dela.

– Não, eu não namoro seu irmão, Posy. Nos somos amigos mesmo.

– Que pena. Você é bem bonita.

Ela diz isso e volta a atenção de volta para a comida.

Depois dessa eu fico bem focada na minha comida, com medo do que mais ela pode inventar de perguntar.

Eu ajudo Hazelle com a louça e ela parece surpresa por eu conseguir segurar uma esponja.
Dormimos tarde, depois de muita conversa. Eu divido o quarto com Posy e Hazelle, enquanto os meninos dormem em outro.

O primeiro dia no 12 passa tranquilo, como se estivesse com preguiça de terminar. Ficamos em casa, descansando, como o resto do distrito todo. As ruas ficaram vazias, como se a cidade estivesse em um sono profundo, esperando para ser acordada.

Posy trás uma boneca para mim e insiste que eu brinque com ela, como eu nunca brinquei de boneca faço o melhor que posso costurando um vestido verde para a bonequinha.
Enquanto custuro mostro para Posy para que ela aprenda. Ela é teimosa, mas me ajuda a fechar os últimos pontos e a por na boneca.

Enquanto ela corre para mostrar para Gale, reparo em Hazelle me observando da porta da cozinha.
Guardo as linhas e agulhas, e fico muito constrangida de ela ainda estar olhando.

– Você poderia me ajudar com o almoço? - ela pergunta, já deixando bem claro que não existe possibilidade de eu negar ajuda.

– Claro.
Dou meu melhor sorriso. O mais simpático que consigo.

Eu adimiro Hazelle, sentimento que claramente não é recíproco.
Fico descascando batatas e cortando legumes, como o orientado. Espero ela perguntar alguma coisa, mas ela mexe a panela com convicção, como se ela mexesse o suficiente a panela fosse se unir ao que quer estivesse lá dentro.

– Você pode jogar a casca da batata aqui - ela aponta para o lixo.

– Na verdade - eu digo com medo que ela atire a colher de pau em mim - pensei em fazer um creme das cascas. Algum problema?

– Não. Fique a vontade.

O tom agora é bem mais leve. Faço o creme pensando que, bom, a família de Gale sempre passou por dificuldades, então a mãe dele com certeza utilizava cada pedaço do precioso alimento que chegava até a sua mesa. Inclusive a casca.

Hazelle esta me testando.

Para ver se eu sirvo para o filho dela.

"Que bom então que fiz as coisas certas" parte de mim condena esse pensamento. A outra grita em apoio.
É como se minha mente estivesse sofrendo a própria revolução.

• • •

Bip.
Bip.
Bip.

O alarme do meu relógio de pulso continua apitando.

4:30 da manhã. Hora de acordar.
Mesmo sendo muito cedo, havia a felicidade de estar aqui de novo, levantando antes do sol.
"É como se nada tivesse mudado"
Esse pensamento não me trás nenhuma paz. Não mais. Por que as mudanças, as mesmas que me tornaram alguém completamente desconhecido, perdido, me trouxeram algo que eu simplesmente não consigo deixar de considerar, todos os dias

Todos os momentos.

Algo que me faz ver o lado bom de tudo, de ter a minha família salva e me faz, pela primeira vez, pensar nos que eu salvei em vez de só lembrar de quem eu perdi.

Algo que seria acordado por mim agora. Mas, ei, só estou cumprindo o passeio que eu prometi.

Ando até a porta do outro lado do corredor, entrando de mansinho. Minha mãe tinha um sono relativamente pesado, assim como Posy. Minha procupacao era o tamanho do barulho que Cariza faria ao tentar matar o vulto que está dentro do quarto.

– Riza...?

Tapo a boca dela com a minha mão, e com a outra eu seguro o braço direito que vai provavelmente puxar uma faca de algum lugar. Meu cálculo foi certo. Consegui segurar ela antes de um palavrão.

Ela me olha com uma ferocidade que me faz repensar muito essa idéia de passeio.

Cometi o erro de acordar ela, mas já era tarde de mais.

Joguei ela por cima do ombro da forma mais silenciosa que consegui, e eu sentia que ela ia me matar por isso.
Pus ela no chão, bem longe da porta.

– Me de uma boa explicação pra essa não ser a semana do seu enterro.
Opa.

– Ainda tem um lugar que eu preciso te mostrar.

Esperei o tapa, mas em vez disso ela passou a mão pelos cabelo bagunçados, andou até a sala e pegou um dos meus casacos atrás da porta e cobriu a calça de moletom e a blusa fina que ela usava.

– Para o seu bem, acho melhor isso valer a pena.

Ela abre a porta e eu peguei outro casaco. Pulamos para as ruas geladas e completamente vazias, iluminadas somente por algumas lamparinas espaçadas. Evitamos usar muita energia, já que várias usinas foram destruídas na guerra cívil. Não usar energia elétrica durante a madrugada era uma das soluções para todos terem acesso.

–Você não vai me perguntar pra onde estamos indo? Ou por que?

– Algo me diz que para você sair da cama ás - ela puxa meu braço, verificando a hora no meu relógio - 4:43 da manhã e me levar junto, deve ter um ótimo motivo. Mesmo que você pudesse ter evitado me traumatizar e me acordado de forma normal.

Sorrio, coisa como acontecia muito perto dela. É como se minha cara pensasse "olhe, é Cariza, vamos flexionar todos os músculos em volta da boca o tempo todo e fazer a pessoa por trás de nos parecer completamente otária"

Entrelaço minha mão na dela, seguindo o desejo absurdo de fazer isso que incendiou cada pedaço de mim.
Sem pensar o que pode parecer pra ela ou para as pessoas em volta.
Ela faz isso comigo. Me tornava mais inconsequente, menos calculista. Ela é tão intensa que se torna contagioso.

Atravessamos a campina, extremamente bem cuidada que não parece ser um cemitério. Mas é.
Chego perto da cerca, e por costume, me atento ao barulho, meu antigo hábito de verificar se a eletricidade esta ligada.

Mas agora a cerca não passa de um símbolo, tendo um pedaço derrubado todo ano, no fim das comemorações.
Nenhum barulho além do vento que nos rodeia. Levanto um pedaço de arame com a mão livre para Cariza passar.

Era a primeira vez que eu entrava aqui com alguém depois de tudo. Todos os anos eu visitava a floresta, sozinho. Para nunca esquecer de todos que não conseguiram chegar até aqui.
Aperto a mão de Cariza um pouco mais forte.

Andamos alguns minutos até o primeiro marco aparecer. O canteiro de morangos que eu descobrir tantos anos atrás, ainda cercado.
– Servida?

Aponto para o canteiro. Cariza faz uma cara de dúvida.

– É bom?

– Você nunca comeu morango? Pensei que fosse uma fruta comum na Capital.

– É. Mas também é cara. Meu avô não deixava eu comer certos tipos de comida, principalmente as caras. E ele pagava bem alto nos morangos de lá.

Apenas o melhor para o presidente.
Colho alguns, e estendo para Cariza. Ela pega e morde um pedaço considerável. Ela fecha os olhos e logo depois abre um daqueles sorrisos que faz parecer que um peso desce no meu coração, atravessando para o estômago.
Nunca tinha visto ela gostar de alguma comida. Normalmente ela se alimentava das coisas mais simples, só para se sustentar.

– Eu adorei.

Continuei puxando ela pela floresta depois de guardar vários morangos nós meus bolsos.

É tudo familiar, como se o tempo nunca tivesse passado.

Só que o tempo tinha passado. E agora eu caminhava com outra garota do meu lado, segurando minha mão com a confiança que eu guiaria ela pelo breu da floresta.

Minutos de silêncio pairavam entre nos, os dois concentrados no chão íngreme da floresta.

– Feche os olhos.

Cariza não discute, só revira os olhos antes de fechar, como se achasse que nada disso é necessário.
Puxo ela para fora das árvores. Esse é meu lugar preferido do mundo.
O 12 fica mais alto do que a área periférica, e em alguns pontos existem depressões. A floresta e desnivelada e acaba dando espaço para uma delas, resultado das mudanças climáticas louca que aconteceram por aqui antes de Panem. O chão da floresta se transforma as poucos em solo sedimentado e eu posso ver a beira. Cubro os metros com Cariza colada a mim.

Sentamos com os pés balançando na beira do nosso precipício particular, meu braço firme em volta dela.

– Abra os olhos.

Ela abre e se prende automaticamente em mim, com o rosto ficando mais branco, se é que isso é possível.

–Se você está tentando me matar, existem formas mais fáceis.

Por um momento imagino se eu sou muito idiota e que ela odiou tudo, e agora vai ficar brava comigo, e eu já estou quase pulando daqui de tanta vergonha.

Até ela começar a rir daquele jeito que faz cada pedaço de mim querer rir junto.

Coloco os morangos na mão dela, e comemos em silêncio.

O sol começa a despontar no horizonte, acima da floresta que parece um tapete verde abaixo de nos.

– Eu te odiava, sabia?

Ela me olha, como se eu tivesse falado a coisa mais óbvia do mundo.

– Claro que sei. Você fez questão de falar isso na nossa primeira conversa.

– Quero dizer antes disso. Quando eu era criança. Desde o dia que você nasceu, na verdade.

– Uau. Obrigada. Estou lisonjeada.

Brinco com o cabelo dela, roubando um sorriso para minha coleção.

– Era para cá que eu costumava vir, no seu aniversário.

O aniversário de Cariza Snow era uma das maiores atrações da Capital e a única vez que a neta do presidente aparecia na TV. As televisões ligavam sozinhas, para mostrar a todos a criança Snow, em vestidos luxuosos, ano pôs ano.

– Nossa, eu odiava aquela festa.

– Você não parecia odiar. Então eu te odiava. E quando algo me irritava, era pra cá que eu vinha. Eu costumava a ter medo de altura. Nuca chegava perto daqui. E eu sabia que meu medo iria atrapalhar o que eu fazia aqui. Como eu ficaria quando precisasse subir em alguma árvore? Então eu vinha até aqui, convertia meu medo em indiferença. até começar a amar a altura e ela começar a me acalmar. Pensei que pudesse te ajudar também.

– Como você sabia?

– Eu tenho prestado muita atenção em você ultimamente.

É verdade. E também é verdade que ainda estamos colados um no outro, e nenhum dos dois está fazendo nada pra mudar isso.

Também é verdade que ela o sol faz o cabelo e os olhos parecerem bem mais claros, e ela nunca esteve tão bonita quanto ela está usando pijama e meu casaco, e eu quero muito beijar ela. É necessário cada pingo de auto controle pra não fazer isso.

– Nos deveríamos voltar. Antes da minha mãe acordar.

Ela balança a cabeça, concordando.

E chega mais perto.

Droga.

Ótima hora pra eu não conseguir pensar.

Muito obrigado por bagunçar minha mente, Cariza.

Olho nos olhos dela e começo a esquecer o motivo pelo qual eu não posso beijar ela.

E é só ela abrir um sorriso que tudo volta, como um soco na boca do meu estômago.

Eu não posso por que ela não gosta de mim, não de verdade. Ela acha que gosta, por que ninguém nunca cuidou dela ou prestou atenção pra valer em que ela é.

A carência dela faz ela achar que quer me beijar, por que ela é muito nova pra digerir tudo isso.

Nova demais pra mim.

No final eu vou acabar tirando esse sorriso do rosto dela.

– Já amanheceu, vamos.

Levanto puxando ela junto, da melhor forma que eu consigo para estragar o momento. Fazemos o caminho de volta enquanto eu me estapeio internamente. É minha culpa que ela tenha confundido as coisas, que a nossa amizade não é exatamente só amizade. Por que eu deveria ter a maturidade de não me envolver, de não ser tão idiota.
Por que enquanto ela achava que queria mais do que amizade, eu tinha certeza. Já tinha conhecido muitas mulheres, já tinha amado o suficiente pra reconhecer quando esse sentimento começa a trilhar o caminho até você.

E eu já tinha percebido que dessa vez é diferente de tudo.

Mas ela tem que ter a chance de conhecer. De saber o que realmente quer, sem se prender ao primeiro que aparece. Ela tem esse direito.

E em vez de me afastar, de agir como um irmão, eu passo as noites abraçado com ela, trago ela para meu distrito e mostro a parte mais pessoal de mim.
Eu estou fazendo tudo errado.

– Bom dia, mamãe.

Depósito um beijo no rosto dela assim que piso em casa. Ela sorri pra mim.

– Aonde vocês estavam, crianças?

– Floresta - Cariza responde por mim - Bom dia Hazelle.

Minha mãe sorri para ela, enquanto Posy entra correndo na cozinha.

– Tia Rizaaa - ela grita enquanto pula no colo dela.

– Bom dia, princesa.

– E o meu bom dia? - um pouquinho de ciúmes na minha voz.

– Bom dia, ue. Tia Riza, podemos costurar outro vestido para minha boneca hoje?

– Claro.

– E eu não ganho nenhum abraço?

Posy desce do colo de Cariza, correndo para me dar um abraço.

– Pronto. Agora posso ir com a Tia?

– Pode.

Elas somem dentro do quarto, rindo.

– Eu posso saber o que vocês foram fazer na floresta?

Minha mãe realmente deveria trabalhar na sutileza.

– Eu só queria mostrar o lugar para ela.

Ela abre a boca pra começar o que definitivamente vai ser uma bronca, só que as palavras que seguem me surpreendem.

– Bom, ela é uma boa moça, mesmo sendo muito nova. Se ela te faz feliz...
Pela primeira vez na vida sinto meu rosto ficar vermelho.

– Ahn, nós somos só amigos - é difícil confiar no que eu digo quando parece mais uma pergunta do que uma afirmação.

– Querido, eu sou sua mãe. Você pode até não saber ainda, mais existe bem mais do que amizade no meio de vocês dois.

E então ela continua a arrumar o café da manhã, como se não tivesse acabado de recomeçar a confusão na minha cabeça.

Por que eu eu sei que já é tarde de mais para mim.

Ela já me conquistou.


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Notas finais do capítulo

Tchau ( tt:apenasalways) comenta ae



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