Guerra é Guerra escrita por Frankie, Lallolaz


Capítulo 6
Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

Te desejamos uma boa leitura

LollyPop e Nick Lallo



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Ronald Weasley

– Demita aquela idiota! – Hermione gritou, batendo a porta de nosso quarto. – Ou eu vou embora!

– Astoria Greengrass tem feito um ótimo trabalho, não tenho razões para demiti-la. – Suspirei.

– Não sabe as coisas que aquela sonserina imunda me disse! Gritou comigo, falou que eu não era sua esposa! – ela estava um tanto exasperada.

– É de fato, não somos casados. – Falei o óbvio.

– Não quer mais se casar comigo, Ronald Weasley? – ela sussurrou, se sentando na cama.

– Olha, Mione, você já não é mais a garota por quem me apaixonei. – Sussurrei triste.

– Pois bem, Weasley. – ela rosnou, se levantando. – Tente achar alguém que queira você. – Cuspiu as palavras e aparatou.

Eu aparatei no três vassouras e pedi uma cerveja amanteigada ao garçom.

***

A cerveja amanteigada passou para uísques de fogo, e logo eu nem mesmo sentia minhas pernas. A noite já se apossara do Sol e eu só sabia que estava com a cara na neve, em algum lugar.

– Ah, Merlin! – ouvi uma voz gritar, e logo mãos envolveram meu rosto. – Rony? Rony, vocÊ está bem? – Astoria perguntava freneticamente.

– Terminei com a sabe tudo irritante. – Falei meio embalado, e a cara na neve ajudava o som a se abafar.

Senti Astoria me abraçar, e logo eu estava em um abiente quente e confortável, com o cheiro de Astoria impregnado no local. Abri os olhos e reconheci a casa que havia dado para ela.

– Você precisa de um banho. – ela murmurou, tentando tirar minha blusa molhada.

Ergui os braços e permiti que ela tirasse minha camisa. Mas, quando ela fez menção de tirar minha calça jeans, eu tirei os sapatos com um chute e cambaleei até o banheiro enquanto lutava para tirar minhas calças.

– Eu não vou abusar de você! – ela garantiu, entrando no banheiro e ligando o chuveiro. Pelo vapor, percebi a temperatura elevada da água.

Entrei no chuveiro e suspirei de prazer ao sentir a água quente em meu corpo gelado.

– Tem umas roupas minhas no baú, pega pra mim? – Pedi sonolento.

Astoria não olhou para meu corpo em nenhum momento, e agradeci mentalmente por isso. Ela voltou algum tempo depois, segurando algo que parecia ser feito de lã grossa.

– Consegue se vestir? – perguntou preocupada.

– Claro que eu consigo me vestir. – Falei com voz de sono.

Peguei o pijama de lã grossa que mamãe fizera para mim há uns dois anos atrás. Eu o deixei ali para alguma emergência e esqueci de levar embora quando dei a casa para Astoria. Vesti uma perna de cada vez, o abotoando depois de enfiar as mangas.

Astoria segurou em meus ombros, me guiando para fora dali, nos levando para seu quarto. Me deitei na cama,vendo ela se sentar ao meu lado e mexer em meus cabelos.

– O que aconteceu? Quer me falar? – perguntou suavemente.

– Ela queria que eu te mandasse embora e eu disse que ela não era mais a mesma por quem me apaixonei, terminamos e ela mandou eu achar alguém que me ature. – Sussurrei.

– Ela é uma idiota, Rony... – murmurou. – Aliás, não vai ser difícil achar alguém que o ature.

– Que tal você? Eu gosto de você. – Confessei envergonhado.

– Você tem que dar um tempo com as bebidas. – Ela riu, balançando a cama consigo. – Está falando coisas que não deveria e vai se arrepender amanhã.

– Gosto de você, de verdade. – Murmurei.

– Então, quando estiver totalmente sóbrio, conversamos sobre isso. Pode ser? – pediu, ajeitando as cobertas ao meu redor.

– Tá bom. – Sussurrei, antes de adormecer, segurando sua mão.

***

Astoria Greengrass.

Ele dormira durante toda a noite e boa parte da manhã. Ronald estava tão abalado que nem mesmo acordou quando me deitei junto à si na cama. Claro que só me deitei para dormir. Ou não.

Agora, aqui estou eu, fritando ovos e bacon para que ele tente se livrar da ressaca. Queria fazer panquecas, mas ainda não tive tempo de fazer as compras.

– Bom dia, Tori. – Ele falou ao entrar na cozinha.

– Bom dia. – murmurei, colocando três ovos e umas sete tiras de bacon em seu prato. – Eu não sei quanto você come, então...

– Isso é exatamente o que eu como. – Ele falou. – Estou de ajudando pois minha família já passou fome. – Murmurou ele.

– Eu lamento. – sussurrei um tanto envergonhada, enchendo uma caneca com café preto e entregando. – Só fiquei sabendo como a vida era difícil depois da guerra. Nunca passei necessidades até então. – Comentei, mordiscando meu café da manhã.

– Por isso estou te ajudando. – Murmurou, comendo um bacon.

– Por favor, não interprete mal, mas... – comecei, buscando as palavras. – Não tenha pena de mim.

– Não tenho pena. Estou te ajudando a se reerguer. – Garantiu ele.

O café da manhã se seguiu quieto e silencioso, então, assim que terminamos, fui lavar a pouco louça que sujamos.

– Você se lembra de alguma coisa sobre ontem? – perguntei num fio de voz.

– Disse que gosto de você. – Respondeu ele.

– E... Acho que é melhor esquecer isso. O que acha? – inquiri, me apoiando na pia e o fitando.

– Eu gosto de você. – Sussurrou ele.

– Não, não gosta. – Fechei os olhos. – Está magoado porque sua mulher foi embora e quer alguém fácil, não é mesmo? Já fizeram isso tantas vezes...

– Não, não é. Gosto de você desde Hogwarts. – Confessou ele, baixinho.

– Sabe qual é o seu problema? – meio que gritei. – Você não tem coragem. Como caiu na Grifinória? – Eu sabia que estava provocando, mas ele começou, então agora termine.

– Eu sou um grifinório e minha família sempre foi pobre, é claro que você não olharia para mim naquela época. – Disse ele, enquanto se levantava e caminhava até mim, antes de me encurralar entre ele e a pia, roçando nossos lábios em seguida.

– Por que não descobre seu eu te rejeitaria agora? – sussurrei. Eu não o beijaria. Ele teria que me provar que eu não era só mais um sexo fácil.

– Te ajudaria, se fosse só diversão? – Questionou Ronnie, erguendo uma sobrancelha.

– Sim. – Ofeguei ao sentir sua respiração perto o suficiente. – Seria ótimo eu saber que só me quer por uma noite. Então, eu sumiria agora mesmo e não correria o risco que estou correndo.

– Não é porque outros te usaram que eu vou fazer o mesmo. Quando for minha, será só minha e todos vão saber. – Afirmou ele convicto.

– Você é meu chefe... – resmunguei, mas suas palavras fizeram meu coração acelerar umas batidas. – O que seus irmãos pensariam? Que trocou sua mulher por mim.

– Eu sou grandinho e tomo minhas próprias decisões. – Comentou ele.

– Está perto demais para minha sanidade mental. – sussurrei, olhando em seus olhos. – Vou te agarrar agora se não se afastar.

Ele roçou nossos lábios e mordiscou meu lábio inferior, antes de se afastar. Bufei irritada. Se ele quisesse jogar, ótimo. Eu jogaria.

– Vou trabalhar. – informei, subindo as escadas para meu quarto novo.

Quando voltei para a sala de estar, ele estava totalmente vestido com calça jeans e camiseta branca, além de um tênis All Star preto.

– Como conseguiu as roupas? – perguntei curiosa, fingindo não reparar nele.

– Deixei uma troca de roupa aqui para emergências, esqueci de tirar quando você veio viver aqui. – Ele enfiou as mãos nos bolsos.

– Olhe, Rony, entenda bem... Isso aqui é novo para mim. Estou começando a viver de verdade agora, e peço que tenha paciência. Por favor, não se zangue comigo.

– Por que me zangaria contigo? – Questionou ele, me abraçando pela cintura.

– Por ter tanto medo de me envolver agora. Só quero que essa coisa da Hermione se esfrie, pra você saber realmente quem sou. – pedi, encostando minha testa em seu tórax.

– Me mostre quem é, vou gostar de descobrir. – Afirmou ele, acariciando meu cabelo.

– Quando eu estiver pronta. – Suspirei, inalando seu cheiro. – Acho melhor eu ir, meu chefe pode brigar. – Sorri travessa, me afastando.

Ele segurou minha mão e nós aparatamos na porta da loja. Me afastei no mesmo momento em que Jorge, que saía nesse momento, desceu os olhos para nossas mãos e soltou um riso malicioso.

Ronald entrou com o irmão para a loja e eu fui para minha sala.

O dia passou devagar o suficiente para que eu acabasse com alguns de meus ingredientes. Me levantei de minha cadeira e coloquei as poções recém-feitas nos devidos lugares, procurando Ronald com os olhos.

Ele percebeu e caminhou em minha direção.

– Tudo bem, Astoria? – Questionou ele, aparentemente preocupado.

– Ah, está tudo bem sim. Não se preocupe. É que alguns ingredientes acabaram e não sei onde fica o estoque. – informei, vendo seu rosto clarear.

– Te mostro. – Disse, andando comigo até o estoque. – Disse ao Jorge que você me encontrou bêbado e cuidou de mim.

– E ele, provavelmente, deve ter pensado que passou a noite comigo e por isso chegamos de mãos dadas. – murmurei, pegando algumas coisas das prateleiras.

– Mostrei minhas lembranças a ele, Jorge pode ser brincalhão, mas sabe guardar segredo. – Ele afirmou.

– Eu descobri isso quando fiquei sabendo que os gêmeos tinham o Mapa do Maroto e nunca reclamaram por você dormir com alguém chamado Pedro. – murmurei, virando de costas para ele, para que não pudesse ver meu riso.

– Eles não usavam mais o Mapa do Maroto quando eu entrei na escola. – Esclareceu ele.

– De qualquer modo, ainda é engraçado. – ri novamente, não conseguindo esconder dessa vez. – Deve ser estranho. Mas enfim, já peguei tudo que preciso.

Ele se aproximou de mim e roçou nossos lábios, me prensando contra o armário e mordeu meu lábio inferior.

– Tem que parar de brincar comigo. – Ofeguei. – Se for me beijar, beije logo. – Isso Ronald Weasley, me beije.

A princípio, o beijo foi um roçar intenso de nossos lábios. Mas, com o tempo, ele usou a língua para contornar minha boca e, assim que eu a abri, aprofundar o beijo. Joguei tudo que estava em meus braços no chão, passando-os por seu pescoço em seguida. Suspirei, sentindo sua língua se enroscar com a minha.

– Olha, eu super apoio vocês dois, mas... – Ouvi a voz de Jorge. – Mas isso não é uma cena muito legal de se ver. – Ele bufou irritado, ao ver que não os separamos. – Fechem a porta, pelo menos. – E bateu a porta, saindo dali.

Foi só então, com o barulho da porta, que Ronald Weasley interrompeu o beijo e encostou o queixo em minha cabeça.

– Uou. – sussurrei, me batendo mentalmente por não conseguir mais nada para dizer.

Ele encostou a testa na minha e sorriu. Um sorriso aberto e verdadeiro, como eu jamais vira antes. Eu estava uma confusão de sentimentos, lutando contra a vontade de beijá-lo ou estapeá-lo. Fechei os olhos, sentindo sua respiração pesada contra a minha.

Não, eu não poderia. Eu não conseguiria.

Aparatei dali, deixando uma parte de mim no lugar.

E foi só quando eu abri os olhos que me deparei com Ronald Weasley, ele tinha segurado minha mão antes de aparatarmos.

– Me dá uma chance. – O ruivo pediu ao pé do meu ouvido.

Gemi em frustração, sabendo que não seria fácil.

– Rony... – sussurrei. – Eu não sou boa o suficiente pra você. – Senti, pela primeira vez, a verdade de suas palavras. – Você é bom, gentil e corajoso.

– Eu não tenho direito à escolha? – Questionou ele, me apertando contra si com delicadeza.

– Eu vou te machucar. – confirmei, mas abracei seus braços com os meus, me juntando mais à si.

– Eu vou cuidar de você e te curar, pequena, basta você deixar. – Sussurrou ele, antes de beijar o topo da minha cabeça.

– Não entende? Eu gosto de machucar as pessoas. Gosto de saber que ainda continuo por cima. – Menti, mas era o único jeito de protegê-lo.

– Eu sou corajoso, lembra? Me dá uma chance. – Ronnie repetiu o pedido.

– Você vai ter que ser paciente. Vai ter que aguentar meus altos e baixos, e olha que eu tenho muitos baixos. – murmurei, pedindo mentalmente para que ele não desistisse.

– Você vale a pena. – Murmurou ele. – Gosto de você desde a primeira vez que te vi em Hogwarts. – Confessou baixinho.

– Eu devo ressaltar que duvido seriamente disso. – Sorri, mas, mesmo assim, toquei meus lábios nos dele, insegura de que era isso mesmo que Ronald queria.

– Você está bem? O que você quer fazer sobre isso? – Ele realmente perguntou, parecendo realmente preocupado com o que eu quero.

– Eu quero você... – sussurrei inerte. – Quero ser amada, quero saber como é isso.

– Quando quer assumir? – Questionou ele, acariciando minhas costas com carinho.

– Eu quero tentar. – informei. – Nada formal, por enquanto. Eu quero testar.

– Jantamos à noite, eu cozinho aqui, você só precisa abastecer a dispensa.

– Com uma condição. – propus. – Vai comigo à mercearia? Quero meu ego inchado ao me verem com você.

– Minha mimadinha, eu vou com você. – Ele disse, me apertando contra si.

– Certo. – Sorri. – Vou tomar um banho quente e logo vamos. – Me afastei, já sentindo falta de seu calor.

Pude ouvir televisão ligar e presumi que ele se sentara no sofá para me esperar. Não demorei muito, mesmo com a água quente sendo muito relaxante. Logo eu estava ao seu lado, me atirando no sofá.

– Sou nova na vizinhança. Não sei onde encontro uma mercearia. – murmurei.

– Linda. – Ele me elogiou, antes de se erguer do sofá e caminhar comigo em direção ao mercadinho que ficava na outra esquina, na quadra, já que a casa dele era numa sub-esquina.

– Eu recebi uma carta durante esses dias. – comentei.

– É? E o que a carta dizia? – Perguntou ele, curioso.

– Que minha mãe falecera. – sussurrei, me sentindo culpada por não sentir algo a respeito. – E eu nem mesmo quis me despedir.

– Tudo bem, Tori. Às vezes, demoramos para acreditar e aceitar que as pessoas falecem, Jorge ainda tem pesadelos com Fred e evita se olhar no espelho por causa disso. – Contou ele.

– Esse é o problema, Rony. – Olhei para baixo, evitando seus olhos. – Eu não me senti sem chão, apenas ressentida. Apenas senti a vontade de chorar por uma mãe que não tive.

– Você terá uma família, nós teremos uma família. – Ele garantiu.

– Acho que será interessante ter uma bolinha ruiva correndo ao redor das minhas pernas. – sorri, mas me arrependi por ter dito. – Desculpe. Não quis ser tão... Intensa.

– Um bebê gordinho, eu era gordinho quando bebê. – Ele gargalhou.

– Você era gordinho até o terceiro ano. – pontuei, piscando os cílios. – Aí ficou gostoso. – Corei um pouco, sabendo que ele não enxergaria.

– Então a senhorita reparava em mim? – Questionou ele, divertido.

– Quem nunca reparou? Você e seus amigos causaram naquela escola. – ri, lembrando-me da vez em que ele tentou enfeitiçar Draco.

– Sim, causamos, mas eu sempre achei que Harry e Hermione chamavam toda atenção. – Sussurrou ele.

– Harry e Hermione... Sim, eles sempre chamaram mais atenção, mas gosto de reparar nos bastidores, mesmo que por pouca coisa. – Informei.

– Você é perspicaz. – Sorriu Ronnie. – O que você quer jantar? – Questionou curioso.

– Talvez você. – brinquei, e o vi arregalar os olhos. – Brincadeira. O que acha de... Bolo? – pedi, como uma criança.

– Certo, bolo de cenoura com cobertura de chocolate para a sobremesa. – Ele piscou. – Mas e o jantar?

– Por que não posso comer doce no jantar? – pedi manhosa, entrando no corredor de chocolates.

– Faço uma macarronada à bolonhesa, o que acha? – Propôs ele.

– Tudo bem. – Resmunguei convencida. – Mas ainda vou pegar isso aqui. – Murmurei, puxando uma barra de chocolate da prateleira.

– Sim, vou usar na cobertura do bolo.

Pegamos os restos das coisas que precisaríamos para o jantar e refeições para o resto da semana. Assim que chegamos em casa, Ronald foi para a cozinha e encheu um caldeirão de água e a colocou no fogo alto

– Onde aprendeu a cozinhar? – perguntei interessada, derretendo o chocolate.

– Minha mãe. Quando eu era pequeno e Gina menor ainda, e meus irmãos estavam em Hogwarts, nós passamos fome. Depois disso, quis aprender a fazer o melhor com a comida que temos. – Contou sem jeito.

– Sou meio que louca para conhecer sua mãe. Conta tanto dela... – murmurei, passando a ponta da colher em seu nariz.

– Já quer conhecer a sogra? – Brincou ele antes de gargalhar com a minha atitude.

– Deixe de ser bobo. – sorri. – Você fala tão bem de sua mãe... Quero saber como ela realmente é.

– Sempre me dei melhor com ela do com meu pai. – Ele disse, antes de pegar minha mão e aparatar no jardim da casa dele.

– Droga, Rony... – Praguejei baixinho, me escondendo atrás de seu ombro. – Estou com vergonha.

– Eu protejo. – Garantiu ele. – Ou quer voltar para casa? – Ofereceu gentil.

– Já que estamos aqui... – Suspirei insegura. – Mas eu aparato na mesma hora se alguém jogar alguma coisa em mim.

– Minha Sonserina. – Murmurou ele, apertando minha mão, antes de entrarmos na casa.

O lugar era muito alto. Todas as vezes que eu pensava ter acabado, outro cômodo se sobrepunha sobre aquele. Era tudo muito colorido, quase totalmente movido à magia.

– É incrível. – Sussurrei, incapaz de formular palavras.

– Mãe. – Ronnie chamou ao entrar na cozinha.

Uma mulher baixinha e um tanto roliça apareceu detrás de uma parede, onde, provavelmente, haveria um armário. Seus cabelos eram tão ruivos quanto os de Rony, mas já estavam começando a desbotar por conta da idade. Suas vestes eram simples e caseiras, e sua expressão, cansada, mas tinha um sorriso nos lábios.

Ele soltou minha mão e caminhou até a mãe.

– Finalmente tive coragem, mamãe. – Pude ouvi-lo sussurrar para a mãe.

– Coragem, meu filho? Sempre teve, mas finalmente escutou o que realmente você queria. – Ela o abraçou. – Qual o nome dessa jovem?

Vi Ronald ficar mais vermelho que seus próprios cabelos.

– Astoria Greengrass, mamãe. – Ele falou sem jeito.

Ela se separou dele, vindo até mim e me olhando nos olhos. Tive que dobrar meu pescoço, porque ela era consideravelmente menor que eu.

– Já ouvi falar de você. – ela diminuiu os olhos e me fitou, me analisando. Droga, provavelmente sabia de minha história em Hogwarts. – Trabalha com meus filhos. – Sorriu, e suspirei aliviada.

– Sim, Fred me contratou há algum tempo, senhora.

– Sabe, querida, você pode ter cometido erros no passado, mas se meu Roniquinho te escolheu, você deve ser uma boa garota. – Ela afirmou sorrindo.

– Espero realmente que esteja certa. – Sorri também.

A Sra. Weasley estendeu os braços e me abraçou, enquanto eu mexia os lábios e formava a palavra “Roniquinho”, direcionada para Rony atrás de sua mãe. Ele fitou os pés, sem jeito.

Logo que nos afastamos, a Sra. Weasley nos convidou para jantar.

– Merlin! Rony, o jantar! – me exasperei, lembrando do caldeirão no fogo lá em casa.

– Eu desliguei. – informou sorrindo de meu desespero. – E a comida de minha mãe é melhor que a minha.

– Não quero abusar da hospitalidade. – murmurei. – E foi tudo uma armação? – ri para Ronald, indo até ele.

Ele se limitou à me abraçar.

– Roquinho sabe cozinhar muito bem, Astoria. – Disse a senhora Weasley.

– Eu acredito. Provavelmente, até melhor do que eu. Só sei café da manhã. – Ri envergonhada.

– Vocês se darão bem. – Disse Molly, indo para a sala de jantar com uma panela nas mãos.

Rony e eu nos sentamos na grande mesa, enquanto Molly Weasley chamava Jorge e Gina para o jantar. O mais velho desceu as escadas correndo, lançando um olhar malicioso para Ronald e eu. Gina desceu logo atrás, trazendo Harry Potter consigo, que me olhou um tanto assustado. Rony se levantou e abraçou sua irmã e seu amigo.

– Que surpresa. – Comentou Harry para mim, se sentando.

Ronald puxou a cadeira para mim, antes de se sentar ao meu lado. Eu me sentia estranhamente familiarizada. Eu gostava do calor daquele lugar, gostava dos sorrisos daquelas pessoas simples. E, talvez, dar uma chance para Rony tenha sido a melhor coisa que já fiz.


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Notas finais do capítulo

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