Guerra é Guerra escrita por Frankie, Lallolaz


Capítulo 4
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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Assim que aparatei em casa, sim, eu ainda vivo com meus pais e George, já que somente nós dois moramos aqui ainda – Carlinhos está na Romênia, Percy na França com sua esposa e Gina está praticamente casada com meu melhor amigo, pois eles já dividem um apartamento – e a primeira coisa que vi foi minha noiva.

–Estou aqui te esperando há mais de duas horas, Ronald! - Ela gritou a plenos pulmões no mesmo instante em que me viu.

–Estava no trabalho, Hermione, sabe mesmo agora, depois de tanto tempo ainda reviso os relatórios financeiros, pois contas ainda não são meu forte. - Expliquei exausto. - A loja é minha e do George, se a gente não se empenhar, não vestir a camisa, ninguém fará por nós, Mimi.

–É, você está certo, mas faz tempo que não nos divertimos juntos.- Murmurou ela manhosa.

–Eu sei, mas agora realmente precioso dormir e, além disso, em uma semana comemoraremos o dois anos de noivados.

Dei um beijinho em sua bochecha e segui para a cozinha, onde minha mãe havia deixado um prato de sopa de abóbora para mim, sorri agradecido, pois estava mesmo com fome.

Depois de aquecer a sopa com um feitiço e pegar um pedaço de pão no cesto, me sentei para comer.

Ao voltar para a sala não vi mais Hermione ali, então soube que ela havia aparato para o apartamento que ela divide com Cho.

Subi as escadas e fui direto para o banheiro, o mesmo banheiro que agora não era disputado por nove pessoas ao mesmo durante as férias de verão, composto por um vaso sanitário, um chuveiro, uma banheira antiga, um chuveiro e uma pia.

Precisava urgentemente de um banho quente e relaxante e foi isso que eu fiz, preparei um gostoso banho de banheira e suspirei de prazer ao sentir a água quente tocar minha pele, peguei um frasco de sabonete líquido e despejei um pouco na água fazendo com que a água ganhar espuma.

Recostei a cabeça na porcelana e fechei os olhos, aproveitei o momento.

Após enrolar uma toalha branca em minha cintura, tirei a tampa do ralo da banheira e observei a água escorrer para fora da banheira, antes de ir para meu quarto, abrir o armário, que eu herdara de Carlinhos, quando ele foi para a Romênia a trabalho, a madeira opaca e marcada denunciava não só a idade do móvel, mas também que ele foi passando entre os garotos da família, a fim de pegar uma calça de moletom, que vesti depois tirar a toalha e pendurá-la na janela aberta.

Mesmo com as luzes apagadas a luz do luar iluminava meu quarto o suficiente para que eu pudesse ver a velha cama de Percy ou a antiga escrivaninha de meu pai.

Puxei as pesadas cobertas, que minha mãe me fizera como presente de natal no mesmo ano em que me formei em Hogwarts, e me deitando, voltando a puxá-las para me cobrir, fechei os olhos, mas tudo o que pude me vinha a mente era a imagem de Astoria se jogando nos meus braços, seu corpo macio contra o meu e a sensação de felicidade que aquilo me causou.

Hermione diz que todos na minha família têm corações feitos de manteiga derretida, mas honestamente, somos generosos, pois houve uma época, quando eu era pequeno e Gina menor ainda, alguns anos antes de entrarmos em Hogwarts, que enquanto meus irmãos mais velhos comiam bem na escola, eu vi meu pai e minha mãe tirando comida de seus próprios pratos e recordo que mamãe chorou quando eu dei a única fatia de bolo que ela conseguira para comemorarmos meu aniversário para Gina, que olhava para o doce quase babando e foi a minha vez de chorar quando ela quis dividir a fatia conosco.

Astoria Greengraas, mesmo tendo dois anos a menos que eu, sempre me humilhou quando tinha a chance, na época em que estudamos juntos, mas para mim ficou tão transparente quanto água que ela havia mudado, pois quando alguém da Sonserina que tivera a vida toda do bom e do melhor um simples estrelar de dedos se sujeita a trabalhar para Grifinórios, ainda por cima Weasleys, pode significar duas coisas: ou se está realmente desesperado por dinheiro, já que ninguém concordou em te sustentar ou tal pessoa verdadeiramente aprendeu as lições que vida ensinou e está tentando recomeçar a vida de forma correta.

E, sinceramente, sou capaz de apostar minha parte na loja Gemialidades Weasley, que Astoria Greengras se enquadra na segunda possibilidade, uma vez que ela chorou na minha frente, se atirou em meus braços e agradeceu por eu a colocar em um lar decente e sei que ela não faria isso caso só quisesse o salário e pretendesse dar o golpe do baú em algum bruxo rico e de sangue puro.

Acredito que foi a junção de todos esses fatos o motivo de meu coração se apertar ao ver que ela estava vivendo num dos bairros bruxos mais mal habitados de Lonres. E como já disse em alto e bom tom para Hermione eu já perdoei por todo o mal que a sonserina me causara, além disso ela é minha funcionária e é meu dever zelar pelo bem-estar daqueles que trabalham na Gemialidades, certo?

Ela me pareceu tão frágil, tão assustada quando dobramos aquela esquina que dava para a rua antiga espelunca em que ela morava que eu soube, assim que dei uma olhada na vizinhança, que não haveria chance alguma de eu a deixar ali com a escória bruxa.

Ao aparatarmos para a casa que herdei de Fred, uma casa que diga-se de passagem ninguém da família sabe a existência, Tori olhou em volta como se eu a tivesse levado para algum hotel cinco estrelas.

–Que lugar é esse? - Ela me perguntou confusa.

–Minha casa, a herdei de Fred junto com a parte dele da loja. - Respondi encabulado, colando as mãos nos bolsos.

–E o que estamos fazendo aqui?- A morena insistiu.

–É aqui que você morará, de agora em diante. - Esclareci aquilo que para mim era óbvio.

–Você sabe que não posso pagar uma casa dessas. - A dor em seu tom de voz era nítida quando a ouvir admitir tal fato em voz alta.

–Quem disse que você pagará? - A questionei divertido.

Segurei minha respiração enquanto esperava que ela aceitasse a oferta, mas quando ela não respondeu eu simplesmente desatei a falar das qualidades da casa e expliquei que, apesar disso, não era grande coisa.

Instantes depois de eu calara boca Astoria me olhou e vi que ela chorava, aquilo fez meu coração ficar pequeninho, mas no momento seguinte ele se inflou como uma bexiga vazia se infla ao soprarmos ar para dentro dela, pois a sentir em meus braços, logo após ela finalmente aceitar ficar ali.

Minhas mãos criaram vida própria e saíram dos bolsos da minha calça jeans para retribuir o abraço e apertá-la com força contra meu corpo, por segundos permaneci ali gozando da deliciosa sensação que era ter aquele corpo delicado e feminino contra o meu, felizmente me libertei do transe que ela me causava, beijei a sua testa e aparatei antes passar dos limites.

Mas, de quais limites eu temia ultrapassar?

Foi com essa dúvida em mente que eu em fim adormeci.


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Notas finais do capítulo

Que tal?



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