Verdadeiro Amor (Romione) escrita por Fê Weasley


Capítulo 2
Parte II


Notas iniciais do capítulo

Bom, primeiro tenho que pedir desculpas pela demora. Minha internet resolveu parar de funcionar e os técnicos só vieram arruma-la hoje. Então... mil perdões.



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− Tudo bem por aqui amor? − perguntou ela abraçando-o de imediato, me olhando dos pés à cabeça, como se estivesse avaliando desde as cores de cada peça até a minha alma.

− Hey!... Bem, eu esbarrei nessa moça e acidentalmente derramei o café nela. − disse apontando para mim.

− Você é tão fofo, amor. Sempre se importando com tão pouco. Acidentes acontecem a toda a hora. − Ela sorriu falsamente para mim. Um arrepio me percorreu a espinha e passei a e eu pouco me importei e então resolvi sair dali.

− Bem, talvez a sua namorada tenha razão. Eu vou voltar pra casa, trocar a blusa e colocar essa pra lavar antes que manche – justifiquei com um sorriso um pouco sem graça. -  Já vou indo...  

− Tem certeza de que está tudo bem? Eu posso comprar outra blusa para você, só precisamos... – ele não conseguiu completar, já que a loira ao seu lado o cortou

− Amor, não precisa, ela já disse que está tudo bem.  

− É isso... então, tchau. – Me despedi virando rapidamente e seguindo em direção ao meu apartamento. Ouvi-o me chamando, mas preferi não olhar para trás.

Apenas 3 segundos foram suficientes para que eu me desse conta de que o meu corpo e a minha cabeça não estavam agindo como de costume. Meu coração batia tão rápido que poderia jurar que ele escaparia pela minha garganta ou que eu estivesse tendo um ataque cardíaco. Minhas mãos suavam como se estivéssemos no verão. Além disso, meu corpo inteiro tremia e eu não conseguia tirar a imagem daquele homem da minha cabeça.

Naquele momento, apenas duas coisas poderiam estar acontecendo: 1) eu tinha contraído algum tipo de doença com o choque térmico do frio e do café quente em minha pele ou 2) aquele simples estranho havia despertado em mim coisas inimagináveis. O que era um caso complexo a se pesquisar.

Pelo resto do dia, tudo que eu tentava fazer era me concentrar no trabalho e nas dezenas de casos que havia em minha mesa, mas simplesmente não conseguia. Mais um sintoma descoberto: pane no cérebro.

15 de dezembro de 2009, Londres, Inglaterra.

5 dias se passaram desde o fatídico esbarrão em um homem ruivo comum e querem saber o que aconteceu depois daquele dia? Nada. Pelo menos até à noite passada. Apenas trabalho e mais trabalho e isso conseguiu me distrair bastante. Essa era uma coisa que eu sabia fazer bem desde a adolescência, mergulhar em trabalhos e afazeres que demandasse tudo de mim sempre que um problema, que eu não conseguia resolver, aparecia.

Viver aqui não é fácil. A cidade pode ser muito movimentada, muito chuvosa, muito caótica e, às vezes, isso me irrita muito! Como contei anteriormente, sou advogada e tenho um escritório no centro da cidade. Meu apartamento, pequeno, já que mal fico nele, fica à alguns km de distancia e próximo dele a minha cafeteria favorita e o rio Tamisa, o que eu já contei pra vocês. “Mas Hermione, nos já sabemos de tudo isso, por qual motivo está repetindo?”, “ok, já sabíamos disso, mas o que aconteceu noite passada?” vocês devem estar se perguntando. Pois bem, repeti este fato pois, depois de anos repetindo a minha perfeita rotina, morando nesse apartamento, me encaminhando para a minha cafeteria favorita, indo trabalhar, passeando em torno do rio, sentando em um banco especifico em frente a ele, etc e tal, eu resolvi, em uma noite qualquer, mudar um pouco o meu destino. Dessa vez, ao invés de me encaminhar para o mesmo destino, depois de passar na cafeteria, resolvi que seria uma boa ir para um parque, atrás da estação de metrô. O parque era um pouco escondido, e por isso pouco movimentado, era pequeno, lindo e com uma iluminação um pouco baixa, com algumas decorações de natal. Havia poucos casais ali e uma pessoa ao longe, apoiada na grade de uma pequena ponte de madeira, onde se conseguia ver a entrada do metrô e um pouco do pôr-do-sol por entre os prédios. Um homem de cabelos ruivos, grande, estava vestindo um sobretudo preto e parecia estar perdido nos seus pensamentos enquanto olhava para as mãos. Fazia muito frio naquela noite.

Aproximei-me e sentei-me num dos poucos bancos restantes da praça, cruzando as pernas e colocando uma das mãos no bolso do sobretudo preto que vestia, na tentativa de a aquecer, enquanto a outra segurava o café. Eu não previa que estivesse tão frio essa noite, poderia ter ido embora, mas algo me fez ficar. A paz do lugar me fez ficar. Eu fiquei ali por uns bons minutos, apenas pensando. Na verdade, pensando no rapaz com que esbarrei dias atrás, que ainda não saia da minha cabeça. Tinha plena consciência de que provavelmente nunca mais o veria, afinal, qual a probabilidade? Mas, mesmo assim, minha cabeça insistia em colocar sua imagem sempre que possível, como naquele filme infantil sobre emoções.

Estava meio perdida nos meus pensamentos até que meus olhos se direcionariam ao homem que tinha visto anteriormente. Ele agora estava com a cabeça apoiada em suas mãos, olhando para o chão, enquanto seus cotovelos estavam apoiados na grade. Parecia estar chorando agora e isso só me despertou a curiosidade. Resolvi me aproximar, por puro instinto. Eu fiquei do lado dele e apoiei os antebraços na grade, virada para a estação de metrô que ficava na nossa frente. Daqui conseguia ver o horizonte, onde o sol se punha. Se essa fosse uma comédia romântica, daqueles clichês, esse seria o cenário ideal para que o mocinho pedisse a mocinha em casamento, completando com um beijo de tirar o folego. Eu estava a uma distância razoável do homem e ainda não tinha conseguido ver o seu rosto. Ele ainda estava na mesma posição que antes e agora tinha a certeza de que estava chorando.

− A vida é uma droga não é mesmo? – Comecei, enquanto dava um gole no líquido, morno, sem tirar os olhos da vista à minha frente.

− Pode ter certeza que é. – ele estava com a voz falha, provavelmente por causa do choro.

Reconheci aquela voz de imediato, como se o conhecesse a vida toda.

Era o rapaz com que esbarrei na cafeteria perto de casa dias atrás. Virei meu rosto, assustada, direcionando o meu olhar a ele e vi-o levantar o rosto para ver quem estaria ao seu lado. O rapaz que não saia da minha cabeça há dias.

O choque bateu em meu corpo como um soco bem forte e os mesmos sintomas que tive antes voltaram de uma vez só. Quase vomitei ali mesmo tudo estava presente de novo. A expressão no rosto dele era um misto de choque com surpresa, talvez repetisse um pouco da expressão que eu própria estava fazendo. Deveria saber, como advogada, que por mais que as probabilidades fossem quase nulas, ainda existia chance delas acontecerem.


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Notas finais do capítulo

Esta ai. Espero que gostem



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