Destiny

Capítulo Final – Escrito nas estrelas

Aquele encontro foi uma mistura de sentimentos, de alegria e tristeza. A alegria de vê-la novamente e tristeza de estar a perdendo. Este poderia ser o último encontro dos dois.

No momento que a princesa falou “estou noiva” foi como estivesse cravado uma espada no peito do ruivo, uma dor imensa correu em todo seu corpo. O que fez sentir culpado por esses anos que não dera a notícia a ela.

O que ele poderia fazer agora?

Sequestra-la? Invadir a mansão e exigir o não realização do casamento? Exigir uma luta com noivo até a morte? Precisa de uma solução racional para aquela situação.

Ele não poderia a perdê-la tão facilmente, não agora ou nunca.

_ Quem é o noivo? – a perguntou

_ Eu não sei. – abaixou o olhar – O meu pai apenas me comunicou que amanhã será meu noivado e que hoje estaria encontrando com a família do noivo para finalizar o compromisso.

_ Então não está noiva oficialmente – levantou o queixo da jovem com o dedo indicador – Temos uma chance e isso se você quiser.

_ Uma chance? Como Ichigo?

_ Não sei exatamente. – olhou a firme – Eu irei conversar com seu pai amanhã.

_ Mas isso também foi decisão do vovô.

_ Não importa de quem foi a decisão. Amanhã irei resolver isso tudo. – tomou os lábios da princesa e dessa vez com urgência.

A princesa sabia que o jovem cavalheiro estava sendo ousado, mas não podia negar que estava gostando. Daqueles lábios em toque do seu e da sensação de borboletas no estomago. Mas tudo isso iria durar apenas por algumas horas.

Os fogos de artifícios coloriam o céu, o jovem casal separa do beijo. Não havia alegria naqueles olhares, apenas a tristeza. Era o momento de despedida, o sonho havia terminado.

Os dois separam, cada um para seu caminho. Levando consigo a lembrança desse encontro no coração.

Uma lágrima cai, uma dor imensa no coração quebrado.

****

A manhã seguinte é complementada por um belo sol de primavera com um bonito cantar dos pássaros. O jovem cavalheiro já encontrava em pé no seu quarto, dormira pouco na noite anterior. Planejava em sua mente como impedir o noivado da sua amada.

Estava se arrumando quando percebeste do pequeno objeto que ficara preso na sua roupa do dia anterior: a pulseira de pingente de lua. Ele sorriu um pouco, antes de apertar o objeto na sua mão.

Ouve batidas na porta do seu quarto, não quis responder. O senhor Kurosaki entra no quarto e depara o filho se arrumando mais depressa.

_ Vejo que acordou cedo. – Isshin iniciou a conversa

_ Sim, acordei. – respondeu sem olhar

_ Também vi que chegou tarde ontem, não aprontou nada.

_ Cheguei tarde e não estava aprontando nada. – falou rispido

_ Pelo menos uma vez tem como conversar comigo direito – o pai por fim bradou com filho.

O jovem Kurosaki parou seus afazeres e olhou para o pai, que estava olhar severo.

_ Estou de saída pai, preciso resolver algo com urgência. – ruivo falou com calma

_ Aonde está indo?

_ Para mansão dos Ukitake.

_ Ótimo. – respondeu o mais velho – Porque vamos para lá. Mas antes troca de roupa, o kimono da família. Afinal iremos encontrar com o Imperador. – não podia mostrar mais entusiasmo que já tinha.

Ichigo ficara sem entender que o pai dissera aquilo com tanta felicidade. Começou arrumar logo, a sua voz interior dizia que tudo poderia dar certo seu plano.

****

A princesa estava diante do espelho. Ao contrário dos outros dias, não estava radiante. Passou a noite chorando as escondidas.

_ Ei Orihime! – a moça de olhos violetas a tirava do transe – Por que não contou do seu noivado?

_ Desculpe-me – forçou um sorriso – Papai me deu a notícia antes do festival.

_ Mesmo assim, poderia nós ter falado. – falou a outra morena – Em poucos meses você casará. Isso não é bom?

_ É sim. – falou tristemente, enquanto as suas amigas ajudavam a vestir.

_ Ei que futura noiva mais triste. - reparou a Rukia - O que se passa nessa cabecinha avoada princesa Orihime?

_ Nada não. – desviou o olhar do espelho.

_ Nada é peixe – Rukia fez uma expressão engraçada na tentativa de imitar um peixe que fez a ruiva rir.

_ Não dá assim por causa daquele garoto – bufou Tatsuki – Ele não aparece há anos.

_ Na verdade. – a ruiva brincava com os dedos – Eu o encontrei com ele ontem – falava baixo em tom audível

_ O quê!? – gritaram as duas amigas

_ Ei falam baixo. – pediu a ruiva.

_ Quando você ficou perdida? – questionou a baixinha.

_ Foi.

_ Me conta tudo. – Rukia falou entusiasmada, sentando em um banco ao lado.

_ Rukia! – repreendeu a outra morena – Vai incentiva?

_ Ah tá! Até parece que você não quer saber. – sorriu debochada para outra.

_ Tudo bem meninas, eu conto. – pronunciou a princesa – Deste que fica entre nós.

_ Deste quando não guardamos segredos? – Rukia deu uma piscadela

A princesa contou tudo que acontecera para as duas amigas. Deste de ficar perdida, a confusão com homens estranhos, Ichigo a salvando, o reencontro dos dois.

_ Mas eu pergunto uma coisa. – falou a Tatsuki – Por acaso você sabe quem é seu noivo?

_ Não sei. – respondeu a ruiva.

_ O que? Como assim? – indignou a Rukia – Nem perguntou ao seu pai?

_ Eu sei que ontem foi encontro das famílias para confirmação do noivado e hoje nós seremos apresentados.

_ Hmm... temos que descobrir quem é a família que esteve aqui ontem. – analisou a morena de olhos violetas – Devemos perguntar alguém.

A conversa foi interrompida com a chegada do Juushirou no quarto.

_ Vejo que está linda! – falou com um sorriso gentil à sua filha – Bom dia, meninas!

_ Bom dia Senhor Ukitake – falaram em uníssimo.

_ Está pronta?

_ Sim papai.

_ Que bom, eles chegaram. – ofereceu a mão para ruiva. – Vamos?

O seu coração disparou. È agora que o seu sonho encerrava.

“Adeus, Kurosaki- kun.”

****

A família Kurosaki tinha chegado à mansão dos Ukitake. Ichigo não sabia que exatamente que estava ali.

_ Pai. – chamou o patriarca dos Kurosaki – Senhor poderia me passar o que estamos fazendo aqui?

_ Oras, vamos concluir uma aliança. – falou com sua expressão alegre.

_ Se é somente isso, porque estamos com roupas tão formais. Parece que estamos indo à uma festa.

_ Mas é claro. – virou para seu filho – Teremos festa também.

_ Dá para senhor falar o que é...

O jovem não concluiu a sua fala, ao ver as duas figuras que estavam à espera na porta de entrada. Senhor Ukitake e o imperador Yamamoto. Cumprimentou os respeitosamente.

_ Sejam bem vindos. – falou o homem de longos cabelos grisalhos.

_ Obrigado. – falou o Isshin

_ Então este é o jovem Kurosaki? – o imperador perguntou analisando com olhar o jovem.

_ Este é meu primogênito, Ichigo Kurosaki. O mais novo capitão de Reino de Burakkumūn – falou orgulhoso.

_ Entrem. – chamou o dono da mansão – Conversaremos lá dentro.

Os quatros homens entraram na mansão e seguiram para sala que tinha várias ornamentações típicas de uma casa japonesa.

_ Creio que podemos oficializar a nossa aliança. Você não sabe como estou feliz, Ichigo.

_ Ah, claro. – concordou sem saber o que estava acontecendo.

_ Parece preocupado, meu jovem. – comentou o senhor imperador – Ouvir muito sobre você em campos de batalhas e espero que tudo ouvir seja verdade fora dela também.

_ Estou bem. – respondeu o jovem.

_ Então vou a chama-la. – falou Jūshirō

O jovem Kurosaki olhou rapidamente para pai, que estava sorrindo. “Afinal, que tipo aliança entre as duas famílias.”

_ Ichigo Kurosaki. – chamou o Imperador. – Eu lhe apresento a minha neta, Orihime.

A princesa entrou na sala, estava linda com Yukata claro, com estampas florais e seu cabelo preso em coque com um arranjo. Os dois jovens olharam supressos, que realmente estava acontecendo?

_ Ela é a sua noiva. – Jūshirō concluiu a frase de Yamamoto.

O destino brincou com eles.

Os dois ficaram estáticos com a revelação, depois de uma noite que ambos pensavam que estariam separados para sempre. E hoje estavam unidos.

_ Era o desejo da sua mãe, Ichigo – falou Issihin – Ela tinha preparado o noivado na última vez que estivemos aqui.

_ Bom, eu acredito que ambos tem que conversar. Depois concluímos as formalidades. – Jūshirō chamando o Imperador, que não gostou muito da ideia. Afinal ele não estava somente como Imperador e sim um vovô coruja.

Ficaram os dois jovens no ambiente, ainda estáticos. Orihime piscou algumas vezes seus ambares cinzas. Ichigo abriu a boca, mas sem emitir som.

Isso é realidade ou um sonho?

_ Ichigo!?

_ Orihime.

Os dois sorriram e deram alguns passos para aproximar. Os corações estavam disparados, alegria começa a reinar naquele ambiente.

_ Eu não sei que falar. – os ambares cinzas estavam a lagrimejarem – Então era você.

_ Na verdade eu não sabia. O meu velho somente contou agora. – tocou no rosto da princesa secando uma lágrima teimosa. – Ei não chora.

_ Não estou chorando – limpou as lágrimas com dorso da mão.

_ Então você é a minha noiva. Estou feliz com essa supressa do velho.

_ Não fala assim do senhor Isshin. Nossos pais acabou pregar uma peça. Mas eles sabiam dos nossos encontros.

_ De ontem provavelmente não. – sorriu – Mas agora tenho a oportunidade de devolver isso. - mostrou a pulseira.

A moça mostrou o pulso e o jovem colocou a pulseira. Os dois novamente olharam sorrindo.

_ Dessa vez nós não iremos separar nunca. – falou o capitão - Eu prometo estar sempre no seu lado.

_ E eu ao seu, até fim dos nossos dias.

_ Eu se pudesse em todas as vidas que tivermos. – selou o beijo na princesa

A princesa correspondeu o beijo do seu herói. De corações angustiados aos corações alegres.

_ Eu te amo.

_ Eu também te amo.

Destino brincou com eles.

Um encontro na infância.

Um desencontro para unir para sempre.

Que este amor, já estava escrito nas estrelas.

~FIM~