- Alexis não é mais uma criança, Castle. Você deveria parar de se preocupar tanto.

Beckett suspirou para seu parceiro ao ver que pela milésima vez ele verificava seu celular.

- Eu sei, mas desde que ela pegou o avião eu não tive mais notícias dela – Castle choramingou ainda teclando no telefone.

- Com certeza é porque só se passaram duas horas e a viagem dela será de quatro horas, Castle! – Kate argumentou. - Pensei que você já tivesse viajado para lá.

- Sim, eu já viajei... Mas... Eu sou responsável... Ela não teve mãe e...

- Chega, Castle, por favor! – a detetive disse impaciente. - Alexis já está crescida. Ela sabe se cuidar melhor do que você.

Finalmente chegaram à cena do crime. Castle estava ainda preocupado com sua filha, mas, confiando nas palavras de Beckett, tentou concentrar-se no caso. Alguns minutos se passaram e agora o motivo da sua desconcentração era outro. Ele ficou observando a forma como a detetive se movimentava, como ela interrogava as pessoas que haviam testemunhado o crime e isso mexeu com ele. Não que fosse a primeira vez que ele a observava, Castle já conhecia cada expressão, cada tom de voz de Beckett, mas hoje ela estava diferente. Ou então ele estava.

Entraram de volta no carro e, se antes a inquietude dominava o ambiente, agora era o silêncio que estava incomodando. Kate conseguiu perceber, com o canto dos olhos, que Rick a olhava com uma expressão boba no rosto. Não que isso fosse novidade, mas a expressão dele era de alguém que tinha feito uma maravilhosa descoberta.

- O que foi agora, Castle? – Kate revirou os olhos.

- Nada... – o escritor desconversou virando o rosto pra janela.

- Aham... – a detetive sorriu levemente.

Silêncio.

- Beckett?

- Eu sabia... – Kate riu alto. - O que foi, Castle?

- Você daria uma ótima mãe sabia?

- O q-quê?! – Kate gritou tirando os olhos da direção para encarar Castle.

- Cuidado!

O veículo perdeu a direção alguns segundos e por muito pouco não sofreram um grave acidente. Felizmente Rick agiu rápido virando o volante para o lado contrário. Pararam no acostamento para recuperar o fôlego. Kate estava pálida, arfante, mãos e olhos fixos no volante.

- Kate? Kate, você está bem? – Castle perguntou assustado.

Beckett não respondeu, apenas olhou para ele com uma expressão apavorada o suficiente para que a mente criativa e inteligente de Rick entendesse o recado escrito naquele rosto tenso e ao mesmo tempo delicado.

- Ok... Entendi... Acho que preciso me explicar...

- Também acho... – Beckett o interrompeu, ainda meio esverdeada.

Castle tentava encontrar as palavras.

*to be continue*