O Reflexo escrita por Jéssica Sanz


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

O último capítulo está imenso, e eu decidi não dividi-lo. Primeiro, porque prometi que esse era o último, e se eu dividisse, não seria. Segundo, não achei um momento bom o suficiente para dividir. Então, se esforce pra ler esse monte de palavrinhas escritas com muito carinho.
P.S.: Primeira vez que terminar uma fic é tão emocionante.



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A primeira coisa que eu ouvi foi o barulho de uma daquelas máquinas que contam os batimentos cardíacos. Os apitos constantes me fizeram entender que eu estava vivo. O lugar onde eu estava tinha um cheiro característico de hospital. Eu sentia que estava em uma cama de hospital, com aquelas roupas de hospital. Eu sentia algumas coisas de hospital garradas em mim, como um daqueles tubinhos de ar que ficam no nariz. O que era bom, porque eu sentia que não conseguiria respirar muito bem se não fosse por aquilo. Ah, e eu tinha muitas feridas enfaixadas, um pouco melhor do que antes – afinal, Mary Ann não é médica – e minha nova grande ferida na barriga também estava enfaixada. Eu abri os olhos devagar e pisquei algumas vezes.

Acima de mim, havia um teto branco com algumas lâmpadas fluorescentes tubulares que estavam desligadas, pois a luz do dia que entrava pela janela à esquerda era suficiente para iluminar a sala. Eu estava me sentindo um pouco melhor, mas sabia que não estava bem.

– Aí está você – disse uma voz calma. A voz de Artie. Eu lentamente olhei para o meu lado direito. Ele estava ali, sentado em uma poltrona de acompanhante e segurando algo que parecia uma caixa baixinha e comprida. Eu não sabia o que pensar. Minha expressão permaneceu inalterada.

– Por que você está aqui? – A pergunta não soou rude, apenas como uma dúvida. E era, de fato, apenas uma dúvida. Apesar de tudo, eu não tinha nada contra ele. Talvez tivesse, mas as circunstâncias não me deixavam pensar. Naquele momento exato, eu não tinha nada contra ele. Mesmo depois de ele ter me atingido com um caco de espelho. Havia muitos fatos envolvidos. Primeiro, Artie estava bêbado. Segundo, ele queria acertar Mary Ann. Terceiro, ele tinha alguns motivos para estar com raiva dela.

– Bom, talvez eu devesse estar preso pelo atentado à sua integridade física. Mas eu precisava fazer algumas coisas antes de me entregar à polícia.

– Não se entregue à polícia, Artie. Aquilo tudo foi uma grande confusão. Deixe a polícia ir atrás dos criminosos de verdade.

– Bom, aí é você quem sabe. Mas, como eu dizia, vim aqui pra encerrar uns assuntos. Primeiro, eu quero pedir desculpas por ter te agredido.

– Você já foi perdoado há muito tempo. Eu nunca culpei você. Acho que eu não deveria ter me metido na frente – eu ri um pouco. – E se alguém deve desculpas a nós dois neste mundo, é Mary Ann. Onde ela está?

– Eu não sei. Ela ligou para pedir uma ambulância enquanto eu te segurava. Eu vim com você e... Não sei, acho que ela ficou lá. Provavelmente foi embora depois. Eu não a vi depois disso.

– Você avisou a Liz?

– Avisei. Todos do Boulud estão sabendo. Alguns deles, assim como eu, estão de plantão aqui desde ontem.

– Ontem?

– Sim. Hoje é segunda-feira. Você dormiu bastante, nos deixou preocupados.

– Nossa. Sinto muito por isso. – Nós dois sorrimos. – Acho que esse tempo de sono fez bem pra mim.

– Que bom. Isso é realmente muito bom.

– Você disse que tinha algumas coisas pra fazer aqui. Por favor, não pense que estou descontente com sua presença, só estou curioso.

– Ah, sim. Além de pedir perdão a você, eu tenho mais uma coisa pra fazer aqui. Eu pedi a Liz que fosse à minha casa buscar isso. – Ele acenou com a cabeça para a caixa, que parecia mais um livro, olhando atentamente. – Eu estou te devendo isso há muito tempo.

Ele levantou e me entregou o livro. Um livro grosso, com capa dura revestida com tecido marrom, parecia bastante velho. Pela lateral, as páginas pareciam amareladas. Eu estava com receio de abrir.

– O que é? – Eu disse, olhando para Artie.

– Eu prefiro que você veja.

Voltei meus olhos para o livro, e quando levantei e virei a capa, uma lágrima escorreu pelo meu rosto.

Aparentemente, o tal livro era um álbum de fotos. E a primeira página continha a velha foto de dois pequenos amigos parecidos um com um outro, no auge dos seus seis, sete anos, abraçados e na companhia de um gato chamado Nagato, em um quarto em uma casa no meio do Brasil. Eu continuei folheando as páginas e encontrando mais e mais das fotos que eu e Reflexo tiramos com a velha máquina dele. Fotos minhas, fotos dele, fotos de nós dois juntos, fotos de Nagato. Ah, que saudade daquele gato. Ele morreu quando eu tinha meus dez anos. Nunca encontrei outro que pudesse substituí-lo. Mas o fato é que rever todas aquelas lembranças fez mais do que me emocionar. Aquele álbum era simplesmente uma rendição. Era Artie dizendo que era Reflexo.

– Você deve ter muitas perguntas para me fazer. Eu responderei a todas. Mas eu sugiro que você comece pelo começo.

– Está bem – eu disse, enxugando as lágrimas com as costas da mão esquerda, já que a direita estava um pouco ocupada recebendo soro por uma agulha. Eu já estava com raiva de Artie por ter feito eu passar por toda aquela novela, e minhas palavras soaram amargas. – Por que você nunca mais voltou?

– Olha, a resposta mais óbvia seria dizer que não voltei por que você pediu que eu não voltasse. É fato que eu não queria contrariar você, mas mesmo que eu quisesse, eu não poderia. Porque, na verdade, o fato que foi realmente crucial para o meu não retorno foi a minha morte.

Ergui uma sobrancelha. Como ele podia debochar de mim naquela situação. Balancei a cabeça, incrédulo.

– Eu imaginei muitas vezes como nos reencontraríamos, Reflexo, mas nunca pensei que fosse assim. Como tem a coragem de me dizer uma bobagem des...

Eu parei de falar. Óbvio, pois não havia mais com quem falar. Ele simplesmente desapareceu, e eu comecei a achar que eu estava ficando louco. Mas eu continuei a ouvir a voz dele.

– Não é uma mentira. Eu morri naquela noite.

– Quer dizer na noite que você me beijou.

– É – disse ele, reaparecendo ao meu lado. Tudo estava muito confuso. – Depois que você me mandou embora, eu fui para o meu cantinho.

– Quer dizer o seu quarto?

– Não. Eu não tinha quarto. Não tinha casa, não tinha pais, não tinha nome. Eu era sozinho desde que eu me entendia por gente. Você foi o primeiro amigo que eu tive na vida. Eu morava em um cantinho não muito longe da sua casa, ao lado de uma padaria. Muitas das vezes, era lá que eu conseguia comida. Talvez você se lembre do que eu disse sobre a câmera. Eu achei na rua e era a coisa mais valiosa que eu tinha. Eu não estava exagerando quando disse aquilo. Então, eu fui para o meu cantinho e fiquei chorando. Eu não queria me separar do único amigo que tinha me dado uma chance de me aproximar. Todo mundo me rejeitava, e era por isso que eu não queria ser visto por ninguém, entende? Bom, eu decidi que aceitaria sua escolha, mas antes, eu iria me despedir. Então, eu voltei e te beijei. Apenas ontem eu soube que você estava acordado, que tinha realmente presenciado tudo. Mas quando eu saí dali, comecei a andar sem destino, em uma direção só. Eu queria ir para longe, para bem longe. Estava chovendo, eu estava chorando, completamente transtornado, sem pensar em nada. Aí, eu atravessei uma rodovia. Sem olhar. E aí veio um caminhão... E pronto.

Eu estava de olhos arregalados. Não podia acreditar no que ele estava me dizendo. Não podia ser verdade. Se fosse, eu o havia matado. Pois ele estava naquela situação por minha culpa. Tudo o que eu pude dizer eu meio às minhas lágrimas silenciosas foi:

– Eu sinto muito.

– Pois é. Essa é a história da minha morte. Mas, de algum jeito, eu não morri totalmente. Eu senti muita dor, e depois ela parou. Eu me levantei e, quando olhei para o chão, lá estava eu, praticamente moído depois do acidente. Mortinho da Silva. Eu estava tão confuso que só saí andando, na direção que eu estava indo. No começo, eu achei que era sempre assim. Que todas as pessoas que morriam continuavam vagando. Mas eu era o único. Não havia mais ninguém Eu visitei hospitais e cemitérios, mas não havia nenhuma morta alma. Então, eu percebi que precisava de ajuda. Fui ao primeiro centro espírita que encontrei, e consegui falar com um médium. Nós conversamos, e ele me disse que minha alma estava ancorada na Terra por causa de uma missão não cumprida. Eu continuei sem saber qual era a minha missão. Mas comecei a treinar para parecer vivo. Primeiro, aprendi a ficar visível. Depois, aprendi a ser ouvido. Em seguida, a sentir e ser sentido, e segurar objetos sólidos. Por último, aprendi a evoluir a aparência da minha alma de acordo com o que eu deveria parecer se estivesse vivo. Tudo o que eu aprendi era controlável. Eu podia escolher se seria ou não visto, ouvido e sentido. Depois de aprender isso tudo, ou seja, alguns meses depois da minha morte, eu vim para Nova York, para recomeçar a minha “vida”. Eu tinha a forte sensação de que minha missão não cumprida na Terra seria aqui. E escolhi Artie para ser o meu novo nome. Quando eu deveria ter onze anos, Nagato apareceu para mim. Eu compreendi que ele tinha morrido, e ele se tornou meu companheiro. Quando eu deveria ter dezessete anos, conheci Mary Ann. Ela tinha dezesseis anos. Nós nos demos bem logo de cara, nos tornamos amigos, e mais tarde começamos a namorar. Ela era maravilhosa, parecia ser a garota perfeita, e me fez ter certeza de que ela era a minha missão não cumprida na Terra. E tudo ficou bem entre nós, até você aparecer como garçom no restaurante que costumávamos frequentar.

– Isso tudo é bem... Surreal. Eu nunca poderia imaginar que as coisas aconteceram dessa maneira. Mas por que você demorou tanto a abrir o jogo?

– Por vários motivos. Eu achava que a minha missão era a Mary Ann, e isso significava que você era um obstáculo. No fundo, eu sabia que a Mary Ann que era um obstáculo entre eu e você. Mas você tinha causado muito sofrimento pra mim. E eu achei que você também sentia que nós dois não éramos mais amigos. Embora você estivesse contando de forma tão bonita sobre a nossa amizade, eu achei que aquilo era apenas um bom garçom adocicando seus sentimentos para os clientes. Rever você estava fazendo eu me lembrar da dor. Não da dor da minha morte, mas da dor de perder sua amizade. Minhas habilidades me permitem parecer ser o que eu não sou. Embora eu parecesse ser só uma pessoa qualquer que se parecia com o Reflexo, isso era só uma ilusão. Na verdade, eu estava completamente destruído, chorando e querendo voltar a ser seu amigo, querendo contar que era eu, mas achando que você não pensava o mesmo. Achando que você queria me esquecer. Mas você continuou a se aproximar de nós, você quis ser nosso amigo. E eu tive que suportar essa agonia que, agora eu sei, você também teve que suportar. Eu sinto muito por não ter contado, por ter escondido. Aos poucos eu percebi que você queria reacender nossa amizade e nossa história, mas eu achava que era tarde demais para abrir o jogo. No fundo, eu estava esperando o momento certo, e ele chegou.

Naquele momento eu já estava bem destroçado. A história toda era chocante demais. Eu não sabia o que pensar, eu só chorava. Por alguns segundos, Artie respeitou o meu momento, e me deixou só chorar. Depois, ele destravou a guarda da cama e me abraçou. As lágrimas dele caíram no meu ombro. Ele pediu perdão mais uma vez, e então nós dois ficamos em silêncio até pararmos de chorar.

– Eu sei – disse Artie, ainda grudado em mim – que isso tudo é surpreendente, mas... – ele me soltou e ficou de frente pra mim como pôde. Ele tinha um grande sorriso, embora o rosto ainda estivesse molhado com as lágrimas. – O melhor que temos a fazer é esquecer isso tudo. Esquecer os erros que cometemos um com o outro. E recomeçar a escrever a nossa história a partir daqui. Não precisamos mais pensar no passado e remoer as lembranças tristes. Podemos simplesmente seguir daqui e viver o amor pelo qual temos esperado.

Eu abri um grande sorriso, como o dele. Ele estava certo. Só precisávamos viver. Eu estiquei a minha mão esquerda, a que estava livre, e toquei o rosto dele. Ele colocou a mão sobre a minha e se aproximou de mim. Então, nos beijamos, por muitos segundos. Era tudo o que queríamos fazer. E teríamos nos beijado mais, mas esquecemos de um detalhe importante. Eu estava numa cama de hospital, com insuficiência respiratória. Os apitos da maquininha começaram a aumentar de frequência, e eu empurrei Artie levemente para puxar o ar. Eu não estava conseguindo.

Ele notou o que estava acontecendo e chamou por mim, mas eu só queria o ar. Artie estava prestes a tentar alguma coisa, que eu não cheguei a saber o que foi, quando os médicos e enfermeiros entraram e começaram a agir. Eles seguraram Artie pelo braço e o conduziram para a porta, embora ele protestasse. Um deles pegou uma daquelas máscaras faciais, do tipo que se usa em nebulizador, e colocou no meu rosto para me ajudar a respirar, mas adivinhe? Não estava adiantando muito. Eu vi Artie ser levado para fora com o álbum, e fecharam a porta para ele não voltar. Eu estava desesperado por ar, e a maquininha estava dando alguns sinais ruins, do tipo “vou morrer em alguns segundos”. E eu sentia que estava morrendo. Mas algo extraordinário aconteceu. Em pouquíssimos segundos, Artie atravessou a parede correndo, passou pelos médicos que me cercavam e, literalmente, entrou em mim.

Eu não lembro o que aconteceu, mas o que disseram foi que eu desacordei, e os meus sinais vitais pararam por uns três segundos. Depois, eles voltaram. E depois de mais alguns segundos, eu abri os olhos, e dessa vez estava conseguindo puxar o ar. Os médicos ao redor comemoraram, mas eu não conseguia entender. Tudo o que eu conseguia pensar era que Artie tinha me salvado.

~

Demorou alguns longos dias para que eu me recuperasse e tivesse alta. Felizmente, Liz e Thomas foram uma ótima companhia. Alguns minutos depois da minha situação ter ficado estável naquela segunda, os médicos liberaram a subida dos dois. Eles ficaram felizes por eu estar bem, e contaram que deram um jeito na minha casa. Tudo o que eu queria naquele momento era um espelho, então eles me ajudaram a levantar. Foi bem complicado, porque eu ainda estava bastante ferido e tinha que levar o soro comigo. Aí, eu entrei no banheiro e me olhei no espelho. E sorri.

Eu sabia que, para Liz e Thomas, nada havia mudado. Mas eu conseguia olhar bem fundo nos meus olhos e ver que ele estava lá

Como eu disse, dias depois, eu estava bem melhor e tive alta. Liz e Thomas me ajudaram a me preparar para ir pra casa. Nós estávamos conversando perto da janela, quando a porta se abriu. Era Mary Ann. Ela entrou no quarto meio encolhida, como se tivesse medo ou vergonha. Nós três a encaramos.

– Olá – disse ela, baixinho. – Eu sei que vocês devem estar com raiva de mim, e vocês têm toda razão. Mas eu estou... Arrependida pelo que fiz. Por todas as burradas. Nada do que eu fiz foi certo. Mas eu estou disposta a recomeçar a minha vida, e ser uma pessoa mais... legal. Eu não sei se vou conseguir, mas vou tentar. E embora eu não ache que vocês um dia possam me perdoar, eu preciso pedir desculpas pelas minhas atitudes.

Thomas e Liz olharam para mim, e eu continuei a encará-la. Eu e Artie sentíamos a mesma coisa com relação a Mary Ann: Somente pena. Mas, depois do que ela disse, nós começamos a cultivar a esperança de que ela um dia possa tomar jeito.

– Eu perdoo você, Mary Ann – eu disse. – E tenho certeza que o Artie também o fará.

– Obrigada. Você sabe onde ele está?

– Ele foi preso por tentativa de homicídio – eu disse. Artie riu dentro de mim. – Mas ele vai ficar bem.

– Eu espero que sim. Bom, agora eu tenho que ir. Como eu disse eu vou recomeçar minha vida, então tenho que chegar ao aeroporto a tempo de pegar o voo. – Ela disse, se virando para ir embora. Eu franzi o cenho.

– Mary Ann – chamei quando ela já tinha atravessado o vão da porta. Ela se virou. – Pra onde você vai? – Ela sorriu.

– Para o Rio de Janeiro. – Disse, e foi embora.

~

Thomas e Liz me levaram para o meu velho apartamento. Ele estava limpo, como os dois disseram ter feito. Sem cacos de espelho e sem sangue. Mas o espelho na parede estava fazendo falta. O apartamento parecia vazio sem ele. Os dois foram para a cozinha preparar alguma coisa para nós três comermos. E considerando que Liz trabalhava na cozinha do Cafe Boulud, eu sabia que sairia boa coisa de lá. Eu fui levar minha malinha para o meu quarto, e encontrei duas coisas estranhas sobre a cama. Primeiro, o álbum de fotos. Segundo...

– Nagato? O que você está fazendo aqui?

Ouvi a campainha tocar, e fui para a sala. Thomas estava olhando pelo olho mágico. Depois, ele voltou para a cozinha, dizendo:

– Acho que alguém pagou a fiança.

Eu sorri e abri a porta.

Lá estava ele.

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Talvez você goste de um pequeno epílogo.

Alguns dias depois, eu estava vagando pelas redes sociais e encontrei uma foto peculiar. Mary Ann estava com uma típica camiseta amarela da seleção no Cristo Redentor, acompanhada por ninguém mais, ninguém menos no que Jeff, o bartender do Please Don’t Tell. Acho que eles pegaram o mesmo voo e deram certo juntos. Espero que Mary Ann realmente tenha mudado, se não... Coitado do Jeff.

Demorou um pouquinho, mas o senhor Artie finalmente tomou vergonha na cara e me pediu em casamento. Poderíamos ter feito uma coisa simples? Poderíamos. Mas não fizemos. O senhor Daniel Boulud nos presenteou com o delicioso buffet de seu restaurante. Claro que fizemos com que Thomas e Liz fossem nossos padrinhos. Liz lutou muito para que isso desse certo, afinal. Ah, e mandamos um convite para Mary Ann, lá no Brasil, mas não sabíamos se ela viria. No entanto, ela veio, acompanhada por Jeff. Ficamos felizes por isso.

Não por nós, mas pelas nossas coleguinhas solteiras e encalhadas, decidimos jogar dois buquês. Por ironia do destino, um foi parar na mão de Liz, e outro na de Mary Ann, o que gerou dois emocionantes pedidos de casamento ali mesmo. Nós ficamos bastante felizes.

E a vida seguiu. Você deve saber que qualquer coisa é eterna enquanto dura. Nossa felicidade ainda está durando, então acho que posso dizer que nós três – eu, Artie e Nagato – somos felizes para sempre.


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Notas finais do capítulo

E fim. Choremos.
Brincadeira. Não choremos não.
Bom, mesmo que você nunca tenha comentado aqui, você bem que poderia comentar no último capítulo né? Quero saber o que você achou da fic e do final dela, especificamente. Espero vocês nos comentários e, quem sabe, em outras histórias. Bjus!



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