"Aproveite cada minuto, porque o tempo não volta o que volta é a vontade de voltar no tempo..."

Uma das únicas coisas que eu mais admiro no mundo são as crianças, a infância, que é uma época de vida que nós vivemos praticamente em uma bolha. Apenas o que fazemos dentro dessa bolha é comer, dormir, ir a escola, que nessa época é muito simples, e brincar. As crianças não tem noção do perigo, elas querem é se divertir e tudo gira em torno dessa palavra, diversão. Mas quando eu tinha 11 anos tudo mudou, começando pela minha bolha que estourou. Tudo que eu acreditava ou não, virou de cabeça para baixo. Todas as pessoas que eu confiava, hoje em dia nem me lembro mais quem são. Com 11 anos cresci antes do que deveria, e morri antes do que deveria, sabe aquela frase que diz: "A minha alma morreu mas infelizmente meu corpo ainda está vivo..."

Com isso eu fui morar em um orfanato público, esse que eu fui eles estavam pouco se fodendo se eu comia ou até mesmo respirava, o importante para eles era que quando a televisão ao qualquer coisa importante acontece-se no orfanato, todas crianças tinham que estar arrumadas, sorrindo fingindo que mora no paraíso.

Hoje de manha, Angélica, uma das diretoras do orfanato me chamou no meu quarto e disse para eu me arrumar, tomar café e ir a secretaria que teria uma pessoa me esperando. Só com isso eu já estranhei. Eu estou aqui desde que tenho 11, estou com 17, ou seja, estou aqui a 6 anos e nunca, ninguém nunca veio me visitar, então...

Não mudei de roupa (Roupa nas notas finais), apenas peguei meu óculos, minhas pantufas, uma toca, celular e escovei os dentes. Minha colega de quarto Hazel, é super legal tem 16 anos, ainda estava dormindo e não sou eu quem vai acordá-la.

Fui logo em direção ao refeitório, peguei meu café e de longe avistei Frank, meu outro amigo, ele logo acenou para mim. Fui em sua direção e me sentei ao seu lado.

-Hazel ainda está dormindo?

-Bom dia para você também Frank, está.

Não sou muito de conversar e nem Frank, então tomei meu café rápido e me despedi de Frank. Fui correndo em direção a secretaria, mas no meio do caminho esbarro com Melissa, ela é a única criança que me dou bem aqui, tem 6 anos, uma verdadeira princesa.

-Oi, Beth! - As vezes ela se vestia de princesa e hoje estava de Cinderela.

-Oi, Mel! Está linda de Cinderela! Desculpe majestade, mas poderia me retirar? Estou com pressa. - disse fazendo reverencia.

-Claro súdita! Se aprece! - disse ela rindo e correndo para o refeitório.

Continuei meu caminho até a secretaria.

Chagando lá, fui recebida por Angélica.

-Você realmente não muda em Annabeth! Falei para trocar de roupa!

-Angélica, nunca recebi nenhuma visita, quem quiser me ver vai ter que ser assim! Mas ... quem está ai? - Perguntei apreensiva.

-Um parente seu, chamado Malcom.

Quando ela falou esse nome tudo mudou, Malcom meu irmão mais velho a única pessoa que eu confio nesse mundo, ele tem 19 anos, não vejo ele desde que tenho 10 anos. Quando Angélica me falou quem era, veio a tona tudo que eu tinha vivido, da última vez que eu o vi , da sua promessa, de quando eramos crianças e ele me defendia dos valentões, quando meu pai nos chamava para lanchar e estávamos sujos de terra, de quando eu tinha medo a noite e ele deitava na minha cama e me falava que se eu dormisse a fada dos sonhos iria me dar um presente, que era o maior sonho da minha vida. Estava atônita para encontra-lo, queria chorar, queria um cigarro, queria um abraço dele...

Angélica abriu a porta e lá estava meu irmão, lindo diga-se de passagem. Vestia uma calça jeans, uma blusa do Green Day, seu cabelo loiro, igual ao meu estava meio bagunçado e quando seus olhos se encontraram com os meus, corri em sua direção e ele me pegou no colo como se eu fosse uma criança. Nesse momento deixei todas as lágrimas que segurei rolarem pela sua camisa. Ele estava ali e não era mentira!

-Annie... - disse ele me apertando mais em seus braços.