Meu amor veste Dior. escrita por Gabriela


Capítulo 4
O Almoço


Notas iniciais do capítulo

Vintage Burguer é uma lanchonete que tem aqui em sp q eh mt boooooooooooooom, entao... resolvi usar kk boa leitura



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Quando estava de volta a minha sala, estava pensando em algumas coisas, e eu já estava faminta. Não havia almoçado. Com base na leitura rápida que eu havia feito, eu já tinha alguma ideia do que escrever para a próxima edição da revista. Estava fazendo um rascunho, não sei quantos minutos havia passado, mas só sai do meu transe quando ouvi Maura me chamando mais alto.

–- Você fica mesmo concentrada quando está escrevendo, né? Estou te chamando há seis minutos e você nem ouviu. - sorriu.

–- Desculpe. Eu estava fazendo um rascunho, e sim, quando eu começo a escrever eu me desligo do mundo e das coisas ao meu redor.


–- Entendo... Vamos almoçar?

–- Nossa, vamos. Eu to faminta mesmo. Já ia achar que nessa empresa vocês também não comem.

Maura e eu fomos juntas almoçar. Eu sabia que Maura era conhecida, mas eu achava que os paparazzis não atuavam tanto assim. Fomos em seu carro, e ai um cara pulou a nossa frente e tirou uma foto nossa. Aquilo me irritou profundamente. Maura buzinou e pisou no acelerador, eu ainda estava brava, ficar tirando fotos sem nossa permissão é um saco, havia esquecido que trabalhar com a modelo mais conhecida daria nisso.

–- Acho que andar com você é aparecer nas revistas de fofoca...

–- É, um pouco. Ainda mais agora...

–- Agora o que? - olhei para ela


–- Faz quatro dias que eu terminei o meu namoro ou noivado com um ator aí...

–- Nunca iria saber se você não falasse – eu ri – e terminou por que? Bom, se não quiser falar tudo bem...


–- Não nos amávamos. Ao menos eu não o amava. Acho que o amor é você se sentir maluca e sã ao mesmo tempo. É aquela ardência no peito, é sentir o coração pulsar, é o frio na barriga... E com ele eu não sentia isso.


–- Entendo. Eu também não sei o que é isso. Afinal, eu só tenho vinte e quatro anos. - eu ri – mas nunca é tarde para encontrar o seu amor.


Paramos em frente a um restaurante chique, já vi que eu ia continuar com fome mesmo. Descemos do carro e eu esperei Maura para entrarmos juntos. Estávamos em frente à porta do restaurante, e em um gesto automático, coloquei minha mão esquerda sobre a cintura de Maura, fazendo com que ela entrasse primeiro e eu logo em seguida. Um gesto normal para ambas, tanto que ela não questionou, ou achou o ato estranho, assim como eu. Maura já era conhecida naquele restaurante, então sentamos à mesa que ela sempre almoçava, no canto, em um lugar bem iluminado.


–- Senhorita Isles, o de sempre?


–- Ola, Paolo. Sim, de sempre para nós duas. E o vinho também, por favor.



–- Por que você pediu pra mim? Eu to com fome, sabia



–- Calma, Jane. Você vai gostar.



–- Já vi que eu não vou matar a minha fome comendo essas comidas mimimi.

–- Nem pra comer você tem classe.


–- Really? Nunca vi alguém com fome ter classe.

–- Já estamos almoçando fora de hora, e comer besteiras a essa hora não ajuda no metabolismo, porque você vai voltar para o trabalho ainda, há pesquisas que diz – nesse momento eu fingi que dormi e acordei – desculpe. - ela disse e baixou os olhos. Eu sorri.


–- Tem certeza que você é modelo? Porque você é inteligente demais pra uma modelo. É tipo uma Wikipédia.


–- Wikipédia não é um site confiável. Há informações erradas lá, fora os erros ortográficos. Mas por quê perguntou se eu sou mesmo modelo? É claro que eu sou!


–- Hey calma. É que, bem, você é diferente das demais modelos... você é inteligente, um pouco reservada. Nunca vi nenhum boato sobre você, ou algum escândalo...



–- Você tem irmãos, Jane? - balancei a cabeça dizendo que sim. - Bom, eu sou filha única, e meus pais estavam mais envolvidos com suas carreiras em ascensão, e eu fiquei estudando, meu lugar favorito era a biblioteca. - nossa entrada chegou, e ela retomou o assunto que para mim estava mais interessante do que a entrada – e eu lia vários livros de anatomia. Biologia. Química. Física. Todos os livros didáticos, e de cientistas conhecidos, desconhecidos, eu já li. - ela parou para dar uma garfada na sua sei lá o que era aquilo, olhou para mim e voltou a falar – e eu queria ser médica, então fui contra os meus pais e aos dezessete anos entrei na faculdade de medicina em Londres, eu terminei meus estudos com essa idade. Me formei e fiz um ano de residência obrigatória. Mas ai os meus pais fizeram com que eu não ficasse mais trabalhando como médica, e ai resolveram me colocar como a presidente da Império da Moda.


–- Sério que você é formada em medicina? Uau... - criei coragem e experimentei a comida a entrada que estava à minha mesa. -- E você pretende voltar a carreira?


–- Como eu disse, eu já fiz um ano, e nesse tempo, eu nunca fiz plantões, porque eu estava em propagandas, desfiles, ensaios fotográficos... eu mais faltava do que ia para a residencia, por isso me tornei conhecida, e agora, com quase vinte e cinco anos eu não pude fazer o que e amo, claro que eu tenho paixão pela moda, aprendi a ter, mas não é o meu amor, sabe? Eu queria mesmo era ser médica.



O prato principal chegou e era uma lagosta com molho de não sei o que, até que tava gostoso, mas não foi o suficiente para matar minha fome. O que eu mais queria mesmo era comer um hamburguer e tomar uma coca cola gelada. E era o que eu ia fazer. Pagamos a conta e saímos, mas não deixe que Maura dirigisse, eu sentei no banco do motorista, agora iriamos comer de verdade. Ela ficou sem saber porque eu peguei as chaves da mão dela. Apenas disse “entra no carro, vamos comer de verdade”. Ela entrou, e virou-se para mim:

–- Nós já almoçamos, Jane.

–- Você almoçou, eu comi sei lá o que. Isso não é comida, não pra mim.

–- E aonde nós vamos?

–- Vamos comer o melhor hamburguer da cidade. - ela me olhou com espanto, eu ri e dei uns tapinhas de leve em sua perna – Calma, Maur. Confia em mim.

Voltei a atenção para o transito, mas percebi que Maura estava com um sorriso meio idiota no rosto, eu não entendi bem, e fiquei na dúvida se eu perguntaria ou não.
E então resolvi perguntar mesmo, fiquei curiosa.
–- Está sorrindo tanto assim por que vai comer algo de verdade? - ela fez que não com a cabeça – então?

–- É a segunda vez que você me chama de Maur...


–- Não pode? Desculpa eu...

–- Não – ela me interrompeu – eu gostei. Soa gostoso na sua voz, digo, você tem uma voz rouca, e você falando “Maur” enfim, eu gostei... Ninguém nunca me chamou assim.


–- Really? - dessa vez quem sorriu fui eu. Sei la, mas ficar com Maura, conversar c ela era algo natural, por mais que ela fosse meio quieta, e raramente via-se alguma coisa a seu respeito, alem do rompimento desse namorado, melhor, ex namorado, enfim. Chegamos ao Vintage Burguer*e nos sentamos, e o mesmo gesto que fiz no restaurante, eu repeti com a mão esquerda na cintura de Maura, esperando que ela entrasse e depois eu, foi um gesto automático que nem nos importamos novamente. Nos sentamos e eu pedi para mim e para ela o hamburguer de bacon com molho barbecue, com fritas e coca-cola com gelo. Maura arregalou os olhos e fez um não desesperador com a cabeça, eu apenas ri e falei “relaxa, confia em mim”.

–- Jane, eu já almocei.

–- Não, você foi enganada, e uma vez só não vai fazer mal. Eu como aqui uma vez por semana e nunca engordei, e olha que eu sou freguesa aqui, Maur..

Esperamos alguns minutos e os nossos lanches chegaram, aquele cheiro estava fazendo minha barriga roncar, e nem demorei. Peguei o catchup e coloquei e dei uma bela mordida, fechado meus olhos e saboreando o doce sabor de comer bem. Senti até um pouco do molho escorrer pelo canto dos meus lábios, sorri e passei a língua para tirar o excesso e vi Maura olhando para o seu lanche como se fosse um bicho. Coloquei meu lanche no prato e limpei meus labios.

–- C'mon, Maura. É só um lanche. Que que tem demais?


–- Sabe quantas calorias isso aqui tem, Jane? Fora que você nem sabe como foi feito. Pode ter alta porcentagem de gordura trans.


–- Maura, calma. É apenas um hamburguer, da pra ver nos seus olhos que você quer comer, então – peguei uma batatinha e mordi – vamos lá, experimente.

Fiquei olhando para ela, encorajando-a, então ela respirou fundo e segurou o lanche o levou até a boca, sua mordida foi generosa, seus olhos fecharam e parecia que ela estava sentindo um prazer enorme em morder aquele pedaço de lanche. Assim que ela terminou de mastigar, eu vi que o canto de sua boca ficou suja, ou melhor, a boca toda mesmo. E eu comecei a rir, ela não entendeu, e eu apenas mostrei sua boca pra ela que começou a rir também, então eu fiz uma coisa que se eu tivesse pensado, eu não faria: peguei um guardanapo e me aproximei dela, limpei sua boca, e os nossos olhos fixaram-se, ela sorriu, eu sorri, nos encaramos por alguns segundos que para mim pareceu eterno. Naquele momento o pensamento que passou por minha cabeça foi meio louco. Eu senti vontade de beijar aquela mulher a minha frente, voltei ao meu lugar e começamos a conversar sobre assuntos triviais até que terminássemos nosso almoço de verdade.


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Notas finais do capítulo

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