O quadro clínico de todos que sofreram o acidente, estava estável, embora no dia que chegaram a visão era completamente diferente. Maura ainda era residente, estava na última fase de residência, e agira conforme o ambiente dizia para agir. Ela e mais a sua equipe fizera a cirgurgia no rapaz baleado, e ele estava naquele momento no CTI, no pós operatório. A notícia do acidente já estava sendo universal, e Jane, que estava em outra cidade, não sabia do ocorrido, e estava em um jantar com algumas outras amigas modelos, quando alguém mudou o canal para o notíciário, até então, ninguém estava prestando atenção às notícias, por pouco tempo.

– Estamos diretamente de Noya York, onde ocorrera um acidente de um ônibus de viagem, onde a maioria dos passageiros sofrera lesões e ferimentos, alguns muito graves e outros nem tanto. O mais crítico é um rapaz, ainda não sabemos seu nome, e os médicos ainda não relataram. A médica responsável por esse rapaz é a doutora Maura Isles, e ela está agora juntamente com outros médicos para nos dar uma nota do que sucedera lá dentro.

– Doutora, como está o rapaz baleado, e os demais? - perguntou um jornalista.

– A situação está sob controle. Todas as vítimas que tiveram escoriações grandes o pequenas, graves e leves estão bem. O que estava mais afetado, o nome dele, acabamos de saber é Augustus Flinker. E já notificamos à sua família. O estado nele era crítico, fizemos a retirada da bala e estancamos a hemorriagia interna no paciente. Seu estado agora é estável, porém às 48 horas ainda são cruciais para sabermos o andamento do estado clínico do paciente.

– A polícia está envolvida, e segundo depoimentos dos passageiros, esse homem não estava no local, o que a doutora opina sobre isso?

– Essa parte eu deixo para os políciais, senhor. No demais, caso aconteça mais alguma coisa fora do esperado, nós iremos notificá-los. Obrigada.

Jane assistiu tudo atônita. Maura estava deslumbrante na TV, como sempre fora, mas agora ela estava diferente, mesmo às luzes voltada para ela, ela estava simples, jaleco branco, o estetoscópio em volta do pescoço, o cabelo preso. Mas seu rosto, a fineza, e a gentileza com que falara com os jornalistas, a forma como dera a nota sobre o ocorrido. Jane estava orgulhosa, e sorria sem perceber. Pediu licença, e foi ligar para a namorada, para saber como estava as coisas por lá, e dizer que também que estava orgulhosa demais pela doutora.

A ligação fora rápida, mas as palavras usadas por ambas eram totalmente carionhosas, e cheia de saudades. Maura pegaria uma folga de três dias, e já estava planejando raptar Jane da revista, e viajar com a namorada para um um lugar onde elas não sejam tão conhecidas, e matar a saudade que estava da namorada.

Jane também estava com saudades, e já estava planejando algo para fazer com a namorada, visto que havia muitos dias que elas não se viam por conta dos trabalhos extremamentes opostos.

***

Jane estava ainda no restaurante, e começou a conversar com Rachel sobre o que elas viram na televisão.

– Maura mesmo estando com roupas simples, sem aquilo de modelo, ela continua linda e mais simples ainda, você tem uma sorte e tanto, Jay. Maura nunca foi apegada a essas coisas.

– Maura sempre foi acessível à todos. Nunca a vi com algum tipo de frescura, e olha que ela é muito rica – bruincou Jane para a amiga – Mas o trabalho de Maura é muito puxado, acho que mais do que quando ela ainda era apenas modelo. Digo, são pessoas, vivas, e embora muitas pessoas não prestem, ela tem um peso nas mãos, alguma coisa errada e plau, fode tudo.

– Embora Taylor e eu estejamos a bastante tempo juntas, parece que ainda não tivemos um tempo longe dessa correria toda. Ela vai pegar uma folga das gravações, e iremos fazer uma viagem.

– Sério? Também estou querendo viajar com Maura para algum lugar calmo, sem pessoas se acidentando, e fotografias para as mais altas grifes. É muito cansativo.

– E isso porque que você tem apenas 25.

– Engraçadinha.

***

O plantão de Maura acabou no dia seguinte às seis da manhã. Tivera uma reunião com o médico diretor do hospital, e o homem lhe deu os parabéns pela o ato de coragem por fazer de tudo para salvar a vida Augustus. Saiu do hospital por volta das 6h30 da manhã, embora estivesse cansada, estava feliz. Naquele dia estava de folga, e teria mais dois dias em casa, ou em viagem com uma certa morena. Maura dirigia no contra-fluxo, enquanto os outros iam para o trabalho, Maura iria descansar, depois de dois dias de platão, ela sabia que o seu corpo pediria cama assim que chegasse em casa. Mandou uma mensagem para Jane, pedindo que a morena fosse almoçar com ela, e saiu rumo à parte nobre de Nova York. Maura cantarolava uma música que estava passando no rádio, por mais que estivesse cansada, ela estava leve. Salvou a vida de uma pessoa, e cuidou de tantas outras. Talvez passasse no hospital para saber como Augustus estava. Mas talvez.

Logo atrás, um pouco distante, um carro prata, comum, seguia o carro de Maura. Seguiram a loira até o condomímio aonde morava, mas não pararam, seguiram adiante, como se estivessem fazendo aquele percurso naturalmente, e loira não desconfiou de nada.

O clichê do carro preto não seria usado. Josh era espeto, sabia que todos os carros utilizados para seguir alguém era o preto, então comprou um carro grande, um SUV na cor prata, e dera a um dos capangas para que seguisse os passos de Maura e assim, não levantar algum tipo de suspeita.

***

Já era perto do da uma da tarde quando Jane entrou na casa da namorada. Estava tudo em silêncio, sinal que a loira ainda estava dormindo. Jane havia marcado com Rachel de fazerem um passeio de namoradas com suas respectivas mulheres. Elas iam para uma viagem para o Brasil. Rachel sempre quisera conhecer a Ilha de Santo Antão. E então elas partiriam aquele dia mesmo para o Brasil.