Lembranças de Elisa escrita por Rebeca Maia


Capítulo 1
Capítulo 1




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Ultimamente minha vida não anda muito fácil, as coisas estão piorando cada vez mais e a minha saúde é o motivo principal disso. Pelo o que ouço dos médicos que entram no quarto, já estou nessa cama absurdamente desconfortável de hospital a uma semana, com dores no corpo todo e tubos para facilitar que respire melhor.Eu poderia ser forte como as outras pessoas de histórias tristes clichês, mas eu não sou.

Todo o tempo desde que acordei, após ter sofrido um acidente de carro próximo a minha casa, me sinto como se estivesse em uma das minhas paralisias do sono, que ocorrem não frequentemente comigo. Tento falar mas não consigo, o que me restou foram meus pensamentos, as vezes nada positivos e observar meus amigos e parentes entrando no quarto no horário de visita com cara de espanto, acho que meus ferimentos não estão nada apresentáveis.

Hoje minha mãe em uma de suas visitas rotineiras sentou ao meu lado e me perguntou:

– Elisa, minha filha, se estiver ai, por favor me responda em seus pensamentos e tente me demonstrar de alguma forma sua resposta. Se eu trouxesse Julio aqui você lutaria com todas as suas forças para vencer essa batalha?

Nesse momento ela estava segurando minha mão, eu poderia tentar apertar a dela pela primeira vez, para mostra que estava ali, mas quando ouvi aquele nome comecei a lembrar daquela pequena grande parte da minha vida, onde fui a pessoa mais feliz do mundo e ao mesmo tempo a mais estupidamente idiota, acabada e infeliz. Então não tentei apertar sua mão, mesmo com uma vontade enorme de animar minha mãe, que pela sua aparência, estava sofrendo mais do que eu.

Ela ainda estava segurando minha mão, começou então a passar um filme pela minha cabeça, o meu filme, a minha história de amor, que diferente das outras tradicionais, não deu certo, não terminou com um "E assim viveram felizes para sempre" como nos meus livros de quando tinha 9 anos.

O nome dele é Julio Franckiesel, na época em que o conheci nós dois tínhamos dezesseis anos de idade, ele era alto e forte, seu cabelo era castanho escuro como seus olhos e curto, bem penteado; Tinha mãos bonitas e bem maiores que as minhas, eu era apaixonada por elas, me faziam me sentir segura e amada. Mas o que mais me tocava nesse rapaz era o seu olhar, porque tão belo e seduzente? Meio fechado, como uma flecha que sempre me atingia em cheio.

Eu o conheci quando fui a padaria mais próxima da minha casa, nada muito romântico e diferente, mas aquela padaria se tornou o lugar que me deixava mais contente e cheia de borboletinhas no estômago, ela se chama "Rei dos pães e doces" e Julio trabalhava lá como caixa.

Não tinha costume de ir comprar pão de manhã, mas depois daquela quarta-feira que o vi pela primeira vez eu queria voltar sempre, queria voltar no mesmo dia.

Como ele estava bonito, com o seu típico cabelo bem cortado e seu olhar que me tirava toda a atenção, que geralmente era escassa em mim. Logo que entrei ele me olhou, não foi algo do tipo "Esse garoto olhou para mim" Foi tipo " Esse garoto não para de olhar para mim". Enquanto estava na fila, as vezes olhava para ver se ele ainda estava olhando, minhas expectativas estavam certas. Não costumo encarar alguém que ache bonito, então, procurei não olhar para ele.

Chegou então a hora de pagar

– Oi - Ele disse

– Oi - Com um sorrisinho extremamente ridículo eu respondi.

Esperava que ele me dissesse mais alguma coisa do tipo "Qual é o seu nome" ou "Estava reparando o quanto você é bonita"

– 5,90 $ - Foi o que ele disse, apenas um 5,90$.

Eu paguei e fui embora.


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