Unintentionally (HIATUS) escrita por Mika Martins


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Recomendação de trilha sonora do Capítulo:
— Selena Gomez - The Heart Wants What It Wants
— Nx Zero - Vamos Seguir
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Postei ontem dois capítulo e estou equalizando e equilibrando tudo já, estou boa de mente e cabeça pelo que estou passando e voltando a normalidade como estavam acostumados.
Boa leitura e comentem viu? xoxo



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– Cobra? - ela apenas mexeu os lábios para o amigo.

– Desculpa. - ele sussurrou e limpou um dos olhos com a mão.

Karina apenas fez com a cabeça que estava tudo bem e que ela ficaria numa boa logo. Cobra e a menina ficaram trocando olhares pelo vidro do quarto no qual estava com as persianas levantas e abertas arejando o ar e deixando que a loira fosse observada por quem estava a acompanhando naquele momento, no caso Cobreloa.

Gael logo chegou atordoado novamente como na primeira vez que a menina parara no hospital por causa de um desmaio, vitimado pela confusão e desespero do descobrimento do segredo que ligavam Pedro e Bianca ao pagamento do ex para namorá-la. O mestre ao pisar na recepção já logo bateu os olhos em Cobra quando ele ainda estava observando Karina pelo vidro e correu até o amigo dela.

– Cobra? O que aconteceu dessa vez? - Gael pegou no braço de Cobra que se assustou assim como Karina.

– Calma Gael, calma. - o rapaz tirou o braço das mãos do ex-mestre.

– Como calma? - Gael arrancava os cabelos.

– A Karina não passou nada bem, tem que ficar aqui por enquanto até que o médico volte.

– Por que? É minha filha.

– Mantém a calma primeiro.

– Mas o que raios aconteceu? - Gael colocava as mãos na cabeça e bati nas coxas.

– Ela teve um infarto seguido de uma parada cardíaca.

– Como é que é? - o mundo de Gael desabou.

– Isso mesmo.

– Como isso aconteceu?

– Assim que o Duca foi embora eu e ele discutimos, aí não sei como a Karina apareceu lá em baixo e discutiu com o Duca também que logo foi embora. Quando mandei ela voltar para casa ela me seguiu pro QG, só que ela tava muito nervosa. Chorando muito e andando com dificuldade. Aí ela ficou socando e dando murros na porta para que eu abrisse mas não abri, foi aí que logo depois de uns cinco minutos vi a Ka jogada no chão. - Gael caiu em uma das cadeiras.

– Mas o que a levou tanta desgraça?

– Senhores? - uma enfermeira apareceu perto dos dois.

– Sim. - os dois responderam ao mesmo tempo.

– Você é o pai dela? - ela apontou para Gael.

– Sim, sou eu.

– E você quem é?

– Amigo, amigo dela.

– Ah está bem, preciso que venham comigo.

– Não posso ver minha filha?

– Poderá em breve, não agora. Ela está se recuperando devagar porque o caso dela foi muito difícil reverter.

– Muito difícil reverter? - Gael se choca.

– Sim, a mocinha ali tem problemas no coração.

– Ai meu Deus! - exclamou Gael chorando e olhando para a filha que também chorava. - Ela vai ficar bem?

– Sim, em poucos dias ela poderá voltar para casa.

– Não pode voltar hoje ou amanhã?

– Não, ela ficará em observação por enquanto.

Gael e Cobra olharam ao mesmo tempo para Karina que estava sem entender nada sobre o que se passava no lado de fora do quarto. Só viu quando os dois acompanharam a enfermeira saindo do corredor em frente onde estava. Cobreloa fez um gesto de que voltaria logo para vê-la e a menina concordou mas ainda ficou com medo e apreensiva com o que aconteceria com ela ao voltarem.

A volta do pai e do amigo de Karina, levaram alguns minutos que para os três foram como horas esperando para assinarem fichas e Gael declarar quais pessoas poderiam visitá-la e falar com a menina. Cobra era um deles assim como Dandara e João, já Pedro, Bianca e Duca estavam vetados por causarem complicações a menina e levarem a mais problemas de saúde nela. Cobreloa apenas ficou sentado em uma das cadeiras da recepção enquanto o mestre cruel fazia tudo.

– Vamos Cobra? - Gael o chamou quando terminou.

– Sim, vamos.

Cobra se levantou da cadeira onde sentava e foi até Gael, os dois seguiram por um corredor comprido de cor extremamente branca. No começo parecia o mesmo hospital em que Karina foi internada pela última vez, mas logo perceberam que não tinha nada de igual. Chegaram ao elevador e subiram três andares em apenas dez segundo de tão rápido. Foram até o quarto da loira e entraram enquanto um médico examinava-a.

– Filha? Ô minha filha. - Gael chegou perto da menina que apenas sorriu fracamente.

– Ka. - Cobra engoliu a seco a saliva. - Desculpa, nunca pude imaginar que isso iria acontecer.

– Relaxa, tudo bem. - ela falou fraca e quase sem voz.

– Relaxa nada, olha se estado. - Gael passou a mão pelo cabelo da filha.

– Calma pai. - ela tentava sorrir em forma de que estava bem, mas não conseguia.

– To calmo filha. - Gael sorriu entre algumas lágrimas.

Os três ficaram ali por algum tempo conversando entre eles até Cobra ir ao banheiro e deixar pai e filha sozinhos. Karina falava que estava tudo bem e que logo voltaria a lutar como sempre, mas o mestre sugeriu que alguns dias sem muay thai não iria matar a menina. Quando o amigo voltou foi a vez dele de sair e deixar os amigos a sós. Gael perguntou se alguém queria algo da lanchonete do grande hospital e ambos disseram que não, ele então saiu fechando a porta atrás dele.

– Ka. - Cobra ficou de pé e olhou a menina com medo. - Nunca...

– Cobra, calma. Eu estou bem. - ela pediu a mão do amigo que cedeu.

– Como calma? Olha o que eu fiz. - ele respirou fundo.

– Não foi sua culpa.

– Mais da metade sim.

– Deixa pra lá. - ela passou a mão no cabelo do amigo que sorriu fraco a ela.

– Não dá.

– Esquece.

– Não.

– Cobra. - ela riu.

– Karina.

– Posso te pedir uma coisa? - ele pegou uma cadeira e se aproximou ainda mais dela.

– Eita que vem coisa ruim por ali. - ela queria socá-lo mas apenas soltou um sorriso torto.

– Vem nada.

– Vai, pede. - ele revirou os olhos.

– Me abraça? - ele apenas deu um sorriso de canto.

– Tenho escolha?

– Não. - ela riu.

– Então tá. - ele se levantou e abraçou-a.

Os amigos ficaram um tempo abraçados até que Cobra se afastou da menina e sentou na cadeira novamente. Ele contou como foi o desespero dele quando a viu caída no chão e sem reação quando lhe fez massagem cardíaca e chegou a arrancar um lindo sorriso de lado da menina que agradecia sempre que podia ao amigo que lhe salvou mais um vez, em questão de uma semana. Karina, pedia a mão dele sempre que era solta da dela e uma vez chegou a apertar o mais forte que podia. Não era nada pela situação dela, mas se esforçava.

– Filha. - Gael entrou no quarto.

– Oi pai. - ele se aproximou e Cobra se levantou da cadeira.

– Pode ficar Cobra. - o mestre foi para o outro lado da cama dela.

– Obrigado.

– Nada.

– Bom, acho que vou indo né Ka?

– Já? - ela olhou para Gael movimentando com os olho em um gesto que pedisse que o amigo ficasse mais um pouco.

– Acho que sim.

– Não Cobra, pode ficar.

– Não é isso, ainda estou em choque com o que aconteceu. - Ka deu um sorriso torto.

– Tudo bem né? - ela deu de ombros.

– Tem certeza Cobra?

– Tenho sim.

– Não quer esperar e te levo?

– Não precisa, obrigado. - ele soltou a mão da de Karina que a segurava.

– Mas você veio junta a ambulância nem de moto veio. Está tarde.

– Tudo bem Gael, quero pensar um pouco e ficar sozinho também. - ele mexeu nos cabelos de Karina.

– Se quer assim, por mim. - Gael deu de ombros e Cobra sorriu torto.

– Tchau Cobra. - Karina abriu os braços para que ele a abraçasse.

– Gostou do abraço foi? - eles riram.

– Sim, qual o problema?

– Nenhum. - Cobra abraçou a menina com gosto que sorriu.

– Tchau.

– Tchau Ka...Gael. - ele foi até a porta, mas voltou e deu um beijo na testa de menina.

O beijo levou alguns minutos que foram bons a Karina que enquanto isso puxava os ombros de Cobra para mais perto dela. Gael apenas ficou observando e quando o rapaz foi embora sem dizer mais uma sequer palavra, pai e filha se entreolharam e um breve silêncio dominou o quarto. O mestre não sabia o que falar ou pensar sobre a relação dos dois e muito menos Ka que estava confusa com tudo e todos.

– Você e o Cobra... - Gael tentava falar.

– Não pai, não temos nada. Somos amigos. - Karina o cortou.

– E o que foi aquilo no seu quarto?

– Não sei, só sei que agora estou medo e confusa. - ela engolia a saliva a seco.

Medo e confusão. As palavras que definiam o sentimento de Karina e Cobra que mesmo longe pensavam um no outro e em tudo que estava acontecendo entre eles. Uma coisa era certa, os dois sabiam que essa relação de amizade poderia chegar ao fim com um final trágico ou feliz dependendo do que fosse acontecendo aos poucos, mas nesse ritmo seria uma tragédia total mesmo.

– Karina? - Gael cutucou a filha que estava dispersa olhando para o vidro na espera de que Cobra iria voltar.

– Ah pai...desculpas.

– Pensando alto?

– Deve ser. - Karina sorriu torto e de lado para o pai que riu sem querer.


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