Mil e um casos de amor (HIATUS) escrita por Moon, Luanara


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem... Boa leitura, goxtosos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/596896/chapter/15

POV Farrah

Chegamos ao hospital e corri para a recepção.

– Eu sou a mulher do Bruce Cooper, que deu entrada na emergência.

A mulher checou algo no computador e chamou um médico.

– Senhora Cooper? – O médico chamou. – Eu sou o doutor Collins e sou o médico responsável pelo seu marido e pelo senhor Booker. Você poderá esperar no quarto ao qual eles serão encaminhados enquanto aguarda notícias. Eles estão em cirurgia, mas ambos estão estáveis.

Eu suspirei aliviada e ele fez um gesto indicando que eu deveria o seguir. Ele abriu a porta, olhou os três adolescentes e falou:

– Só será permitido a entrada de familiares.

– Ela é minha filha. – Indiquei Amy. – E ele é filho do John Booker. – indiquei o Liam.

– Eu espero vocês no saguão. – Karma falou. – Me dêem notícias. – ela deu um beijo na bochecha do Liam que estava muito atordoado para retribuir e saiu.

– Doutor? – chamei-o quando já estava quase indo embora. – Minha outra filha ainda não chegou.

– Eu a indicarei para vir ficar com a família. – ele me tranquilizou e eu liguei para Lauren.

Um silencio ensurdecedor pairava. Anna e Jennifer que estavam de mãos dadas sentadas em um sofá de três lugares, me sentei ao lado delas, Liam sentou no chão perto da porta, e Amy se sentou numa poltrona ao lado do sofá, do meu lado, e quando Lauren chegou ela se levantou para dar lugar a ela. Lauren estava com lágrimas nos olhos, segurou as minhas mãos.

– Ele vai ficar bem? – perguntou-me com a voz trêmula.

– Mas é claro que vai. – respondi esperançosa e ela deitou a cabeça no meu ombro, Amy sentou no chão ao lado de Lauren e segurou a mão dela.

Então uma batida na porta e o médico entra, cada um com seu coração na mão.

– O senhor Cooper acaba de sair de cirurgia, e estará bem logo. – eu sorri, e Lauren me abraçou com força.

– E o Jhon? – Amy perguntou e só então notei que o médico não tinha terminado sua fala.

– O senhor Booker teve algumas complicações e precisará de doação de sangue. Mas o estoque do hospital está escasso. Queria saber se alguém aqui é A+ e poderia doar.

– Eu posso! – Amy respondeu.

– Eu também posso! – Liam falou com a voz tremula.

– Então devo pedir que os dois me acompanhem. – eles saíram apressados.

– Aconteceu alguma coisa... Ele piorou! – Anna afirmou com lágrimas nos olhos.

– Não. Talvez seja só porque ele perde sangue. – tentei apoiar ela.

– Então porque ele saiu correndo? – ela perguntou com a voz tremula e o silencio novamente pairou.

POV Amy

O médico andava quase correndo e se deparou com outro médico.

– Hipertenso, ataque cardio, a situação piora a cada momento. – declarou e Liam ia apertando minha mão enquanto ele falava. – A anemia está muito intensa. Temos de transfundir. Já tem sangue disponível?

– Esses dois são compatíveis em poucos minutos terá sangue para o paciente. – ele declarou.

Fomos até uma sala, e a enfermeira começou a bateria de perguntas.

– Já teve hepatite, malária, doença de chagas? Fez alguma tatuagem, cirurgia, transfusão de sangue a menos de um ano ou ingeriu bebida alcoólica hoje?

– Não pra todos. – Liam falou nervoso, aparentemente com pressa.

– Não. – respondi e começaram os preparativos, a bolsa a agulha.

Quando terminamos as duas bolsas de sangue o médico que antes falou com o doutor Collins entrou na sala.

– O sangue já está disponível? – perguntou.

– Sim, mas os resultados dos exames ainda não saíram.

– Eu sou doadora antiga. Doei sangue no início do mês, fiz todos os exames nesse hospital. – falei e mostrei minha carteirinha de doadora.

– Então podemos ir usando o dela enquanto os exames dele ficam prontos. – ele fez uma pausa. – Talvez precisemos de mais sangue, então é melhor vocês se alimentarem. Se não der pra sair pra comer é só ir a lanchonete do hospital, mas vocês precisam ficar sentados por uns minutos e então recuperar energia caso seja necessário que doem mais sangue.

– Tudo bem! – respondi e segurei a mão do Liam. – Melhor a gente fazer a parte do ficar sentado no saguão. – falei olhando envolta daquela sala toda branca que sempre me dava um frio na barriga.

Fomos ao saguão e fomos até um sofá e eu já estava prevendo o silêncio quando nos sentamos.

– Obrigado! – Liam falou com a voz quase que em um sussurro.

– Pelo o que?

– Por estar aqui. Por ajudar meu pai. – ele parecia estar no limite.

– Poderia ser o Bruce e eu tenho certeza que você faria o mesmo por mim.

POV Karma

Fiquei repassando tudo na minha cabeça enquanto estava sentada sozinha no saguão do hospital. O dia até começou bem, mas aí a Amy tinha que chamar atenção com toda aquela história do pai que retornou. Ela deveria ficar feliz com isso, não?! Mas eu nunca entendi bem o que aconteceu, um dia ele estava lá brincando com nós duas, jogando Amy pra cima e nos fazendo rir e no outro dia Amy estava aos prantos dizendo que ele foi embora. Quando eu cresci achei que ele tivesse morrido e que esse tinha sido o modo que Farrah achou pra explicar a Amy, até porque ela entrou em um estado de tristeza profunda depois disso. Mas depois sobe que ele simplesmente foi embora. Amy nunca entendeu, e sempre esperava na porta de casa até as 18hrs depois da escola, para que ele voltasse e explicasse, mas um dia ela simplesmente desistiu, sentou na porta de casa como de costume, e do nada se levantou e entrou. E nunca mais o esperou.

Eu a ofereci uma noite das garotas para conversarmos, para que eu pudesse entender porque ela ficou tão triste com a volta do pai, ou porque ele foi. E saber se isso foi tudo o que aconteceu para deixá-la tão mal. Eu sentia que tinha algo mais.

Estava esperando ela chegar do trabalho na casa dela. Chegar do trabalho. Ela nem falou sobre isso comigo, nem o Liam por sinal. Eu respirei fundo e tentei não pensar nos dois passando os dias juntos, mas aí ela chegou com ele.

Porque ela veio pra casa com ele? – pensei assim que os vi na porta. Então ela soltou uma bomba nos nossos colos. O acidente. Ela entrou no carro ao lado do Liam, entrou no hospital ao lado dele, e quando foram para o tal quarto, eu fiquei de fora. Ele nem falou: ela é minha namorada, quando o médico falou que só a família poderia entrar.

Desde quando ele e Amy estão em um círculo que eu não estou inclusa? – eu me perguntava enquanto esperava por notícias que nunca vinham. Já haviam se passado duas horas e eu estava quase indo embora quando os dois chegaram ao saguão, mas nenhum parecia estar procurando por mim. Eles sentaram e se encararam, não pude ouvir o que estavam falando, mas mil idéias vieram a minha cabeça e nenhuma delas foi boa.

– O que está rolando aqui? – perguntei irritada olhando que ele segurava a mão dela.

– Não tem nada rolando, Karma! – explicou percebendo meu incomodo.

– Ah, eu estou ótima, aqui esperando notícias a duas horas. Obrigado por perguntar! Não, espera você estava muito ocupada dando em cima do meu namorado! – eu praticamente gritei.

– Sério?! Que bom saber que você está ótima. Bem, o meu pai não está! – Liam respondeu obviamente irritado. – Nós estávamos doando sangue pra ele, e por isso paramos aqui pra sentar um pouco, para nos recuperar!

– E o que ela estava fazendo no seu carro? Se recuperando? – eu respondi ainda mais alto.

– Senhorita, vamos ter que pedir que você se retire! – uma mulher da recepção veio até mim.

– É, se retira. Some da minha vida, porque você obviamente só se preocupa com você! – Liam falou pra mim, com a voz firme.

– Você... Você está terminando comigo? – perguntei com minha voz falhando.

– Não só terminando como te pedindo para nunca mais voltar! – ele falou e fui embora com lágrimas rolando pelo meu rosto.

Andei sem rumo até meu celular tocar. Era Amy.

– O que você quer, traidora? – atendi.

– Karma, isso é ridículo! O pai dele está numa sala de cirurgia lutando pela vida, e tudo o que você pensa é em você?

– Eu não estou pensando em mim! Eu estou pensando em você, como faz o papel da boa moça e depois dá o bote.

– Eu não estou fazendo a boa moça, eu estou sendo amiga. Assim como eu faria se fosse você com o pai quase morrendo.

– Ah claro e sendo amiga no carro dele, e no dia com ele. Porque você não sai da cola dele, vagabunda?

– Eu te magoei, e ele também. Mas já tivemos tudo esclarecido. E mesmo assim não confia em mim, sua melhor amiga. Eu passei por muita coisa com você, e agora você acha que eu estou atrás do seu namorado? Eu trabalho com ele, e peguei uma carona. É por isso que está com raiva? Porque não assume que você é incapaz de perdoar, e por isso nunca seguiu em frente!

– Eu não segui em frente porque você gosta dele!

Eu gosto dele, como amigo. E ele vem sendo um amigo muito melhor que você. Ele que me apoiou quando você não falava comigo, quando a Reagan terminou comigo e quando o Adam apareceu. E onde você estava? Você nem sabe o que está acontecendo comigo porque está obcecada com algo do passado. Eu achei que nossa amizade fosse mais que isso!

– Mas não é! Essa amizade não é nada. Ela acabou quando você me traiu.

– Ela acabou quando você me forçou a ser algo que você queria. Quando eu me apaixonei por você e quando você partiu meu coração! – ela parecia estar quase chorando.

– Sendo assim, com o fim dessa amizade, eu não te quero mais na minha vida. – disse e desliguei.

Quando estava quase em casa vi Adam parado na calçada.

– Karma, quanto tempo! – ele tentou parecer gentil.

– O que você quer, Adam?

– Eu quero saber onde a Amy está, eu quero que ela volte a ser minha filha.

– Ela está no hospital da cidade. Ela está com um cara chamado Liam, que é meu ex-namorado. – respondi com raiva enquanto nossa briga passava pela minha cabeça. – Tomara que você a leve pra bem longe daqui.

Ele sorriu, entrou no carro e foi embora.

POV Liam

Eu estava muito preocupado com meu pai para pensar em Karma. Amy ligou pra ela, mas acabou em lágrimas. Tudo o que eu pensava era em como eu fui capaz de me apaixonar por alguém tão egoísta.

Meu pai nem era meu pai, e todos sabem que nós não temos o melhor dos relacionamentos, mas ele continua sendo meu pai. Então eu tinha que tirar tudo isso da cabeça e pensar na recuperação dele!

Bruce estava se recuperando bem, já tinha acordado, mas ainda não tínhamos notícia do meu pai. Eu e Amy fomos chamados para doar mais sangue naquela madrugada. Naquela sala enquanto tudo o que se ouvia era o ping do sangue e o tique-taque do relógio, perguntei ao médico.

– Como ele está?

– Ele está em coma! – aquelas palavras foram como um tapa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem! E não me odeiem...
Esperem por mais fortes emoções!