NYNHA’S POV

“Querido Fred,
Você não vai acreditar no que está acontecendo aqui em Hogwarts, mas primeiro você tem que me prometer que não vai ficar preocupado. Prometeu? Promete logo! Obrigado! =)
O meu ex-namorado está estudando aqui em Hogwarts! =X
Quando o vi entrei em pânico e sai correndo chorando, foi como se meu pior pesadelo se tornasse realidade. Mel ficou furiosa e gritou com ele o ameaçando, dizendo que acabaria com ele se chegasse perto de mim. Harry e Rony disseram que eu não andaria sozinha, não importa onde eu for.
Todos estão focados em deixá-lo longe de mim, mas mesmo assim não me sinto segura. O único lugar em que eu realmente me sinto protegida é nos seus braços, porque quando você me abraça, sinto que todos os meus problemas e medos desaparecem.
Eu não queria te contar que o Jesse está aqui para não te preocupar, mas se um dia você soubesse e não fosse por mim, tenho certeza que ficaria chateado, eu sei que sim, não adianta dizer que não seu teimoso! E por isso estou te mandando essa carta.
Não irei mentir, queria muito que você estivesse aqui comigo nesse momento, mas eu entendo que você tem a loja e precisa ficar aí com o Jorge e cuidar de tudo. Sei que você deve estar se sentindo péssimo agora, mas não se preocupe, Rony e Harry estão cuidando muito bem de mim, assim como as meninas.
Eu te amo e sinto sua falta ♥
Com amor, sua Nynha! Xoxo”

Coloquei a carta de Fred num envelope e peguei Catrina que estava brincando com Foxy no salão comunal.
— Oii Catrina! – falei fazendo carinho na cabeça da coruja da minha irmã. – Você pode levar esta carta para o Fred? – então ela piou e piscou os olhinhos. – Obrigada. – sorri e coloquei a carta em seu bico e rapidamente Catrina saiu voando pela janela.
Me abaixei e peguei Foxy no colo, ela ficou ronronando de olhinhos fechados. Observei Catrina se afastando no horizonte e quando ela desapareceu, sentei num sofá perto da lareira ainda com Foxy nos braços.
Algum tempo depois, Mel apareceu no salão com Mione e Gina, elas sentaram perto de mim e ficamos conversando até a hora do café da manhã. Já no grande salão, eu e as meninas nos sentamos e começamos a comer enquanto tínhamos uma conversa animada. Harry e Rony apareceram e se juntaram a nós.
Perto do final do café da manhã, a professora Minerva apareceu distribuindo os horários das aulas.
— Aqui estão os horários de vocês. – falou ela nos entregando um rolo de pergaminho. – Senhorita Granger e Senhorita Enya McKinnon fiquei muito feliz com o resultado da NOMs de vocês, parabéns. – e então ela seguiu para o próximo grupo de alunos na mesa.
— Ah não! – falei olhando para meu horário.
— O que foi gêmea? – perguntou Mel.
— Tenho aula de poções em 20 minutos! – falei derrotada e todos me olharam confusos. – A aula é com o pessoal da sonserina. – expliquei e logo Mel fechou a cara entendendo o porquê da minha reação.
— Jesse. – ela sibilou e afirmei com a cabeça.
— Não vai acontecer nada Nynha, eu vou estar lá com você. – Mione disse segurando minha mão.
— E talvez ele nem esteja na turma de poções. – Gina falou.
— Que tal você aproveitar esse tempo para ir falar com o professor Dumbledore? – disse Mel segurando minha mão – Quem sabe ele pode fazer algo agora mesmo?
— Acho que você tem razão. – falei sorrindo.
— Eu sempre tenho razão! – Mel disse enquanto eu pegava minha bolsa e meu pergaminho com o horário das aulas, me levantando em seguida.
— Boa sorte com o Dumbledore Nynha. – Rony disse sorrindo para mim.
— Obrigada Rony. – falei sorrindo. Mione, Gina e Mel me olhavam com sorrisos encorajadores no rosto.
— Vamos Nynha, vou te levar até a sala do Dumbledore. – Harry disse se levantando e pegando suas coisas.
— Não precisa Harry, você nem terminou seu café da manhã. – falei sorrindo agradecida.
— Não reclama Nynha, não vou te deixar andando sozinha por aí com o louco do seu ex namorado aqui. – ele falou sorrindo e vindo para o meu lado e passando o braço por meus ombros. – Vamos logo baixinha.
— Obrigada. – falei agradecida. Por mais que eu não quisesse que todos ficassem super preocupados comigo e montando esse esquema de não me deixar andando sozinha por ai, eu me sentia muito mais segura com um deles ao meu lado.
Me despedi de todo mundo na mesa e fomos em direção a sala do diretor. Durante o percurso eu e Harry fomos conversando animadamente sobre vários assuntos e rimos bastante. Finalmente chegamos até a entrada da sala do diretor e ele me deixou lá. Falou a senha e a águia ou seja lá o que essa estátua for, começou a girar e as escadas apareceram.
Abracei meu primo e ele disse que estaria me esperando no corredor para me levar até a sala de poções. Sorri agradecendo, respirei fundo e comecei a subir os degraus. Quando cheguei ao topo, me deparei com uma porta bem grande toda de madeira. Dei leves batidas e em seguida ouvi um “entre”, respirei fundo e entrei na sala.
— Oh, bom dia senhorita McKinnon. – falou o professor Dumbledore sentado à mesa me olhando por cima de seus oclinhos meia lua.
— Bom dia professor. – falei sorrindo e me sentando na cadeira em frente a sua mesa. – Hum... será que posso conversar com o senhor? É um assunto um pouco complicado.
— Mas é claro. Do que se trata? – ele perguntou tirando o óculos e me olhando atentamente.
— Er... é sobre o aluno novo... Jesse Rowley.
— Muito bem, continue.
— Bom, é que ele estudou comigo e minha irmã em Beauxbotton. Nós éramos namorados, mas as coisas não terminaram bem. Ele fez... uma coisa horrível comigo. – falei e senti minhas mãos tremendo e meus olhos enchendo de lágrimas.
— A senhorita pode me falar o que houve? Pelo o estado em que está agora, vejo que foi algo realmente grave.
— E foi grave mesmo professor. Vou contar o que houve...
Flashback on
Beauxbotton, 2 anos antes...

— Vamos Nynha, você vai chegar atrasada na festa do Tony! – Mel falou me apressando. Hoje é aniversario do Tony, amigo de infância do Jesse, meu namorado. Ele resolveu fazer uma pequena comemoração em uma sala de aula que ninguém usava mais.
— Vá indo Mel, ainda vou demorar um pouco, não estou achando aquele meu vestido azul. – falei procurando o maldito vestido no armário. Mel apenas gritou um “não demora nanica” e ouvi a porta do nosso dormitório fechar.
Depois de uns 15 minutos achei o danado do vestido. Ajeitei uns últimos detalhes e fui em direção a festa. Por a sala que seria usada para a festa não ter mais uso, ela ficava numa parte mais afastada da escola, parte essa que eu estava achando muito esquisita.
Quando virei num corredor entrando na ala das salas abandonadas, acabei trombando em alguém, que percebi ser Jesse.
— Hey, o que está fazendo aqui? – perguntei sorrindo para ele.
— Estava indo atrás de você. Por que demorou tanto? – Jesse falou um pouco embolado.
— Jesse, você está bêbado? – perguntei confusa.
— Tony conseguiu trazer escondido várias garrafas de cerveja amanteigada. E eu tomei algumas. – ele falou sorrindo e tombando um pouco para os lados.
— Não acredito nisso Jesse! Vocês podem se meter em confusão por causa disso. Acho melhor você voltar para o dormitório e ficar sóbrio. – falei dando meia volta e indo em direção aos dormitórios.
— Que voltar que nada gatinha, quero aproveitar a noite com você. – ele disse me olhando com uma cara maliciosa. – A propósito, você está muito gata nesse vestido. – falou se aproximando tombando para os lados mais uma vez.
— Obrigada Jesse. Agora vamos, você mal se aguenta em pé. – falei bufando. – Seu bêbado.
— Já disse que não vou pra lugar nenhum. – ele disse chegando mais perto e me puxando pela cintura. – E eu já disse que quero aproveitar a noite com você docinho. – como estávamos muito próximos, senti seu hálito de cerveja bater em meu rosto.
— Me solta Jesse. Não vou fazer nada com você. – disse tentando me soltar de seu aperto.
— Deixa de ser ridícula Nynha. Nós já namoramos a 5 meses e nunca fizemos nada. Não aguento mais, você vai ser minha hoje, você querendo ou não.
— Me solta Rowley. –falei já ficando assustada.
— Não. – ele falou e seus olhos estavam mais negros que o de costume. Como ele era absurdamente mais forte que eu, conseguiu me arrastar facilmente pelo corredor abandonado.
— Me larga Jesse! – falei mais alto tentando a todo custo me soltar.
— Não adianta gritar Nynha, todos estão na festa do Tony, ninguém vai te ouvir. – ele falou com um sorriso assustador.
Ele forçou a porta de uma das salas e me jogou lá dentro fechando a mesma em seguida. A essa altura lágrimas já escorriam pelo meu rosto, eu estava completamente apavorada.
— Você está uma delícia nesse vestido docinho... – ele me encarava com um olhar enlouquecido e começou a se aproximar.
— Jesse... por favor... – ele tapou minha boca com as mãos.
— ... mas acho que vai ficar melhor sem ele. – falou como se não estivesse me ouvindo. Ainda tapando minha boca com a mão, ele começou a distribuir beijos pelo meu pescoço, enquanto minhas lágrimas desciam descontroladamente dos meus olhos. Eu estava em pânico, não conseguia me mover.
Jesse estava louco, e começou a falar coisas nojentas em meu ouvido, fazendo meus tremores aumentarem. Do nada ele rasgou a alça do meu vestido e eu fechei os olhos, me preparando para o pior.
— Se você gritar ou fizer alguma coisa, você vai se arrepender. – falou me encarando assustadoramente. Concordei com a cabeça e ele tirou sua mão de minha boca. Em seguida, rasgou a outra alça do meu vestido, fazendo o vestido cair até a minha cintura. Por impulso, tentei me cobri com os braços, mas antes que conseguisse, Jesse desferiu um tapa em meu rosto, me fazendo cair no chão. – Eu disse para você ficar quieta.
— Jesse, por favor não faça isso. – falei chorando desesperadamente ainda jogada no chão.
— Já disse pra você ficar quieta! – ele vociferou e me levantou pelo braço bruscamente. – Como eu disse, hoje você vai ser minha, querendo ou não! – falou com o sorriso maníaco nos lábios.
— SOCORRO!! – gritei desesperada tentando me soltar do aperto firme de Jesse em meu braço.
— Ninguém vai te ouvir! – ele gritou e me jogou no chão novamente, dessa vez ficando por cima de mim e segurando meus braços acima da minha cabeça.
— SOCORRO!! – gritei novamente. – ME DEIXA EM PAZ JESSE! SOCORRO! ALGUÉM, POR FAVOR! SOCORROOOOOO!
Enquanto gritava, Jesse ria e sua mão livre passeava pelo meu corpo.
—Eu tenho nojo de você! – eu falei virando o rosto quando ele tentou me beijar. –NOJO!
—Vamos ver se você vai ter nojo de mim depois dessa noite! – ele disse e senti sua mão livre subindo por minha coxa por dentro do vestido.
— ME SOLTA! – gritei me debatendo tentando sair de debaixo dele. – SOCORROOO!!
Ninguém me ouviria. Estávamos numa área deserta da escola, e provavelmente o volume da música na festa não deixaria que ninguém nos ouvisse. Eu estava perdida.
Senti a mão de Jesse na barra de minha calcinha e fechei mais ainda os olhos chorando como nunca e gritei com todas as minhas forças.
A porta da sala abriu com tudo, e parada nela, estava Mel. Seus olhos estavam arregalados com o que estava vendo. Então, seu rosto tomou uma expressão de ódio e veio em nossa direção em passos firmes. Jesse finalmente me soltou e quando foi se levantar, já era tarde demais, Mel estava perto o suficiente e acertou um soco no rosto dele. De alguma forma, Jesse caiu desacordado no chão.
Mel veio ate mim com lágrimas nos olhos e me abraçou. Eu chorava desesperadamente e a única coisa que eu queria era sair dali.
Flashback off

— E foi isso que aconteceu diretor. – falei e enxuguei algumas lágrimas que escaparam durante a história.
— Eu sinto muitíssimo senhorita McKinnon. – Dumbledore falou um tanto chocado.
— Agora acho que o senhor pode imaginar como me senti ao ver Jesse aqui em Hogwarts.
— Sim, imagino que deva ter ficado bastante transtornada. Mas o que a senhorita deseja?
— Bem, minha irmã me disse para vim até aqui e conversar com o senhor sobre isso, para ver se tem como tentar deixar Jesse longe de mim. Eu não sei se vou conseguir suportar ele no mesmo local que eu. – falei e outra lágrima escorreu.
— Essa é uma situação bastante complicada senhorita McKinnon, mas farei o possível para deixar o senhor Rowley longe. E não se preocupe, nada vai acontecer com a senhorita aqui em Hogwarts. Tem a minha palavra. – Dumbledore falou sorrindo.
— Obrigada professor. – falei sorrindo um pouco mais aliviada. Estava me preparando para levantar quando Dumbledore fala.
— Senhorita, posso pedir um favor?
— Claro professor.
— Pode parecer estranho, mas gostaria que se tornasse mais próxima do senhor Malfoy. – disse ele. Abri a boca um pouco espantada com o que ele acabara de dizer.
— Co..como assim? – perguntei confusa.
— Gostaria que se tornasse amiga dele. O senhor Malfoy está passando por tempos difíceis e a sua amizade seria de grande ajuda para ele. E não se sinta inclinada em aceitar, só faça isso se for sincero. Ele é um bom garoto, mas está prestes a fazer escolhas erradas, e a senhorita, por ter um bom coração, certamente abriria os olhos dele.
— Hã.. eu... tudo bem. Eu sei que o Malfoy não é má pessoa. Ele pode ser gentil quando quer. – falei e sorri. – Vou fazer o possível para ajudá-lo.
— Obrigada senhorita. – ele disse sorrindo e me levantei. - E senhorita McKinnon, sempre que quiser conversar sobre o senhor Rowley pode me procurar, sei que foi difícil o que passou e estarei aqui para ajudá-la.
— Obrigada diretor. – sorri em agradecimento e sai da sala.
Desci rapidamente as escadas da sala do diretor me sentindo mais leve. Poucas pessoas sabem o que realmente aconteceu na noite em que Jesse me levou para aquela sala. Mas Dumbledore me passa segurança, sei que posso confiar nele. Falando em confiança, o que será que Draco irá fazer que seja errado? Será que Harry tem razão e ele virou um comensal da morte? Por Merlin! Esse ano mal começou e já está uma bagunça!
Cheguei ao corredor em que Harry disse que me esperaria, e lá estava ele, junto com Rony e Mel. Fui em direção a eles e quando perceberam minha presença sorriram.
— E então, como foi? - Mel perguntou enganchando seu braço ao meu.
— Foi tranquilo. - falei sem muitos detalhes. - Contei o que aconteceu naquele dia. Dumbledore pareceu um pouco chocado, mas disse que iria fazer o possível para manter Jesse em longe de mim e me garantiu que nada de ruim aconteceria comigo aqui.
— Se Dumbledore disse isso então tudo ficará bem! - Harry falou sorrindo e me deu um beijo na testa. - Acho melhor irmos logo se não você vai chegar atrasada na aula de poções Nynha. - Rony disse sorrindo pra mim e juntos fomos em direção à sala de aula.
Quando chegamos, me despedi dos 3 e abri a porta. A aula já havia começado e todos nos olharam com caras curiosas. Entreguei o pergaminho que Dumbledore me mandou entregar explicando o motivo do meu atraso para o professor Slughorn que não deu muito importância, apenas observou Harry do lado de fora da sala.
— Não vai entrar senhor Potter?- perguntou Slughorn
— Não senhor professor. Infelizmente não consegui uma nota alta nos Noms. - Harry falou um pouco tímido.
— Ora, não seja bobo Potter, vamos entre, e traga seus amigos também! - disse Slug. – Eu aceito qualquer um que queria aprender.
— Tudo bem então. – Harry olhou para Rony e Mel com cara “vocês vão entrar também” e ambos fizeram careta antes de entrar na sala. – Mas nós não temos os livros professor.
— Ah, tenho alguns exemplares no armário, podem pegar. – o professor falou enquanto eu me colocava ao lado de Mione e avistei Draco no lado oposto da sala. Sorri timidamente para ele que retribuiu. Hevila estava ao seu lado e acenou pra mim, acenei de volta e vi quem eu menos queria. Jesse estava no canto mais afastado da sala me encarando. Desviei o olhar e vi Harry, Mel e Rony se empurrando em frente ao armário e comecei a rir sem saber o motivo do empurra empurra.
A aula foi bastante tranquila. Slughorn nos mostrou umas poções bem legais, mas a que eu mais gostei foi a poção do amor. Ela tem um cheiro diferente para cada pessoa. Para mim ela tem cheiro de framboesa, livro novo e o cheirinho do perfume do Fred.
Depois disso ele nos mandou fazer uma poção do morto-vivo, e quem se saísse melhor ganharia um frasco de Felix Felicis, também conhecida como Sorte Liquida, uma poção que da sorte a quem a bebe. Draco ficou muito interessado, e posso dizer que nunca o vi tão determinado. No geral, todos nós fomos um desastre na tentativa de fazer a poção, exceto Harry, Slughorn disse que a poção de Harry ficou perfeita, uma gota seria capaz de acabar com todos nós.
Depois disso, o professor dispensou a turma, então Harry, Rony, Mione, Mel e eu saímos da sala e fomos para o jardim e nos sentamos embaixo da nossa árvore para conversar enquanto nossa próxima aula não começava.