Por acaso escrita por Viccks


Capítulo 4
Bandida.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo



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Acordei com Vanessa gritando:

– MARINA, JÁ É MEIO-DIA E HOJE VOCÊ TEM DOIS ENSAIOS! DOIS ENSAIOS!

– Taaaaaa, para de gritar sua perturbada! Os ensaios são importantes? – disse me levantando e indo até o banheiro para fazer minha higiene matinal.

– Perturbada só se for sua amante... Ou melhor, AMANTES. Não são tão importantes.

– Minhas AMANTES são super gostosas e nada de perturbadas iguais a ti! Então pede pra Flavinha fotografar, hoje não tô no clima, não!

– Tá bom – disse a ruiva enfim saindo do quarto.

Sinceramente, não sei o que eu estava fazendo com a Vanessa ainda. Ela sabe que eu traio ela e não me larga, só ameaça.

Troquei de roupa e desci, quando cheguei lá embaixo vi Vanessa meio que se “agarrando” com a Flávia no meio do estúdio.

– EITA CLIMA BOM, NÉ?

Quebrei o quase beijo das duas batendo o pé forte do lado delas.

– Clima? Lá fora? Verdade, tá maravilhoso mesmo – disse a Flávia saindo de perto da Van.

– Não se faz de idiota não, viu Flávia, eu vi – avisei, me aproximando da morena. – Eu e a Vanessa por mais que parecemos apenas amigas, continuamos juntas e eu não vou admitir esse tipo de coisa, não dentro do meu espaço de trabalho. Porque eu não trago mulheres para cá e fico me agarrando com elas, então menos viu? – disse tudo isso em um tom que as duas pudesse me ouvir.

– Se ela é o motivo por você estar se afastando de mim – continuei me virando para Vanessa. – Você me fala logo, viu?

– Marina, todo mundo sabe – ela começou revirando os olhos. – Que o nosso relacionamento já não tem mais AMOR. E a Flavia meio que me completa, sabe?

– Não, não sei.

– Enfim – a ruiva continuou. – É melhor a gente terminar, né? – ela perguntou se aproximando mais.

Peraí gente... Peraí mundo... Esse sem duvidas é o melhor. Dia. Da. Minha. Vida. Eu sempre pensei em como terminar com a Van e agora.... E agora isso... Ela que acaba terminando. Melhor dia, sem mais.

– Muito melhor, mas eu quero que nossa amizade continue firme – disse com honestidade. – E felicidade para vocês, vadias.

Eu abracei as duas.

– Vamos continuar sendo amigas – Van sorriu. – Mais do que nunca. Com certeza.

Sorri para as duas mais uma vez antes de subir para o meu quarto e ligar meu celular – me espantando bastante com a quantidade de mensagens de Clara. Várias delas dizendo “eeei”.

Li uma primeiro que ela respondeu logo depois de Vanessa chegar no quarto:

Gosta de ser chamada de vadia, né? Sabia. Hahahaha, bjos :*

Logo tratei de responder:

Já se apegou, né? Eu sei, eu causo isso nas pessoas. Mas pode se apegar, eu presto. Ou talvez não. Depende.

Enviei e ela me respondeu depois de dez minutos. Caramba. Que demora essa meu pai?

Bom dia pra você também! Hahahaha, e a ilusão amor? Cuidado, viu?

Ótimo dia!! :D. Não tô me iludindo. E aí? O que vai fazer hoje, gata?

Essa tinha demorado mais de dez minutos. Essa coisa de ela demorar para me responder estava começando a me estressar.

Ótimo se for pra ti! Depende, se você me chamar para sair... Eu vou dizer que já tenho planos. Brinks vadia. Vou fazer nada hoje, vamos tomar uns drinks? Eu, você, tua namorada e meu marido?

Que boba, pensei sorrindo com a tentativa de flerte dela. Mas vou acabar com essa felicidade toda agora.

3 Coisas:

1 – O Dia tá ótimo pra mim mesmo.

2 – Não tenho mais namorada, pois acabei de ser trocada.

3 – Você não é casada. Cadu é teu futuro-ex-marido-primo.

Dessa vez ela me respondeu rápido.

Andou me investigando né? Eu sei e o cabeçudo do meu primo me entregou. Como não tem mais namorada?!! Não me diga que ela te trocou por outra, logo você... :o

Sim. Fui trocada e descobri da pior forma. :/

Decidi dar uma de pobre coitada, apesar da felicidade que sentia com a notícia recente.

Qual jeito?

Vi elas se pegando aqui no estúdio...

Eita porra! Quer uma garrafa de uísque? E uma playlist da Lana Del Rey? Kkkkkk

Ai que abobada ela, pensei.

Só se você vier sofrer comigo...

Você não vai me agarrar... vai?

Não sei. Tá com medo? Vem ou não vem, fia?

Medo? Você que devia ter medo de mim, heuhue. Topo. Que horas e aonde... “fia”?

Ela topou. Ui ui.

Quando você sair do trabalho, que tal? Aqui na minha casa mesmo?

Okay, saio 17h30 hoje. Na sua casa? Quero nem ver como vai acabar. Agora vou atender um paciente aqui. Beijos vadia :*

Oba, calma!!! Não vou te agarrar! Beijos Clarinha :*

Vi no relógio e já eram 12h45. Nem vi a hora passar. Coloquei um biquíni e fui tomar um banho de piscina. Me sentindo bem atrevida de uma forma correta.

Clara

Fiquei atendendo paciente o dia todo e parece que hoje vou ficar até ás 19h. Decidi descer e perguntar para uma das meninas da recepção.

–Oi, licença... sabe me dizer até que horas eu fico hoje? - perguntei me aproximando de uma morena alta.

–Oi – ela me respondeu rápido. – Bom, Doutora, você fica até as 19h30 hoje - ela me respondeu se virando, rápido de mais até.

–Jura? Nossa. Ok, obrigada...

–Sara – ela exclamou. - Meu nome é Sara - disse a morena estendendo uma mão.

– Atá, Clara - disse apertando a mão dela.

–Eu sei - disse ela dando um sorriso tímido e abaixando a cabeça.

–Sabe? Como?

– É...

Quando ela ia termina de falar, uma voz saiu por um dos alto-falantes, chamando meu nome; eu tinha um paciente.

– É, depois a gente conversa – ela desconversou se afastando. - Você tem um paciente, tchau - disse ela já virando as costas.

–Tchau.

Subi pra minha sala, olhei no relógio de parede e vi que ainda eram 16h50, aproveitei que o paciente não entrava e mandei uma mensagem pra Marina.

Marina, 20h30 eu tô na tua casa. Ou você acha melhor me buscar?

Recebi uma resposta em menos de 2 minutos.

Porque 20h30 se você vai sair 17h30? Sou teus machos pra te buscar é? Já ouviu falar em taxi ou carro próprio?

Que vadia.

Sim, mais ouve algumas mudanças e eu vou sair 19h30. Ah, beleza então. Eu vou de carro.

Ata e você leva tudo isso de tempo? Já aprendeu o caminho até aqui?

E então meu paciente chegou, coloquei o celular dentro da gaveta e fui atender ele.

Marina

Fiquei na piscina por um tempo conversando com a minha prima, peguei meu celular e vi o horário. Porra já tinha passado dos meus limites, 13h30. Sai da piscina e fui direto pro meu quarto, tomei um banho quente e deitei na minha cama. Eu estava ansiosa pra ver a Clara hoje, fiquei contando os minutos e acabei adormecendo, ali de toalha numa posição horrível.

Despertei com uma mensagem de Clara, ela estava avisando que iria sair um pouco tarde. Meu Deus! Já são quase 17hrs, levantei e fui colocar uma roupa. Coloquei um shorts e uma regata, desci e fiquei jogando conversa fora com a Vanessa e fiquei esperando uma resposta da Clara e nada. Dessa vez ela estava demorando quase uma hora. Tudo bem, talvez eu esteja exagerando, mas ela estava demorando.

São 18h15 e nada de Clara, será que fui grossa? Eu até buscaria ela, se eu tivesse com disposição. Mais hoje dá não, ela que venha sozinha. Mandei uma mensagem pra ela.

Tá viva?

Ela respondeu, AMEM SENHOR.

Estou.

Que seca, nossa.

Pode responder minha pergunta?

Qual?

Você tá brava porque eu mandei você vim sozinha? Sabe vim pra cá né?

Você não manda em mim. Não sei, mais eu me viro.

Mando não? Veremos. Tem certeza? Eu te busco.

Ui, veremos então. Agora eu que não quero. Tchau, vou termina aqui pra matar sua ansiedade :*

Gente... e essa ilusão?

kkkk, Clara... você anda muito iludida viu, tchau :*

Vanessa me fez uma pergunta mais eu não ouvi:

– Oque Van? – perguntei. - Não entendi.

– Claro que não entendeu, sai desse celular minha filha - disse ela puxando o celular da minha mão.

– Ahn... Fica quieta ai, qual foi a pergunta?

–TA APAIXONADA PELA DOUTORA FILHA? - disse ela gritando.

– Cala essa boca Vanessa!

– Vem calar - disse em um tom cheio de malicia.

Vanessinha é foda, tadinha da Flavia.

– Deixa a Flavia ouvir isso – soltei.

–Ela nem precisa saber. Vem aqui - disse ela me levantando e me levando até as escadas.

–Vanessa, para. Você disse que a Flavia te completa, até terminou comigo por causa dela. Então você vai ficar com ela.

–Ultima vez, faz amor comigo pela ultima vez Marina? - disse ela me pressionando contra a parede.

–Amor? Com você? Não, não tô no clima pra fazer amor e nem nada - disse saindo dos braços da ruiva.

–Mais tarde então?

–Não estou no clima, nem agora e nem mais tarde. Hoje tô sem vontade.

– Outro dia? - perguntou a ruiva insistindo.

–Van, amigas. Só isso, vou subir - disse já subindo.

Subi para o meu quarto e olhei as horas. Estava quase na hora de Clara sair do hospital. Fui tomar um banho demorado para esquecer o que tinha acabado de acontecer lá embaixo. Van tinha realmente passado dos limites. Saí do chuveiro e entrei no meu closet a procura de uma roupa que totalmente a provocasse a Clara. Tirei e coloquei milhões de roupa.

Puta indecisão.

– Ahhhhhh – gritei. – EU NÃO TENHO ROUPA! GENTE, EU VOU CHORAR! EU PRECISO DE UMA ROUPA! – gritei jogando um monte de roupa para fora do closet.

– Quem disse que você não tem roupa? – disse uma voz bem suave, me virei e vi Clara ali parada perto da minha cama. Ela estava linda. Hoje a noite estava muito quente, vestia um shorts de cintura alta, uma blusa que deixava sua barriga amostra e um salto não muito alto. Pisquei forte, só para ver se era ela mesmo e ela realmente estava lá.

– Ahn... O que vo... Você tá fazendo no meu quarto? – disse amarrando o meu roupão que só minutos depois vi que estava aberto.

– Talvez seja porque você me convidou? Eu trouxe o uísque. Quer uma ajuda aí? – disse ela sentando e colocando a garrafa na mesinha e sentando na minha cama – que ousada. Ela realmente trouxe o uísque.

– Quem deixou você subir tantan? Talvez... Eu não sei o que vesti... Ou melhor não tenho roupa – disse sentando na cama perto dela e deixando minhas pernas um pouco amostra para realmente provoca-la.

– Eu prefiro sem – disse ela em um tom sedutor e se aproximando.

– É? Então tira você também – disse ao tocar minha mão no rosto dela.

Ela abaixou a cabeça e deu um riso baixo.

– Depois que a gente esvaziar aquela garrafa esvaziar aquela garrafa de uísque, eu penso se tiro. Agora vai vestir uma roupa! – disse ela levantando e indo para a varanda, me deixando sozinha.

Me virei e fui atrás de uma roupa do meu pequeno closet de Nárnia. Optei por um vestido solto da cor verde água e uma sandália baixa. Penteei meu cabelo e ele, por mais que parecesse impossível... Estava ao meu favor. Sai do banheiro e chamei a Clara.

– Vamos descer. Mandei fazer uma comida pra gente – disse indo para o lado dela.

– Que paisagem linda – ela disse se virando para mim, me encarou por alguns minutos. – Você tá linda, vamos então. Tô morta de fome e fiquei rodando procurando esse diacho de lugar e passei em casa rápido demais que nem deu pra parar pra comer – disse ela já saindo na minha frente enquanto eu a seguia.

– Credo, tava amarrada? Tá com falta de comida? – disse e ela riu. – Maliciosa. Tô falando de comida e não de ser comida – disse enquanto adentrávamos a cozinha.

– Tá bom, Marinan, não entendi na malicia sua besta – disse ela sentando em um banco perto do balcão da cozinha.

– Vou fingir que acredito – falei colocando uma travessa em cima do balcão. – Bom, se tiver ruim, foi a Laura que fez e se tiver bom fui eu.

Enquanto falava, coloquei dois pratos e dois copos.

– Hum, que delicia. Tá com cara de que está muito gostoso – disse me olhando. Tá. Levei na malicia mesmo. - Eu tô falando do macarrão sua poia, fica se iludindo ai – disse ela se servindo.

– Cala a boca Clara, come e cala a boca.

Me servi e ficamos em silencio. Levantei, fui até a geladeira e peguei uma Coca-zero. Despejei no meu copo e no de Clara. Quando levei meu copo até a boca, Clara ficou me observando e parou de comer, apoiou seu queixo em suas mãos e ficou me olhando. Decidi quebrar o silencio:

– Para de me olhar – exigi. – Eu vou ficar sem graça.

Ela continuou olhando sem piscar, sussurrando algo do tipo “que delicia”.

– O que? – questionei. – Que delicia o que? – perguntei de novo, afastando os pratos.

– O Whisky que está esperando a gente lá em cima – disse ela levantando. Puxei o braço dela mais não para agarra-la.

– Deixa que eu busco, a gente pode tomar aqui em baixo – disse já subindo as escadas.

Entrei no meu quarto e fiquei procurando a bendita garrafa e nada.

– Tá procurando essa garrafa aqui? – disse uma voz um pouco tensa atrás de mim.

Me virei e era Flávia. Usando uma lingerie. De. Lingerie. No. Meu. Quarto.

– Isso aí mesmo – assenti para a garrafa. – Mais vem cá, o que cê tá fazendo no meu quarto? – disse pegando a garrafa da mão dela.

– Procurando a Vanessa – ela me respondeu indo em direção a porta e em questão de segundos a morena sumiu da minha frente.

Aí que mulher estranha, eu sempre me perguntei se ela queria me pegar ou pegar a Van – seria ambas? Não importa. Eu sei o que eu quero. Saí do quarto e desci as escadas. Quando entrei na cozinha, encontrei Clara na mesma posição de antes.

– Tá parecendo uma múmia desse jeito – disse pegando um balde e colocando gelo. Clara veio caminhando até mim, pegou uma das pedras de gelo e ficou chupando enquanto me encarava.

Aaaah, como eu queria ser essa pedra de gelo, pensei.

– Hum, tá muito gelado isso – disse ela jogando a pedra de gelo na pia.

– Claro – despertei. - É uma pedra de gelo sua anta! – disse colocando a garrafa de uísque dentro do balde. Quando me virei para pegar dois copos no armário, Clara agarrou minha cintura por trás, me pressionando contra ele. No meu ouvido, sussurrou:

– Vamos rápido com isso, tenho coisas para fazer.

Ela me soltou e pegou o balde em cima do balcão enquanto caminhava até lá fora. Segui ela impotente com os dois copos. Ela se sentou em uma das mesas que tinha lá fora, servi a ela e a mim.

Ficamos conversando por muito tempo, quando me dei conta de que a gente já tinha esvaziado a garrafa de uísque.

– Marina não tô afim de ficar bêbada – disse ela, já com uma voz embriagada.

– Você já esta bêbada – disse levantando enquanto ela fazia o mesmo.

– Tô nada. Agora a gente vai subir para o quarto, né? – perguntou me agarrando.

– Você quer? – O clima que antes parecia normal, mudou de uma hora para outra.

Clara me olhava com desejo. Ela me queria. Tenho certeza disso.

– Claro, vamos? – disse já pegando minha mão.

Entramos no estúdio e eu logo tratei de agarra-la. Beijei ela e sua boca estava gelada. O beijo foi começando doce e calmo. Até que o ritmo mudou e eu ela acabamos no chão. De repente, Clara gemeu de dor e me xingou alto.

– Marina, sua filha da PUTA, isso doeu! – ela berrou me dando um puxão de cabelo.

– Oh, doeu foi? Desculpa – disse enquanto voltava a beija-la.

As mãos de Clara agora começavam a passear pelo meu corpo, enquanto as minhas seguiam o seu exemplo.

Clara subiu meu vestido e eu levei minhas mãos até o fecho dos seus shorts, sem querer quebrar o beijo. Quando estava quase abrindo o shorts, uma voz tão, mais tão, tão familiar e chata nos atrapalhou.

– Que putaria é essa aqui? Você não tem mais quarto não?!

Era Vanessa, e como sempre – estava bêbada.

– A gente perdeu a noção da hora e do espaço – explicou Clara enquanto se levantava junto comigo e arrumava sua roupa toda com uma expressão sem graça.

Essa Vanessa é uma completa empata foda.

– Deixa que eu me resolvo com ela, Clarinha – pedi. – Quer subir e me esperar?

Ela afirmou, me dando um beijo rápido e subiu.

– Flávia estava te procurando – comecei encarando a ruiva enquanto cruzava os braços.

– Marina, você me disse que não estava a fim de fazer nada. Aí eu chego e você tá se pegando com outra mulher no chão da sala?! – disse enquanto andava de um lado para o outro.

Franzi a testa. Pelo jeito como ela disse mulher, parecia que me preferia ver agarrada com um cara. Ou não – É, definitivamente não.

– Como se isso fosse alguma surpresa para você... Afinal de contas, a gente não tem mais nada – falei com firmeza a ultima palavra. – Pego quem eu quiser. E se você puder me dar licença – comecei já passando por ela. -... Tenho coisas para fazer. Se cuida.

Enquanto subia as escadas, trombei em Flávia no corredor – e eu podia jurar que ela estava chorando. Tanto que até desceu bem rápido que eu quase nem vi.

Entrei no meu quarto e Clara estava deitada na minha cama. Fui me aproximando dela e sentei na beira da cama... Fiquei apenas observando ela por alguns minutos. Ela então acariciou minha coxa e deu um sorriso de canto – que sorriso lindo, que sorriso apaixonante... Espera, não, apaixonante não.

– Em que mundo você esta? – perguntou ela se sentando de frente para mim.

– Besta – sorri. – Vamos terminar de onde começamos – comecei já beijando seu pescoço.

– Marina, para – disse ela me empurrando um pouco forte demais.

– O que foi? Não quer? – perguntei olhando pra ela confusa.

– Não, eu quero. Mas é que você... Me disse que tinha terminado com a Vanessa.

– Clara, mas eu term...

– Deixa eu terminar Marina, deixa eu terminar. Eu não quero atrapalhar a vida de vocês. Posso contar o real motivo de eu ter saído de São Paulo? – disse ela me ajeitando na cama.

– Quero – respondi. – Me diz – suspirei segurando a mão dela.

– Eu namorei com um cara chamado Joseph. Ficamos juntos durante cinco anos. A gente ia casar Marina. Casar! A gente tinha tudo e, aos meus olhos, ele estava realmente feliz... – nesse momento Clara abaixou a cabeça e eu percebi uma lagrima rolando por sua bochecha. Segurei seu rosto e limpei a lagrima.

– Olha, se isso te machuca de alguma forma, é melhor não contar. Seja lá o que esse cara fez contigo... Ele foi um otário de te deixar. Esquece isso, vem cá – abracei Clara bem forte. – E sobre a Vanessa... Bom, ela terminou comigo então não temos mais nada. Ela sempre faz isso. Sempre termina comigo pra ficar com alguém e depois acaba se arrependendo e querendo voltar, só que dessa vez quero fazer diferente.

Quando disse isso, Clara ficou me encarando.

– Você gosta dela? – perguntou. – Tem algum tipo de sentimento... Sei lá? – disse ela saindo dos meus braços.

– Nada, nem da minha parte e nem da dela – disse puxando ela de volta. – Vamos parar de falar e continuar... O que a gente começou – disse deitando ela na cama e deitando por cima.

Começamos com um beijo calmo e depois aumentamos a velocidade. Clara em um movimento rápido me virou e ficou por cima.

– Você tá com roupa demais Marinan, tira isso aí – disse ela levantando a borda do meu vestido e me ajudando a arrancar a peça de forma rápida.

Puxei a blusa dela pra cima, mais ela segurou minha mão.

– Tsc, tsc, tsc, eu que mando aqui – sorri ao lembrar da mensagem. Ela ficou olhando meu corpo todo e sussurrou no meu ouvido. - Vadia.

Gemi de prazer e Clara riu. Desceu os beijos devagar até os meus seios, abriu e arrancou meu sutiã e começou a chupar e morder um, enquanto acariciava outro com a mão. Ela desceu sua cabeça até minhas pernas e beijou minha coxa.

Encarou meu sexo e deu um riso fraco.

– Já tá toda molhadinha, vadia? – perguntou me dando um beijo no sexo.

– Clara... – consegui dizer com dificuldade.

– Fala? – ela me encarou ainda na mesma posição.

– Me chupa – pedi e ela tirou, bem devagarzinho, minha calcinha. Deu mais um outro beijo e sentou na cama.

– Hoje não – disse repentinamente enquanto colocava seu salto.

– Clara? – guinchei. – O que você tá fazendo? – perguntei confusa.

– Indo embora – ela deu de ombros. – Já são 23h45 e amanhã eu trabalho cedo e sem falar que amanhã tenho plantão – disse já ficando de pé.

– Você não vai embora depois de me atiçar desse jeito! – disse levantando e procurando meu roupão.

– Vou Marina. Esse uísque acabou comigo – disse já saindo do quarto. Eu a segui.

Mal consegui acreditar no que estava acontecendo. Nem mesmo quando ela se virou e me pediu:

– Me leva até o meu carro?

Fiz que sim com a cabeça e seguimos até onde o carro dela estava.

– Tchau, Marina – disse e me empurrou contra o carro. Estava tentando me beijar, mas eu a empurrei para se afastar.

– Tchau, Clarinha.

Saí andando; se ela queria brincar, então nós vamos brincar.

– VADIA! – ela gritou.

Me virei e gritei de volta:

– SOU MESMO!

Ela caiu na risada e entrou no carro. Observei enquanto ela saia. Quando seu carro virou a esquina, decidi entrar.

– Deixa eu adivinhar – Vanessa começou. – A Doutora te deixou na mão? – perguntou rindo.

– Vai pra porra Vanessa.

Empurrei ela e subi as escadas. Entrei no meu quarto e me joguei na cama, respirando fundo. Eu não podia acreditar no que Clara tinha feito.

– VAGABUNDA – gritei para o nada enquanto me levantava para ir até o banheiro.

Tomei um banho rápido demais naquela noite. Quando me deitei na cama, olhei as horas e decidi dormir.

– Ah, Clara – sussurrei olhando pela janela. – Vamos brincar, então – disse para mim mesma.

E em algum lugar doido daquela noite, eu apaguei.


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Notas finais do capítulo

Oque acharam? acho que ainda hoje eu posto o novo capitulo gatalhada! beijonnnns



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