Second Life escrita por Criminal


Capítulo 3
O militar.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/596731/chapter/3

O grande tenente do vigésimo batalhão dos EUA responsável pela segurança da cidade era nada menos que Steve Rogers, um soldado com destaque entre os outros por seus atos heróicos para com os colegas numa batalha. Steve era valente, forte, destemido e católico fervoroso temente à Deus, ia à missa todos os domingos de manhã junto de sua namorada Sharon Carter, uma mulher cujos dotes eram altíssimos, rica, filha do grande General do primeiro batalhão de segurança presidencial.

O tenente era um homem gentil, doce com traços de cavalheirismo onde quer que fosse, colocava sua Fé em primeiro lugar em qualquer assunto que entrasse, todas as noites rezava pela vida de seus homens nas batalhas forjadas dentro do próprio batalhão de treinamento. Tinha o costume de entregar flores à namorada todas as manhãs e mandava cartas com juras de amor duas vezes à cada quatro meses como já vinha feito durante quase dois anos antes de namorarem.

Steve não tinha família pois os perdera muito cedo, crescera sozinho e logo que ficou maior de idade se alistou, rejeitado centenas de vezes aos vinte e seis conseguira finalmente ingressar na tão desejada forças armadas dos EUA. Hoje o tenente completara trinta e cinco anos e comemorava junto da amada.

– Feliz aniversário meu amor.

Disse ela beijando-o lentamente a testa enquanto o abraçava.

– Obrigado, sou muito grato à Deus por tudo.

– O que você tem desejado Tenente Rogers?

Perguntou o sogro, General.

– Ainda nada senhor, tudo o que eu mais desejei Deus me proporcionou. Tenho minha carreira militar como sempre quis, tenho a mulher perfeita ao meu lado e uma quantia em dinheiro que posso sustentá-la quando nos casarmos.

– Então está no auge da sua felicidade Steve?

Perguntou novamente o velho.

– Sim, senhor.

A comemoração parecia com algumas dezenas de pessoas, alguns soldados entre tenentes de outros batalhões, damas de companhias, homens da alta sociedade, burgueses e uma família distante de Sharon.

– Atenção - Começou Steve aumentando um pouco a voz - Quero agradecer à todos por estarem aqui, é muito gratificante saber que estão ao meu lado nesta data importante e em outras datas também. Obrigada.

Os olhares alegres e contentes viraram-se todos para o aniversariante que sorria satisfeito com tudo o que havia conquistado até ali, mas depois cada um voltou à conversa em que pareciam se concentrar. Mulheres que conversavam sobre os homens em segredo, homens que conversavam sobre políticas e os mais solitários bebiam sozinhos cada qual em seu canto de um cômodo.

Entre os cavalheiros Steve destacava-se pela farda branca diferente das outras escuras que preenchiam o local, Sharon acompanhava-o com um longo vestido Champagne com luvas de ceda até o antebraço, uma súbta tosse fez Rogers esconder os lábios com um pequeno lenço claro do bolso, esta parecia forte e ríspida.

– Você está bem?

Perguntou Sharon.

Depois de tanto tossir traços de sangue pareciam preencher em pingos o pequeno pano úmido e agora sujo, Steve o dobrou rapidamente escondendo-o dentro da farda novamente.

– Estou querida, apenas preciso de uma bebida.

Os cabelos loiros do tenente permaneciam parados enquanto esperava a volta da amada, os olhos claros fitavam todos à sua volta procurando alguém que talvez tivesse reparado tanto quanto ele seu problema com a tosse segundos atrás, mas todos pareciam ocupados demais com seus assuntos particulares.

Uma mão estendida à sua direita com uma taça entregou lentamente.

– Obrigado.

Respondeu ele sem se virar pensando ser a namorada.

– Precisa se cuidar.

Disse uma voz masculina assustando-o.

Rogers se virou mas parecia não reconhecer o cavalheiro à sua frente de cartola e roupas escuras, então simplesmente assentiu com a cabeça concordando enquanto se afastava disfarçadamente.

– Sr. Steve, eu escrevo para o Jornal da cidade e estou com um projeto sobre o senhor, sua vida antes, durante e depois do militarismo, poderia me conceder algumas respostas e seu precioso tempo?

Perguntou o homem.

Steve olhou para todos procurando uma saída, mas não obteve sucesso.

– Claro.

Respondeu sem graça.

– Vejamos - Disse o homem retirando uma caneta e um pequeno caderninho da bolsa marrom de couro - O senhor se vê longe do seu batalhão e de seus homens?

– Não.

Respondeu o tenente.

– Como pode tantas vezes ser rejeitado pelos militares?

– Eu não tinha estrutura física o suficiente, era magro e desnutrido pois a maior parte do meu tempo não comia.

– E porque?

– Eu era pobre e não tinha pais, vivia sozinho nas ruas desde que me conheço por gente.

– O senhor pretende se casar com a filha do general Carter?

– As perguntas não eram sobre minha carreira meu senhor?

Indagou Steve irritado.

– Mas é que a srta. Sharon é de uma beleza estonteante, não podia deixar de perguntar se o senhor se casaria mesmo com ela ou se outros homens teriam chance de fazê-lo.

– Como disse?

Perguntou o tenente aumentando novamente a voz para o escritor à sua frente, o punho fechado indicava sua ira e logo estaria esvaziando-a no rosto daquele rapaz.

– O que está havendo?

Perguntou Sharon voltando com um copo de água em mãos.

– Olá Sharon.

Disse o escritor parecendo abobalhado.

– Olá Clint, o que faz aqui?

Os olhos do tenente logo correram para junto da namorada.

– Você o conhece, querida?

– Sim, eu lia seus artigos no jornal e um dia mandei uma carta lhe dizendo o quanto adorava seus textos.

O escritor sem graça abaixou o rosto afastando-se, entretanto seu olhar parecia ser de deboche, os olhos claros fitaram o rosto de Steve provocando-o para quem sabe um escândalo para seu jornal, depois um sorriso sádico se abriu levantando o nariz mostrando-se superior à Steve.

– Eu não o convidei.

Falou o tenente de punhos ainda cerrados pronto para deferir um soco.

– E não precisa, eu já consegui tudo o que precisava.

Clint saiu pela porta sendo observado por todos que pararam para ver o que estava acontecendo, lentamente as mãos do loiro soltaram-se deixando os dedos livres agora estacionados nas costas de Sharon.

– O que disse à ele.

– Nada. - Respondeu Rogers - Absolutamente, nada.

A festa já havia acabado e todos os convidados já haviam partido, sobraram somente Rogers e a empregada que limpava tudo com bastante agilidade. Era tarde da noite quando o tenente se sentou no degrau da escada de sua sala e ali permaneceu pensando no que havia ocorrido há algumas horas, nada parecia dar motivo ao homem para simplesmente aparecer na sua festa de aniversário, talvez fosse somente apaixonado pela beleza e riqueza de Sharon ou gostaria de acabar com a vida e a carreira do militar sem motivo algum. Durante sua vida Steve fizera muitos inimigos, dos mais perigosos.

O telefone tocara e o tenente correra para atender, primeiramente um "Rogers" se apresentando depois um silêncio, não se proferia palavras da boca do loiro, somente concordâncias como "uhum", "hum" e logo depois um "Sim, eu entendo completamente senhor, me prepararei para amanhã, arrumarei as coisas agora mesmo. Obrigado."

Steve subiu as escadas como um vendaval arrastando tudo que estava no seu caminho, iria para a Inglaterra naquela madrugada pois havia acabado de acontecer dois assassinatos com dois de seus melhores homens com uma carta "Foi bom revê-lo, Rogers." em cada um dos corpos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Second Life" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.