As Crônicas do Guardião de Mundos escrita por godjjjita


Capítulo 3
Capítulo 3




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Após passar a noite caçando os preparos já haviam sido feitos, os convidados não demoraram a aparecer, à distância eu pude ver um grupo de sirians vindo em direção ao meu castelo.

–Olá amigos, vejo que vieram poucos, não precisam temer, somos todos amigos afinal.

–Poucos? Nossa família toda está aqui, deixamos o vilarejo para trás e viemos todos.

Eram um grupo pequeno, em uma passada de olhos contei trinta e cinco pessoas, esse era o número de sirians que habitavam a floresta? Eram vários vilarejos? Não pensei que a situação estava tão desesperadora, mas decidi ignorar isso por enquanto, precisava conquistar a confiança desse povo para aprender a história deles e conhecer os perigos deste mundo.

–Bom, vamos deixar isso de lado, meu nome é Midas e serei seu anfitrião por hoje, sintam-se à vontade, a carne está assando e as portas de meu castelo estão abertas para seu povo.

–Agradecemos a hospitalidade, mas o nosso povo não pode se dar ao luxo de confiar em estranhos.

Do meio das árvores uma flecha voou em minha direção, meu reflexo era muito maior agora que meu corpo estava cheio da graça divina, tudo em mim era ampliado e parar uma flecha com minhas mãos era tão fácil e natural para mim como respirar.

–Fico ofendido, eu ofereço minha hospitalidade e a estendo a toda sua família, convido-os para festejar comigo e seu povo trai a minha confiança.

–Você pode ter enganado nossos filhos, mas nós não seremos enganados, como seu líder e patriarca é meu dever proteger à todos, mesmo que eu tenha que recorrer à medidas menos honradas.

–E agora? Eu parei sua flecha com minhas mãos, o que lhe resta? Acha que pode me vencer em um combate corpo-a-corpo? Quem sabe esteja escondendo uma adaga consigo?

–O meu povo não luta com as mãos, nós lutamos com a mente, há poucas criaturas que podemos derrotar com uma simples flecha, por isso nós envenenamos as flechas que usamos, imagino que deve estar sentindo seus membros dormentes certo?

O patriarca estava certo, meu corpo estava ficando dormente, minha visão se embaçava e em pouco tempo minha consciência se esvaíra e quando voltei à mim me encontrei amarrado e cercado por meus convidados ingratos.

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Seu líder era velho, alto e surpreendentemente forte, sua pele era branca assim como seu cabelo, seus olhos azuis olhavam admirados para mim, eu estava acordado e isso era algo que ele não esperava acontecer por horas, mas apesar de sua surpresa manteve-se calmo e sereno.

–Vejo que sofres de insônia amigo, esperava que dormisse um pouco mais.

–Não sou muito chegado em dormir amarrado, apesar de que se eu dissesse que essa é minha primeira vez estaria mentindo.

Por mais incrível que pareça meu senso de humor era muito mais forte durante situações desagradáveis, infelizmente o povo Sirian não compartilhava essa característica comigo, meu rosto ficou vermelho um bastão rústico de madeira me acertou com uma velocidade que certamente me deixaria falando estranho por dias em meu antigo corpo.

–Se acha muito engraçado não? -disse o jovem Sirian com um sorriso irônico no rosto.

–não diria muito engraçado, mas eu sei uma piada ou duas.

VI novamente o bastão vindo em minha direção, mas desta vez eu comandei o ar ao meu redor e sem dificuldade alguma o ar ao meu redor estraçalhou o pedaço de madeira à ponto de se tornar irreconhecível, o jovem Sirian saltou para trás e me olhou com um olhar carregado de medo, admito que fiquei contente com o medo que provoquei por alguns segundos, mas ao me lembrar que meu objetivo era construir uma base sólida de confiança entre seu povo e eu tive que controlar meus sentimentos.

–vamos começar de novo, meu nome é Midas qual é o seu nome?

–Pode me chamar de patriarca, o jovem que está tremendo de medo se chama Valerik, os outros nomes não lhe serão importantes, eles estão aqui só para assistir nossa “conversa” e aprender à nunca confiar em estranhos.

–Vejo em seus olhos que palavras não o convencerão de minha inocência e das boas intenções de meu coração.

Mentalmente executei um comando de poder, ordenei ao tempo que tornasse velhas as minhas amarras e em poucos segundos as cordas que me prendiam tornaram-se como um pergaminho deixado na chuva, libertei-me de meu cativeiro e antes que meus convidados tivessem a chance de correr ou tentar me atacar, ordenei ao ar ao meu redor que se tornasse óxido nitroso, um gás anestésico que induz o sono profundo, um a um os vi caindo no chão, meu desejo era criar uma base sólida de confiança entre nós, e mesmo que pareça controverso, decidi recorrer à meios mais drásticos, se meus convidados me mantiveram em cativeiro para obter a verdade, achei justo fazer o mesmo.


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