As Crônicas do Guardião de Mundos escrita por godjjjita


Capítulo 13
Capítulo 13




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Haviam se passado semanas desde que embarcamos no navio, a tripulação começara a ficar entediada e a monotonia tomara conta do lugar, Valerik passava seu tempo fazendo e afiando suas flechas e sempre que tinha a oportunidade iria conversar com Shay, esta que por sua vez passava a maior parte de se tempo lendo no convés, Leith por sua vez não se cansava de dar ordem aos homens, os fazia treinar por horas para que mantivessem sua força e habilidade, quando caía a noite todos iam para seus aposentos e dormiam, não havia a necessidade de fazer vigília pois estávamos em alto mar em uma era onde as navegações eram escassas e piratas não seriam encontrados longe da costa, então todos dormiam tranqüilamente em suas camas quando a noite chegava.

Certa noite uma violenta tempestade se iniciou, uma tempestade tão intensa que até mesmo titã o maior navio que já navegara por estas águas balançava violentamente, foi então que o medo se espalhou, nenhum Sirian jamais se aventurara em alto mar em uma expedição tão ousada como esta, apesar do recente tédio e da tremendamente entediante monotonia o sentimento que mais se destacava em seus corações era o medo, medo de morrer, medo de nunca mais ver sua família, medo do desconhecido, quando uma tempestade surge em uma noite escura e os corações estão cheios de medo o pânico de espalha, acordando de meu sono não acreditava no que via, homens correndo como garotinhas assustadas, pessoas encolhidas em um canto abraçando seus joelhos e desejando que o mar se acalmasse e então percebi, durante todo este tempo junto deles não os havia ensinado nada sobre a fé, o poder que Deus me dera era grande, mas mesmo os pequeninos se tivessem fé o suficiente poderiam fazer grandes obras, tinha sido um tolo em pensar que eu sempre estaria presente e que eles poderiam depender de mim quando houvesse algo errado, mas eu deixei os clãs para trás e não os ensinei nada e agora dependiam apenas de si mesmo, levantei de minha cama de imediato e caminhei até a proa.

–Aquiete-se mar! Acalme-se!

Em um súbito momento o vento cessou e as ondas gigantes transformaram-se em leves ondulações. Olhei para os céus e um sorriso brotou em minha face, acabei de fazer o mesmo que o filho de Deus fizera bilhões de anos atrás, uma surpreendente onda de alegria tomou meu coração lembrando-me que eu não era mais um reles humano mortal, eu havia transcendido e me tornado uma criatura muito além da compreensão dos maiores estudiosos da minha época, eu era um verdadeiro filho do Divino.

–Obrigado majestade, salvaste nossas vidas novamente.

–Levante-se Leith, o comportamento da tripulação, não sabendo como agir diante de uma força da natureza é minha culpa, eu falhei em minha missão até agora, meu dever não é só trazer a paz mas também o conhecimento. “O meu povo perece por falta de conhecimento.”, eu já li este versículo por várias vezes em minha vida anterior, mas em seu mundo nunca o apliquei.

–Estou confuso majestade, de que conhecimento está falando?

–Vocês não conhecem a fé, por isso sentem medo, por isso fogem da tempestade, e se eu lhes dissessem que a tempestade poderia ser parada por vocês? Que a fé é uma arma maior que qualquer espada?

E então quando todos se reuniram eu lhes expliquei o conceito de fé, e como era de se esperar todos entenderam o que é a fé mas ninguém a possuía.

Nos dias que seguiram eu lhes ensinei mais do que qualquer culto havia me ensinado, os Sirians prestavam atenção com uma curiosidade inabalável, era bom ter uma audiência que ansiava pelo conhecimento, enquanto era dia passávamos horas discutindo sobre a história do meu mundo e as obras do Divino nele feitas, durante a noite como de costume nos deitávamos e descansávamos para no outro dia estudarmos mais. Certa noite após irmos para nossos aposentos uma densa névoa se ergueu, as brumas noturnas como viriam a ser conhecidas, uma inquietação tomou conta de meu ser, algo dentro de mim dizia que junto às brumas algo extremamente errado se aproximava.

Um grito ecoou à distancia, subitamente todos se levantaram e vestiram-se, ao sair do meu quarto me deparei com vários homens empunhando suas armas, vigilantes, aguardando o próximo ataque sem mesmo saber o que lhes atacara, homens corajosos, certamente os escolhi bem.

–Homens, espalhem-se e procurem a ameaça eliminem-a se possível, caso contrário gritem e eu irei ao seu encontro.

Prontamente os homens se espalharam pelo navio a procura de quem quer que seja o invasor, usando de meus sentidos ampliados procurei pelo navio, ouvi batidas no casco, não eram as batidas dos pés descalços dos tripulantes, sequer eram batidas dentro do navio, era como se algo estivesse escalando Titã, corri em sua direção em tempo de vê-lo completar sua escalada; Era uma criatura parecida com um Sirian, mas sua pele era sem vida de cor azulada e completamente enrugada, parecia-se com um cadáver de um homem afogado.

–Me dê sua espada soldado.

–Sim senhor -respondeu o soldado puxando de sua espada e entregando-me respeitosamente- é uma honra majestade.

Vou ignorar a admiração que beira a idolatria por hora -pensei- tenho que me focar em descobrir que tipo de criatura é esta e quais suas fraquezas.

Atravessei a criatura com a espada e não ouvi sequer um grito, seu corpo moveu-se em minha direção empalando-se ainda mais em minha espada, seus braços me envolveram e antes que percebesse estávamos indo em direção ao mar em queda livre.

“Não consigo sentir nada vindo deste ser, ele atacou meu navio mas nenhuma agressividade emanava dele, era como se estivesse morto e seu corpo se movesse sozinho, como por instinto”

Avivei minha mente e tentei ver algo, qualquer coisa que me ajudasse a entender os motivos daquele ser, consegui visualizar algumas imagens aleatórias, um barco, um afogamento e uma voz na escuridão, aquela voz soava como mil vozes, cantava para mim, dizia para trazer mais, algo estava muito errado, alguém estava controlando aquele cadáver, pedindo para ele trazer mais pessoas, eu não sabia quem estava por trás disso mas pretendia descobrir logo que chegasse ao fundo daquele gelado oceano.


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