O Chefe Da Minha Mãe escrita por Giolopes


Capítulo 18
Não Voltarei Contigo!




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Despertei – na verdade eu nem havia dormido – meu corpo estava cansado, eu me sentia como se tivesse sido atropelada por um caminhão, não havia pregado os olhos nem ao menos dois minutos, passei á noite em claro chorando feito uma criança sozinha no quarto, acho que da Antártida dava para ouvir meus soluços – obrigada mãe e obrigada Carrie – bufei lembrando-me do que elas me causaram, me levantei e vi o sol adentrando meu quarto pela janela, ele tinha passado mesmo á noite inteira no quarto de hospede, eu me sentia a pior pessoa do mundo.

Toquei os pés no chão e fui para o banheiro, retirei a roupa e deixei a água gelada do chuveiro me acordar, literalmente, sai do mesmo e voltei para o quarto, enrolada em uma toalha, procurei uma roupa no closet e vesti a primeira calça que vi logo depois uma blusa que nem liguei por ser curta, alcancei uma jaqueta e vesti por cima, calcei meus sapatos, fiz maquiagem e arrumei os cabelos, peguei minha bolsa, o celular e sai do quarto direto para cozinha.

__ Bom dia! – falei sorrindo, mas logo murchei, ele não estava na mesa, era somente eu e as empregadas ali na cozinha.

__ Bom dia, senhora Bernard! – disse Júlia animada.

__ Bom dia, senhor Thompson! – ela concluiu depois de alguns minutos, olhei para trás e lá vinha ele com seu terno cinza lápis, ajeitando sua gravata.

__ Bom dia, Júlia. – respondeu ajeitando as braçadeiras – somente Júlia na cozinha?! –.

A mesma nos serviu uma linda salada de frutas e antes até que estava com fome, mas a perdi quando percebi que ele mal olhava em minha cara, suspirei tentando chamar sua atenção, mais ele estava fixo no maldito celular.

__ Senhorita Bernard, oque devo fazer para o almoço? – perguntou a empregada.

Eu remexia em minha comida com o garfo, mas logo parei encarando-a:

__ Nada... Não almoçarei em casa e provavelmente também não jantarei! – respondi deixando o garfo sobre o prato cheio.

__ Senhor Thompson? – ela perguntou.

__ Também não almoçarei em casa, tenho que acompanhar Carrie no médico. – dito isso, meu sangue ferveu por completo, meus olhos severos o fitaram e minha boca se abriu querendo dizer algo, mas não disse, somente mordi os lábios, irônica e me levantei.

__ Não vai comer senhora? – perguntou Júlia.

__ Não, Julia. Obrigada, eu perdi o apetite. – respondi pegando minha bolsa na sala e indo direto para o elevador, eu precisava de um lugar para passar essa noite, um lugar longe daqui.

***

__ Faz meia hora que você encara o chão desse jeito. – uma voz doce, calma e divertida me despertou do transe – vamos olhar uma pedrinha – encarei a garota em minha frente e sorri.

__ Foi mal. Estava dizendo algo antes? – eu disse lerda.

__ Não, não. Mas oque houve? Ainda aquele lance com sua mãe? – perguntou se sentando ao meu lado no pátio barulhento que só.

__ Um pouco de tudo. Não quis contar ao Max isso, para não o sobrecarregar mais, sabe?! Mas quando ele descobriu, ficou furioso, pois odeias mentiras, não está falando comigo e ainda vai ao médico com Carrie hoje. – desabafei dando um longo mais bem longo suspiro.

__ Logo isso passa amiga. Max é um cara muito preservado e muito protetor. – ela disse acariciando meus cabelos e eu sorri fraco.

__ E sobre, Carrie... Não se preocupe, é você quem ele ama! – ela concluiu puxando minha cabeça para encostar-se a seu ombro.

__ Quem morreu? – lá vinha o galãzinho palhaço.

__ Ninguém, mas pode ser você se não calar á boca, Austin! – Frida disse num tom severo e brincalhão, o vi levantar as mãos em forma de rendição e sorri debochado.

__ Está se sentindo mal? – doce Jamie e sua preocupação, ele se ajoelhara em minha frente.

__ Não, não. – respondi mandando-lhe o melhor sorriso e o abraçando.

***

__ A psicologia é frequentemente criticada pelo seu caráter "confuso" ou "impalpável"... – eu não prestava atenção em absolutamente nada que aquela velha enrugada dizia, peguei meu celular dentro da bolsa e digitei uma mensagem.

“Será que minha amiga do peito me arranja um colchão
e um cobertor na casa dela?!” – Maggie.

“Sua amiga pode pensar em seu caso, hm... Claro que sim!” – Frida.

“Obrigada, amorzinho meu. Não estou a fim de ficar em
casa sem falar com ele.” – Maggie.

“Tudo bem, tem espaço para você em minha casa, quantos dias quiser.” – Frida.

“Que lindo, chorei!” – Maggie.

“Idiota.” – Frida.

Finalmente, as aulas acabaram e eu só não agradecia mais por que o meu motivo hoje não era ver o Max e muito menos passar o dia com ele:

__ Então... Vamos? – perguntou Frida.

__ Oh não, primeiro passarei em casa, pegarei uma roupa e depois irei à casa de meu pai, provavelmente aparecerei em sua casa á noite. – respondi ajeitando a bolsa no ombro.

__ Quer que eu vá com você? Digo, pelo menos até o apartamento. – ela disse preocupada.

__ Não, não precisa. Só preciso de uma carona. Jamie? – respondi e logo me direcionei ao loiro.

__ Vamos lá senhoritas. – ele respondeu sorrindo e empurrando eu e Frida, ambas para o carro.

Assim que ele me deixou na frente do prédio e novamente sumiu na estrada com Frida – aproveite enquanto não chego, querida. Logo estarei em sua porta – pensei maliciosa, adentrei o prédio e segui para o elevador, apertei o andar da cobertura e ouvi um grito – segura – e sem perceber de quem era a voz, eu fiz esse favor, mas logo me arrependi.

__ O que faz aqui, Carrie? – perguntei irritada, ela ainda não havia me notado, então se virou e me fitou assustada – sim maninha, somos somente nós nesse cubico de elevador –.

__ Combinei com o pai do meu filho de irmos ao médico. – ela respondeu dando ênfase no – pai do meu filho – eu revirei os olhos e ela sorriu.

__ Só que aqui não é o médico, oque está fazendo aqui? – insisti.

__ Oras Mag. Ele pediu para que fossemos juntos, no mesmo carro, bem coladinhos onde eu possa alcançar sua mão, sabe?! – provocou e eu sorri debochada.

__ Se ele quisesse seu toque, ele não te trocaria pela sua irmã mais nova. – rebati e vi seu olhar me fuzilar, estava prevista que alguma de nós não sairia bem daquele cubico.

__ Vai ver ele se arrependeu, maninha. – ela disse sorridente e a porta do elevador se abriu revelando a enorme sala e suas paredes de vidro.

Maldita seja – vai ver ele se arrependeu – porque será que isso me atingira?! Será pelo fato dele está nada bem comigo e por eu ter mentido para ele?! Droga Carrie, eu sinto vontade de lhe matar. Não tive estomago para ver se ele estava á esperando na sala, subi os degraus indo direto para o quarto, peguei uma bolsa um pouco maior e comecei a socar roupas dentro dela, uma sombra pairou na porta do quarto e logo fitei seus olhos azuis e suas mãos dentro dos bolsos.

__ O que pensa que está fazendo? – perguntou com a voz firme e grossa, também sexy.

__ Vendo se minha bolsa é resistente, não está vendo?! – ironizei e passei a colocar sapatos dentro da mesma.

__ Não ultrapasse minha paciência! – disse autoritário me fazendo fita-lo superior.

__ Não destrua minha sanidade! – rebati e peguei alguns produtos de beleza, jogando-os dentro da bolsa e fechando-a por fim.

__ Para onde vai? – perguntou.

__ De preferencia para bem longe de você e da mãezinha do teu filho. – respondi me esbarrando nele e saindo do quarto, furiosa.

__ Nunca pensei que você pudesse ser tão infantil. – ele disse puxando meu braço e me rodando de encontro ao seu corpo.

__ E eu nunca pensei que você pudesse ser tão burro. – rebati puxando meu braço com força.

Desci as escadas, correndo feito uma criança e ouvi seus passos me seguindo:

__ Vai viajar maninha? – perguntou Carrie.

__ Não mana essa é sua bagagem para o inferno! – ironizei caminhando para o elevador.

__ Vamos Carrie, temos horário marcado. – a voz do Max me surpreendeu, ele conseguia ser frio com seus sentimentos, nem me pedir para ficar ele fez.

E lá estava eu, ao lado dele e dela no elevador, como se eu fosse à intrusa naquele cubico, como uma destruidora de lares que tirou o pai do filho. Assim que o elevador parou e suas portas se abriram revelando o hall do prédio, ele seguiu com passos rápidos para seu carro do lado de fora e acompanhado de Carrie, eu os observava de longe – só faltava o beijinho, Max seu panaca, imbecil e idiota – eles adentraram o carro e o rapaz me passou um olhar sereno, revirei os olhos e comecei meus passos na direção contraria de seu carro.

***

__ Maggie, quanto tempo! Entre querida. – às vezes minha madrasta conseguia ser legal, agora eu a considerava melhor que minha mãe, ela tinha seus lindos e longos cabelos negros, olhos castanhos, corpo escultural, altura de modelo, boca desenhada perfeitamente e se chamava Michelle Bernard.

__ Meu pai está? – perguntei enquanto adentrava á casa.

__ Não, ele teve uma reunião de ultima hora, mas logo chegara. – ela respondeu sorrindo e se sentando no grande sofá da sala.

__ Posso tomar um banho e deitar um pouco? – perguntei.

__ Oh querida, claro. A casa é sua, vou pedir para as empregadas preparem algo para você comer, tudo bem? – ela disse e eu assenti meiga.

Subi as escadas que davam para o andar dos quartos e adentrei o que costumava ser meu quarto quando venho para cá, joguei a bolsa sobre á cama e fui para o banheiro, tomei um banho gelado e voltei para o quarto enrolada em uma toalha, vesti um short claro jeans, uma regata branca com um nó na frente e uma jaqueta rosa bebê por cima, calcei um avance vermelho e deixei os cabelos como estavam antes e não fiz maquiagem, meu celular vibrou:

__ Onde você está? – Frida disse assim que atendi sua ligação.

__ Na casa de meu pai, eu te disse que passaria aqui. – respondi e ela suspirou.

__ Eu sei, eu sei... É que assim que puder venha para minha casa. – ela disse estranha.

__ Frida Godoy, oque houve? – perguntei nada satisfeita.

__ Nada, somente preciso de minha amiga. – ela disse nada convincente.

__ Ok, só vou esperar meu pai chegar, dar um beijo nele
e vou para ai. – respondi.

Ela não disse mais nada e desligou, fiquei encarando a tela do celular sem entender:

__ Mag... – a voz de Michelle me despertou, ela me encarava da porta.

__ Oi. – respondi dando um sorriso e cruzando as pernas na cama.

__ Podemos, hm... Conversar? – perguntou receosa.

__ Claro. – respondi.

__ Bom... É que seu pai anda preocupado com sua situação, ele me contou tudo que está ocorrendo contigo e eu sinto muito. – ela disse sorrindo meiga e se sentando á cama.

__ Tudo bem... – respondi meio triste.

__ Já tive sua idade e sei como é difícil para um jovem ter que enfrentar tanta coisa assim, sozinha e sem apoio de sua mãe, mas quero que saiba que pode contar comigo e com seu pai mais ainda, ele te ama! – ela disse tocando minha perna e meus olhos se encheram de lagrimas.

__ Quando tiver uma filha, você será uma mãe maravilhosa. Obrigada! – falei abraçando-a e deixando as lágrimas escorrerem, ela me afastou e limpou as mesmas.

__ Ouça, não deixe isso te abalar de modo algum, você é uma menina linda e se quiser chegar à minha idade com meu rostinho de bebê, tem que evitar rugas. – ela brincou alisando meus cabelos e sorrindo, sorri junto.

__ Obrigada por aparecer na vida de meu pai, Michelle. Obrigada por aparecer em minha vida. Não sabe como me sinto melhor só em conversar contigo dois minutos. – eu disse e ela sorriu me abraçou e ouvimos um som de uma garganta sendo limpa.

__ Bem vindo em casa, meu amor! – disse Michelle ao notar que era meu pai e me soltando, indo a sua direção.

__ Está tudo bem aqui? – perguntou meu pai dando um selinho em sua esposa.

__ Claro. – respondeu ela.

__ Oi papai! – falei, ele sorriu e me chamou para um abraço, bem apertado.

__ O que minha pequenininha tem? – ele perguntou em meu ouvido, eu neguei com a cabeça e funguei em sua camisa.

Eu sentia falta disso, sempre que eu me ferrava ou ficava triste que ele chegava a casa eu corria para seus braços e ele me confortava sem palavra alguma, somente com poder de um abraço com amor.

***

Eu havia jantado com eles e conversado um pouco, falávamos do passado e contávamos para Michelle as coisas engraçadas que passamos. Estava no carro com os fones, o motorista de meu pai estava me levando para casa da Frida. Assim que o veiculo parou, notei que havíamos chegado e desci dando um breve – tchau – eu estava ansiosa para saber o motivo da agonia da garota quando me ligou, dei passos rápidos para porta de sua casa e toquei a campainha.

__ Ainda bem que chegou. – ela disse dando um suspiro assim que abriu a porta e me viu.

__ Quem morreu? – perguntei adentrando sua casa e sorrindo.

__ Mag, primeiramente eu quero dizer que... – eu não ouvi mais nada.

Ele estava ali sentado no sofá branco da garota e quando me vira se levantara, escondendo as mãos nos bolsos e me fitara de modo repreendedor, meu coração parecia que ia sair pela boca, onde ele havia metido o cara de hoje mais cedo, o cara que mal se importou com meus sentimentos?!

__ Frida, tem como eu e sua amiga ficarmos á sós? – a voz dele soou me tirando do transe, molhei os lábios e fitei a garota atrás de mim.

__ Eu vou para o quarto, qualquer coisa me chama. – ela respondeu mais para mim do que para ele e então ela sumiu no corredor, estávamos somente eu e ele na sala.

__ Tem noção de como me deixou preocupado hoje?! – perguntou se aproximando.

__ Você não me pareceu preocupado. E ai, como vai seu filho? – eu disse mudando de assunto.

__ O assunto aqui não é ele. Somos nós! – respondeu.

__ Nós?! Achei que desde ontem á noite, não existia mais NÓS. – rebati me afastando.

__ Eu disse que odiava mentiras. – ele disse em meio á um suspiro.

__ E eu odeio ser ignorada. – respondi jogando minha bolsa sobre o sofá.

__ Vamos esquecer isso, você me promete que não mente mais para mim e nem me esconde mais nada e eu não te ignoro mais em hipótese alguma. – ele disse tentando se aproximar de novo.

__ Você disse que não confia mais em mim, Max. – falei me afastando novamente.

__ Eu sei, eu sei, mas... Não é verdade, eu só faço de tudo para não te perder e isso ás vezes chega a ser exagero, por isso me acha tão sobrecarregado. – ele disse passando as mãos pelos cabelos.

__ Você quer carregar o mundo nas costas, mas não sou seu brinquedo, eu também tenho que ter meu momento de resolver tudo sozinha. – eu disse irritada.

__ Eu sei Mag. Desculpa-me! É que eu faço de tudo para te proteger, eu penso em você á todo momento, eu amo você á todo momento e como nunca amei ninguém. – suas palavras eram chocantes, mas eu não me sentia segura de que eu deveria dizer também e correr para seus braços.

__ Eu também e foi por isso que não contei da minha mãe, para te proteger, já não basta todo esse problema... Mas, acho melhor você ir. – eu disse suspirando.

__ Eu vim te buscar, volta comigo! – pediu se aproximando.

__ Não Max, eu não voltarei contigo. – respondi ríspida e passei as mãos sobre os cabelos, eu já chorava feito um bebê.

(...) E no fim, nós só precisamos de um tempo!
Porque o "Eu te amo" também fica magoado.


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