Evil Ways escrita por Moonlight


Capítulo 7
Envelope Amarelo


Notas iniciais do capítulo

Olá! estou aqui, mais uma semana, mais Evil Ways, cap especial.
Quero tbm agradecer aos comentários gentem, amo vcs ♥



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Aqueles corredores enormes e brancos, com paredes de isopor e madeira e algumas de vidro produziam enormes ecos quando alguém saira correndo dentre eles. Deve ser pior se a pessoa usasse salto alto, ou ofegasse rápido demais. No entanto, nenhum dessas situações era um problema de Finnick.

Ele usava um tênis esportivo que não deixava ecos tão altos, uma camiseta e bermuda (que talvez não seja apropriado para um centro hospitalar) e sua profissão lhe dava um tremendo porte físico para que – ao contrário de nós, pobre mortais, que damos uma paradinha e apoiamos nossas mãos nos joelhos – ele corra sem parar por minutos.

Finnick aliás, era salva vidas, mas vamos retomar a este assunto mais profundamente quando Annie Cresta aparecer em sua vida.

Por enquanto, o loiro bronzeado só corria pelos corredores do Centro Libertas procurando seu melhor amigo, Peeta Mellark, desesperadamente. Caso de vida ou morte. (Logo depois pensou que talvez não devesse citar as palavras “morte” “depressão” “trauma” e coisas do tipo naquele lugar. Não em voz alta). Falando em “voz alta”, Finnick deixou de correr quando ouviu alguns passos e a voz de Peeta vindos da direção oposta. Colocou as mãos no bolso e fez aquela cara de inocente e certinho que sempre mostrava a Effie Trinket, mãe de Peeta, antes de levar o filho para algum lugar onde nenhum dos dois deveria estar. (ninguém aqui disse boate de strip, mas talvez seja uma boate de strip. Uma noite longa, aquela).

Foi a mulher de morena de avental branco e alguns fios de cabelo grisalhos quem o viu primeiro, chamando a atenção de Peeta logo depois.

— Finnick? — Peeta fechou os relatórios e pastas que estavam em seus braços e olhou nervosamente para o amigo.

— Hm, boa tarde... Dra. Paylor. — Finnick leu o nome da doutora em seu avental branco, sorrindo nervosamente e cumprimentou a mulher em sua frente com um aperto de mãos. — Perdoe-me, mas preciso conversar c om Dr. Mellark sobre o estado de saúde do pai dele.

Peeta chocou-se novamente com aquela palavra – pai. Quantas vezes já não haviam proferido-a neste período de quase um mês? Olhou para a Dra. Paylor, que lhe deu algumas palavras de encorajamento – similares com aquelas que ela profere a seus pacientes, aliás – e o liberou para seguir Finnick que – vejam vocês – teoricamente, deveria seguir para algum hospital ou coisa assim. Mas Finnick parou numa cafeteria a dez minutos do Libertas e pediu um Capuccino, quase deixando Peeta maluco.

— Vamos lá Finn, porque você me tirou do meu trabalho? — Perguntou Peeta, enquanto pegava um achocolatado com caramelo (porque também era filho de deus).

— Boggs. Ele me ligou. — Finnick deu um ênfase nas frases anteriores. Arregalou os olhos, tomou um gole do capuccino e exclamou: — Esse cara é um gênio perverso!

Detetive Boggs era o homem contratado por Peeta Mellark a fim de arrumar uma forma de tocar naqueles valiosos documentos da clinica, especialmente a ficha preenchida por seu pai, expondo todas suas características há quase 23 anos. Ele saberia que a Clinica jamais cederia, e não gostaria de entrar com processos contra (sem contar a repercussão e o clima que geraria entre ele e Effie.) Quando Finnick sugeriu um detetive, Peeta logo topou. No entanto, todas as formas de contato entre Boggs e Peeta eram feitas dentre Finnick, uma vez que Peeta nem gostaria de imaginar o que aconteceria se Effie atendesse seu telefone e descobrisse que Peeta estaria, de verdade, seguindo o paradeiro de um pai que nunca fora solicitado em sua vida. Nunca, até aquele momento.

— Ele... — Peeta procura trabalhar com as palavras. Ele era, sem dúvidas, ótimo com palavras, mas nunca havia ficado tão desnorteado antes. — Ele conseguiu os documentos?

— Aqueles documentos em um envelope amarelo? Que vão estar aqui em meia hora? Quem sabe... — Finnick riu.

Peeta continuava em choque. Só de lembrar que há um mês ele havia discutido com sua mãe sobre este assunto. Lembrou em todas as vezes desses últimos 30 dias em que seu inconsciente o preparava para uma decepção: Seu pai poderia estar morto, preso, foragido, poderia ter se mudado para a Itália com sua família de “verdade” – opção essa um tanto dolorosa para Peeta. Seu pai poderia odiá-lo, mas ainda sim, ele estava disposto a olhar para um homem e ver seus olhos azuis quanto os dele. Ou olhar em sua mão direita e ver aquela mancha de nascença similar a uma Austrália vermelha ao lado de uma pequena Nova Zelândia que ele tinha certeza que seu pai também tinha. A ver uma pessoa real, não uma entidade sem rosto do qual ele sempre imaginou quando pensava no assunto – da mesma forma que um personagem não imaginado por um leitor aparenta ser. Um corpo sem rosto, quase como aquelas personificações da morte que vemos nos desenhos animados. Argh, que sensação horrível, Peeta.

Tudo isso sem contar o trabalho que foi encontrar um detetive como Boggs e ainda por cima pagar aquele dinheiro misterioso que ele havia pedido na semana passada, dinheiro esse que segundo ele “tratava-se de fins para missão e não seria descontado do pagamento final de seu trabalho”. Misterioso. Boggs não falava abertamente sobre suas fontes, nem seu trabalho anterior (embora Finnick suspeite de que seja um ex-policial corrupto, ou, quem sabe, Batman) e, por mais suspeito que fosse Detetive Boggs nunca lhes disse seu primeiro nome. Convivemos com isso, amigos.

— Bom, eu... eu nem sei o que fazer depois disso. Quero dizer, se o Boggs realmente matou alguém ou sei lá, sequestrou velhinhas e de alguma forma achou a identidade do meu pai, sou eu quem ainda terei que me virar pro cara e dizer: “Fala velho! Ta me reconhecendo? Sou teu filho!”

— E você vai achar uma maneira inteligente de fazer isso. — Finnick garantiu.

E Finnick sabia que ele realmente iria. Finnick não se tornou amigo de Peeta atoa, ou porque talvez ele aparentasse ser um garotinho que precisa de um coleguinha, mas porque desde a infância e logo depois, como fora confirmado na adolescência, Peeta se mostrava mais do que um garoto gente fina. Peeta era gentil, e um tipo de amigo que se dedicava a ajudar, não importa o quanto isto poderia prejudicá-lo (e só Finnick sabe como Peeta já se meteu em enrascadas por causa dele). Peeta também era incrivelmente esperto. Sempre tinha uma resposta aqui e ali, e em certas ocasiões era quase fora do normal. Finnick também era de fato engenhoso, e os dois juntos já aprontaram mais da metade do que seus pais suspeitavam que sabiam.

Mas agora Peeta estava mexendo com uma parte de sua vida que o atingiria gravemente, atingiria Effie, o tal pai e quem sabe mais esteja relacionamento ao pai. Agora, era mais do que uma boate de strip (não estou confirmando nem negando nada, somente uma boate usada de exemplo, tudo bem?).

Agora Peeta estaria mexendo com o cérebro humano.

Foram necessários mais 23 minutos e um copo a mais de Capuccino para Detetive Boggs chegar na cafeteria, vestindo uma bermuda casual assim como Finnick (que ficou levemente desapontado ao não ver com um sobretudo preto e chapéu estranho e quem sabe, um cachimbo), óculos escuros e uma camiseta polo social. Como qualquer pessoa que vá numa cafeteria na quarta feira as 15h23 minutos da tarde. Genial. Usava uma bolsa masculina lateral da cor marrom, como se estivesse voltando da faculdade aos 35 anos. E daquela bolsa, tiraria o envelope branco com o destino de Peeta Mellark.

— Finnick. Peeta! — Cumprimentou-os. Sentou-se na mesma mesa que os dois, próximo aos fundos do estabelecimento, frente a fachada de vidro com o nome da cafeteria. — Como vão?

— Bem, obrigado. — Finnick respondeu. Sorriu, tomando outro gole do seu primeiro Capuccino e tentando não se divertir num cafezinho com um detetive, devido a situação séria sobre a vida de Peeta.

— Bom, eu tenho o envelope Peeta. — Boggs tirou os óculos, olhando para o jovem rapaz louro que se encontrava ansioso em sua frente. — Tem tudo o que quer saber.

— Posso perguntar como você conseguiu? — Peeta disse, olhando nervosamente para o envelope branco em sua frente. O que causou uma risada de Boggs, deixando o clima um tanto mais... confortável.

— Marvel. — Ele disse, dando uma pausa em seguida. — Sua avó se chama Mags, e ela tem problemas de saúde. Você pagou pelos remédios dela com o dinheiro extra que me entregou, e deu a Marvel a oportunidade de se demitir da Clinica New Hope e seguir carreira na área musical, como sempre sonhou – mas não claro, sem antes, pegar uma ultima ficha para mim.

Peeta mal pode acreditar. Marvel, o cara que o atendeu quando ele fora quase doar esperma? Ele parecia ser jovem, e aquele não é o emprego dos sonhos de ninguém. Como Boggs sabia aquilo tudo sobre ele? Peeta mal pode acreditar que foi assim tão fácil...

— Não pense que foi assim fácil. Foi difícil me aproximar e saber coisas sobre a vida de Marvel, além de ter que proteger seu nome em tempo integral. Só lembre-se de que garoto está quebrando regras, portanto não importa o que você faça com este envelope, mantenham-no fora de perigo. O mesmo serve a mim.

Boggs alertara a Peeta antes de iniciar a investigação sobre os riscos de se agir na linha da lei. E também alertara sobre as consequências que cairiam sobre os ombros de Peeta se a lei batesse na porta de Boggs. Como não poderia fazer nada além, Peeta apenas afirmou, tomando cuidado. “Seu dinheiro caira na sua conta amanhã” Peeta disse. E essas palavras fizeram Boggs se levantar com um enorme sorriso da Cafeteria e se despedir para sempre de Finnick e Peeta.

Deixando-o lá com um Envelope Branco e um silêncio desconfortável.

— Eu pensei que seria amarelo... digo, o envelope. — Diz Finnick, fazendo Peeta esboçar um sorriso. Não que o fizesse menos preocupado com o que jazia em suas mãos.

— Mal sei a quanto tempo venho obcecado por isso, Finn. — Disse Peeta.

— Você vai abri-lo? — Finnick tomou seu ultimo gole de Capuccino, tirando a carteira do bolso para pagar a conta quando seu amigo, Peeta, respondeu:

— Ainda não.


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Notas finais do capítulo

e então? o que acharam? hahaha