Evil Ways escrita por Moonlight


Capítulo 5
Respiração de Yoga


Notas iniciais do capítulo

Voltei!!
Confesso que este capítulo me travou, rolou bloqueio criativo, e é muito ruim parar um capítulo no meio por não saber o que escrever e continuar dois dias depois. Sem contar coisas que me desanimaram a me dedicar mais a esse cap... Mas bem, aqui está.
Apreciem essa Effie maravilhosa. ♥
(Notas finais para vocês)



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Effie Trinket já havia corrido quase 5 km quando se permitiu uma pausa da esteira, um descanso de 5 minutos para seus músculos e o início de uma nova série de abdominais.

Effie usava um conjunto de roupas de academia, da cor rosa e preto e tecido colã. Prestava bastante atenção nos seus movimentos e na música vinda de seu Ipod, e depois de 30 abdominais e 10 segundos de descanso, reparou o olhar do tal garoto Gloss sobre ela.

Sério? Justo hoje? Pensou.

Effie voltou a fazer suas abdominais enquanto ignorava aquele garoto de 23 anos a olhando como se ela fosse comida. Effie não negava que ainda era bonita demais para ter 44 anos – e muitas pessoas a dariam, no máximo, algo em torno dos trinta e cinco anos – e Effie também não negava que poderia muito bem mordiscar aquele garoto, mesmo ele sendo um ano mais velho que seu próprio filho. Ela odiava garotões, preferindo muito mais os caras com 30 anos ou mais, mas abria algumas exceções como seria o caso de Gloss, se ele fosse um pouco mais respeitoso e menos rude.

Depois da segunda pausa de 10 segundos para descanso, Gloss se aproximou frente a uma Effie deitada no colchonete roxo da academia e prendeu seus pés, pisando sobre eles, e segurou juntos os joelhos de Effie para auxiliá-la nas 50 abdominais finais. Effie lhe era grata pelo gesto, mas mesmo assim, aquele cara escolheu o pior dia para dar uma investida a mais nela.

Ela estava um porre pelo mau humor da semana. Primeiro, brigara com Peeta. Graças a isso, apareceu na porta de seu melhor amigo Cinna com uma garrafa de espumante, que a levou para uma de vinho, Cosmopolitan e a um estado de sono e, na manhã seguinte, ressaca. Graças a isso, por sua vez, cancelou reuniões importantes com a desculpa de problemas pessoais e passou o dia em seu apartamento dormindo na cama de Peeta esperando ele voltar para casa, já que havia saído depois da discussão para deixá-la pensar melhor. Com certeza estaria na casa de Finnick, seu único amigo. Cansada de esperar em casa sozinha, ela pegou sua bicicleta e foi para academia localizada a 10 minutos de sua casa.

Effie terminou suas ultimas 50 abdominais e implorou a Deus para aquele garoto petulante parar de olhar para seus seios. Ela agradeceu a ajuda, levantando-se e seguindo para o vestiário feminino, mas não, sem antes, ser levemente segurada pelo braço por Gloss.

— Effie, eu gostaria de saber se, quem sabe... você gostaria de sair comigo. Poderíamos ir ao Subway aqui do lado. — Sorriu Gloss. Ele ergueu as sobrancelhas levemente, abaixou o olhar dos pés até os olhos de Effie, sem reparar em pontos que não lhe interessam. Ele continua sorrindo, mas seu olhar parece mais penetrante, o que garantiria um 50% de resposta “sim”, se Effie não conhecesse o jogo desses garotos.

— Eu tenho Yoga agora, sinto muito.

Effie mal se despediu de Gloss e correu para o estacionamento, procurando as chaves de seu carro e seguindo para as aulas de yoga.

Há poucos anos atrás, Effie tentava sobreviver ao pior relacionamento de sua vida: Dr. Heavensbee, médico cardiologista que sempre voltava para o trabalho nos piores momentos possíveis: No aniversário de 16 anos de Peeta, no jantar de um mês de aniversário de namoro e nas diversas vezes, em plenas preliminares. O problema de Plutarch (além de seu tempo calculosamente divido em 90% profissão, 7% para si mesmo e 3% entregues a Effie) era seu indiscutível charme. Plutarch Heavensbee era charmoso, inteligente, simpático e praticamente era perfeito, se não fosse um médico ocupado demais com um enorme e bom coração – argh, esse trocadilho com médico cardiologista chega a magoar a pobre Effie até os dias de hoje.

Depois um longo relacionamento de nove perturbante meses, Effie e Plutarch terminaram de vez todo relacionamento. Peeta ficou do lado de Effie o tempo todo e, ao mesmo tempo, atendia as ligações que Plutarch ainda fazia a sua mãe – conversando pacientemente com ele, confortando-o e fazendo os dois lados da história se conformarem com o fim do namoro. Plutarch aos poucos, parava de ligar. Effie caia em choque de realidades com o fim da paixão mais longa de sua vida. Seu filho, em troca, lhe dizia coisas para fazê-la esquecer-se do ex. Em uma dessas vezes, lhe disse: “Vá relaxar, mãe. Ache algum Hobby. Vá ao cinema. Sei lá, que tal fazer yoga ou coisa assim?”.

Desde então, Effie passou a frequentar regularmente as aulas Yoga, para acalmar os nervos acumulados entre trabalho, relacionamentos e agora, Peeta.

Peeta. Effie mal pode crer que tivera uma discussão com seu filho. Quanto mais sobre aquele assunto: Depois de tudo o que enfrentou para tê-lo, depois de todo amor dado e toda a criação concebida, Peeta realmente queria saber sobre qualquer um por aí que tenha doado seu esperma para uma clinica? Somente ela em sua vida não bastava? Effie sempre tentou conformar o filho de que algumas coisas nessa vida não se podem ter. Mas acho que Peeta não entendeu muito bem.

Um pai? Sério? Para quê mesmo, Peeta?

— Eu preciso enfrentar meus traumas antes de tratar os de qualquer um. Preciso entender minha cabeça e minha vida, mãe. Preciso saber como é ser pai quando eu for um. — Essa foi a resposta de Peeta.

— Quer aprender a ser um pai? Olhe para mim. Fui seu pai por 22 anos, Peeta. — Ela respondeu, elevando a voz. — E agora você me diz que tem traumas? Eu te cause traumas, Peeta? Porque eu te dei TUDO, menos a droga de um pai?

Foi quando essa voz estranhamente destorcida, alta, e desesperadamente trêmula invadiu toda a sala que Effie decidiu silenciar-se. Pior ainda, era reparar de ela era a dona dessa voz.

— Eu vou deixar você se acalmar. — Peeta pegou as chaves do carro que Effie lhe comprou, o celular que ele ganhou de aniversário, umas mudas de roupas feitas por Cinna especialmente para ele – que ele nunca soube reconhecer – e deixou a própria mãe ali, enfrentando a palavra “trauma” sozinha.

E agora, quase 24 horas depois, Effie mal podia acreditar que o filho realmente fizera aquilo. Ela sabia que todas as coisas materiais que ele tinha não importavam, nem um pouco, para nenhum dos dois. O que Effie mal poderia crer é que seu filho, quase formado psicólogo, não pode diagnosticar o quanto aquilo a machucava. Effie cuidou de Peeta a vida toda sozinha, e agora ele estava por aí procurando alguma coisa para completar sua vida.

Antes fosse uma esposa.

Mas teria que admitir que talvez, no fundo, não conhecesse tanto seu filho quanto achou que conhecia. Peeta demonstrou novos trejeitos, nunca antes visto por ela:

Sua resposta rápida e desconcertante na ponta da língua, suas sobrancelhas franzidas, seu queixo se movendo para a direita e esquerda em claro sinal de irritação, sua ironia e seus cílios loiros que piscam tantas vezes que deixara Effie louca da vida. Nada daquilo vinha dela, ou de seu pai, ou de sua família. A cor daqueles olhos, mesmo claros, não eram a cor dos dela. Peeta era um ser humano a parte, com genes de outro ser, mas mesmo assim Effie achou que lhe dar com ele seria menos complicado do que aparentou até agora.

Talvez pensasse que a pior fase para lidar com Peeta fora a adolescência rebelde, mas quando esta chegou, Peeta demonstrou dominá-la num rápido piscar de olhos. Talvez tímido, só tivera amizade com Finnick – Fazendo Effie pensar que talvez seu filho e seu “amigo” ele fossem gays, mas quando ouvira sem querer uma das conversas que ele e Finnick tinham na sala de jogos, mudou de opinião rapidamente.

Bem, graças a essa conversa, Effie viu que o filho não era machista, pelo menos. “Um pouco hetero demais” segundo Cinna.

Mas o ponto é que, somente agora, ao que parece, Peeta guardou toda a rebeldia, revolta de adolescente e energia para gritar com ela, naquele momento, pedindo a chance de ter um pai no registro de nascimento. Como se atreve, Peeta? Como você pôde.

Respiração de Yoga, Effie. Respiração de Yoga.

Peeta não vai te tirar do sério desse jeito.


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Notas finais do capítulo

Olha, EU NÃO QUERO PARAR DE ESCREVER ESSA FANFIC.
Mas eu to realmente desapontada em ver que tem gente acompanhando e somente um ou dois comentários por capítulo. EU NUNCA me importei com isso, NUNCA MESMO, achava ridiculo toda autora que postava coisa assim ou meta de reviews, mas vocês estão mesmo me desapontando.
Que sad, amiguinhos. Realmente sad.
Não quero crer que se continuar assim vou... (nem vou citar a palavra, não quero fazer ameaças, me recuso).
só façam a parte de vocês. Já que chegou até aqui, não custa dizer o que acha da história até agora.