Evil Ways escrita por Moonlight


Capítulo 26
O Mundo é uma Bolinha de Gude.


Notas iniciais do capítulo

"OooOOo Thay, me explica aqui: Como você tem a capacidade de sumir por mais de um mês e voltar como se NADA tivesse acontecido, e ainda posta dois capítulos seguidos?"
é isso que eu mesmo falo comigo. Dois capitulos seguidos, porque estou no famoso tpc (tensão pós criatividade), estou na minha semana de folga (semana do saco cheio) e FINALMENTE, reparei que estamos prestes a chegar a reta final de Evil Ways.
"EVIL WAYS SEM HAYFFIE?"
que?
opa!
leiam, aguardem, E COMENTEM!
ME INCETIVEM PELO AMOR!
bjinhos



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Reunião do mês. — Sussurrou Effie para Octávia. — Um grande, grande dia!

Terça feira, geralmente, costuma ser um bom dia para as pessoas. Ela significa que elas superaram a maldita segunda feira e aceitaram que a semana começou outra vez, e essa a terça feira é a bola pra frente.

Effie Trinket e sua assistente Octávia se encaminhavam para a sala de reuniões. O caminho não era complicado: 9° andar, o mais elegante do prédio. Você saia do elevador e seguia pelo corredor à esquerda até a última porta. Se virasse a direita, no entanto, iria dar de cara com a área de fumantes, dois banheiros e a área de serviço onde as empregadas terceirizadas deixavam os rodos e vassouras.

Johanna Mason estava trancada no banheiro feminino, revisando seus tópicos, respirando fundo, preparada para sua primeira grande reunião. Aquilo era demais para ela: Depois de formada, Johanna trabalhou cinco meses como caixa de uma farmácia, antes da mesma falir (Johanna sabia que isso iria acontecer no primeiro mês de serviço ao ver a maneira que a filha mais nova do dono administrava o lugar, mas senhores coreanos são teimosos quanto a receber avisos). Depois foi para a PAREM, e desde então nada de bom havia acontecido até a entrevista de emprego com Effie Trinket, fingindo querer ser assistente.

Tudo bem. Agora você está no banheiro da Trinket&Flickermann Associates. Grande passo!

Johanna saiu do banheiro, tomando o corredor à esquerda e se dirigindo para a sala de reuniões quando uma figura loira quase lhe trombou, vinda da direção contrária.

—Johanna! — Gritou Effie, com falsa alegria. — Vamos ao banheiro comigo! — Effie agarrou a mão da economista e praticamente a puxou para o toalete enquanto tagarelava coisas como — Eu preciso de sua ajuda pra coisas femininas e... tá ok, agora vamos conversar. — Effie sussurrou séria quando chegou ao local.

— Está tudo... bem, Sra. Trinket?

— Não, Johanna. — Effie lamentou, honestamente. — Você deu uma cópia dos documentos a cada sócio antes dessa reunião, correto? — Johanna assentiu. — Que bom. Eu li cada linha de todos eles. Johanna, me diga a verdade: Você notou algo... estranho neles?

Johanna tinha notado, sim. Na verdade, ela nunca na vida iria imaginar que sua chefa iria lhe empurrar até o banheiro pra fofocar coisas sobre a empresa. Talvez, mesmo totalmente profissional, Effie gostava de levar as coisas do jeito dela. E como vocês sabem, caros leitores, Effie faz tudo o que ela acha correto.

— Sim, senhora. — Johanna confirmou. — fechamos com 36,5 milhões esse mês, mas é um número muito pequeno comparado ao mesmo mês dois anos atrás. — Ela falou. — E isso é estranho, principalmente com a compra empresa de telefonia dos suecos, russos...

Schwengber? São judeus. — Effie corrigiu, falando exatamente as mesmas palavras que Octávia lhe disse quando Effie cometeu a mesma gafe.

— Sim, exato. — Continuou Johanna. — De qualquer forma, a empresa declarou 7 milhões a mais para o banco... Que não estão no fechamento total. Sinto muito, Srta Trinket, mas eu acho que...

— Estamos sendo roubados. Esse dinheiro foi desviado. — Effie concluiu. — Era exatamente isso que eu desconfiei quando li. — Effie caminhou até a extremidade do banheiro, pensativa. Depois parou, distraída pelo espelho, e tirou do bolso o batom rosa que usava naquela manhã. — Eu não confio na maioria desses sócios. — Ela disse, ao terminar. Aproximou-se de Johanna e a olhou nos olhos, parte intimidando-a (sem querer), parte mostrando-lhe ensinamentos de como a vida é. — Eu detesto a Sra. Wright. Também não confio em Maline, e como você pode desconfiar, muito menos no senhor Flickermann. — Effie segredou. — Até os antigos advogados de meu pai estão sob minhas desconfianças. Eu sei que estão aqui há anos e eu devo respeito, mas se meu pai era melhor amigo do Flickermann... percebe-se que ele era meio trouxa. — Effie riu, olhando para Johanna, que não deixou escapar uma risada. Flickermann era um inferno. — Por isso, preciso de pessoas novas. Como você. Eu confio em você. — Effie declarou.

Wow. Eita. Caramba. Wow! Era só isso que Johanna pensava. Nunca antes um “eu confio em você” a fez tão feliz. A última vez que ouvira foi da sua mãe, e adivinha quem decepcionou?

— Srta. Trinket — Johanna gaguejava... Recomponha-se! — Eu agradeço sua confiança, e vou mostrar-lhe que sou digna dela. Eu sei que vim parar aqui em circunstancias estranhas, mas lhe garanto que não sou um peão do Sr. Flickermann...

— Ah, querida! — Effie gargalhou. — Eu tenho meus aliados, meus contatos... Se você fosse um peão de Flickermann, eu saberia. Porque acha que eu dispensei Cato Flickermann? Não seja inocente neste lugar. Eu não sou. — Effie juntou as mãos de Johanna, ando-lhe tapinhas como se tivesse 70 anos de vida. — E eu sei que você só foi ousada o suficiente, e por um golpe de sorte – talvez mais sorte minha do que sua – você veio falar justamente comigo!

A senhorita Mason não teve nem tempo de rir sobre a piscadinha que Effie lançou depois das lições quando se viu presa a um abraço que a mulher acabava de lhe dar. Impressionante. Effie Trinket é maior e mais do que as pessoas falavam. Foi então que seu cérebro piscou e uma ideia (fixa) grudou em sua mente.

— Ahn, Effie! Sobre novas pessoas... Eu conheço uma advogada. Ela não trabalhou em muitos casos, atualmente está trabalhando no escritório Raphen&Eriksen no centro, mas eu sei que ela seria ideal aqui. — Johanna explicava, pausadamente. — Particularmente, eu a consultei quando tive duvidas da legalidade de alguns documentos que me foram entregues, e ela me ajudou na formação de algumas... Ideias. Sobre como agir. É Katniss! — Johanna exaltou-se, ao lembrar que se esquecera do detalhe mais importante. — Katniss Everdeen é o nome dela.

— Como ela tem indicações, eu vou buscar referências sobre ela, e depois fazer uma entrevista secreta. — Effie avaliou seriamente, voltando ao seu estágio profissional. — Flickermann não pode nem sonhar com isso.

Depois disso, Johanna foi instruída a voltar para a sala alguns minutos depois que Effie saísse do banheiro, para se juntar aos 12 sócios presentes, todos sentados em seus devidos lugares. Felizmente, Johanna Mason e Effie Trinket não foram as últimas a chegar: Esse era o papel do Sr. Flickermann, que fazia questão de ter reuniões assim em suas mãos. “Enquanto eu não chegar, não haverá reunião”, dizia. Ele deu a honra de sua presença 6 minutos depois.

— Bom dia a todos. — Effie Trinket iniciou a reunião. — Convocamos os senhores aqui, hoje, para avaliar os números de fechamento do mês passado. Antes de deixar a nossa companhia, Cato Flickermann fez um ótimo levantamento de dados, cujos tais estão agora nas mãos de cada um dos sócios aqui presentes, e principalmente da economista Johanna Mason. — Effie olhou para a jovem, fazendo-lhe um sinal positivo com a cabeça. “Sua vez”, era o que queria dizer.

Johanna, tal qual primeira vez que pisou na empresa, encheu-se de uma confiança vinda de não se sabe onde e tomou para si uma posse tão profissional que o velho Flickermann deveria invejar.

— Bom dia. — Johanna disse, as 11h10 da manhã. — Nosso antigo administrador, Cato Flickermann, deixou papéis específicos trancados no cofre da minha atual sala, além de instruções no computador, relatórios com Flavius – o secretário do setor – e, recentemente, aceitou um jantar de negócios comigo, onde tornou claro pontos obscuros de tais documentos. — Iniciou. — Trinket&Flickermann teve um crescimento de 25% no mês passado com a compra da empresa de telefonia dos... Schwengber. — Johanna enrolou-se ao recitar o sobrenome. — avaliação com margem de erro de 3%. Os lucros podem nos garantir estabilidade nos próximos dois anos, mas é necessário novas compras ou melhorias nos atuais serviços para manter três anos sem... “tropeços”. — Finalizou.

— Corte de serviços. — Disse um dos empresários, Sr. Maline. — Vendemos um pacote com ligações ilimitadas e 100Mb de internet, depois de dois meses utilizados, cortamos uma certa porcentagem dos dois. A Phonecom faz isso há poucos meses e quase estão nos alcançando nos números.

— Isso fere totalmente o direito do consumidor. — Effie interviu, numa cara séria. — E se alguém desta mesa tiver alguma ideia melhor, que não envolva quebra de contratos, estamos todos a ouvidos.

Johanna mordeu o lábio. Conversara com Katniss a respeito dessa mesma ideia semanas atrás, e sua amiga lhe disse que processos de indenização viriam de montes, sem contar a imagem negativa que passaria. Então, Johanna teve outra ideia, que fora moldada com a ajuda de Katniss. Era bem melhor. Não havia quebra de contratos. Mas... esse não era seu papel naquela empresa. Levantar números, era o que deveria fazer nos três primeiros meses antes de ter a liberdade de oferecer soluções.

— Acabe com o serviço de telefonia fixa. — Johanna falou. Dane-se. Não foi obedecendo a padrões que entrei nessa companhia. — O pacote com wifi e internet não está oferecendo o lucro esperado. Vendemos para os interessados, e o lucro nos poderá ser investidos em pacotes com Whatsapp e 800 MB de internet, uma vez que o aplicativo está fazendo todos os serviços que uma empresa de telefonia deveria fazer. Eles oferecem mensagens e ligações apenas conectadas a internet. Então, faremos planos que cobrem isso e ainda oferecemos o dobro de internet por um preço mais acessível.

12 pares de olhos de sócios prestavam atenção. Effie Trinket dava seu olhar de aprovação.

— Não é seu trabalho oferecer planos, Sra. Mason. — Disse Flickermann. — Vender a telefonia fixa? Absurdo! Abraham Mellark apostou em telefones fixos desde... desde...

— Desde que eles eram significativos. — Interveio Effie. — Desde que eles davam lucro, e celulares ainda não existiam. Excelente, Senhorita Mason. Sobre este assunto, falaremos com os engenheiros de telecomunicação, os auxiliares e a publicidade. Mais alguém? — O silêncio pairou sobre a sala. — Mais dados, Johanna?

— 25% de lucro. — Ela repetiu. — 5,6 milhões em investimento de novas torres de telefonia... — Johanna continuava a citar dados importantes daquele documento tão chato que davam sono até para o filho de Octávia, que ainda estava no útero. — Total: 36,5 milhões. A engenharia de telecomunicações instalou 10 novas torres nos estados de Dakota, Nebraska...

***

— Nebraska! — Johanna praguejava para si, com o telefone grudado nos ouvidos.

Ela havia mandando tantas mensagens que já perdera a conta. Finalmente tinha a possibilidade de ter o emprego dos sonhos de Katniss nas mãos e ela não fazia nem questão de conferir o celular por dois segundos. Que tipo de pessoa do século 21 aquela mulher era?

Hoje é um grande, grande dia! — Johanna falou, imitando sua chefa (em voz, entonação, tudo) ao perceber que os bips de chamada acabaram e um ‘alô’ desanimado ressoava do outro lado da linha.

Porque você ligou? Eu estou prestes a continuar o processo nesse momento. — Katniss falou, de mal humor.

Eu sei, mas se minha chefa estiver certa, lembrando que ela sempre está, hoje vai realmente ser um grande grande dia. Johanna prosseguiu. Principalmente depois do pisão que ela deu nos sócios na reunião que acabamos de ter. E a melhor parte é que eu ajudei ela, e ela me deu uma mãozinha, e juntas, como num sonho feminista, a gente conseguiu calar aquele velho Flickermann, graças a deus. — Johanna continuava, com sons de passos de salto ecoando pelo telefone, dentro do elevador no 8° andar. — E como vai o processo?

Só estou esperando para entregar os documentos, então só vou ser comunicada sobre a data da audiência logo após a clinica receber o comunicado sobre o processo — Explicou. — O máximo a fazer é esperar que saia antes dos dois meses de vida de Haymitch.

Eles não são super ricos? Então! Esses 50 mil vão ser o troco das revistas pornô que eles compram pra incentivar as doações. Você vai ver! Johanna suspirou pelo telefone, trazendo um som agonizante aos ouvidos de Katniss. Ah, eu acho que eu estou feliz. Derrotei o homem mais odiado dos estados unidos hoje, e eu estou bem realizada profissionalmente, obrigada. Realmente, não vejo que merda pode nos atingir hoje. Ah! — Johanna gritou ao se lembrar. — Você não sabe quem acabou de receber uma indicação para trabalhar com Effie Trinket! — Johanna sibilou cada palavra com uma pitada de malicia e ansiedade pela reação da amiga.

O quê? — Katniss gritou, do outro lado da linha. Um barulho estranho chamou a atenção de Johanna do outro lado da linha, mal sabendo que era o celular de Katniss que acabara de cair no chão. — Você me indicou para Effie Trinket?

— Ela quer profissionais novos. — Johanna esclareceu. — Crise de empresa. Se prepare pra entrevista!

Você só pode estar... — Katniss se interrompeu. Longos segundos de silêncio se seguiram entre as duas. — Me chamaram, tenho que ir.

Infelizmente, não deu nem tempo de Johanna similar as últimas palavras de Katniss. A porta do elevador se abriu, e sua pasta só não caiu no chão como o celular de Katniss porque Johanna, apesar de tentar se enganar, já esperava por isso.

Peeta Mellark entrara no elevador.

Os olhos de Johanna se mostraram chocados e quando os olhos azuis de Peeta encontraram os dela, seus lábios formaram uma gargalhada memorável.

— Johanna! O que você está fazendo aqui?! — Peeta perguntou, logo após de cumprimentá-la com um beijo nas bochechas.

— Hãn... O que você está fazendo aqui? — ela revidou, atuando impecavelmente como fizera no penúltimo ano do colégio, quando teve a honra e o prazer de ser a Rainha de Copas da peça “Alice no País das Maravilhas” e gritar “Corte-lhe as cabeças!” em quase todas suas cenas. — Eu trabalho aqui! — Ela finalizou, sorrindo.

— Sério? Isso é muito legal! — Peeta ria ainda mais, sem acreditar. — Então, minha mãe trabalha aqui. Mais precisamente dona dessa empresa...

— Effie Trinket é sua mãe? — Johanna perguntou/atuou, como se fosse uma enorme descoberta para ela.

Não era.

Desde que entrara lá, reconhecia poucos traços de Effie em Peeta. Além de tudo, histórias sobre o grande Abraham Mellark não passavam em vão. Mas se eu, Johanna Mason, não sou parente do Marilyn Mason, não significa que Peeta Mellark seja parente de Abraham Mellark, correto?

Não. Bosta.

Espera: Peeta tem uma empresa avaliada em bilhões? Haymitch tem bilhões de dólares por associação?!?!

— Sim! Você nunca desconfiou? — Peeta perguntou.

— Ah, às vezes... Mas se Johanna Mason não é parente do Marilyn Mason, Peeta Mellark poderia não ser parente de Abraham Mellark também. — Johanna expôs sua ideia, sorrindo sinceramente.

— É porque é Marilyn Manson, não Mason. Não tem o ‘N’. — Peeta sorriu, e riu ainda mais com a cara pensativa de Johanna dizendo “oh, isso faz tanto sentido...” — Você poderia dizer, por exemplo, que não é parente do... Richard Mason, o jornalista!

Johanna abaixou a cabeça e seus lábios não evitaram rir. Mas que destino terrível. A vida está aí pra zombar cada vez mais da nossa cara.

— Mas eu sou. — Ela revelou. — ele é meu pai.

E mais uma vez, Peeta exibiu o seu sorriso encantador.

— Olha... Desculpe. Esse mundo nem é tão grande assim.

Johanna concordava.

— O mundo é uma bolinha de gude, Peeta. — Ela ria. — Às vezes da vontade de quebrar a bolinha, jogar no fundo do poço ou enfiar no nariz melequento de uma criança melequenta. Realmente, uma bolinha de gude...

Então a porta do elevador se abriu, deixando um Peeta em parte aterrorizado lá dentro e Johanna se dirigindo a saída, onde tinha, nas mãos, a responsabilidade de contar a Haymitch que ele tinha bilhões de dólares a sua disposição.


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