Evil Ways escrita por Moonlight


Capítulo 17
22h47


Notas iniciais do capítulo

6.9.15 #unite







Querem uma dica? ouçam Crazy - Gnarls Barkley para esse capítulo.



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No dia Treze de Março de 1781, o astrônomo William Herschel descobriu o planeta Urano. Nesse mesmo dia, no ano de 1986 A sonda espacial Giotto se aproximou a menos de 500 quilômetros do núcleo do cometa Halley. E ainda, no ano de 2013, o Cardeal Jorge Mario Bergoglio é eleito novo papa, com o nome de Francisco.

Mas nenhum desses fatos históricos – Nem mesmo o papa! – é capaz de superar o que esta data significa, em fatos, para Haymitch.

Primeiro, completou-se dois meses da visita cubana. Agora, Haymitch tinha apenas um mês de vida e ainda carregava uma cicatriz na testa daquele dia. O dia seria marcado por isso, e apenas por isso, se ele não tivesse a sorte de conhecer um garoto chamado Peeta Mellark. E claro, aquele tal de Finnick.

O dia Treze de Março viria a significar muito para Finnick também, e não só pelo fato de ser seu aniversário. Ele tinha planejado, às pressas, uma festa, somente para que pudesse ver Annie Cresta novamente. Peeta fora um anjo caindo na hora certa quando topou ajudar a ligar para os convidados, mesmo não gostando muito da ideia do relacionamento de Finnick e Annie. Peeta zelava muito por ambos, e achava que a ideia de ter sua paciente e Finnick juntos não seria saudável para nenhum dos dois.

De qualquer forma, naquele dia 13 de Março, Finnick completava 23 anos, o que mostrava que ele era um garoto grandinho que sabia tomar as próprias decisões.

Finnick deu um tapinha companheiro nas costas de Thresh e seguiu caminhando dentre seu apartamento, enquanto uma música legal qualquer da playlist de Peeta ecoava da sala para a cozinha e para todos os cômodos do apartamento. As luzes do apartamento eram azuis e vermelhas, num misto bom de balada e social com os amigos. Todas as bebidas do local foram compradas de ultima hora, e se não fosse pelo pai de Peeta, Finnick não sabia como iria fazer para entreter as pessoas daquela casa. E, já adiantando, que se não fosse pelas bebidas arrumadas por Haymitch, o pai de Peeta jamais saberia que ele era, de fato, pai de Peeta.

Haymitch, que estava um mês mais próximo de morrer, entrou no apartamento acompanhado de Johanna com uma cara maliciosa esperando para provar qualquer pessoa que aparecesse em sua frente naquela noite e Katniss, que só queria poder esquecer o que aquele dia significava para Haymitch e quem sabe, beber um pouco. Você pode supor que Peeta ficara feliz quando Haymitch, Katniss e Johanna aceitaram o convite para festa, mas mal pode prever o sorriso de Finnick ao ver o pai de seu amigo em seu aniversário.

— Haymitch! — Finnick gritou, correndo para dar um abraço no amigo velho.

Desde o dia em que Peeta os apresentou, Finnick e Haymitch tornaram-se companheiros. Torciam pelo mesmo time de basquete – deixando Peeta frustrado com toda a torcida pelas 4 partidas seguintes em que Cleveland enfrentava Chicago Bulls e riu dos amigos quando seu time derrotou Chicago e chegou as finais da NBA – e tinham a mesma banda favorita, Led Zeppelin.

— Feliz aniversário, garoto! — Haymitch abraçou Finnick, enquanto Peeta dava um “oi” para Johanna – que, na verdade, mirava Thresh do outro lado da festa – e encontrava Katniss pela primeira vez calma e sem um shorts curto. Não pode deixar de pensar no quão bonita ela era, e no quão feliz ele estava em ter convidado-a também. O que não foi uma decisão fácil para ele.

— Temos que chamar Katniss e Johanna se chamarmos Haymitch. — Disse Peeta, com a lista de convidados no tablet em sua mão.

— Então chama. Elas são guarda costas de Haymitch e gatas também. — Respondeu Finnick, enquanto comprava as lâmpadas azuis e vermelhas usadas na ocasião.

— Não vai parecer que estou dando em cima de Katniss e chamando Johanna só por chamar? — Perguntou Peeta.

Finnick suspirou com as lâmpadas 220V na mão e olhou para o amigo.

— Vai. Agora chama.

— ... E agora estou esperando por Annie. — Finnick terminara de explicar a Haymitch sua situação com Annie Cresta. Peeta não reparara até então, porque não se sabe por quantos segundos ele ficou encarando Katniss quando a cumprimentou com um beijo na bochecha. A moça não se deixou sorrir, mas internamente admitia que seu amigo Gale tivesse razão quando dissera que Peeta a olhava de um jeito estranho porque a achava bonita.

— Quer alguma coisa? — Peeta perguntou para a moça a sua frente.

— Claro. Me arranja algo com álcool e açúcar.

Peeta Mellark e Katniss Everdeen seguiram para o freezer próximo a cozinha, enquanto Haymitch e Finnick, os dois principais personagens dessa festa que não tinha nada para dar certo ficaram conversando na sala. As coisas começaram a acontecer, quando, as 22h47, da noite, a companhia tocou e Annie Cresta adentrou na festa.

Mas, indo por partes, ainda estamos as 21h50.

Nesse horário, Johanna ainda estava conversando com Thresh, amigo de Finnick, Segurança da Piscina Pública onde ele trabalhava. Johanna poderia dizer que foi amor a primeira vista ao vê-lo, mas ela preserva muito esse tipo de sentimento para utilizá-lo em qualquer pessoa, em qualquer situação. Johanna, apesar de grossa, emburrada e signo Áries (coisas que Effie entenderia) acreditava no amor entre duas pessoas, seja elas quem for. Johanna acreditava que, se a pessoa da sua vida aparecesse em sua vida, a última coisa com que se importaria é o sexo dela. Isso, claro, se Johanna acreditasse nessas coisas de “a pessoa de sua vida”.

— Foda-se essa crença de “o homem da minha vida”, isso é coisa de revista pra adolescentes. — Dizia ela. — Eu sou o amor de todo mundo e todo mundo é meu amor.

Assim, na noite de 13 de Março, Johanna passava a festa distribuindo seu amor para o negro alto e belo em sua frente, que nunca mais apareceu em sua frente desde que ambos concordaram em não trocar contato algum.

Katniss, por sua vez, não era tão diferente da melhor amiga. Ela não passava suas horas e com toda certeza não pagava sua internet para entrar em sites de relacionamentos e, quando tinha a chance de sair nos fins de semana, sua única preocupação era conseguir voltar para casa. Pensava na maneira de amar de Johanna, mas não incluía mulheres nela. Katniss já se decepcionara com amor, e mesmo com isso, gostaria (mas não deixava) de acreditar que ele existia, e sabia que aparecia quando menos esperasse. Ela só não imaginava que iria acontecer quando seu segundo pai estivesse com pé na cova.

— Eu... sinto muito pelo dia da briga com Johanna, mas nós definitivamente não adiamos uma briga quando temos que ter uma. E nem fazemos isso discretamente. — Katniss falou, fazendo Peeta abrir um sorriso. Eles estavam no balcão da cozinha de Finnick, onde Peeta arrumara uma Pina Colada para Katniss – algo doce com álcool, como a mesma havia pedido.

— Tudo bem. — Peeta respondeu, dando um gole em seu velho Whiskey. — Finnick e eu não somos muito assim, mas quando discutimos, somos capazes de passar semanas sem nos falarmos. O que é horrível, porque Finnick é praticamente meu irmão.

— Você é filho único? — Ela perguntou.

Peeta gostaria de falar “Sim”, no entanto, desde a idade que passou a entender sobre o que significava ser uma produção independente, Peeta adquirira duas dúvidas em sua cabeça: Quem é meu pai? Tenho outros irmãos? Bem, seu dinheiro e detetive Boggs responderam uma das dúvidas. A segunda Peeta adiara por algum tempo, esperando ter sua situação estável para sofrer atrás de parentes perdidos novamente.

— Sou sim. — Respondeu, finalmente. — E você, é filha única?

— Oh, não. Tenho uma irmã de 16 anos chamada Primrose. Ela está em Nebraska, com minha mãe. — Katniss explicou. Peeta fez algum comentário gentil sobre irmãs mais novas, e perguntou a Katniss se esta sentia falta da mãe, que assentiu fortemente. — Sinto falta dela desde que meu pai morreu. Ela... não é mais a mesma. Não é mais mãe, e eu sinto falta da minha mãe. E como são seus pais?

Em outros tempos, Peeta olharia para a garota a sua frente e decidira qual versão dessa história contaria. Quando não era uma pessoa importante, dizia “estão de viagem pela frança”, “Meu pai é um banqueiro russo” “Embaixador da ONU” e outras histórias que de vez em quando, Peeta pedia para Finnick inventar, por serem engraçadas. Somente Margot e Loreley foram as duas únicas a quem Peeta explicou ser uma produção independente. Agora, com Katniss – e pela primeira vez, com um pai de verdade – Peeta pensava em qual poderia ser sua nova resposta.

— Bem, eu fui criado pela minha mãe, ela é... incrível. — Disse ele, olhando para o copo vazio da moça. — E meu pai, eu... É complicado. Tenho uma situação nas mãos, mas não sei como agir em relação à ele.

— Vocês não se falam, é isso? — Perguntou Katniss, fazendo o loiro murmurar um ‘quase isso’. — Olha, Peter. Eu não sei que situação você está, mas... Se eu tivesse a chance de falar com meu pai pela ultima vez, sem se importar com qual fosse a situação, eu o faria. Pense nisso. — Katniss deu um daqueles sorrisos tímidos sem dentes, daqueles quase sem graças, mas cheios de charme. Peeta olhou para a moça e assentiu agradecido, logo em seguida pegou o copo vazio em sua frente despejou nele o liquido que Katniss bebia.

— Aliás, meu nome é Peeta, sabia? — Ele disse, contrariado, fazendo uma careta em direção a moça, que gargalhou.

— Claro, eu só estava fazendo graça com você.

A essa altura, a comemoração do aniversário de Finnick fora se tornando cada vez mais visível, e com mais pessoas lotando o pequeno e quase caro espaço que Finnick vivia. Katniss e Peeta conversaram mais sobre a vida, tendo Finnick, Haymitch, Johanna e Thresh como companhia logo em seguida.

E vocês sabem o que acontecem nessas festas. As pessoas bebem distraidamente enquanto jogavam assuntos aleatórios em uma roda de conversa. Elas sorriem alteradas, e elas se sentem felizes com a falta de glicose nas veias. Elas ficam assim, até a playlist de músicas de Peeta acabar e a festa permanecer num som de pessoas, passos e copos. Peeta se retira da conversa, indo concertar o som. O som de pessoas, passos e copos continuam, o intervalo de silêncio torna-se pouco, mas nítido, e ouve-se o som de uma campainha tocada as 22h47 da noite, anunciando a chegada de Annie Cresta.

Annie foi atendida por Finnick, e foi a única pessoa de 50 convidados que realmente levou presente de aniversário para uma festa de aniversário. Ela entrou tímida na comemoração, e foi rapidamente apresentada por Finnick a seus amigos. Annie Cresta era quase como um troféu para ele, um tesouro a ser exibido.

— Você quer ver a varanda? A vista é bem bonita daqui de cima. — Finnick sussurrou para Annie, mesmo que todos tenham escutado suas palavras. Finn se distanciou dos amigos, que foram deixados na antiga roda de conversa.

— Sim, a varanda deve ser bem bonita — Comentou Johanna, ironicamente maliciosa. — O quarto dele também deve ser.

— Johanna, por favor...

— Você não viu a cara dela, Katniss? — Johanna sorriu para a amiga. Depois falou mais alto, se virando para o resto das pessoas presentes na conversa. — Ela tá encantada com o cara. Certeza que vão dormir juntos.

— Eu acho que não. — Katniss sorriu maliciosa, procurando o casal na varanda. — Acho que ela vai fazer charme.

— Ele a apresentou pra gente. Duvido que ela faça. — Johanna discordou.

— Vocês mulheres são seres horríveis e complicados, prefiro não estar no meio dessa discussão. — Haymitch interrompeu, indo buscar um novo copo no balcão.

— Acho melhor alguém ir ajudar, antes que ele quebre alguma coisa. — Disse Peeta, seguindo o velho amigo.

Peeta seguiu Haymitch rapidamente, tentando evitar que ele chegasse ao estado que ele ficou da primeira vez que se encontraram. Não foi nada legal vê-lo daquele jeito: Sua própria mãe bebia, mas nunca tinha chegado a tanto, além raramente deixava Peeta dar pequenos goles em vinhos ou champagnes. Já Haymitch ficava alterado, sem controle do próprio corpo e cabeça, fazendo Peeta ver outra pessoa em sua frente – pessoa essa que não era o cara legal que elesabia que seu pai fosse.

— Hey, você acha que Finnick está feliz? — Haymitch perguntou, olhando com sinceridade para o Peeta preocupado que corria atrás dele para retirar a garrafa de liquido marrom de suas mãos.

— É claro que está. — Respondeu Peeta.

— Ótimo. — Haymitch sorriu.

Haymitch e sua cabeça alterada pensavam em tantas coisas interligadas naquela noite. O ultimo mês de vida, a chance e sorte de conhecer caras legais como Peeta e Finnick, de estar na celebração da juventude de ambos. Pensava no sorriso bobo que deu quando viu Peeta e sua garota Nebraska conversando entretidos, e como ficou animado quando Finnick lhe confessou que Peeta estava caído pela moça. Haymitch pensava em como as coisas estavam caminhando para eles e que elas continuariam assim depois que ele... Enfim. Haymitch estava realmente feliz pelo feito de ter ligado-os antes de morrer.

— Adoraria ser padrinho de casamento daquele garoto, olha só a cara dele olhando pra ruivinha. — Haymitch comentou, apontando para Finnick e Annie na varanda. — E seu também, moleque. Gosto de ver você com a Katniss. — Haymitch falou, pousando a mão no ombro do garoto, fazendo Peeta abrir um sorriso enorme. — Gostaria de ter tido um filho como você.

— Verdade? — Peeta perguntou, pasmo. E a resposta de Haymitch veio tão certa e tão rapidamente quanto o susto levado por Peeta.

— Claro, garoto.— Haymitch garantiu, cheio de convicção, largando a garrafa das mãos e dando em seu amigo um daquele abraços apertados. Peeta, por ser menor que Haymitch, ficara com o rosto em um dos ombros de seu pai e teve sua voz fora abafada quando ele decidiu que era a hora de dizer aquilo que o engasgava e o impedia de ser honesto com o homem a sua frente.

Ótimo, porque eu sou.

O professor achou ter escutado alguma coisa. Estava velho para ter a audição cem por cento, e ainda por cima estava tocando alguma música moderna com a voz de um cara Soul que dizia repetia os versos: “Does that make me crazy?”. Estaria ele maluco?

— Como é? — Haymitch perguntou.

Peeta soltou-se, dando alguns passos confusos pela cozinha, fazendo o senhor em sua frente ficar preocupado. “Diga, o que está acontecendo, Peeta!” gritava Haymitch, mas tudo o que o rapaz fazia era caminhar dentre a cozinha com as mãos na cabeça. Quando finalmente parou, agarrou as costas de uma cadeira, olhando para as próprias mãos trêmulas. Ali, olhando para suas mãos e depois para as de Haymitch, ele encontrou a maneira correta de responder as perguntas de seu pai.

Peeta ergueu os olhos para Haymitch, que não menos confuso e chocado, havia reparado nos olhos verdes lacrimejosos de seu jovem amigo e os reconhecido. Em si mesmo.

— Clinica New Hope. Ano de 1992. — Peeta ergueu a mão direita, mostrando a mancha vermelha em forma de Austrália ao lado de uma pequena Nova Zelândia. — EU SOU FILHO DO SKYWALKER.

13 de Março, às 23h34 minutos, Haymitch perdeu-se entre olhar nos seus próprios olhos presos nos olhos do seu filho e olhar a estranha mancha de nascença que todos os homens de sua família carregavam desde a Primeira Guerra Mundial.


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Notas finais do capítulo

HEY
vocês acharam que eu tinha esquecido que domingo é dia de Evil Ways! Há! Nunca!
Foi dificil controlar a vontade de postar, mas adiei até hoje por motivos de: Teaser Trailer.
Eu pensei: "Ah, se for algo decepcionante, pelo menos tem oo MELHOR capitulo dessa fanfic pra consolar"
MAS MANO OQ UE FOI AQUILO GENTE EU NAO SEI MINHA NOSSA EU NAO ACREDITO QUE JA ESTAMOS LACRANCO EM JUNHO JUUUNHOOOO J U N H O ISSO NUNCA ACONTECEU ANTES NOS MEUS BONS ANOS DE TRIBUTO.
CASAMENTO DO FINNICKÃO
WELCOME O THE 76H EDITION OF THG
KATNISS INDO ATIRAR NO NEVES
ELA BONITA
ELA E PRIM DANÇANDO OS PANCADÃO
A LEEG 1 OU 2 INDO PRAS MORTE
A GOSMA PRETA JESUSSSSS

Então, na melhor das possibilidades, eu digo: Se tivemos um trailer LACRANTE hoje, teremos também O MELHOR CAPÍTULO DE EVIL WAYS ATÉ AGORA.