Evil Ways escrita por Moonlight


Capítulo 14
Possessão Capricorniana de Effie


Notas iniciais do capítulo

Olá amores!
Quero comunicar oficialmente que SIM, os caps serão postados de DOMINGO, e sim, eu amaria postar mais na semana, mas tá IMPOSSIVEL.
Esse cap é um amor, e tem notas finais ♥



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Sabe aquelas semanas que simplesmente teme a não começar bem? Então, Effie vivia uma dessas.

Para começar, ela tinha certeza que os primeiros sintomas da menopausa estavam aparecendo: sua menstruação estava fora de período, ela sentia ondas de calor acompanhadas de transpiração, tonturas, palpitações, suores noturnos prejudicando o sono e se irritava muito facilmente. Depois, quando ela finalmente transou com Gloss, ela não sentiu nenhum prazer sexual algum, mesmo que estivesse transando com um cara jovem, gato e totalmente ativo de 23 anos graças a esse maldito período de climatério*. E como se os cosmos não achassem suficientes, Plutarch Heavensbee se lembrou do seu restaurante francês favorito ao ver uma de suas várias filiais sendo abertas em Nova York, o que rendeu a Effie uma mensagem com os dizeres: “Isso pede um jantar em nome dos velhos tempos”.

Oh não, Plutarch. Outra vez, não. Effie estava cansada de ser o pilar dessa relação e deixar Plutarch assistir suas iniciativas sem esforçar nenhum dedo para colaborar. Effie odiava quando Plutarch tinha natureza Gêmeos, todo tranquilo, otimista e indeciso enquanto ela, Capricórnio até a unha, queria tudo na hora, com certeza e de forma direta.

O pior de tudo é que Effie não poderia nem sonhar em estar com qualquer deslize emocional ou fora de concentração naquela semana, para ser mais exato, naquele momento, pois ela finalmente conseguira um dos objetivos pelo qual batalhara por alguns anos de sua vida.

David não calava a boca nem por um segundo. — Segredou ela, fazendo a plateia feminina presente no auditório dois do teatro de Nova York esboçar alguns sorrisos naquela sexta feira à noite. — Ele era aquelas crianças que necessitavam de atenção, ele pedia por isso o tempo todo, sempre fora muito mimado quando bebê. Bem, é porque ele sabia que eu estaria lá só de ouvir a primeira manhã, antes mesmo de o choro real começar. Talvez por isso, a pior constatação da minha vida foi descobrir que meu filho viveria apesar de mim. Era tamanha a responsabilidade que eu sentia em relação a ele que, de repente, quando ele se transformou numa pessoa pensante – e com certas opiniões divergentes a minha – me percebi totalmente impotente.

Cerca de dez mil pessoas, grande maioria mulheres, lotavam o teatro Rachel Darkholme, um dos mais importantes da cidade de Nova York. Effie Trinket esfregava as mãos uma na outra com frequência, sorria sempre e mesmo com as pernas bambas, se mantinha em pé no palco. Desejou, por mais tempo que pudesse contar, dar aquela palestra em um lugar tão grande e tão respeitado quando aquele.

— Meu filho me deu uma mudança corporal que eu achei que não pudesse ter. Eu tinha 22 anos, nunca havia ficado acima de 60 kilos, e David me deu 73 kg ao final da gestação. Ele também me deu uma cicatriz daqui — Effie colocou o dedo indicador do lado esquerdo abaixo da barriga e o levou até o lado direito do corpo. — Até aqui. E me presenteou, depois de 7 horas de parto, com seu rostinho gordo de uma criança de 3 kilos. Citando aqui, pode parecer mágica, mas meu cérebro sofreu instantaneamente um aumento após o parto que modificou comportamentos e aumentou a minha motivação, e sim, isso é provado cientificamente. Meu filho me deixou na melhor forma.

“Mulheres, elas têm uma preocupação social com seus corpos. Décadas atrás, em meados dos tempos de escassez de comida, as mulheres gordinhas eram admiradas pois mostravam que não eram miseráveis. Podemos ver nos quadros românticos todas as curvas das deusas, dos anjos e das ninfas. Hoje, corpos magros e cheios de edição são perfeitos, o que faz com que nós gastamos muito dinheiro em cremes para estrias, celulites, rugas e linhas de expressão. O que faz meninas de 15 anos considerar alimento um inimigo e sofrer transtornos alimentares como bulimia e anorexia. Bom, querem realmente saber? Vocês vem essa linha de expressão considerada “horrível” pela mídia bem aqui perto dos meus olhos toda vez que eu sorrio? David provocou isso, ele me encheu de preocupação, me fez ficar velha. Eu tenho uma cicatriz no joelho porquê uma vez eu corri atrás do meu filho que estava subindo alto demais no balanço e acabei eu mesma caindo e ralando o joelho, o que fez meu filho sair correndo da balança e vir cuidar do meu joelho, numa situação que se tornou totalmente o reverso do que imaginei que seria. Ele tinha 6 anos, eu tinha 28 e essa cicatriz dura até hoje.

Nós não precisamos de perfeição, porque a ideia esdrúxula de que ela existe é totalmente obsessiva. Ninguém nasceu perfeito, nós nascemos sem dentes, sem cabelos, com pés pequenos demais e totalmente dependentes. A vida nos dá marcas, e nós a aceitamos. E daí que você não é um manequim? Eles não se movem, não vivem, não beijam... Você não precisa comprar a ideia da perfeição, porque é cara demais e quer saber? Ela nem vale tudo isso.”

Effie Trinket continuava falando enquanto dez mil pessoas silenciosas a escutavam sabiamente. Dentre elas, seu filho, Peeta Mellark.

Peeta estava pensando de que maneira ele levaria sua mãe para jantar e lhe contaria uma noticia desagradável para ela quando a via sendo a mais maravilhosa das mulheres que já conhecera. Droga. Effie era incrível. Desapontá-la vai ser uma das piores coisas que já fez em toda vida.

Effie continuou falando por meia hora até deixar o palco com um sorriso no rosto graças aos aplausos do público. Peeta se levantara da plateia minutos antes e se dirigiu até o backstage, onde encontrou sua mãe trêmula e emocionada e lhe deu um abraço de urso que a retirou do chão.

— Você estava linda, ótima, só não estava perfeita porque você não compra a ideia da perfeição. — Disse ele, ainda com a mãe nos braços.

— Você estava na plateia? — Effie estava surpresa, não somente de ver Peeta ali, mas de saber que ele assistira a tudo.

— Sim, e eu não me canso de dizer o quão maravilhosa você estava. — Peeta disse. E estava sendo totalmente sincero, porque era o que ele pensava em relação à mãe, mas dizer aquilo a ela enquanto pensava como iria explicar sobre Haymitch fez parecer tudo errado em sua cabeça. É como se estivesse enchendo-a de elogios para terminar um namoro. — Então, nós temos uma reserva no La Nourriture hoje à noite. — Ele sorriu, aguardando ansiosamente a reação de sua mãe.

Por mais que Peeta aguardasse um sorriso, Effie estremeceu dos pés a cabeça. Esse era o seu restaurante francês favorito.

Nós quem, Peeta? — Perguntou, na defensiva. Ela não podia acreditar que Plutarch chegou ao ponto de se comunicar com Peeta novamente.

— Eu e você, e o David Trinket. — O Rapaz respondeu, fazendo sua mãe rir aliviada.

David Trinket era quase que um alter ego para Peeta, inventado por Effie. Como teve o filho muito jovem, Effie não queria que Peeta tivesse o destino que ela teve desde que nasceu: Os passos perseguidores da imprensa stalker. Portanto, toda vez que referia à Peeta para imprensa ou publicamente, Effie mentia seu nome para mantê-lo seguro. Muitos foram os nomes usados – inclusive Effie já chegou a usar nomes famosos, como John Lennon, Mick Jagger, Marlon Brando, Charles Chaplin – mas foram tantos que a imprensa sempre os confundia e muitas vezes chegava a publicar o nome do alter ego de seu filho como se fosse seu novo amor. Graças a isso, quando fora escrever seu Best-Seller, Effie usou David Trinket como pseudônimo oficial de seu filho, enquanto o nome Peeta Mellark nunca fora revelado a imprensa.

— Esse seu amigo, David, ele é bonitinho pelo menos? — Effie brincou, fazendo Peeta olha-la com aquela cara que todo jovem faz quando a mãe é moderna demais e faz piadinhas até engraçadinhas: “Mãe, por favor, seja menos”.

Então, sossegando um pouco os ânimos daquela semana de inferno astral, eles foram para o jantar. Peeta pegou uma das mesas do fundo, bem escondidas que qualquer cliente do restaurante ou imprensa que fosse tirar fotos da janela transparente do lado de fora, o que fez Effie parecer agradecida. Era um daqueles cantos secretos onde senhores importantes vão negociar tão alto que o PIB de um país pode ir abaixo com apenas um aperto de mãos. Ou um daqueles lugares em que Effie poderia jurar que há três mesas de distancia estava o secretário da saúde e uma mulher bem mais bonita, magra de jovem do que sua esposa – e aquelas pernas dela esfregando-se nas dele não lhe deram boa impressão alguma.

Peeta e Effie conversaram sobre o quão nervosa ela estava antes de subir ao palco, e o quão boa fora sua palestra. Peeta rasgou elogios à mãe, enquanto tudo o que ela fazia era agradecer e segurar a mão do filho sob a mesa. Falaram também sobre os rumos da empresa, e Peeta sentiu-se levemente culpado por não assumir o lugar de sua mãe (aquela já era a segunda das culpas que ele carregava aquela noite).

Depois que o prato principal foi retirado e a sobremesa estava por vir, Effie pensou que talvez aquele fosse o momento para mencionar Plutarch, ou Gloss. Ela odiava esconder a vida amorosa do filho, porque, quando ele era novo, aquilo o afetava diretamente. Agora, que era um adulto formado, Effie simplesmente mencionava os homens para deixar claro a seu filho que não estava escondendo nada dele e que ele sempre seria o homem de sua vida. Peeta, no entanto, parecia ter outros planos para o jantar.

— Mãe, eu não quero estragar o nosso jantar. — Ele começou, respirando fundo e procurando a mão de Effie para ter algum conforto.

Oh não. Não, não! Essa semana já estava um inferno, e Peeta estava prestes a piorá-la. Eu conheço essa cara. Ele fez uma igualzinha quando disse que ‘estava cansado’. Pensou Effie. O que de fato era verdade: Mães conhecem seus filhos como ninguém, e Effie já adivinhara o que Peeta estava prestes a dizer antes que ele pensasse em como iria dizer. Isso apertou seu coração e com certeza lhe rendeu algumas rachaduras, mas ela manteria o rumo da conversa para dar força necessária que Peeta precisava para ser sincero com a mãe.

— Como você estragaria nossa noite maravilhosa, meu anjo? — Effie sussurrou.

— Falando sobre o doador de esperma. — Ele respondeu rápido o suficiente para não perder a coragem e não sentir a culpa doendo, exatamente o mesmo movimento que fazemos para tirar um band-aid. — Eu o encontrei.

Aquilo somente confirmou todas as suspeitas de Effie.

— O que vocês conversaram? — Ela perguntou, tentando aparentar calma, para que Peeta visse que estava tudo bem e se sentir menos culpado.

— Algumas coisas. — Ele respondeu, olhando-a. — Eu o encontrei mais de uma vez, e somos... parceiros. E, junto com ele, conheci essa garota...

E Peeta começou a mencionar tudo, escolhendo as palavras certas para não magoar Effie. Falou da palestra, da profissão do homem, da briga de bar, dos jogos de basquete, e do Furacão de Nebraska. Mencionou que ainda não falou para o homem que era seu filho, e por ultimo, mencionou o nome dele.

— Haymitch. Esse é o nome dele. — Concluiu.

Effie ouvira tudo atentamente. Horas atrás, Effie havia dito ao público que a pior constatação da sua vida foi descobrir que seu filho viveria apesar dela, mas agora, ver Peeta citar novas pessoas de laço sanguíneo a fez ver que talvez, a pior constatação de sua vida foi descobrir que seu filho não era exclusivamente seu. Essa era a típica Possessão Capricorniana de Effie.

— Eu não vou falar que sou filho dele, não enquanto você não quiser. Você teve sob mim todas as responsabilidades e todas as decisões, e apesar de eu ser adulto, peço que tome essa por mim. A última coisa que vou fazer na minha vida é magoar você. — Falou Peeta, ainda segurando a mão da mãe e olhando em seus olhos.

— Peeta... Não sei de deixei claro na nossa última conversa, mas você tem todo direito de encontrar seu pai e se relacionar com ele, se quiser. — Effie disse, apertando mais a mão do filho. — É a sua decisão, e é a sua vida. Eu só desejo que ele não magoe você, entende? Porque não nós sabemos quem ele é. Bem, agora você sabe... — Ela acrescentou. — Eu só te peço uma coisa: Não o deixe tomar o lugar que eu tenho na sua vida.

Effie deixou escapar uma lágrima do olho esquerdo, mas não porque quis. E sim por causa de sua sensibilidade aumentada graças a porcaria do climatério. Peeta, por sua vez, sensibilizou junto com a sua usualmente não-sentimental mãe. Era raro vê-la chorando, e agora que ele a fez chorar, Peeta tomou uma certeza para ela e para si ao mesmo tempo.

— Mãe, ninguém nunca vai tomar o seu lugar no meu coração. Nenhuma garota, nem um pai. Ninguém, entende? — Concluiu.

Effie esboçou o mais belo dos sorrisos e agradeceu pela primeira vez aos céus por seu período de sensibilidade exagerada. Ela estaria segura em Peeta, e nada de errado aconteceria em suas vidas.

— Bom, se for assim, eu quero um jantar com esse sujeito. — Ela disse, soltando-se de Peeta e limpando a lágrima esquerda. — Eu quero conhecê-lo. Quero saber quem é homem com quem está se relacionando. — Peeta fez uma careta para Effie, que sorriu ao ver que o filho levou a frase para o sentido malicioso. — Argh, Peeta, não assim! — Gargalhou. — Só quero saber quem é o pai do filho. Deus, como isso soa estranho. — Effie sussurrou alto o suficiente para Peeta ouvir e gargalhar também.

E ele ficou olhando sua mãe maravilhosa de forma encantadora até o Petit Gateau chegar e o chocolate desviar sua atenção.


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Notas finais do capítulo

* Climatério- O climatério é a fase da vida em que ocorre a transição do período reprodutivo ou fértil para o não reprodutivo, devido à diminuição dos hormônios sexuais produzidos pelos ovários. Já a MENOPAUSA é a ÚLTIMA menstruação da mulher ;)
*Cosmos- é o que reconhecemos vagamente pelo nome de destino.
*Rachel Darkholme- Mais uma vez, como na referência do capítulo anterior, o teatro Rachel Darkholme não existe. O nome, na verdade, é inspirado em Raven Darkholme, a Mística de X-Men. ;)
*La Nourriture- "A comida" em francês (hahaha). e Petit gateau é aquela sobremesa francesa bastante famosa.
Olha, eu realmente não sei vocês, mas EU AMO essa coisa mistica de signos. Eu já defini cada signo dos personagens da fanfic, e deu super certo AMEEEEIIIII
Não que eu siga signos para TUDO na vida, mas eu gosto quando funciona, é super engraçado RUERUERUE. Já Effie tem essa crença tbm, e é caracteristica dela, mas em respeito a quem NÃO GOSTA de signos, não sera muito citado e/ou não fara diferença na narrativa da fanfic.
Pra quem gosta: Haymitch/Johanna - Áries.
Katniss - Touro
Peeta - Cancer
Effie - Capricórnio
Annie - Libra
Finnick- Peixes
Gale - Sagitário HAPOKAPSLKPAKSAPOSKAPSKASKASO♥♥♥
(Inclusive as datas de nascimento serão usadas para eventos nessa fanfic, e como Capricórnio (janeiro) já passou, o próximo aniversário será de Finnick (Peixes - Março) e esse aniversário terão C O I S A S rsrsrssssssss; )

AH! OUTRA COISA: Eu revisei todos os porque/por que/ porquê/por quê dessa fanfic no WORD, mas não aqui, então perdoe os erros antigos. Agora estará tudo corretinho, por mais QUE EU ODEIE essa regra. ♥ BJAO VCS