Do you love me? escrita por Aquarina


Capítulo 2
Chapter I – From the city to the fields


Notas iniciais do capítulo

Pra quem não sabe, Thomas é o nome do pai da Rapunzel em Enrolados.
Boa leitura!



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Não muito distante da taberna morava um senhor, que aparentava ter cerca de cinquenta anos, e seus seis filhos. Infelizmente eles teriam de se mudar, pois a caravela que transportava grande parte de seu ouro e suas riquezas havia se perdido no oceano após uma tempestade. A família agora era pobre.

Homens iam e vinham de todos os lados, carregando móveis e objetos decorativos da grande casa, que serviriam como pagamento das dívidas dos McCaughreans. Thomas alertava-os sobre as caras mercadorias, dizendo “não pegue isso”, “não derrube aquilo”, “este era o favorito de minha mulher!”. O homem tinha um pesar no coração. Não estava preparado para deixar a cidade. Ele deixou o corpo cair em uma cadeira forrada com couro falso preto e soltou um suspiro.

“Senhor Thomas?” Ele ouviu alguém chamar e dirigiu o olhar para cima “Temos de levar esta cadeira também.”

“Ora, um homem não pode mais descansar?” Resmungou levantando-se a contragosto.

Nas escadas logo ali perto desciam seus três filhos do meio: Anna, Hans e Merida. Todos ruivos. Anna resmungava, Hans lamentava-se e Merida não parecia dar muita importância para tudo o que estava acontecendo.

Thomas aproximou-se dos filhos, abraçando Anna pelos ombros.

“Ah, papi!” Resmungava a de trancinhas “Não quero deixar a minha amada cidade para morar no campo...” Ela fez uma cara triste.

“Anna! Já lhe avisei para não chamar-me de ‘papi’ em público!” Repreendeu-a “Desculpem-me, sei que não estão nada confortáveis com esta situação, mas é realmente necessário!”

“Oh, tanto glamour, tanto requinte... Tudo por água a baixo! Literalmente! Eu sempre soube que isso não era uma boa ideia transportar nossas riquezas em caravelas.” Hans lamentou.

“Ora, se sabia, por que é que incentivou nosso pai a fazê-lo?” Merida o desafiou sob o olhar de desaprovação de Thomas.

“Culpados ou não, agora não podemos fazer nada sobre isso.” O pai dizia.

Logo a seguir, Rick – apelidado por Merida de Hiccup –, o filho primogênito de Thomas e Primrose, e Kristoff, o filho mais novo, juntaram-se aos irmãos e ao pai.

“As carruagens já estão prontas.” Afirmou Hiccup.

“Onde está Rapunzel?” Thomas perguntou. Rapunzel é gêmea de Kristoff, embora sua única semelhança seja a tonalidade loura dos cabelos. “Rapunzel!” Ele chamou.

Logo estava toda a família à procura da loira.

Rapunzel estava no jardim nos fundos da casa, despedindo-se da lembrança de sua mãe. Havia uma estátua de Primrose no centro do jardim, rodeada por flores. A menina depositou uma delicada rosa ali, nas mãos de sua mãe.

“Nunca esqueceremos você, mamãe.” Ela disse após um suspiro.

“Rapunzel!” O pai chamou-a, fazendo com que a loira se virasse. “As carruagens já estão prontas. Se apresse!”

A menina assentiu com a cabeça e deu mais uma olhada no tão amado jardim. “Sentirei falta daqui... Mas será legal viver no campo. Né?” O pai assentiu e deu o braço à filha.

Do lado de fora havia pessoas que seguravam-se enorme portão de ouro, gritando ofensas em tom de deboche e rindo da família.

Anna, Merida e Rapunzel sentaram-se na carruagem guiada por Kristoff. Hans e Hiccup estavam com o pai na outra, que era guiada pelo dono das carruagens – que fora muito gentil em emprestá-las para a família.

Durante o caminho, Anna choramingava observando a cidade ficar para trás, ouvindo reclamações de Merida a todo segundo e Kristoff consolando-a, dizendo que o campo é um bom lugar também.

“Mas eu não nasci pra viver no meio do mato com animais nojentos!” Ela reclamava.

“Ei, sabe o que mais tem lá?” Merida perguntou, chamando a atenção de Anna “uma cruel e terrível... FERA!” disse fingindo saltar sobre Anna, que soltou uma exclamação.

“Merida!” Rapunzel repreendeu-a, rindo um pouco. “Pare de assustar Anna com suas histórias. Relaxe, não há nada a temer no campo. É como a cidade, porém não há todas essas glamorosas e finas lojas.”

“Porque elas nem teriam utilidade lá, né?” Merida arqueou uma sobrancelha rindo.

Na outra carruagem, Hans e Rick discutiam sobre sua nova condição social sem dar muita importância aos suspiros do pai.

“Muita coisa vai mudar! Talvez nós nem mesmo consigamos sobreviver ao campo!” O ruivo exclamava, alarmado.

“Ah, pare de drama, Hans. É só o campo, não vamos passar a morar numa mata junto a animais selvagens.” Rick explicava tentando conter a agitação do rapaz ao lado.

O dono das carruagens preferia manter-se calado, mesmo sabendo que o campo não era nada daquilo que Hans imaginava.

Chegaram à nova casa pouco antes do entardecer. Thomas agradeceu ao amigo por emprestar-lhe as carruagens e foi ajudar os filhos com as malas – embora não fossem muito grandes.

Rapunzel adentrou a casa e observou-a, decorando cada detalhe e cada móvel de madeira. A maioria estava gasta ou havia sido roída por cupins, mas isso não importava. Com um pouco de trabalho aquele lugar ficaria perfeito, dizia o instinto otimista da loira.

A casa era com um sobrado simples, mas não pequena. Na entrada da parte de baixo havia uma sala de estar mediana e na porta seguinte, uma cozinha de tamanho razoável. Havia também um pequeno banheiro do lado de fora. Subindo as escadas estavam os quartos: um para Rapunzel e suas irmãs, outro para Hiccup e os irmãos e o último para Thomas. Nos arredores da casa havia uma pequena horta, um pomar e algumas flores, além de baias onde ficariam os cavalos. Rapunzel estava satisfeita com tudo aquilo. Uma vida simples seria perfeita para ela.

A loira já imaginava currais, galinheiros e chiqueiros, onde estariam as vacas, galinhas e porcos que ela pretendia criar quando o dinheiro aumentasse.

Anna, por outro lado, não estava nada confortável com o lugar. Achava a casa pequena demais, recusava-se a trabalhar na horta, sem falar em conviver com aqueles mosquitos asquerosos! Aquilo tudo era horrível. Seu belíssimo e caro vestido já estava sujo só de pisar naquela terra.

“Papi! Quero voltar pra cidade.” Choramingou, mesmo que em sua voz tivesse um tom de ordem.

“Consiga nossos bens de volta e um lugar onde possamos pagar as dívidas e pode voltar.” Respondeu o pai cansado das reclamações da ruiva.

A menina bufou e jogou-se no sofá, que por pouco não quebrou.

“Olhe só estes móveis! Estão em péssimas condições, papi. Não sei se conseguirei sobreviver a isto! Meu coração parece até estar batendo mais devagar...”

“Anna! Não brinque com a morte!” Exclamou Rick, que passava por ali.

“Ah, Rickzinho... Eu estou até sentindo uma tontura... Aposto que fui infectada por uma destas moscas nojentas!”

Hiccup revirou os olhos e sentou-se ao lado da ruiva, ouvindo o sofá ranger.

“Opa!” Exclamou Thomas “É melhor não sentarmos todos juntos neste sofá, ou ele vai pro beleléu.” Os três riram.

Rapunzel apareceu na sala. Vestia um vestido simples e botas nos pés. Anna estranhou aquelas roupas, mas deu de ombros deixando pra lá.

“Papai, irei cavalgar pelos arredores.” A loira anunciou.

“Tens certeza?” Thomas perguntou, vendo a menina assentir “Ok. Mas não vá muito longe, pequena Punz.”

Rapunzel sorriu e saiu porta à fora, montando num cavalo branco de crina amarelada. “Em frente, Maximus!” Ela incentivou-o, fazendo com que o cavalo começasse a correr.

Os dois passaram por um pequeno lago onde havia patinhos acompanhando a mãe dentro da água. Atravessaram um campo com flores de todos os tipos, menos uma: rosas. As preferidas de Primrose. Pouco antes do anoitecer, Rapunzel fez uma parada brusca. Entrara numa parte escura e se vira cercada por galhos. Olhou em volta. Estava curiosa pra ver o que tinha além daquelas árvores, mas também tinha medo. Decidiu que o melhor seria encontrar uma saída e voltar para casa.

Após algum tempo vasculhando, ela e Max conseguiram sair dali e cavalgaram em alta velocidade para o casebre da família McCaughrean. Assim que abriu a porta, Rapunzel foi surpreendida por Anna, que saltou de sabe-se-lá-onde e abraçou-a.

“Estávamos tão preocupados!” Ela disse entre o abraço.

Rapunzel suspirou e abraçou-a de volta “Eu estou bem.”

Assim que soltou-se de Anna, Rick apareceu e agarrou a loira “Céus! Onde se meteu? Procuramo-la por toda a parte e nada de ti!”

“Ei, ei” Ela acalmava-o “Está tudo bem. Não houve nada comigo. Eu não estava tão longe assim, vocês é que não devem ter procurado direito”

Seu pai, Thomas, apareceu na sala de estar, aliviado por ter a amada filha de volta. Logo todos estavam reunidos, repreendendo Rapunzel pelo sumiço.

Mais tarde, Anna, Merida e Rapunzel foram para a cozinha preparar o jantar, enquanto os irmãos acomodavam os cavalos em suas baias.

Aquele era o início de uma nova vida para todos eles.


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Notas finais do capítulo

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