Pra Sempre escrita por Darkness Angel


Capítulo 2
O acidente


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora :(



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9 anos depois

Já estava no ano de dois mil e nove. Alex e Júlia estavam com onze anos de idade.

Eles estudavam de manhã, e estavam na escola. Eram da mesma classe, e sentavam em carteiras, lado a lado.

–Eu achava que a tia Maria Tereza tinha uns sessenta anos! - Diz um menino, sussurrando.

–Eu também! Mas... Qual a idade dela? - Júlia pergunta.

–Quarenta e pouco! - O menino fala e todos riem.

–Silêncio! - Diz a professora - Qual é a piadinha desta vez, hein?

–Você! - Fala uma menina.

–Quem disse isso? - A professora se irrita. Ninguém fala nada - A próxima vez que falarem de mim assim, de novo, vão para a coordenação!

–Ai, que massa! - Fala um menino, com voz de gay.

–Mas menino! Vocês são osso! - A professora fala - Sabiam que é a sala mais bagunceira do sexto ano?!

–Sim! - Uma menina fala.

–Foi uma pergunta retórica! - Alex fala com uma voz irritante e todos riem.

–Alex! - Júlia fala, batendo nele e rindo.

–Au!

–Vou chamar a coordenadora! Não se movam! - A professora sai da sala.

Quando ela fecha a porta, todos se levantam de suas carteiras e começam a correr e gritar.

Quando a professora gira a maçaneta...

–A "Maria Cabra"! Sentem! - Uma menina grita.

Todos sentam na hora, e ficam calados.

–Hm... Então estão comportados, não é!? - A professora fala, com a coordenadora do lado.

–Professora Maria Tereza. Pode dizer-me o que aconteceu, para ter de chamar-me aqui? - Alguns alunos riem do jeito certinho da coordenadora falar.

–Alguns desses alunos, ficaram criando piadinhas sobre mim pelas minhas costas!

–Os alunos que criaram estas piadas. Sigam-me! - Ela saiu da sala e foi para a coordenação, mas ninguém a seguiu. Ô MULHÉ BURRA SINHÔ!

Alguns alunos se seguravam para não rir.

O sinal toca. Era hora da aula de ciências. A professora Maria Tereza sai de sala, e outro professor entra.

Algumas alunas "puxa saco" o abraçam.

–Te amo, tio! - Elas falavam.

Então elas sentaram.

–Bom dia! - Ele fala, colocando suas coisas sobre a mesa do professor.

–Bom dia! - Alguns alunos falam, enquanto os outros estavam conversando.

–Hoje eu vou ensinar a famosa equação! - Ele fala escrevendo na lousa.

–Ahh.... - Alguns alunos falam.

Horas depois, e a aula acaba. Júlia e Alex saem juntos da sala.

–Hmmm.... Tão namorando! - Uma menina, que tira sarro de Júlia fala.

–Nada à ver! Somos amigos, tá! - Júlia fala.

–Sei... É tipo uma amizade colorida, né?! - Ela fala.

–Aff... Pense o que quiser! Eu sei que você tá errada. - Júlia sai com Alex.

–Sei...

Eles chegam em suas casas. Alex vai com Júlia até a casa dela. Ela toca a campainha.

Ninguém atende, então ela toca novamente.

E como na outra vez, ninguém atende.

–A sua mãe saiu, Júlia? - Alex fala.

–Se sim, não tinham me avisado nada. - Ela responde - Vou ligar pra eles - Ela fala pegando o seu celular, que estava dentro de sua bolsa.

Ninguém atende.

–Não acredito! - Ela fala, indignada.

–Ninguém atendeu?

–Não!

–Então vem cá! Vamos pra minha casa, perguntar pra minha mãe. Talvez ela saiba.

–Tudo bem.

Eles foram até a casa de Alex, e ele toca a campainha.

–Oi! - Adriana abre a porta - Júlia? Por que veio também?

–Você sabe onde tão meus pais? Parecem não estar em casa. - Júlia fala.

–Ela também ligou pra eles, e ninguém atendeu. - Alex complementa.

–Não, eu não sei onde eles estão. Mas, Júlia, você fica aqui enquanto ninguém chega. - Adriana fala.

–Tá bom. - Os dois entram.

–Alex, seu pai não está aqui. Ele foi resolver umas coisas no banco, tudo bem? - Adriana fala, já dentro de casa.

–Tá bom. - Ele responde.

Eles vão para o quarto de Alex, e ele liga a TV.

–Ah, não, tá passando o jornal, Alex! - Júlia fala, se jogando na cama.

–Deixa! Vamos fazer outra coisa! - Alex fala.

–Tipo?

–Sei lá, vamos ver o jornal, mesmo! Às vezes pode ser legal.

–Idiota! - Ela fala, rindo e batendo de leve em Alex.

Então o jornal mostra a notícia de um acidente. A TV mostrava um carro totalmente acabado.

–Segundo testemunhas, o carro teria perdido o controle, batido num caminhão e capotado. - Disse a repórter.

Adriana também estava assistindo.

–Nossa! O carro está acabado! - Ela fala.

–No carro estava um homem e sua mulher. Nenhum sobreviveu. - A repórter fala.

–Oh, meu Deus! Que estrago! - Ela fala colocando a mão na testa - Espera aí... Parece com o carro da Jaqueline! - Ela se levanta rapidamente do sofá - Mas o carro está muito estragado, não dá para ver direito.. Talvez eles digam os nomes das pessoas... - Ela senta novamente.

–O casal era: Jaqueline Gomez e Célio Gomez. - A repórter informa.

Adriana fica espantada, sem acreditar no que houve.

–Ja-Jaq-Jaqueline? C-célio?

Ela se levanta do sofá e coloca a mão na testa. Logo depois senta novamente no sofá, pois estava sem forças, e pôs-se a chorar incontrolavelmente. Ela havia acabado de perder sua melhor amiga.

E Júlia... Quando ouviu a notícia trágica, desabou nos braços de Alex. Chorando muito, muito mesmo. Era sua mãe. É uma dor imensa perder uma mãe, e um pai também. Ainda mais antes da hora. E os dois juntos!

Alex também chorava muito. Afinal, era sua "tia". E ele a amava. Mas ele estava mais preocupado em ajudar Júlia naquela hora.

Então Adriana lembra de Júlia. Ela queria ajudá-la.

–Júlia! - Ela pega um copo d'água e vai até o quarto de Alex.

Quando Júlia vê Adriana, percebe que havia acabado de chorar. E muito. Pois seus olhos estavam inchados e seu nariz estava vermelho.

–T-tome essa água, Júlia. - Adriana oferece o copo.

Júlia estava tremendo. Deu para perceber bem quando ela foi pegar o copo. E também não conseguiu agradecer pela água, ela não estava conseguindo falar. Estava muito fraca. Imagine a dor de um filho ao perder uma mãe e um pai. As pessoas que cuidaram de você durante toda a sua vida. Que lhe alimentaram, te deram forças, de ensinaram muitas coisas. Mas tudo isso acabou.

Júlia devolve o copo para Adriana, e ela sai do quarto.

Alex abraça Júlia, que ainda estava chorando muito.

–E-eu lamento muito. - Ele fala.

Heitor chega em casa, e vê Adriana chorando muito.

–Meu amor, o que aconteceu? - Ele vai em direção a ela.

Ela o vê e o abraça.

–Heitor! Que bom que chegou! - Ela chorava.

–O que houve?

Adriana aponta para a TV, que ainda estava mostrando a notícia.

–Um acidente? Quem morreu? - Ele pergunta preocupado.

–J-Jaqueline e Célio. - Ela fala gaguejando e chorando.

–O quê?? - Ele coloca a mão na nuca - Eu vou ver como os meninos estão! - Ele corre até o quarto de Alex, e vê os dois chorando.

–Oh, não... - Ele senta do lado dos meninos e os consola.

Podia parecer que Heitor não estava sofrendo, mas ele estava queimando por dentro.

Depois de falar com os meninos, ele volta para a sala.

–Temos que resolver uma coisa. - Ele fala.

–O quê? - Adriana responde sem olhar para seu marido, ainda chorando.

–Júlia. Ela vai morar com quem?

Adriana olha para ele.

–Querido, eu não sei... Será que ela pode ficar aqui?

–Vamos falar com ela.

Eles vão até o quarto de Alex.

–Júlia. Temos que conversar. - Heitor fala.

–Se for pra me consolar, não vai adiantar. - Júlia fala chorando muito.

–Não, querida. Não é por isso. - Adriana fala.

–Então... O quê? - Júlia dá uma fungada.

–Você está sem casa agora. Quer morar com a gente, aqui? Você vai viver com Alex, como se fossem irmãos. - Heitor fala.

Júlia gosta do que Heitor falou. Mas mesmo assim, isso não cobre a dor que ela estava sentindo.

–E-eu adoraria. - Ela fala.

–Isso é ótimo! Agora só temos que arrumar sua mala, seu novo quarto e as papeladas, para termos o direito de te criar em nossa casa. - Heitor fala.

Ela assente.

Eles saem do quarto.

–Não aguento te ver triste, Ju. - Alex fala.

–Não acredito que isso tá acontecendo. Por que comigo? - Ela ainda chorava muito.

–Poderia acontecer com qualquer um. Tenho certeza de que você vai superar. Todos superam! - Alex sabia que muita gente não superava. Que muita gente entrava em depressão ou se matava. Mas ele queria fazê-la melhorar.

–Obrigada. - Ela fala.

Alex a abraça.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem!



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