Finalmente é sexta-feira! E Oliver não via a hora de descansar. A semana havia sido uma loucura. Assaltantes, Traficantes de Vertigo e até metahumanos atacaram a cidade de Starling City. Felizmente, os vilões respeitam as sextas à noite.
Já havia falado com Roy e com Diggle e hoje seria a noite dos rapazes, ou seja, só curtição. Era por volta das 19:00 horas quando Oliver havia terminado de se arrumar. Havia escolhido roupas simples para um bilionário, se limitando a calça jeans escura e camisa verde. Sua cor favorita. Como se isso fosse uma novidade, certo?
Desceu as escadas cantarolando e dançando. Quando passou pela sala encontrou sua irmã lendo vários livros ao mesmo tempo.

– Desde quando Oliver Queen canta? – Arqueando a sobrancelha esquerda, Thea exibiu seu típico sorriso irônico.
– E desde quando você lê quatro livros ao mesmo tempo, Speedy? – O rapaz devolveu o sorriso sarcástico.
– Provas de cálculo fazem milagres, Ollie! – Thea exibiu a capa de um dos livros – Aonde eu estava com a cabeça quando optei por engenharia química?
– Relaxa, você vai arrasar na prova. – Era impressionante como Oliver a acalmava. Desde pequenos ele transmitia essa segurança a sua irmã. – Eu adoraria ficar e te ajudar, mas...
– É noite dos rapazes, né? Já fazia tempo que vocês não faziam isso! – Thea bebeu um pouco de café – Vai! Vai se divertir, amanhã você pode me ajudar com derivadas e integrais, ok?
– Você percebeu que eu estava sendo sarcártico, certo?
– Oliver Jonas Queen, se você não sabe quando estou sendo sarcástica, você não está preparado para a vida! – O rapaz riu e a beijou na testa.
– Se cuida! E toma cuidado com o café, hein?

Não demorou muito para chegar na boate. Verdant estava sendo uma verdadeira surpresa para os Queens. Sempre lotada e com uma ótima reputação, o estabelecimento chegava a dar mais lucro que outros setores da empresa.
Roy já havia chegado e estava no bar, como sempre. Oliver suspirou. Roy era seu melhor amigo e seu parceiro nas missões, usando o codinome Arsenal, mas tinha uma vida cheia de problemas. Abandonado pelos pais e morando na rua por anos, Harper encontrou no Oliver não apenas um melhor amigo, mas um irmão.

– Você ainda não fez 21 anos*, sabia? – Oliver disse assim que chegou.
– Não enche, Queen! Hoje é a noite dos rapazes, esqueceu? – E outro copo de vodca ficou vazio.
– Apenas se controla, ok? – Roy o ignorou – Por favor, cara?
– Já tô vendo que a confiança em mim está no zero, né? – Oliver sorriu em agradecimento ao ver que o amigo aceitou o seu conselho.
– Meu Deus, quem é aquela morena? – Ainda está para nascer um cara que seja tão mulherengo quanto Oliver Queen.
– Ué e aquele papo sobre controle?
– O que? Como assim? – Os pensamentos do loiro estavam bem longes da Verdant.
– Você disse que eu não me controlo com a bebida, mas você não se controla com mulheres!
– Lógico que eu me controlo! Não sei de onde você tirou isso!
– Oliver, me escuta. Você é terrível em relacionamentos! – Antes que Roy pudesse continuar, Diggle chegou – Ei, como você está cara?
– Boa noite, senhores! Interrompi alguma conversa importante? – Diggle fez um sinal e pediu uma bebida.
– Sim! Estava lembrando ao nosso amigo aqui o quão terrível ele é em relacionamentos amorosos!
– Isso é verdade! Aliais... – Diggle abriu a carteira e entregou duas notas de cem dólares a Roy – Você ganhou!
– Do que vocês estão falando? – Além de Diggle concordar com Roy, agora os dois estavam de segredos? Oliver estava se sentindo traído.
– Apostei com o Diggle que você dormiu com mais de cem garotas no ano passado. – Ele chacoalhou as duas notas na cara do Oliver – E eu ganhei!
– Isso é impossível! Eu não dormi com tantas garotas assim!
– Dormiu, Oliver! Usei as câmeras de vigilância da boate e da mansão! Elas contaram 147 garotas diferentes!
– Pelo menos você apostou que eu não tinha dormido com mais de cem! – Oliver abraçou o amigo.
– Eu apostei que você iria dormir com mais de 200! – Roy começou a gargalhar.
– Vocês são traíras! Eu posso namorar sério! Já fiz isso, por exemplo, namorei a Helena e a Sara!
– Oliver, elas viraram vigilantes como nós! Você não consegue namorar! – Oliver olhou para Diggle, procurando apoio, mas ele concordou com Harper.
– Não me olha assim, Roy tem razão! Eu aposto que você não aguentaria ficar um ano sem esses seus namoricos.
– Eu aposto que posso ficar sem namoricos e que posso namorar sério! APOSTO QUALQUER COISA! – Os olhos de Roy brilharam.
– Agora essa conversa está mais interessante! Aposto que você não consegue! Se eu perder, eu fico um ano sem beber bebida alcóolica, mas se eu ganhar... – A pausa dramática de Roy fez os seus dois amigos ficarem nervosos – Eu fico com a sua moto da Harley Davidson. PRA SEMPRE!
– Minha moto não é brincadeira Roy! – Os três realmente eram como irmãos. Uma hora conversando e na outra trocando farpas.
– Acho que ele não consegue, Roy! Deixa o verdinho em paz!
– Verdinho? Quer saber, CHEGA! Eu estou dentro e é bom você cumprir essa aposta Harper!
– Pode deixar, Ollie! Vou ficar incrível dirigindo aquela moto! – Roy piscou para Oliver.
– Eu também quero entrar nessa! Seu eu perder vou trabalhar como segurança da Verdant, mas se eu ganhar... – Outra pausa dramática que fez Queen morder os lábios – Eu ganho a boate. Fechado?
– Fechado! – Os três apertaram as mãos. – Mas só por curiosidade, flertar pode né?
– Pode. Mas você não pode transar com qualquer uma. Tem que ter conversa, encontros, apresentar para a família e amigos e, quem sabe, contar seu segredo? – Diggle esvaziou o copo de tequila.
– Vamos estabelecer uma regra de que você tem que tentar ter oito encontros com a mesma garota antes de dormir com ela! – Oliver rolou os olhos com essa declaração de Roy.
– Oito encontros? Vocês querem me transformar em um padre?
– Não aguenta a abstinência, Queen? Pode desistir agora, se quiser. – Roy bebeu um gole do seu refrigerante – Assim eu posso ir embora para casa com a MINHA nova moto!
– Vocês são desprezíveis! – Os três riram. – Vou mostrar para vocês que eu posso ser um namorado incrível!
– Não precisa ser incrível, Oliver. Só precisa ser fiel! – Roy riu desse comentário de Diggle.
– Vou dançar um pouco. Tchau!

Oliver não era um mal namorado. Tá, teve a Helena e a Sara. Também teve as suas centenas de casos, mas ele era responsável. E mais: era capaz de amar. E, sem dúvida...

– Ai! – exclamou uma moça.
– Meu Deus, me perdoa! Eu não te vi. – Oliver tentou, mas não tinha como limpar a blusa da moça.
– Tudo bem. Mesmo, está tudo bem, olhos azuis! – Olhos azuis? Oliver levantou o rosto e viu com quem estava conversando. Era uma loira linda e encantadora.
– Me desculpa! Eu... Que tal eu te pagar um drinque? – Oliver sorriu. Na verdade, tentou. Ele estava exibindo mais as gengivas do que um sorriso.
– Para você derrubar em mim de novo? Obrigada! – A loira riu.
– Não... É que... Bem, eu... Eu só quero me desculpar, por isso a ideia do drinque!
– Calma, olhos azuis. Foi só uma brincadeira. Prazer, meu nome é Felicity Smoak!
– Muito prazer, Felicity. Meu nome é Oliver Queen.

*Observação: Nos EUA, só maiores de 21 anos podem consumir bebidas alcoólicas!