Podia se dizer que aquela tinha sido uma das noites mais tranquilas para Anthony, junto com sua ruiva bem ali ao seu lado.

Depois de descobrir mais sobre seu avô e seus pais, ele conseguia dormir mais facilmente e até mesmo não ter pesadelos.

Naquela manhã, Charlus mandou seu elfo comprar muita comida, pois tinha que comemorar que um de seus netos estava vivo.

— Bom dia – foi como ele recebeu os quatro amigos bem cedo na cozinha

— Bom dia senhor Potter – disse Peter

— O que acham de jogarmos quadribol hoje à tarde? – ele perguntou

— Seria ótimo, mas... – começou Anthony – não podemos ficar muito, ainda temos que encontrar o Harry

— Mas você não têm que ir agora – ele disse, convincente – fiquem um pouco, descansem

— Seria ótimo senhor Potter – disse Isabelle, chutando Anthony por debaixo da mesa

Anthony não gostou de ser chutado, muito menos queria ficar, ele não confiava em Charlus, que tipo de pessoas fica parada enquanto toda sua família é morta?

— Eu poderia te mostrar o lugar Anthony – disse Charlus – seu pai tinha vários esconderijos na propriedade

— Legal – disse Anthony, desanimado

— Posso falar com você Anthony? – mandou Isabelle, o puxando para fora da mesa

Ela o arrastou escada a cima, sem se preocupar no que ele tropeçava ou quando, somente quando os dois estavam longe o suficiente para ninguém os ouvir brigar.

— Qual o seu problema!? – ela exclamou baixo

— Meu? Você que me fez tropeçar no elfo!

— Ele é seu avô Anthony! – ela exclamou – e está tentando fazer esse papel! Por que não dá uma chance a ele?

— Porque eu não confio nele Belle! Que tipo de pessoa fica escondida em uma mansão dessa com um elfo, somente porque presumiu que sua família tinha morrido!

— Alguém desesperado Anthony... e com medo! Ele viu sua avó morrer na frente dele! Não pôde fazer nada!

— Então porque ele não foi atrás de quem a matou? Ou ajudar o filho? Ou verificar se os netos estavam vivos?

— Talvez ele tivesse medo de não poder fazer nada novamente

— Isso não muda nada! Ele é um covarde!

Ele se virou e saiu andando dali, somente Isabelle ficou para trás observando ele se afastar, até olhar para porta ao seu lado

— Anthony! – ela gritou

— Eu estou com fome Belle – ele resmungou, parando com o pé no degrau da escada

— Você come demais! Volta aqui seu baleia!

Ele revirou os olhos e voltou se arrastando.

— Que foi?

— Olha – ela apontou a porta

— É uma porta, qual o problema?

— Foca no importante Anthony – ela disse, apontando a placa com um nome

— Deve ser alguma parente distante

— Leia o nome Anthony – ela mandou

— Mary Anne Potter

Isabelle continuou o encarando, esperando que algo viesse a se acender na cabeça dele.

— Acha que é uma tia, não sei

— Anthony Charlus Potter – ela resmungou – Mary Anne Potter. M.A.P.

— Você acha que tem mais algum Potter vivo e tentando nos ajudar?

— A essa altura do campeonato eu não duvido de mais nada

— Daqui a pouco vai ter Potters sainda de cartolas

— Isso seria interessante – brincou Isabelle

Os dois desceram as escadas quase correndo para a cozinha, onde os outros continuavam a comer.

— Quem é Mary Anne Potter? – perguntou Anthony a Charlus

— Minha finada irmã, por quê?

— Ela morreu? – perguntou Isabelle

— Sim, faz quinze anos – ele respondeu

— Por que o interesse nisso? – perguntou Megan

— Mary Anne Potter... Megan

— Tia avó do Tony e..?

— Está passando muito tempo com os meninos Megan – disse Isabelle – M.A.P.

— Ela nunca assinou nada assim – disse Charlus – era sempre “Mary”

— Não há nenhuma possibilidade de ela estar viva, certo?

— Absolutamente não – ele disse – maldição imperdoável

— Eu não confio mais nesse veredicto – resmungou Anthony

— Já faz anos que ela morreu, você me lembra ela na verdade... assim como a sua irmã

— Minha o que? – perguntou Anthony, engasgou Anthony

— Sua irmã – ele disse

— Como asssim! – exclamou Anthony, pulando da cadeira

— Eu não deveria estar falando isso para vocês – ele disse, parecendo confuso – não sei porque

— Como assim? – perguntou Peter

— Senhor Potter – Isabelle chamou e ele se virou para ela sorrindo – quem te faz lembrar sua irmã?

— A... alguém que mais leite? – ele disse, virando as costas para ela

— Eu sabia! – ela disse – ele está sob a maldição imperius!

— Quem colocou isso nele? – perguntou Peter

— Acho que agora temos uma ideia – disse Megan

Mas eles não puderam dizer mais nada, pois um barulho ensurdecedor que lembrava o interior do ovo do torneio tribruxo, invadiu a casa. Todos os cinco imediatamente taparam seus ouvidos, mas não adiantou, eles podiam sentir o filete de sangue saindo de suas orelhas. O barulho logo chegou ao ápice e todas as janelas da casa explodiram, jogando cacos de vidro para todos os lados. Isabelle logo criou um campo de força, mas isso ao adiantou. Então Anthony pegou todos e empurrou para trás do balcão da cozinha.

Mas o barulho continuou sem cessar, até todos eles estarem desacordados. Então uma figura aparatou entre eles, vestindo uma longa capa que cobria seu rosto. Então ela se aproximou de Charlus, lhe lançou um feitiço, se virou e deixou uma garrafa de cerveja amanteigada em cima de um bilhete e desaparatou novamente.

Alguns minutos depois todos acordaram, com alguns cortes leves e ainda mais perguntas.

— Que diabos foi isso!? – exclamou Peter

— Eu não sei – disse Charlus, se levantando e automaticamente agarrando a garrafa para tomar

— Acho que isso foi um aviso muito violento – disse Megan

— Talvez sim – disse Isabelle

Mas ela disse isso, prestando atenção em Charlus que virava a garrafa de cerveja amanteigada.

— Senhor Potter – ela chamou, mas ele não parou de tomar – Sr. Potter! Pare!

— Ele está com sede – disse Peter

— Vocês são muito burros! Essa garrafa não estava aqui antes!

Foi necessário Anthony e Megan para tirar a garrafa das mãos dele, que parecia que iria morrer se não tomasse tudo. Só então Isabelle viu o bilhete

— Anthony – ela chamou, enquanto lia

Ele caminhou até ela e pegou o papel

Quantas vezes se pode morrer?

— M.A.P.

— Ela esteve aqui – disse Anthony

Ele não pode pensar muito, pois Charlus caiu ao chão.