Anthony permaneceu estático, mal podia acreditar que era realmente um Potter, mais precisamente seu avô parado bem na sua frente, porem não abaixou a varinha.

– Q-quem?

– Charlus Potter – disse o homem, dando um passo à frente, mas Anthony deu um para trás – não tenha medo

– C-como?

O velho parecia assombrado por ele perguntar aquilo, ele caiu no sofá velho como um enorme e gordo saco de batatas. Anthony olhou para suas costas, se perguntando quando seus amigos poderiam entrar.

– Você tem que lhes dar permissão para entrar – disse o velho, colocando a cabeça entre as duas mãos.

Anthony parecia desconfiado, mas ainda assim andou de costas até a porta, sem tirar os olhos de Charlus.

– Hã... – ele começou confuso, parado em frente a porta – podem entrar

– Acha mesmo que isso vai funcionar tão fácil? – perguntou Peter

– Vamos descobrir – disse Megan, empurrando Peter para dentro da casa

O garoto entrou cambaleando na casa, tropeçou em uma mesa de canto e derrubou um vaso de vidro, que se espedaçou em milhões de pedaços.

– Foi mal – disse Peter, se levantando e limpando a poeira da roupa – tomara que isso não seja caro, to quebrado... literalmente – ele complementou, com dor em uma costela

– Desculpa ai Pete – disse Megan, entrando na casa

– Tudo bem? – perguntou Isabelle, abraçando Anthony de lado

– Sim, mas... acho que aquele é meu avô

– Que!? – ela perguntou, chocada

– A casa é legal – disse Megan, olhando em volta – parece aquelas mansões medievais que moravam condes e tals

– Já moraram muitos – disse Charlus, se recompondo – os Potter são de uma longa linhagem real de bruxos

– Existia isso? – perguntou Peter, confuso

– Sim – disse Charlus

– Então além de bonitão, você ainda é príncipe – zombou Peter, batendo no ombro de Anthony

– Engraçadinho

– Você é mesmo Charlus Potter? – perguntou Isabelle

– Sim – disse o velho, sorrindo – ou os óculos e olhos castanho esverdeados não dizem isso por mim? Não comentei do cabelo, porque já deixou de ser preto a muito tempo

Os quatro se entreolharam, ainda desconfiados.

– Como está vivo? – perguntou Anthony

– Agora vivo na surdina – ele respondeu, à beira do desabo novamente

– Não sei se é uma boa ideia ficarmos aqui – sussurrou Belle para Anthony

– Não se preocupem que ninguém vai procurar vocês aqui – disse Charlus, rapidamente – todos pensam que essa casa é mal assombrada e que eu estou morto

– Mas como você vive? – perguntou Peter – você tem que sair para comprar comida e... viver

– Eu tenho um elfo que faz isso por mim... – ele disse, envergonhado – ele compra comida no vilarejo bruxo para mim

– Como podemos confiar em você? – perguntou Isabelle

– Não sei – ele disse – mas eu acabo de achar parte da minha família, não quero perder novamente

Isabelle olhou para Anthony, como se dissesse: Você decide

Ele não sabia o que fazer, por mais que estivesse feliz por ter encontrado um possível parente, ainda era arriscado confiar em alguém assim.

– Nós vamos ficar aqui um tempo – ele disse – até termos outro lugar para ir, mas estamos de olhos bem abertos com você

– Sim – disse Charlus, sorrindo – eu vou pedir para o Duke ir até o vilarejo comprar algo para jantarmos

Ele saiu feliz da vida, quase correndo até os fundos para encontrar o elfo.

– Tem certeza disso Tony? – perguntou Megan

– Não – ele disse, observando o velho – mas estou dando uma chance

– Já que vamos ficar aqui mesmo... onde será que fica a cozinha? – disse Peter

– Vamos procurar por ai – disse Megan

– Quer explorar comigo? – perguntou Anthony a Isabelle

– Vamos lá

Os dois subiram as escadas, para um longo corredor com muitas portas

– Por que está confiando nele? – perguntou Isabelle

– Sebastian havia me dito ainda haviam quatro membros da família Potter vivos – ele disse – talvez ele esteja certo, e aquele lá em baixo seja meu avô

– Quatro? Então ainda falta um

– Sim

Anthony parou no corredor, de frente para uma porta com uma placa escrito: Tiago Potter. Lentamente ela abriu a porta, vários livros estavam jogados pelo chão, a cama estava desarrumada, as cortinas traziam as cores da Grifinória, assim como o jogo de cama e o papel de parede.

Anthony entrou, batendo a cabeça em uma prateleira cheia de troféus de Quadribol.

– Anthony – Belle o chamou

Ela estava parada em frente a uma parede de fotos, delas várias mostravam Tiago junto com Remo, Sirius e Pedro, algumas ele estava a zombar de Snape. Duas apenas ele estava com Lilian. Uma delas ela estava a puxar a orelha dele, outra ele a carregava sobre os ombros, mas ela não parecia feliz com isso.

– Parece que sua mãe não era totalmente apaixonada por ele tão cedo

– Não era – ele sorriu – Sirius me disse que ela o odiava porque ele fazia gato e sapato de Snape, eles eram amigos. Foi só no último ano que eles se acertaram.

– Olha aqui – disse Isabelle apontando outra foto – essa parece mais recente

– Verdade

Na foto estavam Tiago e Lilian mais adultos, pareciam ter vinte e poucos. Os dois estavam um de cada lado de um berço, sorrindo. Anthony virou a foto e viu uma letra caprichosa, que sem dúvida era de sua mãe.

– Eles estão bem, os dois estão saudáveis e já andando pelas paredes – leu Isabelle - Você e Harry

Ele somente acenou com a cabeça, desvirando a foto para observar seus pais sorrindo.

Ela ficou surpresa ao ver seus olhos marejados, sorriu e o abraçou.